'Cota é um processo transitório para acertar desigualdade', diz dona do Magazine Luiza:baixar cbet

Crédito, Ana Volpe/Agência Senado

Legenda da foto, Luiza Trajano,baixar cbetaudiência no Senado,baixar cbet2017, defende cotas para mulheresbaixar cbetcargosbaixar cbetchefia

Com nome simples e popular, à imagembaixar cbettudo o que a empreendedora assina, o "Mulheres do Brasil" se propõe a reduzir este abismo entre homens e mulheresbaixar cbetpostos públicos e privados, alémbaixar cbetlançar soluções para temas como violência doméstica, racismo, saúde e educação públicas por meiobaixar cbetcomitês, gruposbaixar cbetestudos e interlocução com parlamentares - ela cita a deputada Tábata Amaral e a senadora Kátia Abreu, ambas do PDT.

"Nós não somos contra os homens, nós somos a favor das mulheres", resume.

Discreta, a senhorabaixar cbet68 anos, coque, unhas vermelhas, roupas pretas e tênisbaixar cbetestampa animal diz ter a missãobaixar cbetestabelecer "o maior grupo político apartidário do Brasil".

Como assim?

"A gente percebeu que precisava pararbaixar cbetreclamar e tomar medidas", diz. "O Brasil é nosso. Não adianta eu falar malbaixar cbetuma coisa que é minha, nembaixar cbetpolítico. Porque ele está lá. A gente tem que aprender a estar junto para fazer uma coisa melhor", diz Luiza, que neste ano estreou no rankingbaixar cbetbilionários da revista Forbes. "Não gosto (do título). É muito papel,baixar cbetrepente vale,baixar cbetrepente não está valendo", diz.

Crédito, World Economic Forum / Benedikt von Loebell

Legenda da foto, Luiza Trajano, sobre a possibilidadebaixar cbetse candidatar a cargos eletivos: "Nunca é uma coisa que não se fala. Mas, hoje, eu te digo que nunca."

À reportagem, a empresária conta que, há 20 anos, o hino nacional é tocado às segundas-feirasbaixar cbettodas as lojas do Magazine Luiza. "(Espero) Que paremosbaixar cbetter essa divisão entre esquerda e direita e que a gente tenha um só partido, que é o Brasil", afirma, sem transparecer críticas ou elogios ao presidente Jair Bolsonaro durante toda a entrevista.

A postura a diferenciabaixar cbetLuciano Hang, o dono da Havan, umbaixar cbetseus principais concorrentes no setor do varejo e espéciebaixar cbet"garoto propaganda" do presidente desde as eleições. "Ele assumiu o que pensa. Posso dizer que ele é uma pessoa muito trabalhadora, que tem lojas muito boas e trabalha bastante", diz Luiza sobre Hang.

Faria igual? "Jamais tomaria essa posição", responde. "Eu não sou tãobaixar cbetum lado ou do outro, assim."

Em meio à ascensão dos chamados outsiders - estreantes na política muitas vezes oriundos do mercado, como Donald Trump ou João Doria - Luiza nega pretensões a cargos eletivos. "Eu me considero uma política, mas acho que estou conseguindo ajudar muito mais daqui do que pegar um partido e sair candidata", diz.

Então, nunca vai se candidatar? "Nunca é uma coisa que não se fala. Mas, hoje, eu te digo que nunca."

Leia os principais trechos da entrevista:

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baixar cbet BBC News Brasil - No iníciobaixar cbetoutubro, a FGV mostrou que o númerobaixar cbetexecutivos que diziam estar mais otimistas com o Brasilbaixar cbetrelação ao trimestre anterior caiubaixar cbet89%,baixar cbetdezembro do ano passado, para 41%. A senhora compartilha da impressão dos colegas?

baixar cbet Luiza Trajano - Um paísbaixar cbetdesenvolvimento, diferente aqui da Inglaterra, vivebaixar cbetemprego, renda e crédito. O desemprego ainda está num nível muito alto. Em dezembro, quando foi feita essa pesquisa, se esperava que a resposta fosse mais rápida, que o desemprego já no segundo trimestre estivesse menor e que tivessem sido aprovadas coisas que demoraram mais que o esperado. O que a gente acredita é que, enquanto não se faz as reformas, os investidores não começam a investir. O dólar sobe, a bolsa cai, e isso é muito ruim. E as reformas precisam acontecer num ritmo mais rápido.

baixar cbet BBC News Brasil - No início do ano, a senhora foi incluída, junto a 18 outros brasileiros estreantes, na listabaixar cbetbilionários da revista Forbes. Qual é a sensação?

baixar cbet Luiza Trajano - Olha a sensação é que eu não gosto. A minha família é muito voltada para emprego e para a empresa. Parece que estou falando por falar, mas eu nem sei, eu não olho isso muito. É muito papel,baixar cbetrepente vale,baixar cbetrepente não está valendo.

Eu posso estar aqui hoje falando que vale,baixar cbetrepente daqui a seis meses pode não estar. Eu fico mais feliz com o título que ganhei, pelo segundo ano,baixar cbetlíderbaixar cbetmelhor reputação do Brasil, no meiobaixar cbethomens e tudo mais. É um título que realmente carrego com muita responsabilidade. Agora, esse outro, se está se não está, eu nem sei quem estábaixar cbetprimeiro, quem estábaixar cbetsegundo, não é o tipobaixar cbetcoisa que eu olho muito, não. Dinheiro dependebaixar cbetcomo está o mercado e tudo mais.

baixar cbet BBC News Brasil - A senhora entrou neste ranking prestigiado e bastante seleto ao mesmo tempobaixar cbetque o Brasil enfrenta uma crise dura econômica,baixar cbetque o desemprego continua alto.

baixar cbet Luiza Trajano - O Magazine continua fazendo aquilo que foibaixar cbetmissão. Acho que depois da saúde, emprego é a melhor coisa que uma pessoa pode ter. Eu fico muito triste e luto como cidadã. Da nossa parte, continuamos gerando muito emprego. Os últimos dois anos foram a épocabaixar cbetque nós geramos mais empregos.

baixar cbet BBC News Brasil - Que sugestão daria ao governo? Qual é o caminho para se gerar empregos a partir dabaixar cbetexperiência?

baixar cbet Luiza Trajano - A gente sempre enfrentou crises, trabalhou nas crises e fez as coisas certas antes do momento. Ninguém acreditavabaixar cbetloja física junto com digital. Todo mundo separava digital da loja física. Nós não fizemos isso, sofremos com o preço na Bolsa e continuamos.

Nós montamos laboratórios e digitalizamos a nossa equipe sem mandar ninguém embora. Hoje, um montador, a pessoa que monta os móveis e que não tem o segundo grau completo, vai nabaixar cbetcasa com o mobile na mão e faz tudo no mobile. Dois mil carreteiros no Brasil inteiro já vão para abaixar cbetcasa com um mobile nosso. Tudo desenvolvido pelos nossos laboratórios com maisbaixar cbet800 engenheiros.

A gente continuou acreditando, então o que respondo é que nós fizemos a lição certa e eu espero que o governo faça a lição certa e o que tem que ser feito. Que parebaixar cbetter essa divisão entre esquerda e direita e que a gente tenha um só partido, que é o Brasil. Um país tão lindo, tão maravilhoso. Precisa todo mundo pensar no Brasil e não pensar no seu partido,baixar cbetreeleição e tudo mais. E não é só o governo, é todo mundo que está representando o povo no Congresso, nas Câmaras,baixar cbettodos os lugares.

baixar cbet BBC News Brasil - Outra personalidade brasileira que entrou na lista da Forbes foi Luciano Hang, da Havan, um concorrentebaixar cbetvocês no varejo. Ele é uma figura bastante próxima do Governo Federal, uma espéciebaixar cbetgaroto-propaganda do presidente Bolsonaro - fez campanha, está presentebaixar cbetgrandes eventos e, com isso, conseguiu bastante visibilidade no último ano. Como vê a estratégia?

baixar cbet Luiza Trajano - Posso dizer que ele é uma pessoa muito trabalhadora, que tem lojas muito boas e trabalha bastante. Não vejo como... Para mim, ele foi uma pessoa que assumiu um lado dele, que sempre deve ter sido o lado dele. Foi corajoso e ao mesmo tempo teve uma visibilidade boa. Vejo como uma coragem, alguém que assumiu um papel.

Crédito, Reuters

Legenda da foto, "Não tenho nenhum contato com Jair Bolsonaro. Não tive durante muito tempo. Mas ele teve uma votação que eu tenho que respeitar", diz Luiza Trajano

baixar cbet BBC News Brasil - Se tivesse a mesma empatia com o presidente, também teria essa atuação mais política?

baixar cbet Luiza Trajano - Eu tenho uma atuação política. Sou muito do Brasil. Não que ele não seja. Eu respeito quem está eleito lá dentro. Eu respeito muito o que o povo pensa. Eu jamais tomaria essa posição, não porque eu sou contra a posição dele, mas porque a minha posição é um pouco diferente pelo que penso e sinto como brasileira. Eu não sou tãobaixar cbetum lado ou do outro, assim.

baixar cbet BBC News Brasil - A senhora simpatiza com o presidente Jair Bolsonaro?

baixar cbet Luiza Trajano - Não tenho nenhum contato com Jair Bolsonaro. Não tive durante muito tempo. Mas ele teve uma votação que eu tenho que respeitar.

baixar cbet BBC News Brasil - Quando a senhora realizou um debate com os candidatos,baixar cbet2018, o presidente não compareceu e depois, pelo Twitter, perguntou "quem é Luiza Trajano"...

baixar cbet Luiza Trajano - Foi um mal entendido. A gente queria que ele fosse, eu jamais ia querer que o primeiro lugar não fosse. Nós não falamos que não o queríamos, pelo contrário, queríamos até a última hora. Aí um jornalista colocou isso e as redes dele se sentiram ofendidas. Aí ele perguntou "quem é Luiza Helena" e ele tem razão, eu também não sou tão conhecida assim, como todo mundo acha.

baixar cbet BBC News Brasil - O grupo que a senhora lidera, o Mulheres do Brasil, lançou uma nota sobre o comentário do presidentebaixar cbetrelação à aparência da primeira-dama francesa Brigitte Macron. A senhora participou desta resposta? Como viu o episódio?

baixar cbet Luiza Trajano - A gente tem um comitêbaixar cbetcrise. Acho que nem foi uma resposta ao presidente, foi uma resposta ao que aconteceu. Elas telefonaram demais para o comitêbaixar cbetcrise porque gostam muito da Brigitte. Então, a gente escreveu uma carta, não agredindo o presidente, mas dizendo que estamos solidários. Porque a mulher não pode ficar omissa quando acreditabaixar cbetuma mulher só porque ela é mais velha do que o homem. Foi muito revoltante para o nosso grupobaixar cbetBrasília. Então, foi nesse sentido. Mas não teve nenhuma ofensa pessoal contra o governo.

Crédito, Mulheres do Brasil

Legenda da foto, "A gente é muito rígida:baixar cbetseu nome particular, você pode fazer o que for. Se você citar o grupo Mulheres do Brasil, você não pode dizer nada partidário, para lado nenhum", diz Luiza sobre regras do grupo

baixar cbet BBC News Brasil - Pode explicar o que é este grupo?

baixar cbet Luiza Trajano - Foibaixar cbet2013. A gente não queria ser um grupo sóbaixar cbetexecutivas. Eu saí procurando mulheres médias, inclusive meninas líderesbaixar cbetfavelas. Eu achava que a gente teria que ter representatividade. Tinha presidentesbaixar cbetvárias empresas, empreendedoras pequenas, médias e grandes, e todas queriam uma coisa só. A gente percebeu que aquele grupo queria muito o bem do Brasil. A gente se reuniu e foi muito bem.

Eu sou muito brasileira, o Magazine Luiza canta há 20 anos o Hino Nacional nas suas 1.200 lojas toda segunda-feira. Meus filhos conheceram o Brasil antesbaixar cbetvir para o exterior. Naquele dia, a gente percebeu que precisava pararbaixar cbetreclamar e tomar medidas. E começou a ver o que a gente não queria: não queríamos um grupo super partidário, A gente é muito rígida:baixar cbetseu nome particular, você pode fazer o que for. Se você citar o grupo Mulheres do Brasil, você não pode dizer nada partidário, para lado nenhum.

baixar cbet BBC News Brasil - Por quê?

baixar cbet Luiza Trajano - Porque a gente não toma partido, o nosso partido é Brasil. Defendemos causas que sejam boas para o Brasil. Não importa se o partido A ou B está lançando algo. Importa se a coisa for boa. A gente conseguiu sair isento. Começamos com 40 pessoas, hoje temos 33 mil pessoasbaixar cbet14 países, 50 cidades. E temos como missão ser o maior grupo político apartidário do Brasil.

A gente estuda educação, trabalha varejo, atacado, ciência e tecnologia, empreendedorismo, violência contra a mulher, igualdade racial, inserçãobaixar cbetpessoas deficientes e tem um comitêbaixar cbetpolíticas públicas também, onde a gente sabebaixar cbettudo que se passa no Congresso. A gente defende a posição da mulher. Hoje, a gente tem 7% nos conselhosbaixar cbetempresas abertas. Se tirar as donas e filhasbaixar cbetdonas, como eu, cai para 3%. Então nós defendemos cotas para mulheres nos conselhos. Cotas são um processo transitório para acertar uma desigualdade. Queremos ter mais mulheres na política. Nós não somos contra os homens, nós somos a favor das mulheres. É um grupo que cresce 1.000 pessoas a cada 15 dias, porque não é um grupo que fala malbaixar cbetum lado ou do outro. Somos um grupo que está lutando. O que for bom para esse governo, vamos apoiar. O Brasil precisa ser bom. Nós somos a favor da democracia, da liberdadebaixar cbetimprensa,baixar cbettudo isso. Tudo o que for contra essas premissas, nós vamos lutar junto, não é brigando.

baixar cbet BBC News Brasil - Estes pilares: liberdadebaixar cbetimprensa e democracia. Como os vê no Brasil neste momento?

baixar cbet Luiza Trajano - A gente não tem sofrido nenhum tipobaixar cbetcensura. A gente não estábaixar cbetum lado ou do outro, estamos do lado do Brasil. O Brasil é nosso, minha gente. Não adianta eu falar malbaixar cbetuma coisa que é minha mesmo. Não adianta falar malbaixar cbetum político porque ele está lá. A gente tem que aprender a estar junto para fazer uma coisa melhor.

baixar cbet BBC News Brasil - O Mulheres do Brasil quer também lançar candidatas a cargos eletivos?

baixar cbet Luiza Trajano - Não, ainda não. A gente não pensou nisso. A gente quer apoiar e está apoiando que haja mais mulheres na política. Porque à medida que a gente lançar candidato, você tem que ter um partido. Mas a gente acredita que pode ajudar muito mais tendo essa causa - ter mais mulheres na política, nos conselhos, nos cargos. A desigualdade racial ainda é uma coisa muito séria. Hoje nós só temos uma mulher negra presidente (de grande empresa) no Brasil.

baixar cbet BBC News Brasil - A senhora falou sobre a importânciabaixar cbetmais mulheres na política. Na última eleição, mais mulheres conseguiram espaço no parlamento. Como vê essas figuras?

baixar cbet Luiza Trajano - Muito bem. A gente vê muito bem. Temos estado com muitas mulheres.

baixar cbet BBC News Brasil - Pode citar alguns nomes?

baixar cbet Luiza Trajano - A Tabata (Amaral) é uma. A senadora Kátia (Abreu) é outra. Não importa o partido. A gente está sempre com vereadoras, deputadas, entendendo o que elas estão pensando. E juntas.

baixar cbet BBC News Brasil - Se a pudesse citar 3 desafios para o varejo no Brasil, e coisas a serem melhoradas, quais seriam?

baixar cbet Luiza Trajano - Acho que a reforma administrativa. A burocracia ainda é muito grande e ninguém ganha com a burocracia, nem o governo, nem ninguém. Esse dinheiro não é para ninguém. Uma reforma administrativa geral, dentro do governo também. A reforma tributária também é muito complexa. Tem várias propostas e acho que vai ser difícil achar um acordo neste ano. Um amigo está propondo imposto único, que é o Flavio Rocha, tem a outra proposta do governo, e ainda não se chegou a um consenso.

baixar cbet BBC News Brasil - Sobre o discursobaixar cbetse unirbaixar cbettorno do bem Brasil neste "maior grupo político apartidário" - a senhora é uma daquelas pessoas desencantadas com partidos?

baixar cbet Luiza Trajano - Não. Não sou desencantada, mas acho que tem muito partido no Brasil. Acho que eles também têm que se redesenhar. Como tudo na vida. A era digital deu informação muito rápida para o consumidor final, para o eleitor final. Eu nunca me inscrevibaixar cbetnenhum partido, não sou contra partido, mas acho que tem partido demais.

baixar cbet BBC News Brasil - A gente vive um momentobaixar cbetque os chamados baixar cbet outsiders baixar cbet , figurasbaixar cbetfora da política t baixar cbet ê baixar cbet m ganhado muita visibilidade, muitos t baixar cbet ê baixar cbet m sido eleitos, e esse não é um fenômeno só do Brasil. A senhora é vista por várias pessoas como alguém que poderia entrar na política. Isso faz parte dos seus planos?

baixar cbet Luiza Trajano - Não, não faz parte dos meus planos. Eu me considero uma política, mas acho que estou conseguindo ajudar muito mais daqui do que pegar um partido e sair candidata. Agora, não tenho nada contra partidos. Sou contra esse "mundo"baixar cbetpartidos, acho que é muito difícil conviver com 39 partidos,baixar cbetqualquer democracia não é fácil, mas eu não vou sair, não pretendo sair a nada.

baixar cbet BBC News Brasil - Dá para dizer que a senhora nunca vai se candidatar?

baixar cbet Luiza Trajano - Nunca é uma coisa que não se fala. Mas hoje eu te digo que nunca. Hoje, tá certo? Nem me passa pela cabeça. Lógico, muita gente fala isso, mas eu teria que ter todo um processo para isso e nunca fiz.

baixar cbet BBC News Brasil - A violência contra a mulher é uma bandeira importante do grupo. O que exatamente vocês têm feito na área?

baixar cbet Luiza Trajano - Tudo o que você pensar. Eu fui para as redes sociais, o Magazine lancou o filme "Vamos meter a colher, sim", vendemos uma colher a R$ 1,80 e vendemos 30 mil colheres, agora colocamos no nosso aplicativobaixar cbetvendas um botão para quem for violentada. Apoiamos todos os órgãosbaixar cbetviolência contra a mulher. Apoiamos a Avon que está fazendo. (Estamos) trabalhando muito as periferias, a mulher negra que é mais machucada. Nós não podemos aceitar que a cada 2 horas uma mulher seja morta no Brasil. E aqui também está muito sério. O homem tem o direitobaixar cbetse separar e o que for, mas está na Constituição brasileira que ele não pode matar.

baixar cbet BBC News Brasil - Vê-se nas estatísticas, como no 'Mapa da Violência', que mulheres negras são as mais vulneráveis e as principais vítimasbaixar cbetviolência e estão na lanternabaixar cbetquase todos os indicadores...

baixar cbet Luiza Trajano - Nós temos feito muita coisa. Temos um aceleradorbaixar cbetcarreiras para meninas negras que já estão na carreira, com coachs nos finsbaixar cbetsemana para que acelerem as carreiras com monitoramento. Temos feito trabalho com crianças na escola sobre igualdade racial, levando pelo lado lúdico. Temos levado para as empresas isso. E agora a nossa luta é que tenha mulher negra diretora, mulher negra presidente. Mulheres, mas também um olhar para a negra e para o negro também terem mais cargos dentro das empresas.

baixar cbet BBC News Brasil - A senhora também citou violência sexual e esse é um assunto que gera bastante debate no Brasilbaixar cbetrelação à educação sexualbaixar cbetmeninas e adolescentes. O governo se colocabaixar cbetmaneira resistente ao tema, grupos mais conservadores também. Como vê a educação sexual para crianças e adolescentes com o objetivobaixar cbetreduzir a violência?

baixar cbet Luiza Trajano - Acho que não pode ser nembaixar cbetum lado, nem do outro. Tem que ser uma coisa normal, como eu fui criada pela família. Eu acho que tudo muitobaixar cbetevidência não está certo. Temos um grupo agora estudando isso sem paixão para um lado ou para o outro. Acho que nada pode ser escondido, porque se for é pior. Então tem mulheres que são favor das cartilhas, outras são contra. Enquanto não temos unanimidade, não saímos exigindo porque aceitamos a democracia.

baixar cbet BBC News Brasil - Corrupção, na avaliação da senhora, é um dos problemas estruturais do Brasil?

baixar cbet Luiza Trajano - Eu acho, mas acho que não só do Brasil. O Brasil com a Lava Jato trouxe à tona. E o que a gente tem falado é para o cidadão não se corromper. À medidabaixar cbetque ele compra sem nota, ele se corrompe, quando vende sem nota, se corrompe, quando compra mais barato falsificado, está se corrompendo. Corrupção é muito mais coisa, ser ético não é tão fácil. Acho que o Brasil trouxe à tona algo que ainda estava muito debaixo do tapete e isso mexeu muito com as estruturas, inclusive políticas, do país.

baixar cbet BBC News Brasil - A Lava Jato vem sendo questionada. Surgiram…

baixar cbet Luiza Trajano - Não, mas acho que ela já existiu. Como tudo, teve coisas positivas ou negativas, mas não vai ser apagada. Pode ser questionada, pode ser redirecionada, mas já foi um episódio forte. Se fizeram bem feito ou mal feito, ela foi legal e trouxe à tona coisas verdadeiras. Empresas que davam e tudo mais. Atingiu todo mundo.

baixar cbet BBC News Brasil - O saldo é positivo, na opinião da senhora.

baixar cbet Luiza Trajano - Acho que tudo que traz à tona, se torna positivo, mesmo que algumas coisas no caminho não tenham sido bem feitas.

Crédito, Getty Images

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