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A difícil vida das crianças e jovens venezuelanos no norte do Brasil,1xbet crashmeio a crise1xbet crashrefugiados:1xbet crash
Com o aumento da instabilidade na Venezuela, cresce desde novembro do ano passado o número1xbet crashdeslocados venezuelanos, que já somam cerca1xbet crash4 milhões - é a segunda maior crise no mundo, atrás apenas da Síria (5,6 milhões1xbet crashdeslocados).
Atualmente, o Brasil acolhe quase 168 mil venezuelanos e até o final1xbet crash2019 estima-se que este número deve passar dos 175 mil.
Dormindo nas calçadas
Apesar da intensa mobilização da população local, ONGs, ONU e Exército, ainda falta teto e escola para as crianças venezuelanas no norte do Brasil.
Ronneilys,1xbet crash15 anos, chegou a Roraima com os dois irmãos mas sem os pais. Era agosto do ano passado e eles decidiram partir da Venezuela pegando caronas nas estradas e caminhando para encontrar a mãe, que já vivia1xbet crashBoa Vista.
A família acabou na rua, porém, depois que a mãe perdeu o emprego. Ronneilys dormia1xbet crashum papelão na calçada numa rua nos arredores da rodoviária1xbet crashBoa Vista. "Foi a primeira vez na vida que morei na rua, foi a primeira vez que tive que pedir comida", ela contou à Agência da ONU para a Infância (Unicef).
Após alguns meses, a família conseguiu lugar1xbet crashum abrigo na cidade, até a mãe conseguir um novo emprego e a família se mudar para Santa Catarina, com apoio do programa1xbet crashinteriorização do governo federal.
As crianças que vivem hoje nas ruas1xbet crashBoa Vista seriam quase 700, segundo estimativas da Unicef,1xbet crashnovo a metade dos venezuelanos sem-teto na capital1xbet crashRoraima.
Além dos entornos da rodoviária, os venezuelanos dormem sob marquises,1xbet crashpostos1xbet crashgasolina ou1xbet crashacampamentos improvisados - como o antigo Clube do Trabalhador na zona oeste1xbet crashBoa Vista, onde mais1xbet crash500 pessoas vivem amontoadas1xbet crashcondições precárias sem banheiros, água corrente ou coleta1xbet crashlixo.
Cerca1xbet crash6 mil pessoas vivem nos 13 abrigos oficiais criados1xbet crashPacaraima e Boa Vista e quase a metade são crianças e adolescentes (2,7 mil).
Estima-se que quase 32 mil venezuelanos morem hoje1xbet crashBoa Vista.
Pará, a nova fronteira
A presença1xbet crashvenezuelanos nas ruas também cresce nos Estados1xbet crashAmazonas e Pará. Segundo fontes envolvidas com a assistência dos venezuelanos e ouvidas pela BBC Brasil, muitas famílias, inclusive1xbet crashWaraos (o segundo maior grupo indígena da Venezuela), estão se "interiorizando por conta própria" e partindo1xbet crashRoraima para Manaus, Santarém e Belém - onde a estrutura1xbet crashacolhida do governo ainda é incipiente.
"O fluxo dos Waraos é uma novidade para o Brasil. A população é nômade, mas só no ano passado começaram a entrar no país. Eles estão1xbet crashsituação1xbet crashextrema vulnerabilidade porque não falam espanhol nem português e enfrentam desafios para se integrar1xbet crashcontextos urbanos", explicou Sebastian Roa, oficial do Acnur.
Da região Norte, grupos1xbet crashcentenas1xbet crashvenezuelanos caminham ou pegam caronas e ônibus1xbet crashdireção ao Nordeste1xbet crashbusca1xbet crashemprego e1xbet crashuma vida melhor. No caminho, pedem dinheiro e dormem nas ruas. No Pará, abrigos improvisados já registram casos1xbet crashabusos infantil e1xbet crashsuperlotação.
Após recente expansão da Operação Acolhida para Manaus, cogita-se a ampliação1xbet crashuma nova frente no Pará. As Forças Armadas, porém, não confirmaram a informação à BBC Brasil.
Fora da escola
Garantir estudo às crianças venezuelanas no Brasil é outro desafio, principalmente porque falta espaço e vagas nas escolas.
"O impacto da migração no sistema escolar no Norte e no Nordeste do país é grande se considerarmos a evasão e a exclusão escolar que já existiam antes nas duas regiões. O Brasil tem mais1xbet crash2,8 milhões1xbet crashcrianças e adolescentes fora da escola", afirmou Raniere Pontes, especialista1xbet crashEducação da Unicef.
Educadores venezuelanos, também deslocados, se unem a brasileiros para multiplicar esforços nas escolas locais e1xbet crashespaços especiais para crianças dentro dos abrigos.
"Deixei para trás a casa que trabalhei anos da minha vida para construir, deixei dois carros, deixei tudo na Venezuela. Hoje moro1xbet crashuma barraca aqui no Brasil com meus dois filhos", conta à BBC Brasil a venezuelana Ellinois Malave,1xbet crash39 anos.
Pedagoga, ela abandonou o país natal porque sofre1xbet crashlúpus (uma doença autoimune) e lá não conseguia mais comprar os remédios que no Brasil estão disponíveis1xbet crashqualquer farmácia.
Hoje Ellinois mora e dá aulas no abrigo Rondon, o maior1xbet crashRoraima e onde metade dos venezuelanos são crianças (586). "Ensinar é minha paixão e faz muita diferença na vida dessas crianças que perderam tanto; muitas só tinham pedras pra brincar quando chegaram aqui", disse ela.
Outras crianças venezuelanas estão matriculadas1xbet crashescolas públicas1xbet crashBoa Vista. "A falta1xbet crashtransporte gratuito dos abrigos para as escolas também alimenta a evasão escolar porque muitos pais não podem pagar o bilhete do ônibus", explicou Deborah Grajzer, doutoranda1xbet crashEducação da Universidade Federal1xbet crashSanta Catarina (UFSC) que visitou recentemente Roraima1xbet crashpesquisa.
Na escola municipal Alcides da Conceição Lima1xbet crashPacaraima - primeira cidade nas cercanias da fronteira com a Venezuela - o número1xbet crashalunos saltou1xbet crash385 no ano passado para 610 este ano. "Mais1xbet crash200 crianças venezuelanas e brasileiras estão esperando vaga, mas falta espaço", disse Gleicivania1xbet crashSouza, coordenadora pedagógica da escola.
Em toda a cidade, estima-se que 700 crianças não tenham onde estudar.
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