Trump e Netanyahu: os desafios nas urnasaposta política brasildois dos principais aliados internacionaisaposta política brasilBolsonaro:aposta política brasil

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Legenda da foto, Trump e Netanyahu "encaram desafios internos consideráveis" com proximidadeaposta política brasileleições, diz cientista político

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Legenda da foto, Netanyahu aproveitou a visita do presidente Jair Bolsonaro para ressaltar aos eleitoresaposta política brasilexperiência diplomática

Israel

Depoisaposta política brasil10 anos consecutivos no poder (alémaposta política brasilum mandato anterioraposta política brasil1996 a 1999), Netanyahu vêaposta política brasilcontinuidade no cargo ameaçadaaposta política brasilmeio a acusaçõesaposta política brasilcorrupção e com um adversárioaposta política brasilcentro-direita que vem ganhando força.

Pesquisasaposta política brasilintençãoaposta política brasilvoto mostram Netanyahu praticamente empatado com Benny Gantz, um general da reserva e ex-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (de 2011 a 2015) que, ao lado do ex-âncoraaposta política brasilTV e ex-ministro das Finanças Yair Lapid formou a aliança Kahol Lavan (Azul e Branco, as cores da bandeira israelense).

Gantz se apresenta como centrista e pode conquistar eleitores decepcionados tanto com os partidosaposta política brasildireita quanto com a esquerda. Em um país onde a segurança é uma das principais preocupações dos eleitores, o general tem a seu favor o histórico militar e a experiênciaaposta política brasilcomando no campoaposta política brasilbatalha. Mas críticos e analistas observam que Gantz é vagoaposta política brasilsuas propostasaposta política brasilgoverno.

O surgimentoaposta política brasilum adversário forte ocorreaposta política brasilum momentoaposta política brasilque o premiê israelense se vê mergulhadoaposta política brasilum escândaloaposta política brasilcorrupção. No fimaposta política brasilfevereiro, o procurador-geralaposta política brasilJustiça, Avichai Mandelblit, indicado por Netanyahu, anunciou a intençãoaposta política brasilindiciar o premiêaposta política brasiltrês casos criminais por fraude, suborno e quebraaposta política brasilconfiança.

Crédito, JACK GUEZ/AFP/Getty Images

Legenda da foto, Netanyahu vê continuidade no cargo ameaçadaaposta política brasilmeio a acusaçõesaposta política brasilcorrupção

A decisão é resultadoaposta política brasilmaisaposta política brasildois anosaposta política brasilinvestigação. Entre as acusações estão aaposta política brasilque Netanyahu teria oferecido favores à maior empresaaposta política brasiltelecomunicações do país, afrouxando regulaçõesaposta política brasiltrocaaposta política brasilcobertura favorávelaposta política brasilum portalaposta política brasilnotícias controlado pela empresa. Em outro caso, Netanyahu teria tentado influenciar a coberturaaposta política brasilum jornal diárioaposta política brasilseu favor. O premiê também é acusadoaposta política brasilreceber presentes luxuososaposta política brasilum bilionário.

Netanyahu nega as acusações e diz ser vítimaaposta política brasiluma caça às bruxas promovida pela esquerda, pela mídia, juristas e acadêmicos para tirá-lo do governo. Uma decisão final sobre o indiciamento só será tomada após uma audiência, que será realizada depois das eleições.

O público israelense já sabia das acusações, noticiadas pela imprensa ao longo das investigações. Além disso, o premiê conta com uma baseaposta política brasilapoio poderosa. Mas resta saber se o escândalo irá influenciar os eleitores.

Crédito, THOMAS COEX/AFP/Getty Images

Legenda da foto, Nas pesquisasaposta política brasilintençãoaposta política brasilvoto, Netanyahu está praticamente empatado com Benny Gantz, um general da reserva

Coalizão

O cientista político Mark Tessler, professor da Universidadeaposta política brasilMichigan, nos Estados Unidos, observa que o surgimentoaposta política brasilpartidosaposta política brasilcentro que se destacamaposta política brasildeterminadas eleições não é novo no cenário político israelense.

"Esses partidosaposta política brasilcentro costumam vir e ir. Às vezes, quando se saem bem nas urnas, acabam se unindo ao governo", diz Tessler à BBC News Brasil.

Tessler ressalta ainda que o fatoaposta política brasilreceber mais votos não é garantiaaposta política brasilque o candidato consiga formar um governo. Para ser bem-sucedido, é necessário compor uma coalizão que garanta pelo menos 61 das 120 cadeiras do Knesset, o parlamentoaposta política brasilIsrael.

As pesquisas mais recentes apontam para cercaaposta política brasil30 cadeiras tanto para o Likud, partidoaposta política brasilNetanyahu, quanto para o Azul e Branco, o que significa que partidos menores terão grande influência ao decidir a quem se aliar.

"Nenhum deverá conquistar cadeiras suficientes no Parlamento para formar um governo. Eles terãoaposta política brasilformar uma coalizão", salienta Tessler.

Crédito, REUTERS/Carlos Barria

Legenda da foto, Trump conta com a vantagemaposta política brasilum alto índiceaposta política brasilaprovação entre os eleitores republicanos, que variaaposta política brasil80% a 90%

Estados Unidos

Nos Estados Unidos, com a aproximação das primárias para definir quem serão os candidatos na eleiçãoaposta política brasil2020, Trump conta com a vantagemaposta política brasilum alto índiceaposta política brasilaprovação entre os eleitores republicanos, que variaaposta política brasil80% a 90%. Ao contrárioaposta política brasil2016, quando enfrentou resistênciaaposta política brasiloutros republicanos, ele agora tem poder consolidado sobre seu partido.

"Trump não deve enfrentar nenhum adversário com chancesaposta política brasilvencer a disputa pela candidatura republicana", diz à BBC News Brasil o analista Aaron Kall, diretoraposta política brasildebates da Universidadeaposta política brasilMichigan.

"Além disso, ele tem uma capacidade formidávelaposta política brasilcaptar recursos para financiar a campanha e já arrecadou maisaposta política brasilUS$ 100 milhões", ressalta.

Enquanto isso, ainda não há um favorito do lado democrata. Quase 20 nomes já anunciaram candidatura oficialmente, e vários outros podem decidir entrar na disputa. "Será uma batalha interna difícil", prevê Kall.

Os democratas enfrentam o que muitos analistas caracterizam como uma criseaposta política brasilidentidade. Enquanto uma ala busca levar o partido mais para a esquerda, outros dizem que é necessário um candidato moderado para reconquistar eleitores decepcionados que abandonaram a legendaaposta política brasil2016 para votaraposta política brasilTrump.

Crédito, REUTERS/Kevin Lamarque

Legenda da foto, Para analista, Trump não deve enfrentar adversários com chancesaposta política brasilvencer disputa entre republicanos

Kall lembra ainda que, historicamente, presidentes que buscam reeleição para um segundo mandato costumam se sair bem. Mas salienta que ainda é cedo para fazer previsões. Entre as variáveis, Kall cita uma possível desaceleração econômica e a provável divulgação da versão mais completa do relatório da investigação do promotor especial Robert Mueller sobre interferência russa na eleiçãoaposta política brasil2016.

Em um resumoaposta política brasilquatro páginas apresentado ao Congresso, o secretárioaposta política brasilJustiça disse que a investigação concluiu que não houve conluio com a campanhaaposta política brasilTrump e que as evidências não foram suficientes para uma acusaçãoaposta política brasilobstruçãoaposta política brasiljustiça por parteaposta política brasilTrump. Mas os parlamentares e o público ainda não viram a versão completa,aposta política brasilquase 400 páginas.

Kall lembra ainda que,aposta política brasildois anosaposta política brasilgoverno, o presidente não conseguiu ampliaraposta política brasilbaseaposta política brasilapoio, e mantém seu índiceaposta política brasilaprovaçãoaposta política brasiltornoaposta política brasil40% a 45%. Mas como a eleição americana é decidida por um colégio eleitoral, é possível conquistar a presidência mesmo sem vencer o voto popular. Em 2016, Trump saiu vitorioso apesaraposta política brasilter recebido quase 3 milhõesaposta política brasilvotos a menos do que a candidata democrata, Hillary Clinton.

Crédito, MENAHEM KAHANA/AFP/Getty Images

Legenda da foto, EUA e Israel foram os primeiros destinos interacionaisaposta política brasilBolsonaroaposta política brasilbuscaaposta política brasilaproximação com líderesaposta política brasildireita

Simbolismo

Estados Unidos e Israel estiveram entre os primeiros destinos internacionais (junto com Chile e Davos, na Suíça) do governoaposta política brasilBolsonaro, que busca uma aproximação com os dois líderesaposta política brasildireita. Ambas as viagens tiveram simbolismo não apenasaposta política brasiltermosaposta política brasilpolítica externa, mas também para o público doméstico.

Para Stuenkel, da FGV, uma possível derrotaaposta política brasilNetanyahu ouaposta política brasilTrump poderia criar o riscoaposta política brasilque os novos governos nesses países adotassem uma postura diferenteaposta política brasilrelação ao Brasil.

O cientista político avalia que as viagens fizeram parte da construçãoaposta política brasiluma narrativa sobre o novo governo. "O fatoaposta política brasilviajar para os Estados Unidos faz parteaposta política brasiluma comunicação para dentroaposta política brasilque as políticas do governo se orientarão no exemplo americano", observa Stuenkel.

"No caso israelense, tem a funçãoaposta política brasilagradar a uma parcela muito específica do eleitorado, que é a parcela evangélica. Mas também é uma tentativaaposta política brasilse aproximar ainda mais do governo Trump por meio dessa visita."

Stuenkel diz que, caso um desses líderes deixe o poder, isso poderia dificultar a construção dessa narrativa. "Netanyahu pode deixaraposta política brasilser primeiro-ministro. Ou, mesmo se ganhar, pode chegar a ser processado. Então isso pode ser um obstáculo para a estratégia brasileira", afirma.

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