Papa Francisco: Por que o líder católico está preocupado com o futuro dos robôs:bonus para apostar

Crédito, Academia Pontifícia da Vida

Legenda da foto, Papa Francisco na abertura do encontro da Academia Pontifícia da Vida, que discutiu questões éticas e moraisbonus para apostartorno da tecnologia
Legenda da foto, Professor Ishiguro criou um robô igual a ele mesmo e acha que, no futuro, conseguiremos transpor nossa alma a corpos inorgânicos

Na abertura da reunião, o papa Francisco apresentou uma carta "à comunidade humana", na qual menciona o paradoxo do "progresso" e adverte contra o desenvolvimentobonus para apostartécnicas sem antes pensar nos impactos negativos que elas podem ter na sociedade.

Ele também enfatiza a necessidadebonus para apostarse estudar novas tecnologias, sejam elasbonus para apostarcomunicação, biológicas, robóticas ou nanotecnologias.

"Antesbonus para apostartudo é preciso compreender as transformações que se anunciam nestas novas fronteiras, para identificar como orientá-las ao serviço da pessoa humana, respeitando e promovendo abonus para apostarintrínseca dignidade. Uma tarefa muito exigente, dada a complexidade e a incerteza sobre os desenvolvimentos possíveis", diz a cartabonus para apostarFrancisco.

Robôs humanos

Em contraste com essa carta, um dos principais palestrantes do workshop, o professor japonês Hiroshi Ishiguro, que lançou a hipótesebonus para apostarque daqui a 10 mil anos não seremos mais reconhecidos como humanosbonus para apostarcarne e osso.

Famoso por ter criado robôs bastante parecidos a humanosbonus para apostarseu laboratório da Universidadebonus para apostarOsaka - incluindo um robô igual a ele mesmo -, Ishiguro falou a respeito do que considera uma necessidadebonus para apostarevoluirmos para alémbonus para apostarnossos corpos materiais, para algo mais duradouro. Isso abriria a possibilidadebonus para apostararmazenarmos nossa almabonus para apostaruma outra carcaça,bonus para apostarnossa escolha.

"Nosso objetivo máximobonus para apostarevolução humana é a imortalidade, substituindo nossa carne e ossos por material inorgânico", argumentou.

"A questão é (adaptar nosso corpo) para caso algo aconteça no planeta, ou com o Sol,bonus para apostarmodo a não conseguirmos viver no planeta e tenhamos que viver no espaço. Nesse caso, o que é melhor: materiais orgânicos ou inorgânicos?"

Crédito, Giordano Giuseppe

Legenda da foto, Apresentaçãobonus para apostarIshiguro levantou discussões sobre a alma humana

Para o arcebispo Vicenzo Paglia, presidente da Academia Pontifícia da Vida, a resposta é clara.

"Esse sonho é um sonho terrível", afirmou ele, opinando ser "impossível" separar o corpo da alma.

"A carne é o corpo com alma, e a alma é o espírito com carne", declarou Paglia. "O corpo é muito importante para seres humanos. Através do corpo nós amamos, abraçamos e nos comunicamos uns com os outros. De um lado, estamos cientes desse progresso incrível, masbonus para apostaroutro sentimos que esse avanço pode causar riscos ao mundo. O risco é esquecermos que somos criaturas, e não criadores."

Legenda da foto, Arcebispo Vincenzo Paglia comandou a conferência da Academia Pontifícia da Vida, criada há 25 anos para discutir impactos do avanço científico

Direitos dos robôs

Criar robôs capazesbonus para apostarrealizar tarefas humanas - até mesmo tarefas que exigem contato íntimo, como cuidarbonus para apostaridosos ou manter um relacionamento - é parte fundamental das pesquisasbonus para apostarIshiguro.

"Temos um problema sério: a população japonesa vai cair pela metade daqui a 50 anos", previu ele. Nesse contexto,bonus para apostarvezbonus para apostarcontar com a mãobonus para apostarobra imigrante ou com um "baby boom" para conter o declínio populacional, ele sugere que usemos robôs.

"Não temos migração anual suficiente, e o Japão é um país isolado, é uma ilha. E nossa cultura é muito diferentebonus para apostaroutros países. Não é fácil,bonus para apostaralguns sentidos, para estrangeiros sobreviverem no Japão. Essa é a principal razão pela qual estamos enlouquecidos atrás da criaçãobonus para apostarrobôs."

Uma das possibilidades vislumbradas é abonus para apostarconseguirmos fazer o uploadbonus para apostaruma mente semelhante à humana ao corpobonus para apostarum robô, dando a ele as característicasbonus para apostarpersonalidadebonus para apostarnossa escolha. Algo que também levanta questionamentos.

O Grupo Europeubonus para apostarÉtica na Ciência e nas Novas Tecnologias (EGE, na siglabonus para apostaringlês) lançou no ano passado um relatório enfatizando "as urgentes e complexas questões morais" levantadas pelo avanço da Inteligência Artificial na robótica.

O grupo defendeu a necessidadebonus para apostarum modelo coletivo e colaborativobonus para apostartrabalho,bonus para apostarmodo a definir um conjuntobonus para apostarvaloresbonus para apostartorno do qual a sociedade se organizaria, e o papel das novas tecnologias nisso.

Crédito, Academia Pontifícia da Vida

Legenda da foto, Reunião da Academia Pontifícia da Vida reuniu desenvolvedoresbonus para apostarrobótica, teólogos e filósofosbonus para apostarquestões morais

"Um pedido da Comissão Europeia (braço executivo da União Europeia) erabonus para apostartermos reflexões éticas sobre o futurobonus para apostarnossas sociedades e do trabalho,bonus para apostaruma épocabonus para apostarrobôs e inteligência artificial", disse Christiane Woopen, líder do EGE e professorabonus para apostarÉtica e Teoria da Medicina na Universidadebonus para apostarColônia (Alemanha), que também esteve presente no evento do Vaticano.

O foco do grupo é estudar como direitos humanos se relacionam com robôs.

"Não compartilhamos da opiniãobonus para apostarque robôs tenhambonus para apostarter direitos", disse Woopen. "Direitos pertencem a pessoas e dizem respeito a questões fundamentais, como dignidade humana e autonomia. Esses direitos se referem a pessoas, seres humanos, e à Carta fundamentalbonus para apostardireitos da UE."

Mas Ishiguro acredita que, quanto mais perto estivermosbonus para apostarter robôsbonus para apostarnossas casas ebonus para apostarnossos círculosbonus para apostaramizade, mais teremos a inclinação naturalbonus para apostarquerer dar direitos a eles.

"Quando o robô se tornar um parceiro, uma companhia ou um amigo para nós, vamos querer protegê-lo", argumentou. "Assim como damos algum tipobonus para apostardireito aos animais, acho que vamos dar algum tipobonus para apostardireito aos robôs também."

Crédito, Academia Pontifícia da Vida

Legenda da foto, Arcebispo Paglia (diante do papa Francisco) declarou ser "impossível" separar o corpo da alma

Para Woopen, a ausênciabonus para apostaruma distinção clara entre robôs e humanos e o nosso relacionamento com eles levantarão fortes questionamentos éticos.

"Se você imagina que, algum dia, haverá um robô que se comporta igualzinho a um ser humano, se move como ser humano e tem expressões faciaisbonus para apostarum ser humano, como você vai decidir se essa entidade tem ou não uma alma?", questionou.

"Nós os usamos para nossos propósitos, porque somos nós os seres que definimos os objetivos deles, escolhemos os meios e somos capazesbonus para apostarfazer o bem ou o mal, mas nós somos seres humanos livres. E acho que não devemos conceder essa liberdade a artefatos tecnológicos."

Parceria ética

O Vaticano recentemente estabeleceu uma parceria com a Microsoft para oferecer um prêmio internacionalbonus para apostarética e inteligência artificial, depoisbonus para apostaruma reunião privada entre o papa Francisco e o presidente da multinacional, Brad Smith.

O prêmio será entregue à melhor tesebonus para apostardoutoradobonus para apostar2019 com o tema "inteligência artificial a serviço da vida humana".

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Pope Francis com Brad Smith, presidente da Microsoft; iniciativa conjunta vai premiar doutorado que analisar uso da inteligência artificial para bem humano

No ano que vem, a programação do encontro da Academia Pontifícia da Vida vai se centrar na inteligência artificial.

"Nós já enfatizamos a importância da pesquisa técnica, que é um grande presente que Deus nos deu", afirmou o arcebispo Paglia. "Mas, à medida que ficamos parecidos a computadores, imediatamente vemos conflitos, perigos, desigualdades e às vezes uma terrível escravidão sobre o outro."

A acadêmica Woopen destacou a necessidadebonus para apostargovernos lidarem com essas questões éticas emergentes.

"Temosbonus para apostaragir mais rápido na Europa", afirmou. "Mas acho que os governos já aprenderam que esses são aspectos cruciais a serem regulados e enfrentados, porque, caso contrário, eles moldarão nossa sociedade sem levarbonus para apostarconta esses governos."

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