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O drama das mulheresmobile 1xbetMianmar vendidas na China e estupradas até engravidarem:mobile 1xbet
Sua história é apenas um exemplo destes crimes praticados contra mulheres na fronteira entre a China e Mianmar, revelados pela organizaçãomobile 1xbetdefesamobile 1xbetdireitos humanos Human Rights Watch (HRW) nesta semana.
A redemobile 1xbettráfico se aproveita da precariedade e da pobrezamobile 1xbetque vivem as vítimas no nortemobile 1xbetMianmar e, no lado chinês, do desequilíbrio no númeromobile 1xbethomens e mulheres gerado pela política do filho único, encerrada apenas recentemente pelo governo da China, segundo a HRW.
O governomobile 1xbetMianmar compartilhou informações com a organização sobre o tema e realizou diversas reuniões. O Executivo chinês, que já criticoumobile 1xbetvárias ocasiões o trabalho desta emobile 1xbetoutras ONGs da área por considerá-las tendenciosas, não respondeu aos questionamentos feitos pela HRW.
Mulheres são enganadas por parentes ou conhecidos
No relatório "Nos Dê Um Filho e Te Deixamos Ir", a organização descreve uma obscura redemobile 1xbettráficomobile 1xbetmulheres e meninas para a China, a partir dos Estadosmobile 1xbetKachin e Shan, no nortemobile 1xbetMianmar, que foram muito afetados pelo conflito armado entre o governo e guerrilhasmobile 1xbetminorias étnicas.
Na China, as vítimas birmanesas são vendidas e submetidas a violência física e psicológica. São encarceradas e estupradas "até que fiquem grávidas". Aquelas que conseguem escapar precisam deixar seus filhos com as famílias chinesas.
Heather Barr, autora principal do relatório, passou três anos investigando o assunto. Ela diz que casamentos forçados ocorremmobile 1xbetmuitos países do mundo. Isso a levou a pensar que estes casos seriam mais um exemplo, mas enganou-se.
"É algo muito mais sinistro. A família não busca realmente por uma noiva, mas por um bebê. Isso me impressionou muito", afirma Barr.
As histórias que ela emobile 1xbetequipe destacam evidenciam uma situaçãomobile 1xbetextrema vulnerabilidade das mulheres traficadas, que fogem da violência e se veem forçadas a vivermobile 1xbetcamposmobile 1xbetrefugiados.
Desde 2011, quando recomeçou o confronto entre forças do governo e guerrilhas, após 17 anosmobile 1xbetcessar-fogo, a Organização das Nações Unidas (ONU) calcula que dezenasmobile 1xbetmilharesmobile 1xbetpessoas tiverammobile 1xbetdeixar seus lares.
Nesta situação, meninas e mulheres do nortemobile 1xbetMianmar aceitam falsas propostasmobile 1xbetemprego na China. Muitas vezes, são enganadas por amigos ou conhecidos e abandonadas à própria sorte pelas autoridades dos dois países, denuncia a HRW.
A equipe que investigou o tráficomobile 1xbetpessoas na fronteira reconhece, no entanto, que há casosmobile 1xbetsucesso no combate a estes crimes tanto por parte da polícia chinesa quanto da polícia birmanesa.
Promessamobile 1xbettrabalho vira cárcere privado
Seng Moon fugiu do conflito armadomobile 1xbet2011. Sua família enfrentava dificuldades para sobrevivermobile 1xbetcamposmobile 1xbetrefugiados, emobile 1xbetcunhada recomendou um trabalho na província chinesamobile 1xbetYunnan.
Ao 16 anos, ela não queria ir, masmobile 1xbetfamília pensou ser uma boa oportunidade, porque o salário prometido era muito maior do que conseguiria ganharmobile 1xbetMianmar.
Na viagemmobile 1xbetcarro,mobile 1xbetcunhada lhe deu "algo para enjoo", e ela adormeceu. "Quando acordei, estava com as mãos atadas atrás das cosas. Gritei e pedi ajuda", recorda-se a adolescentemobile 1xbetum depoimento à HRW.
À esta altura, ela já estava na China, abandonada pela cunhada com uma família. Meses depois,mobile 1xbetparente voltou e fez um alerta enquanto a levava para outra casa: "Agora, você temmobile 1xbetse casar com um chinês".
"A família me levou para um quarto e me amarroumobile 1xbetnovo. Fiquei presa ali por um ou dois meses. Um homem chinês entrava e, a cada vez que entrava, me estuprava. Quando me tiraram do quarto, o pai daquele homem me disse: 'Este é seu marido, vocês estão casados. Sejam bons um com o outro e construam uma família feliz."
A HRW entrevistou 37 mulheres que escaparammobile 1xbetsituações assim. Doze delas tinham menosmobile 1xbet18 anos quando foram sequestradas. A mais velha tinha 46. Foram vendidas por US$ 3 mil (R$ 11,7 mil) a US$ 13 mil (R$ 50,5 mil), valores que acabaram nas mãosmobile 1xbettraficantesmobile 1xbetambos os países. "Só quatro foram traficadas por alguém que não conheciam", destaca Barr, da HRW.
Pobrezamobile 1xbetcamposmobile 1xbetrefugiados está na origem do problema
Como é possível que alguém venda uma pessoamobile 1xbetsua família? A pesquisadora diz que uma possível explicação é a difícil situação nos campos birmanesesmobile 1xbetrefugiados.
"Imagine que você vivemobile 1xbetum destes campos, longemobile 1xbetcasa, provavelmente desde 2011, quando o conflito começou. Então, você está há oito anosmobile 1xbetum campo abarrotado,mobile 1xbetmás condições, sem encontrar trabalhomobile 1xbetalgum lugar próximo", diz Barr.
Ali, a ajuda é escassa: a cada um mês e meio, cada família recebe duas xícarasmobile 1xbetarroz por pessoa por dia e US$ 5 (R$ 19,4) para as outras necessidades.
"Então, surge a chancemobile 1xbetganhar US$ 10 mil (R$ 38,9 mil) muito rapidamente ao vender um membro da família, e você sabe que provavelmente não será preso, porque a polícia não se interessa muito por estes casos. Claro que esperamos que ninguém seja capazmobile 1xbetfazer algo assim, mas, obviamente, algumas pessoas são", afirma a pesquisadora.
Ela diz que não foi possível obter na China muitas informações sobre as famílias que compram estas "noivas", mas as descreve como pessoas que vivemmobile 1xbetzonas rurais e trabalham no campo ou na construção civil e não têm muito dinheiro ou não são "atraentes o suficiente para outras famílias ou mulheres chinesas mais exigentes na horamobile 1xbetescolher um marido".
Barr diz que o desequilíbrio populacional na China, onde o númeromobile 1xbethomens superamobile 1xbetmuito omobile 1xbetmulheres, é fruto da políticamobile 1xbetfilho único e a decorrente preferência dos casais por ter meninos.
Pequim sempre defendeu a medida, implementada entre 1979 e 2016, ajudou a evitar a superpopulação no país e a tirar da pobreza centenasmobile 1xbetmilharesmobile 1xbetpessoas.
Vítimas enfrentam estigma ao voltar para casa
O relatório informa que as autoridadesmobile 1xbetMianmar registraram 226 casosmobile 1xbetmulheres traficadas para a Chinamobile 1xbet2017 e destaca que entre 100 e 200 recebem assistência a cada ano emmobile 1xbetvolta ao país. Em 2018, foram 130 casosmobile 1xbettráfico, 96 delesmobile 1xbetmulheres, entre janeiro e julho. No entanto, a HRW avalia que o númeromobile 1xbetvítimas pode ser "muito maior" e estar crescendo.
Um estudo feito na Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, estimou que cercamobile 1xbet7,5 mil mulheres e meninas dos Estadosmobile 1xbetKachin e Shan foram alvomobile 1xbetcasamentos forçados na China entre 2013 e 2017 - 5 mil foram obrigadas a ter filhos.
A pesquisa publicada no fim do ano passado foi uma das primeiras a lançar luz sobre esta situação e já alertava sobre a "necessidade urgente"mobile 1xbetcombater o problema e apoiar as vítimas.
Em Mianmar, elas não só carecemmobile 1xbetajuda institucional, mas também sofrem com estigma social, como explica uma das vítimas no relatório da HRW.
"[Ao voltar], meu marido me perguntou: 'Quanto dinheiro você tem?'. Disse para ele não me perguntar aquilo, mas sobre o que passei na China. Ele fez isso, e contei tudo. Comecei a chorar, e meu marido me falou: 'Não conte isso a ninguém, porque as pessoas te olharão com desprezo por ter sido traficada'. Até hoje, nunca falei para ninguém."
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