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Por que o uso da palmatória ainda é legalbet pix 364escolas públicasbet pix 36419 Estados americanos:bet pix 364
Muitos americanos se surpreendem ao descobrirem que estudantesbet pix 364várias partes do país ainda são submetidos à palmatória e outros tiposbet pix 364castigos físicos. Afinal, esse tipobet pix 364punição já foi banido há décadas na maioria dos países e, mesmo nos Estados Unidos, é proibidobet pix 364quase todas instituições públicas, como centrosbet pix 364treinamento militar, prisões e até mesmo como sentença para criminosos.
Mas a prática é permitida por leibet pix 364escolas públicasbet pix 36419 dos 50 Estados americanos, compreendendo alunos desde a pré-escola até o 12º ano (equivalente ao último ano do ensino médio no Brasil). Nas escolas particulares, o alcance é ainda maior, com permissãobet pix 36448 Estados - somente Nova Jersey e Iowa proíbem.
Cada Estado dos EUA tem suas próprias regras
O tipo mais comumbet pix 364castigo é a aplicaçãobet pix 364golpesbet pix 364palmatória nas nádegas, mas há também relatosbet pix 364espancamento com outros objetos, como cintos ou réguas. Cada Estado tem suas próprias regras, que incluem detalhes como o tipobet pix 364palmatória usada, o número máximobet pix 364golpes e o graubet pix 364força permitidos.
A palmatória é feitabet pix 364madeira e tem tamanho variado, geralmentebet pix 364tornobet pix 36440 cmbet pix 364comprimento ebet pix 3645 cm a 10 cmbet pix 364largura. Algumas têm buracos para aumentar a velocidade do golpe e a dor. Os golpes são aplicados por um professor, diretor ou outro funcionário autorizado. Certas escolas exigem a presençabet pix 364uma testemunha adulta.
Apesarbet pix 364o departamento federalbet pix 364Educação recomendar que o castigo seja proporcional ao comportamento, não há controle sobrebet pix 364aplicação. Desde casos mais sérios, como brigas, até pequenas infrações, como mascar chiclete, conversarbet pix 364aula, ir ao banheiro sem permissão ou chegar atrasado, podem levar a essa punição.
Muitas vezes os estudantes podem escolher entre a palmatória ou outro tipobet pix 364punição, como suspensão ou notas mais baixas. Dependendo do distrito escolar, os pais podem se recusar a permitir que seus filhos recebam castigos físicos.
Em alguns casos, como na escolabet pix 364Jalijah, os pais precisam preencher um formulário indicando se permitem ou não. Em outros, os castigos são norma, e os pais que se opuserem precisam tomar a iniciativabet pix 364enviar uma carta à escola. Há ainda distritosbet pix 364que, caso o estudante cometa uma infração, os pais são consultados antes que o castigo seja administrado.
Mas, assim como ocorreu com Smith, não é incomum que a vontade dos pais seja ignorada. Nesses casos, como a lei garante proteção à escola e aos funcionários envolvidos, os pais têm poucos recursos para contestar, mesmo quando o aluno sofre ferimentos.
Quase 110 mil alunos punidos
É difícil encontrar números precisos, já que muitos incidentes não são relatados, mas segundo o Departamentobet pix 364Educação dos Estados Unidos, quase 110 mil alunosbet pix 364escolas públicas receberam castigos físicos no ano letivobet pix 3642013-2014. O número é bem menor do que os maisbet pix 364342 mil registradosbet pix 3642000-2001, e vem caindo gradualmente.
Mesmo nos Estadosbet pix 364que é permitida por lei, a prática já deixoubet pix 364ser usada por vários distritos escolares. Um exemplo é a Carolina do Norte, onde já foi banidabet pix 364todos os 115 distritos, apesarbet pix 364ainda ser oficialmente legal. Neste mês, foi apresentado um projeto para modificar a lei, o que consolidaria a proibição e tornaria o Estado o 32º a abolir esta formabet pix 364punição.
Mas, nos locaisbet pix 364que o usobet pix 364punição corporal nas escolas persiste, especialmente no sul do país ebet pix 364comunidades rurais, tentativasbet pix 364alterar as leis costumam ser recebidas com resistência.
"É tradicional há muitos anos nessas comunidades, é difícil para os moradores abandonarem as tradições", diz à BBC News Brasil o deputado estadual republicano Steve Riley,bet pix 364Kentucky, autorbet pix 364uma proposta para proibir castigos físicos nas escolas públicas do Estado.
Riley destaca que somente 17 dos 173 distritos escolaresbet pix 364Kentucky, predominantementebet pix 364zonas rurais, ainda permitem a prática. Mesmo assim,bet pix 364proposta acabou nem indo à votação. Dois projetos semelhantes já haviam sido apresentadosbet pix 3642018 e 2017, também sem sucesso.
"A maior parte da resistência vem daqueles que acreditam que isso deve ser uma decisão local, sem interferência do governo estadual", afirma Riley, que atuou por maisbet pix 36430 anos como professor e diretorbet pix 364escola e pretende reapresentar a proposta no próximo ano.
"Castigo físico não muda comportamento, é simplesmente punição. Não acho que seja eficaz. Adultos não deveriam espancar estudantes na escola. Não é bom para ninguém", afirma.
Castigos físicos já foram amplamente aceitos nos EUA
Durante séculos, o usobet pix 364castigos físicos para disciplinar estudantes foi amplamente aceito nos Estados Unidos. Em 1867, New Jersey foi o primeiro Estado a proibir a práticabet pix 364escolas públicas. Mas somentebet pix 3641971, maisbet pix 364cem anos depois, um segundo Estado, Massachusetts, seguiu o exemplo.
Em 1977, a discussão chegou à Suprema Corte, a mais alta instância da Justiça americana, que decidiu que o usobet pix 364castigos físicos nas escolas era constitucional. Nas décadas seguintes, muitos Estados baniram a práticabet pix 364suas instituiçõesbet pix 364ensino públicas.
Hoje, o usobet pix 364castigos físicosbet pix 364escolas públicas é considerado ilegalbet pix 36431 Estados e no Distritobet pix 364Columbia, onde fica a capital americana, Washington. Mas, desde 2011, quando o Novo México adotou a proibição, nenhum outro Estado conseguiu mudarbet pix 364lei. Várias tentativas recentesbet pix 364aprovar uma proibiçãobet pix 364nível federal também não foram adiante.
Com isso, os Estados Unidos estão atrás da maioria dos países desenvolvidos. Segundo a organização Global Initiative to End All Corporal Punishment of Children (Iniciativa Global para Acabar com Toda Punição Corporalbet pix 364Crianças,bet pix 364tradução livre), 131 países proíbem completamente o usobet pix 364castigo físico nas escolas.
Em outros 68, a proibiçãobet pix 364escolas não existe ou não é total, como no caso americano. Em 54 países, entre eles o Brasil, a proibição se aplica a qualquer local, inclusivebet pix 364casa.
"O conceitobet pix 364disciplina física está profundamente arraigado na nossa cultura e História", diz à BBC News Brasil o especialista prevençãobet pix 364abusosbet pix 364crianças Victor Vieth, fundador do National Child Protection Training Center (Centro Nacionalbet pix 364Treinamento para Proteçãobet pix 364Crianças,bet pix 364tradução livre) e diretorbet pix 364Educação e Pesquisa do Zero Abuse Project (Projeto Abuso Zero,bet pix 364tradução livre).
"Também acho que a religião tem um papel importante. Os Estadosbet pix 364que castigo físicobet pix 364escolas ainda é legal tendem a ser mais religiosos e mais conservadores", observa.
Especialistas dizem que castigo físico pode piorar comportamento do aluno
Muitos especialistas afirmam que a aplicaçãobet pix 364castigos físicos nas escolas não ajuda a melhorar comportamento ou desempenho acadêmico e costuma ter impacto negativobet pix 364ambas as áreas, alémbet pix 364reduzir a confiança entre professores e alunos e poder causar ferimentos. Nos Estados Unidos, várias organizações religiosas,bet pix 364saúde e educação se opõem à prática.
A Associação Americanabet pix 364Psicologia diz que castigos corporais podem levar a comportamento antissocial, agressividade e problemasbet pix 364saúde mental nas crianças. A Academia Americanabet pix 364Pediatria diz que a prática é ineficaz e prejudicial e pode gerar um círculo viciosobet pix 364comportamento cada vez pior e punições cada vez mais severas.
A Associação Médica Americana, maior associaçãobet pix 364médicos do país, a United Methodist Church (Igreja Metodista Unida, terceira maior denominação cristã do país, e a Associação Nacionalbet pix 364Diretoresbet pix 364Escolas Secundárias também estão entre as organizações oficialmente contrárias à prática.
Críticos afirmam ainda que castigos físicos violam os direitos humanos das crianças. Além disso, vários estudos indicam que, nas escolas americanas, afetam desproporcionalmente estudantes negros e portadoresbet pix 364alguma deficiência, dificuldadebet pix 364aprendizado, autismo oubet pix 364cadeirabet pix 364rodas.
Apesar das críticas, há pais e professores que ainda consideram os castigos físicos uma boa maneirabet pix 364disciplinar os estudantes, acreditam que não faz malbet pix 364moderação e consideram preferível a outras alternativas, como suspensão.
Mas a prática vem perdendo espaço. Em 2016, um estudo do professorbet pix 364economia Dick Startz, da Universidade da Califórniabet pix 364Santa Bárbara, revelou que apenas sete Estados (Mississippi, Texas, Alabama, Arkansas, Georgia, Tennessee e Oklahoma) respondem por 80% dos casosbet pix 364punição corporalbet pix 364escolas públicas americanas.
"A maioria dos pais e mães mais jovens se opõe ao usobet pix 364castigos físicos", diz Vieth. "Acredito que a maioria dos americanos são contra castigos físicos na escola, mesmo que apoiem dentrobet pix 364casa. A prática estábet pix 364declínio."
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