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Rússia x Ucrânia: o xadrez político por trás da escaladacontinental bettensão entre os países:continental bet
A situação começou a mudar depois da construção da ponte no estreitocontinental betKerch, criando uma ligação terrestre entre a Crimeia e a Rússia continental. O governo da Ucrânia considera a obra ilegal e recebeu o apoiocontinental betgrande parte da comunidade internacional.
Além da questão diplomática, uma questão prática deixou os ucranianos preocupados.
Com um vão centralcontinental bet35 metroscontinental betaltura, a nova ponte limitava a passagemcontinental betparte das embarcações com destino ao portocontinental betMariupol,continental betonde é escoada boa parte da produção metalúrgica ucraniana. Além disso, os russos passaram a exigir que todos os navios que passassem pela área pedissem autorização prévia e se submetessem a uma inspeção.
Segundo relatoscontinental betautoridades ucranianas, algumas destas varreduras chegavam reter os navios por dias. Os russos se defendem dizendo que é apenas uma medidacontinental betsegurança, para evitar ataques contra a ponte.
No incidente do domingo, os dois lados insistem ter razão. Os ucranianos dizem que cumpriram as exigências das autoridades russas, avisando com antecedência sobre a passagem dos navios por Kerch. A Rússia diz que nunca recebeu qualquer aviso e que a área estava temporariamente fechada para navegação.
A resposta ucraniana foi imediata e surpreendeu pela força. O presidente Petro Poroshenko decretou a lei marcial no país, uma medida que não foi adotada nem durante os piores dias do conflitocontinental betDonetsk ou depois da anexação da Crimeia. O governo diz que a situação é crítica – e que age para defender os interesses do povo ucraniano.
Em vigor a partir desta terça-feira, a lei marcial permite que o governo convoque civis para o serviço militar, que institua toquecontinental betrecolher, restrinja a livre movimentaçãocontinental betpessoas e conduza inspeções e checagemcontinental betdocumentos. Ou seja,continental betcaso eventualcontinental betagressão russa, a Ucrânia,continental bettese, conseguiria se mobilizar mais rapidamente para reagir.
À priori, a lei vale pelos próximos 30 diascontinental bet10 regiões específicas do país, a maioria na fronteira com a Rússia.
Cálculo eleitoral
Mas a situação sugere que um cálculo eleitoral também estaria envolvido. Fatos ligados à soberania e segurança nacional sempre produzem resultados nas urnas, segundo especialistas.
Em março do ano que vem Poroshenko disputa a reeleição e, até o momento, está apenascontinental betterceiro lugar nas pesquisas, lideradas pela ex-premiê Yulia Timoshenko. Poroshenko foi eleitocontinental bet2014 prometendo pacificar o país depois da "EuroMaidan", uma ondacontinental betprotestoscontinental betrua pró-União Européia e contra o governo.
Poroshenko prometeu reduzir a influência russa no país, modernizar o governo e atacar a corrupção. Das promessas, pouco saiu do papel. A economia ainda se recupera a passos lentos depoiscontinental betmuitos anoscontinental betrecessão, o leste vive uma guerra sem qualquer perspectivacontinental betterminar e a corrupção na sociedade segue mais viva do que nunca. Não écontinental betse espantar que esteja tão mal nas pesquisas.
O presidente ucraniano tenta, assim, jogar a crise a seu favor.
Para o cientista político Ian Bremmer, presidente da consultoria Eurasia Group, chama a atenção o fatocontinental betPoroshenko não ter usado a lei marcialcontinental betnenhum momentocontinental betsua Presidência. Mas, agora, a alguns meses da eleição, a conversa parece ser outra.
Em artigo recente publicado pela agênciacontinental betnotícias Bloomberg, o jornalista russo Leonid Bershidsky reforça essa ideia, lembrando que o lema da campanha à reeleição é "Exercito, Língua, Fé", um tom nacionalista, que potencialmente tem muito a ganhar com a crise.
Alguns acreditam que a situação possa caminhar para um conflito armado, ainda mais com o fatocontinental beto presidente Poroshenko ter deixado a possibilidadecontinental betaberto no decreto publicado nesta segunda-feira.
Leonid Bershidsky afirma que nenhum dos dois lados está interessadocontinental betabrir uma nova frentecontinental betbatalha. Já o cientista político e professorcontinental betrelações internacionais da Uerj (Universidade do Estado do Riocontinental betJaneiro) Maurício Santoro acredita que o momento pode, sim, levar a mais violência, ainda mais com uma liderançacontinental betbuscacontinental betlegitimidade dentro do país.
"Sempre existe a possibilidade do conflito se tornar mais violento diante das sucessivas crises dos governos russo e ucraniano, e a possibilidadecontinental betque eles tentem usar essa cartada do conflito internacional para ganhar popularidade internamente. Esse é o principal risco que a gente tem visto no confronto entre os dois países."
Bershidsky também considera que o presidente russo, Vladimir Putin, deve tentar usar o caso a seu favor. Ele não enfrenta os melhores diascontinental betseu governo, com índicescontinental betpopularidadecontinental betqueda por causa do plano da reforma da previdência, que vai elevar a idade mínima para a aposentadoria. Os russos também contam com uma certa resistência da comunidade internacionalcontinental betcondenar o país.
Como os EUA e a Europa reagirão?
Até agora não foram feitas declarações fortes ou promessascontinental betnovas medidas, como sanções econômicas.
Em reuniãocontinental betemergência no Conselhocontinental betSegurança da ONU a embaixadora dos EUA, Nikki Haley, disse que a ação russa foi "ultrajante". O presidente Donald Trump afirmou apenas que a Casa Branca "não está feliz com a situação".
Mas para Mauricio Santoro, a reação americana deve mesmo ficar apenas nas palavras.
"Trump, desde a campanha presidencial (de 2016), tem sido critico das abordagens mais duras com relação à Rússia e basicamente apresentando a ideiacontinental betque as ações russas na europa oriental, inclusive na Ucrânia, não seriam uma razãocontinental betameaça à segurança americana. Isso vem com o esforçocontinental betTrump para que os europeus paguem mais a conta da Otan, entrem com um apoio maior na questão da segurança internacional", diz o professor.
"Por isso, não podemos imaginar por parte do Trump uma resposta mais incisiva sobre a crise russa. Essa resposta, se vier, virá da União Europeia, principalmente da Alemanha, que vai tentar uma mediação, um diálogo maior com o governo Putin", diz ele.
Até agora a Casa Branca não informou se Trump vai tratar da recente crise no Marcontinental betAzov na reunião bilateral que terá com Vladimir Putin na reuniãocontinental betlíderes do G-20, esta semana, na Argentina. A informação, até agora, é acontinental betque o encontro está mantido.
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