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Canadá, o país onde a maconha estáfalta após ser legalizada:
"Enquanto havia produto para encomendar, estávamos pegando grandes quantidades", afirma Burns. "Mas, óbvio, quando há faltaabastecimento, não importanta o quão grande éempresa, simplesmente não há nada que você possa fazer."
Na provínciaNewfoundland, Thomas Clarke foi um dos primeiros vendedores a distribuir a droga legalmente, a partir da meia-noite do dia 17outubro.
Ele vendeu tudo no primeiro dia e ficou sem estoque por ao menos uma semana.
Desde então, conseguiu abastecer parte das prateleiras, mas diz que não consegue encomendar exatamente o que precisa do fornecedor.
"São eles que dizem o quanto vão me mandar e quais produtos, então eu definitivamente não pego tudo o que quero", diz ele.
"Mas eu consegui o suficiente para não esgotar."
No Québec, as lojas da Société Québécoise du Cannabis atualmente só abremquinta a domingo devido à restriçãoestoque.
"Achamos que nossos fornecedores vão conseguir suprir a demanda na próxima primavera, mas, até lá, ainda podemos ter faltas", diz Linda Bouchard, porta-voz da loja.
A provínciaNew Brunswick teve 12 das 20 lojas brevemente fechadas por faltaabastecimento.
Em nota, a agência regional responsável pela vendacannabis disse que encomendou um grande estoque para abastecer as lojas, mas recebeu apenas 20% ou 30% do pedido.
"Vendedores ao redor do país estão passando por uma situação parecida."
Novo setor após um séculoproibição
A faltamaconha não é uma surpresa total.
Um relatório publicado no iníciooutubro pelo Instituto CD Howe, um think tankToronto, estimava que o estoque legal da droga iria dar contacerca30% a 60% da demanda total nos primeiros meseslegalização.
Mas especialistas do setor dizem que a escassez é pior do que se esperava.
"Todo muito sabia que iria faltar produto", diz Burns. "Mas não tão rápido e não tanto."
Patrick Wallace, dono da loja Waldo 420Alberta, diz que deve demorar cerca18 meses até que a produção dê conta da demanda.
A agência Health Canada, que autoriza as licenças para os produtores da planta cannabis, diz que trabalhou intensamente nos primeiros meses antes da legalização para aumentar o númerofornecedores legais. A agência pede paciência.
"É importante lembrar que a legalização no dia 17outubro veio após quase um séculocriminalização, e foi o lançamento e regulaçãoum novo setor inteiro no nosso país", disse a agência,nota.
"E como qualquer nova indústria onde há demanda considerável, esperamos que haja épocasque os estoquesalguns produtos fiquem baixos e,alguns casos, acabem."
Sobre preocupaçãoque a escassez empurre consumidoresvolta para o mercado negro, o governo federal diz que acabar com os fornecedores ilegais vai levar um tempo – assim como foi nos Estados americanos que legalizaram o produto.
Também há relatosfaltamaconha medicinal, que é legal no Canadá desde 2001.
A Health Canada diz que trabalha com grupospacientes e com a indústria da maconha para entender quais produtos ou variedades estão faltando mais.
E acrescentou que espera que "vendedores autorizados tomem medidas razoáveis para garantir que pacientes registrados continuem a ter acesso aos produtos que precisam para fins médicos".
O Instituto Angus Reid, fundação para pesquisas sem fins lucrativos, publicou uma pesquisa indicando que umcada oito canadenses usaram maconha desde a legalização.
A Health Canada diz que produtores distribuíram mais14,6 mil kgcannabis seca e 370 litrosóleo da planta até o momento e informaram um estoquemais90 mil kgproduto seco e 41 mil litrosóleo.
Vic Neufeld, presidente da Aphria, uma das maiores produtoras legais do Canadá, disse à BBC que eles tiveram um gargalo na cadeiadistribuição.
"É como uma avenidacinco faixas convergindo para uma ruauma faixa só", ele ilustra.
A demora para conseguir os selosimposto e outras questões causadas por mudançasúltima hora nas exigênciasrotulação também contribuíram para reduzir a velocidadedistribuição, além da demanda maior do que o esperado, diz o empresário.
Neufeld espera, contudo, que os problemas estejam resolvidos até o início2019 e afirma queempresa aguarda no momento por algumas autorizações da Health Canada que lhes permitirão ser "mais rápidos, ágeis e eficientes".
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