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5 razões pelas quais a Arábia Saudita tem um peso internacional tão grande - apesar das inúmeras polêmicas:
A morteum jornalista crítico ao governo saudita , depoister entrado no Consulado da Arábia SauditaIstambul, tem colocadoevidência as complexas relações diplomáticas das maiores potências globais com um dos regimes mais autoritários e conservadores do mundo.
Na quarta-feira, a imprensa turca divulgou áudios que seriam do momentoque Jamal Khashoggi teria sido preso, interrogado, decapitado e desmembrado por agentes da Arábia Saudita,2outubro, dentro do consuladosolo turco - onde o jornalista estaria para coletar documentos.
Inicialmente, o governo saudita negou ter sido responsável pelo desaparecimentoKhashoggi, que morava nos Estados Unidos e era um crítico do regime saudita, comandado pelo príncipe Mohammed bin Salman. Mas, nesta sexta-feira, a TV estatal do regime confirmou que o jornalista foi morto no consulado.
O caso tem tido repercussão mundial e voltou a chamar atenção para o histórico sauditaviolaçãodireitos humanos elinha dura contra dissidentes.
Em reação, o mais importante fórum econômico realizado no Oriente Médio, agendado para o dia 23 na capital saudita, Riad, teve uma ondacancelamentos - desde a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, até grandes empresários afirmaram terem desistidoir ao evento para se distanciar do regimeSalman.
O presidente americano, Donald Trump, chegou a ameaçar com "punição severa" caso haja confirmação da participação saudita no caso e afirmou que pedirá uma cópia dos áudios divulgados, mas também deixou claro que não gostariase afastar da Arábia Saudita.
"A Arábia Saudita é um aliado muito importante, (com quem) estamos contendo o Irã. É também um tremendo compradorequipamentos militares e outros itens", afirmou o presidente americano.
"Eles (sauditas) se comprometeram a comprar US$ 456 bilhões (R$ 1,69 trilhão)produtos e US$ 110 bilhões (R$ 408,4 bilhões)equipamentos militares. São os maiores acordos da história do país, talvez do mundo."
É uma evidência do peso que a Arábia Saudita exerce no cenário internacional - e que a BBC News Brasil detalha a seguir.
1. Suprimento e preço do petróleo
A Arábia Saudita possui cerca18% das reservas comprovadaspetróleo do mundo e é a maior exportadora global do combustível, segundo a Organização dos Países ExportadoresPetróleo (Opep). Isso lhe dá poder e influência significativos.
Se, por exemplo, os Estados Unidos ou outro país impusessem sanções aos sauditas, seu governo poderia responder cortando a própria produçãopetróleo, o que - com a queda na oferta - levaria a um aumento no preço internacional do combustível, a não ser que outro país compensasse elevandoprodução.
Em um editorial publicado no domingo, o gerente-geral da TV estatal saudita Al Arabiya, Turki Aldakhil, afirmou que sanções impostas ao seu país resultariam"um desastre econômico que chacoalharia o mundo inteiro".
"Se o preço do petróleo a US$ 80 deixou Trump irritado, não devemos descartar (a possibilidade)o preço subir para US$ 100, US$ 200 ou mesmo o dobro disso", escreveu.
2. Contratos militares
A Arábia Saudita tinha o terceiro maior orçamentodefesa do mundo2017,acordo com o Instituto InternacionalPesquisasPazEstocolmo (Sipri, na siglainglês).
Também no ano passado, o país assinou um contratoUS$ 110 bilhõescompraarmas dos Estados Unidos, que pode alcançar até US$ 350 bilhões ao longodez anos. O acordo foi comemorado pela Casa Branca como o maior da história do país, como destacou Trump.
Outros países fornecedoresarmamento aos sauditas incluem Reino Unido, França e Alemanha.
O editorialAldakhil também sugere que, diantesanções, a Arábia Saudita poderia responder trocando fornecedores - entregando seus contratos para países como China e Rússia.
3. Segurança e terrorismo
Potências ocidentais destacam que a Arábia Saudita tem um papel crucial na segurança do Oriente Médio e no combate ao extremismo.
A premiê britânica, Theresa May, defendeu a manutençãouma relação próxima com os sauditas, a despeitoo Exército saudita estar sendo acusadocrimesguerra no conflito civilcurso no Iêmen - uma das mais graves crises humanitárias da história recente.
May justificou-se afirmando que a colaboração com a Arábia Saudita "tem ajudado a manter as ruas britânicas mais seguras"atos extremistas.
O reino saudita, que é o berço do islã, é parte da coalizão internacionalcombate ao grupo extremista autodenominado Estado Islâmico e, no ano passado, formou a Coalizão Militar IslâmicaContraterrorismo, com outros 40 países muçulmanos.
Aldakhil especulou que "será coisa do passado a trocainformações entre Riad (capital saudita), Estados Unidos e países ocidentais" - algo considerado crucial no combate ao extremismocidades ocidentais - se forem tomadas medidasresposta ao desaparecimentoKhashoggi.
4. Alianças regionais
A Arábia Saudita (sunita) é um importante aliado americano para contrabalancear a influência do Irã (xiita) no Oriente Médio.
E os dois países islâmicos têm se enfrentado mutuamente há décadas nos chamados "conflitos por procuração" da região,que apoiam e financiam lados opostos, por exemplo, na guerra civil do Iêmen.
Outro exemplo é a Síria, onde os sauditas apoiam facções que buscam a derrubada do presidente Bashar al-Assad, e os iranianos (junto com a Rússia) ajudaram a virar o conflitofavor do governo sírio.
Em seu editorial, Aldakhil alertou que uma melhora nas relações entre Arábia Saudita e Rússia decorrentepossíveis sanções e mudançascontratos poderia levar "a uma aproximação e até mesmo reconciliação com o Irã", país que é grande adversário dos Estados Unidos.
5. Comércio e investimento
Outra questão central é o acesso ao mercado saudita. A comercializaçãobens e serviços entre Estados Unidos e Arábia Saudita totalizou US$ 46 bilhões2017, com US$ 5 bilhõessuperávit para os americanos.
O DepartamentoComércio estimou que as transações comerciais entre os dois países responderam por estimados 165 mil empregos nos Estados Unidos2015. Há, ainda, a expectativaTrump por mais aquisições sauditasbens americanos.
Em um exemplocomo a Arábia Saudita reage quando contrariada, o país congelouagosto todas as novas transações comerciais com o Canadáretaliação a uma "interferência" nos assuntos "soberanos" do reino - no caso, um pedido canadense para que fossem libertadas ativistasdireitos civis.
O reino também vetou importaçõesgrãos canadenses e repatriou milharescidadãos que estudavamuniversidades canadenses com financiamento do governo saudita.
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