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Qual o futuro do Facebook após escândalo que fez valor da companhia cair maissport 2US$ 58 bilhõessport 27 dias:sport 2
sport 2 O Facebook perdeu,sport 2uma semana, US$ 58 bilhões (R$ 192,51 bi). O valorsport 2uma das maiores empresas do mundo despencou na bolsasport 2valoressport 2tecnologia dos Estados Unidos desde que a rede social foi envolvida num escândalo sobre deslizes no controle da privacidadesport 2seus usuários.
Desde sábado (17sport 2março), alguns dos principais jornais americanos e britânicos trazem reportagens sobre como a empresasport 2consultoria Cambridge Analytica teria usado, para finssport 2propaganda política, informações privadassport 2maissport 250 milhõessport 2usuários do Facebook.
A revelação sacudiu a rede social, criticada por permitir que dadossport 2usuários -sport 2grande utilidadesport 2estratégiassport 2marketing eleitoral, por exemplo - fossem compartilhados com terceiros.
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O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, se desculpou publicamente, mas isso não conteve uma ondasport 2vendasport 2ações da empresa.
O valor da ação do Facebook caiusport 2R$ 176,80 para US$ 159,30 entre segunda-feira e sexta-feira da semana passada. Anunciantes também ameaçaram retirar a publicidade se a empresa não conseguir recuperarsport 2confiança junto a usuários e o mercado.
Ao mesmo tempo, começaram a pipocar movimentos nas redes sociais propondo que usuários encerrassem suas contas, como a hashtag #deletefacebook.
Previsões
Quando o Facebook abriu seu capital,sport 22012, suas ações chegaram a US$ 38 e o valor da empresa, a US$ 104 bilhões.
Ao alcançar maissport 2dois bilhõessport 2usuários e passar a dominar o mercado publicitário digital as ações dispararam -sport 2fevereiro deste ano, estavam sendo negociadas a US$ 190.
Brian Wieser, analista da consultoria Pivotal Research, não vê um panorama positivo para o Facebook dado os escândalos recentes. "Para 2018, eu previa um preçosport 2US$ 152 (para ações do Facebook), mas isso foi antes dos eventos da semana (passada)", disse o especialista à BBC.
Para Wieser, a queda abrupta do preço das ações indica que os investidores estão preocupados com aumentos na regulação do Facebook e com uma debandadasport 2usuários. Mas ele vê como baixo o riscosport 2que anunciantes abandonem o Facebook. "Para onde mais eles iriam?", questiona.
O analista sênior da Hargreaves Lansdown, Laith Khalaf, disse que a semana foi um "episódiosport 2estragos" na história do Facebook.
"Um dos segredos do sucesso do Facebook tem sido que, quanto mais pessoas usam o Facebook, mais essencial ele se torna para os clientes. Infelizmente, para o Facebook, a mesma dinâmica se aplica à direção oposta e se ele perder uma grande quantidadesport 2usuários."
O que dizem os anunciantes
O diretor fundador da firmasport 2publicidade M&C Saatchi, David Kershaw, assegurou que as acusações contra a rede social provocaram uma reação negativa nos que pagam para divulgar seus produtos na rede.
"Os clientes chegaram ao ponto, com toda razão,sport 2dizer 'já basta'", avalia Kershaw.
Empresas como Mozilla e Commerzbank suspenderam na quarta-feira suas respectivas campanhas publicitárias no Facebook. Na sexta-feira, o conhecido empresário sul-africano-canadense-americano Elon Musk anunciou que as páginas do Facebooksport 2seus negócios, Tesla e SpaceX, seriam eliminadas.
"Não se enganem. O Facebook é um meio incrível do pontosport 2vista do anunciante devido à precisãosport 2sua segmentação - que vem dos dados (dos usuários). Mas eu acho que essas grandes empresas estão muito nervosas por estarem associadas a um meio que abusa das informações, particularmentesport 2um contexto político", disse Kershaw.
O especialista disse à BBC que qualquer eventual mudança na políticasport 2proteçãosport 2dados estará mais relacionada à ameaçasport 2anunciantessport 2retirar investimentossport 2publicidade e menos às hashtags com apelos para boicotar ou excluir as contas, ainda que elas tenham se popularizado nos últimos dias.
Na sexta-feira, representantes da associação britânicasport 2anunciantes (ISBA, na siglasport 2inglês) se reuniram com o Facebook e disseram ter sido convencidossport 2que a empresa está tomando medidas para "rapidamente esclarecer o público e os anunciantes", incluindo auditoriassport 2aplicativos e encontros presenciais com clientes comerciais do Reino Unido.
Analistas, contudo, avaliam que vai levar algum tempo até ficar claro se a insatisfação do mercado publicitário levará a uma significativa retiradasport 2anunciantes ou se limitará a reclamaçõessport 2um grupo pequenosport 2clientes preocupados.
Zuckerberg acalmou as pessoas?
O fundador do Facebook tentou tranquilizar os usuários dizendo que as "providências mais importantes para evitar que o que aconteceu se repita já foram tomadas há anos".
Contudo, Eileen Burbidge, investidora no mercadosport 2tecnologia, avalia que a empresa demorou demais para dar garantias a usuários e clientes.
"Levou cinco dias para que (Zuckerberg) fizesse um comunicado, que foi justo, sensível e compreensível. Mas demorou demais", disse Burbidge.
"Acho que eles ficaram surdos por muitos dias".
Para ela, o Facebook subestimou a repercussão entre usuários das revelações sobre usosport 2dados para fins políticos.
No centro do escândalo, a consultoria Cambridge Analytica está sendo investigada para saber se e como usou os dados pessoaissport 2milhõessport 2usuários para tentar influenciar,sport 22016, o resultado das eleições presidenciais dos Estados Unidos e também a votação no plebiscito que definiu a saída do Reino Unido da União Europeia.
Esses dados teriam sido coletadossport 22014, com um aplicativo chamado thisisyourdigitallife (essa ésport 2vida digital,sport 2português), que pagou a centenassport 2milharessport 2usuários pequenas quantias para que eles fizessem um testesport 2personalidade e concordassemsport 2ter seus dados coletados para uso acadêmico.
No comunicado online, Zuckerberg ofereceu um cronograma mostrando como o Facebook mudou os contratossport 2permissãosport 2coleta esport 2usosport 2dadossport 2usuários desde o teste do aplicativo.
Burbidge disse que pode haver a necessidadesport 2uma nova regulamentação sobre usosport 2dadossport 2campanha política, uma área "que realmente não acompanhou a mídia social".
O que os usuários do Facebook vão fazer?
A especialistasport 2tecnologia Kate Bevan disse que os eventos da semana passada deixaram muitos usuáriossport 2alerta,sport 2especial sobre como jogos, testes e quiz coletam dados para fins indesejados.
"Essa semana foi como se as pessoas tivessem tido uma luz, e entendido que não se trata apenassport 2dar uma clicada no Facebook, trata-sesport 2passar informação", explica Bevan.
Esse sentimento foi compartilhado pela representante da Comissãosport 2Direito do Consumidor e Igualdadesport 2Gênero da União Europeia, Vera Jourova. Segundo ela, o caso envolvendo a Cambridge Analytica chama a atenção para a demanda por dados dos usuários do Facebook.
"O tigre saiu da jaula", advertiu Jourova.
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