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O que há por trás das postagens que associam a profeciaas melhores casas de apostas esportivasIsaías à guerra civil na Síria?:as melhores casas de apostas esportivas
"Quando digo que a responsabilidade pela guerra na Síria é da profeciaas melhores casas de apostas esportivasIsaías, isentoas melhores casas de apostas esportivasculpa quem está por trás daquele genocídio", raciocina o teólogo Frei Isidoro Mazzorolo, professor do Departamentoas melhores casas de apostas esportivasTeologia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rioas melhores casas de apostas esportivasJaneiro. "É como se dissesse: não há nada que eu possa fazer para mudar aquela catástrofe porque ela é da vontadeas melhores casas de apostas esportivasDeus."
O reverendo Arthur Nascimento, da Paróquia da Santíssima Trindade, da Diocese Anglicanaas melhores casas de apostas esportivasSão Paulo, faz coro: "Não podemos jogar nos ombrosas melhores casas de apostas esportivasDeus uma responsabilidade que é nossa. Cabe a nós, comunidade internacional, encontrar uma solução para a guerra civil na Síria".
Além disso, ele diz que é preciso cuidado ao interpretar textos sagrados: "A Bíblia foi escrita dentroas melhores casas de apostas esportivasum contexto histórico. Recorrer a textos bíblicos foraas melhores casas de apostas esportivasseus contextos originais pode ser altamente perigoso". Quando isso acontece, explica Nascimento, tudo -as melhores casas de apostas esportivasintolerância racial à discriminação contra LGBTs - pode ser justificado pelos textos sagrados.
O papel do profeta
Doutorandoas melhores casas de apostas esportivasHistória pela Universidadeas melhores casas de apostas esportivasCampinas (Unicamp), Jefferson Ramalho pondera que, ao contrário do que se imagina, profeta não é aquele que prevê ou adivinha o futuro, e sim quem denuncia o presente.
Já naquela época, Isaías tinha muito a denunciar: corrupção política, desigualdade socioeconômica, exploração do trabalho... "O textoas melhores casas de apostas esportivasIsaías se refere à quedaas melhores casas de apostas esportivasDamasco, ocorrida no ano 732 a.C.", diz o historiador.
Na época, Efraim (Reinoas melhores casas de apostas esportivasIsrael) e Damasco (Reinoas melhores casas de apostas esportivasAram) se uniram para lutar contra a Assíria. No capítulo 17,as melhores casas de apostas esportivasvezas melhores casas de apostas esportivassuspostamente predizer a queda da Síria no século 21, o profeta Isaías anuncia a derrota da coalizão e lamenta a destruiçãoas melhores casas de apostas esportivasDamasco. Dez anos depois, o exército assírio conquistou Samaria, a capitalas melhores casas de apostas esportivasIsrael.
"Atrelar a atual guerra na Síria à profeciaas melhores casas de apostas esportivasIsaías é oportunismo religioso", critica o reverendo Egon Kopereck, presidente da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB). "Essa interpretação provémas melhores casas de apostas esportivasfundamentalistas religiosos que querem causar alvoroço dentro do povo cristão."
Boatos sobre genocídios
Rumores que associam confrontos militares a profecias bíblicas não são novidade no mundo virtual. De temposas melhores casas de apostas esportivastempos, surge um novo boato atribuindo atosas melhores casas de apostas esportivasgenocídio ao cumprimentoas melhores casas de apostas esportivasoráculos. Uma versãoas melhores casas de apostas esportivasinglês dessa profeciaas melhores casas de apostas esportivasIsaías que se espalhou agora pelo Brasil já havia corrido a Europaas melhores casas de apostas esportivas2013.
Outro exemplo disso é o versículo 28 do capítulo 23 do Evangelhoas melhores casas de apostas esportivasLucas.
Nele, Jesus diz: "Mulheresas melhores casas de apostas esportivasJerusalém, não chorem por mim! Chorem por vocês mesmas e por seus filhos!". E continua: "Felizes das mulheres que nunca tiveram filhos, dos ventres que nunca deram à luz e dos seios que nunca amamentaram!". Já houve quem interpretasse esse trecho do Novo Testamento como uma profecia do Holocausto nazista, que dizimou 6 milhõesas melhores casas de apostas esportivasjudeus durante a Segunda Guerra.
Secretária-geral do Conselho Nacionalas melhores casas de apostas esportivasIgrejas Cristãs do Brasil (Conic), a pastora Romi Márcia Bencke reage com indignação às correntesas melhores casas de apostas esportivasprofecias relacionadas à Guerra na Síria: "Atribuir a Jesus a profecia pela morte dos judeus é uma afronta ao Evangelho. Jesus jamais expressou o desejoas melhores casas de apostas esportivasmorteas melhores casas de apostas esportivaspessoas, ainda maisas melhores casas de apostas esportivasum grupo. As críticas que Jesus fazia a Jerusalém tem relação com o Templo, um lugar não só religioso, mas também político e econômico", contextualiza.
E hoje, o que fazer diante da guerra civil que, desde 2011, já matou 470 mil pessoas e expulsou outras 5 milhõesas melhores casas de apostas esportivassuas casas? "Mais do que simplesmente fazer uma leitura religiosa e um tanto quanto fantasiosa e anacrônica da Bíblia, devemos denunciar a crueldade e a violência dos que hoje estão matandoas melhores casas de apostas esportivasmaneira discriminada o povo sírio", opina o historiador.
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