5 pontos para entender a guerra civil no Iêmen, a pior crise humanitária do mundo:vaidebet cnpj

Crédito, EPA

Legenda da foto, O Iêmen vive uma grave epidemiavaidebet cnpjcólera, com 1 milhãovaidebet cnpjcasos suspeitos até dezembro

vaidebet cnpj A guerra civil no Iêmen, o país mais pobre do mundo árabe, deixa 22 milhõesvaidebet cnpjpessoasvaidebet cnpjsituaçãovaidebet cnpjvulnerabilidade, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que considera essa a maior crise humanitária globalvaidebet cnpjcurso atualmente.

Só neste ano, 85 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas por conta do conflito iemenita, e o totalvaidebet cnpjmortos ultrapassa 10 milvaidebet cnpjtrês anos.

É uma guerra que opõe duas potências do Oriente Médio. De um lado, estão as forças do governovaidebet cnpjAbd-Rabbu Mansour Hadi, apoiadas por uma coalizão sunita liderada pela Arábia Saudita. Do outro, está a milícia rebelde huti,vaidebet cnpjxiitas, apoiada pelo Irã, que controla a capital, Sanaa.

Em meio à guerra, o país sofre com bloqueios comerciais impostos pelos sunitas, que impedem que ajuda humanitária e itens básicos, como comida, gásvaidebet cnpjcozinha e medicamentos, cheguem a 70% da população iemenita.

Os anosvaidebet cnpjconflito não só provocaram uma escassez agudavaidebet cnpjalimentos como destruíram o sistemavaidebet cnpjsaúde do país, dificultando o combate a uma grave epidemiavaidebet cnpjcólera. Em dezembro, o númerovaidebet cnpjcasos suspeitosvaidebet cnpjcólera alcançou 1 milhão.

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Legenda da foto, Só neste ano, 85 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas no país

A BBC listou alguns pontos do conflito para explicar o que acontece nesse país da Península Arábica:

Por que essa guerra importa para o resto do mundo?

O que acontece no Iêmen pode aumentar muito as tensões na região e os temores do Ocidentevaidebet cnpjataques vindos do país à medida que ele se torna mais instável.

As agênciasvaidebet cnpjinteligência consideram o braço da organização extremista Al-Qaeda na Península Arábica como o mais perigoso, por causavaidebet cnpjseus conhecimentos técnicos e alcance global. O surgimento, na região,vaidebet cnpjnovos movimentos afiliados ao grupo extremista autodenominado Estado Islâmico também é motivovaidebet cnpjpreocupação.

O conflito entre os hutis e o governo também é visto como partevaidebet cnpjuma batalha regional por poder entre os xiitas, liderados pelo Irã, e os sunitas, liderados pela Arábia Saudita.

Os países do Golfo Pérsico, que apoiam o presidente iemenita, Abd-Rabbu Mansour Hadi, acusam o Irãvaidebet cnpjapoiar os hutis (xiitas) financeiramente e militarmente, apesarvaidebet cnpjo Irã negar.

O Iêmen é estrategicamente importante, porque está no estreitovaidebet cnpjBab-el-Mandeb, que faz ligação com a África e é rotavaidebet cnpjnavios petroleiros. Além disso, muitas potências lucram indiretamente com a guerra iemenita: a coalizão saudita que bombardeia o Iêmen compra armasvaidebet cnpjpaíses como Estados Unidos, Reino Unido e França.

Questionado a respeito disso na última terça-feira (6), o chanceler francês, Jean-Yves Le Drian, afirmou ser "verdade que há muitas armas sauditas (no conflito), mas também muitas armas iranianas".

Só as empresas britânicas teriam lucrado £6 bilhões ( R$27 bilhões, aproximadamente) com vendavaidebet cnpjarmas à Árabia Saudita desde o início da guerra no Iêmen, segundo pesquisa da ONG War Child UK.

Como tudo começou?

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Legenda da foto, Os rebeldes xiitas hutis entraramvaidebet cnpjSanaavaidebet cnpjsetembrovaidebet cnpj2014 e assumiram seu controle meses depois

Essa guerra tem suas raízes no fracassovaidebet cnpjuma transição política que supostamente traria estabilidade ao Iêmen após uma revolta na sequência da Primavera Árabe,vaidebet cnpj2011, que forçou a saída do poder do ex-presidente Ali Abdullah Saleh, após 33 anos – ele acabaria sendo mortovaidebet cnpjdezembro, acusadovaidebet cnpjtraição. Na época, ele passou o comando do país para o seu então vice, Abd-Rabbu Mansour Hadi.

Hadi enfrentou uma variedadevaidebet cnpjproblemas, incluindo ataques da Al-Qaeda, um movimento separatista no sul, a resistênciavaidebet cnpjmuitos militares que continuaram leais a Saleh, assim como corrupção, desemprego e insegurança alimentar.

O movimento huti, que segue uma corrente do islã xiita chamada zaidismo e havia travado uma sérievaidebet cnpjbatalhas contra Saleh na década anterior, tirou proveito da fraqueza do novo presidente e assumiu o controle da provínciavaidebet cnpjSaada, no nordeste do país.

Desiludidos com a transição, muitos iemenitas – incluindo os sunitas – apoiaram os hutis e,vaidebet cnpjsetembrovaidebet cnpj2014, eles entraram na capital, Sanaa, montando acampamentos nas ruas e bloqueando as vias.

Em janeirovaidebet cnpj2015, eles cercaram o palácio presidencial e colocaram o presidente Hadi e seu gabinetevaidebet cnpjprisão domiciliar. O presidente conseguiu fugir para a cidadevaidebet cnpjÁden no mês seguinte.

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Legenda da foto, Uma coalizão internacional liderada pelos sauditas interveio no Iêmenvaidebet cnpj2015

Os hutis tentaram então tomar o controle do país inteiro, e Hadi teve que deixar o Iêmen.

Alarmados com o crescimentovaidebet cnpjum grupo que eles acreditavam ser apoiado militarmente pelo poder xiita local do Irã, a Arábia Saudita e outros oito Estados sunitas árabes começaram uma sérievaidebet cnpjataques aéreos para restaurar o governovaidebet cnpjHadi.

Essa coalizão recebeu apoio logístico evaidebet cnpjinteligência dos Estados Unidos, do Reino Unido e da França.

O que aconteceu desde então?

Há dois anos e meio, essa guerra estávaidebet cnpjcurso e nenhum dos lados parece disposto a ceder. A ONU tentou, por três vezes, sem sucesso, negociar um acordovaidebet cnpjpaz.

Forças pró-governo, constituídas principalmente por soldados leais ao presidente Hadi. sunitasvaidebet cnpjtribos do sul e separatistas conseguiram evitar que os rebeldes tomassem a cidadevaidebet cnpjÁden após quatro mesesvaidebet cnpjuma batalha violenta, que deixou centenasvaidebet cnpjmortos.

Tendo assegurado um espaço no porto, tropas das forçasvaidebet cnpjcoalizão desembarcaram e ajudaram a expulsar os hutis para o sul. O presidente Hadi estabeleceu residência temporáriavaidebet cnpjÁden, apesar da maioriavaidebet cnpjseu gabinete ter continuado exilada.

Os hutis, no entanto, conseguiram manter um cerco na cidadevaidebet cnpjTaiz e lançar morteiros e foguetes através da fronteira com a Arábia Saudita.

Os jihadistas da Al-Qaeda na Península Arábica e rivaisvaidebet cnpjorganizações parceiras do Estado Islâmico têm tirado proveito do caos, confiscando territórios no sul e realizando ataques mortais, principalmentevaidebet cnpjÁden.

O lançamentovaidebet cnpjum míssilvaidebet cnpjdireção a Riadvaidebet cnpjnovembro levou a Arábia Saudita a intensificar o bloqueio no Iêmen.

A coalizão alegou querer parar o contrabandovaidebet cnpjarmas para os rebeldes do Irã, mas a ONU disse que as restrições poderiam desencadear "a maior crisevaidebet cnpjfome que o mundo já viuvaidebet cnpjdécadas".

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Legenda da foto, População do Iêmen vive uma situaçãovaidebet cnpjemergência alimentar

Qual o impacto na população?

A população tem suportado o caos da guerra e sido constantemente vítima do que o conselhovaidebet cnpjdireitos humanos da ONU chamavaidebet cnpj"incessantes violações do Direito internacional".

Os ataques aéreos da coalizão saudita foram as principais causas da mortevaidebet cnpjcivis. A destruição da infraestrutura do país e as restriçõesvaidebet cnpjimportaçãovaidebet cnpjcomida,vaidebet cnpjmedicamenteos evaidebet cnpjcombustível causaram o que a ONU diz ser uma situação catastrófica.

Maisvaidebet cnpj20 milhõesvaidebet cnpjpessoas, incluindo 11 milhõesvaidebet cnpjcrianças, precisamvaidebet cnpjajuda humanitária imediata. Há 7 milhõesvaidebet cnpjpessoas dependentesvaidebet cnpjajuda para comer e 400 mil crianças sofrendovaidebet cnpjdesnutrição.

Ao menos 14,8 milhões estão sem cuidados básicosvaidebet cnpjsaúde, e apenas 45% dos 3,5 mil postosvaidebet cnpjsaúde estão funcionando e lutando para conter a maior epidemiavaidebet cnpjcólera do mundo, que até o final do ano passado havia resultadovaidebet cnpj2.196 mortes.

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Legenda da foto, Gásvaidebet cnpjcozinha e outros itens básicos estãovaidebet cnpjfalta no Iêmen

E 2 milhõesvaidebet cnpjiemenitas estão desabrigados por causa da guerra, além dos 188 mil que fugiram para países vizinhos.

Por que há um racha entre os rebeldes?

O assassinato do ex-presidente Saleh por rebeldes,vaidebet cnpjdezembro, evidenciou um racha. Saleh era aliado dos hutis, mas foi considerado "traidor" por se dizer disposto a dialogar com a Arábia Saudita, que apoia o governo iemenita.

Durante meses, houve sinaisvaidebet cnpjque a aliança entre os hutis e os apoiadoresvaidebet cnpjSaleh estava estremecida, o que se provou verdade com o assassinato do ex-presidente.

No dia 29vaidebet cnpjnovembro, conflitos entre os antigos aliados emergiram na capital Sanaa. Com cada um dos lados culpando o outro pela ruptura, no dia 2vaidebet cnpjdezembro, Saleh apareceu na televisão dizendo à coalizão saudita estar aberto a um novo capítulo nas relações.

Ele pediu à coalizão para interromper os ataques aéreos e afrouxar o bloqueio no país. Também se dispôs a um novo diálogo, o que foi bem recebido pela coalizão, mas visto como uma traição pelos hutis, que o assassinaram.