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O usocassinoparaísos fiscais pelos super-ricos empobrece o mundo?:cassino
Os procedimentos são bem diretos. Em vezcassinoregistrar os lucros no país onde ocorre a vendacassinoprodutos ou serviços, empresas os registram nesses paraísos. Multinacionais podem ter suas matrizes nesses locais e se beneficiar da baixa taxação. Tanto o Google quanto o Facebook fazem esse chamado "planejamento tributário".
Pessoas físicas podem simplesmente se tornarem moradorascassinopaíses com baixos impostos ou criar um truste no exterior - ou seja, colocando seus bens sob a administraçãocassinoterceiros. Enquanto as pessoas permanecem no truste, os lucroscassinoseus ativos não estão sujeitos a impostos sobre rendimento, e suas receitas não são taxadas.
E o ponto mais crucial - beneficiárioscassinotrustes não estão sujeitos a impostos sobre herança quando a morre a pessoa que colocou os ativos ali para eles.
Quantos são?
De acordo com a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), existem maiscassino40 lugares no mundo que se encaixam na definiçãocassinoparaíso fiscal. Eles variamcassinopaíses como a Suíça a territórios britânicos como a IlhacassinoJersey e a IlhacassinoMan.
Até alguns Estados americanos são paraísos fiscais: Delaware, Nevada e Wyoming se beneficiam do sistema federativo e tem legislações fiscais bem generosas.
Como eles empobrecem o mundo?
O principal argumento é que, estocando suas riquezascassinoparaísos fiscais, empresas e pessoas evitam impostos nos países onde eles fazem negócios e ganham dinheiro. Isso priva governos locaiscassinorecursos para serviços públicos e projetoscassinoinfraestrutura.
A queda na arrecadação se torna um problema para o cidadão comum quando aumentoscassinoimpostos são necessários para compensar a evasão.
A situação é ainda mais dramáticacassinopaíses mais pobres. Na África, por exemplo, receitas perdidas por causa da evasão dos super-ricos são estimadascassinoUS$ 14 bilhões por ano.
Esse dinheiro,cassinoacordo com a Oxfam (confederaçãocassinoONGs que lutam contra a pobreza), poderia cobrir os custoscassinocuidados com a saúdecassino4 milhõescassinocrianças e empregar professores suficientes para educar todas as crianças do continente.
Estima-se que a África perca mais dinheiro com evasão fiscal do que recebecassinoajuda internacional.
Na América Latina, os danos foram calculados por um relatório da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe): a evasão fiscalcassinoempresas e pessoas gerou uma perdacassinoUS$ 190 bilhõescassino2014 - ou 4% do PIB (Produto Interno Bruto).
Alguns países sofrem mais: a Costa Rica e o Equador perderam cercacassino65% do seu potencialcassinoarrecadaçãocassinoimpostos empresariais.
A situação não é muito diferente na Ásia - um relatório divulgado recentemente pela Organização das Nações Unidas aponta que as perdascassinoJapão, China e Índia combinadas superam os US$ 150 bilhões por ano. Economias menores também são muito impactadas: o Paquistão, por exemplo, perde o equivalente a maiscassino5%cassinoseu PIB com o problema.
É possível combater o problema?
Em 2009, durante um eventocassinoLondres, os países do G20 concordaramcassinopunir paraísos fiscais por seu sigilo bancário. Cinco anos depois, a OCDE desenvolveu um acordo para que cercacassinocem países compartilharem informações.
O problema é que alguns dos agentes mais importantes nesse jogo estãocassinouma situação complicada. O Reino Unido é o maior exemplo - o país tem maiscassinodez paraísos fiscais sobre seu comando.
Além disso, o usocassinoparaísos fiscais não é necessariamente ilegal.
No entanto, as repercussões negativas do vazamentocassinoinformações poderia forçar uma mudançacassinoplanos. Em um estudo recente, a auditoria PricewaterhouseCoopers fez a previsãocassinoque o usocassinoparaísos fiscais pode rapidamente se tornar inaceitável diante a insatisfação do públicocassinogeral - isso forçaria tanto negócios quanto pessoas físicas e trabalharem por mais transparência.
Não é ilegal?
Evitar impostos nem sempre envolve ilegalidade.
Casos que infringem a lei são chamadoscassinoevasão fiscal, e casos permitidos têm o nomecassinoelisão fiscal.
Ainal, não só celebridades como o piloto Lewis Hamilton e a rainha Elizabeth 2ª se beneficiamcassinooperações offshore - políticos como o ex-deputado brasileiro Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o presidente da Síria, Bashir al-Assad, também foram ligados a contascassinoparaísos fiscais.
Pessoas e companhias exploram brechas na lei - e combatê-las, segundo analistas, é essencial para diminuir abusos.
"O que vemos,cassinocasoscassinomultinacionais, é que cada vez que uma brecha é identificada pelas autoridades, as empresas vão encontrar outras dez", disse o economista francês Gabriel Zucman, autor do livro A Riqueza Escondida das Nações,cassinoentrevista recente ao jornal Le Monde.
Quanto dinheiro está nesses locais?
Em um relatório recente, a Tax Justice Network (uma uniãocassinopesquisadores e ativistas) estimou que o valorcassinoativos movimentadoscassinooperações offshore está hoje entre US$ 21 trilhões e US$ 32 trilhões.
Tão surpreendentes quanto a quantidadecassinozeros nesses valores é a quantidadecassinobolsoscassinoonde eles vêm: 10 milhõescassinopessoas - menoscassino0,2% da população mundial.
A Oxfam afirma que 90% das 200 empresas mais ricas do mundo tem "presençacassinoparaísos fiscais", e que investimentos corporativos nessas áreas quadruplicaram entre 2001 e 2014. A lista inclui companhias com a Apple - que está sob os holofotes desde que os documentos revelaram que a gigante da tecnologia estocou US$ 250 bilhões na IlhacassinoJersey.
Recentemente intimada pela União Europeia a pagar US$ 14,5 bilhõescassinoimpostos evitados, a Apple nega qualquer irregularidade.
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