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As crianças que sofreram 'lavagem cerebral' pelo EI e que estão fugindo para a Europa:jogar blackjack
O Estado Islâmico está entrandojogar blackjackcolapso. Na Síria, no Iraque, na Líbia...em todos esses lugares, eles estão perdendo território. Suas ambiçõesjogar blackjackum califado mundial não estão se mostrando realizáveis. Mas talvez isso já estivesse previsto. Havia um plano B, uma "políticajogar blackjacksegurança" pensada para prolongar a sobrevivência do grupo extremista depois da perdajogar blackjackcontrole sobre Raqqa, Sirte e Mosul.
Primeiro, veio o aliciamento, depois o recrutamento e o treinamento para criar um novo exércitojogar blackjackcrianças jihadistas, que poderiam virar combatentes adultos. A nova geraçãojogar blackjackódio do Estado Islâmico.
Mutassim não tem muito perfiljogar blackjackguerrilheiro. Ele é baixo e nervoso. Eu o conheci no pequeno vilarejo alemão onde está vivendo agora. Estava fumando - um vício que adquiriu depoisjogar blackjackdeixar a Síria, já que isso é proibido pelo EI. E apesarjogar blackjackainda não passar do meio-dia, ele me oferece uma latajogar blackjackcerveja.
Ele diz que paroujogar blackjackrezar e abandonou suas crenças. Antes, ele há havia absorvido por completo as lições do EI e seguia seu caminho extremista.
O jovem havia filmado lugares atingidos por ataques aéreos, ajudado feridos no hospital e testemunhado decapitações públicas. Ele também recebeu treinamento militar, o que é pré-requisito do grupo. No casojogar blackjackMutassim, durou apenas 15 dias - para outros, pode durar muito mais. O programa é rigoroso, começa às 4h da madrugada com orações. Exercício físico, treinamento para combate e lições sobre a sharia, a lei islâmica.
Como parte do treinamento, adolescentes tinham que saltar por pneusjogar blackjackchamas, rastejar sob arame farpado, enquanto balas disparadas voavam sobre suas cabeças.
Um amigo - um garotojogar blackjack13 anos do lestejogar blackjackGhouta, pertojogar blackjackDamasco - foi atingido na cabeça por uma bala perdida e morreu. Mutassim viveu tudo isso antesjogar blackjackcompletar 16 anos.
Muitos grupos armados na África, no Oriente Médio e na América do Sul, treinaram crianças para batalhas. Recrutar crianças como soldados é um crimejogar blackjackguerra. Mas poucos refinaram esse treinamentojogar blackjackmaneira tão eficiente quanto o EI.
Para se ter uma ideia, as unidades móveisjogar blackjackpropaganda que o grupo levou a vários pontos do território mostram punições e combates. Criançasjogar blackjackcinco anosjogar blackjackidade frequentam esses lugares.
Vídeos filmados secretamentejogar blackjackRaqqa e enviados à BBC mostram crianças rodeando, animadas, uma espéciejogar blackjackjaula. Dentro dela, está um morador local, um comerciante local chamado Samir.
Eles encaram o prisioneiro, que está sentado no centro da jaula, com a cabeça entre os joelhos. Uma das crianças esguicha Samir com alguma coisa. De acordo a fichajogar blackjackacusação, ele havia abusado sexualmentejogar blackjackuma mulher muçulmana. Sua punição era prover entretenimento às crianças - como um animaljogar blackjackum zoológico. Mas crianças como aquelas provavelmente já haviam visto muita coisa pior - como decapitações e execuções.
Os militantes têm sido cuidadosos na horajogar blackjackrecrutar adolescentes para a causa. Eles aliciam as crianças não apenas com promessasjogar blackjacksalvação e paraíso, mas também com a realizaçãojogar blackjackdesejos mais terrenos.
A vida com o EI é difícil e perigosa, mas tem suas recompensas. Para Mutassim, prometeram uma esposa.
Quando tinha 14 anos e meio, estava muito a fimjogar blackjackse casar. Quandojogar blackjackfamília recusoujogar blackjackvontade, o EI entroujogar blackjackcena. Eles o permitiram viver com eles, deram ao garoto responsabilidades, o ensinaram a dirigir e se comprometeram a encontrar para ele uma noiva.
"Eles me trataram bem, eu me senti como um rei e eles eram meus servos."
Mutassim era um recruta voluntário. Ele diz que cercajogar blackjack70% dos jovens que se juntaram à organização tinham problemas familiares. "Eles usariam esses problemas contra suas famílias, então, ou elas supriam suas demandas ou eles se juntariam à organização."
Mas conforme o tempo foi passando e a guerra se intensificando, a vidajogar blackjackRaqqa passou a ser mais difícil.
"Quando ocorreu o atentado ao estádio na França (novembrojogar blackjack2015), ninguém podia dormirjogar blackjackRaqqa", conta. "Os franceses bombardearam a cidade toda. Eu fiquei com raiva porque muitos civis inocentes morreram."
Após outro ataque aéreo, ele ouviu crianças chorando, mulheres gritando por ajuda. "Foi uma cena que não vou esquecer nunca. Parecia um filmejogar blackjackação."
Aos poucos, Mutassim foi se desiludindo com o EI. Combatentes que antes ele via como corajosos e fortes não eram verdadeiros com suas crenças, segundo ele.
"Decidi sair quando vi um deles batendojogar blackjackuma mulher. Fiquei furioso. Ele era um estrangeiro e estava batendojogar blackjackuma mulher síria. Daquele diajogar blackjackdiante, comecei a odiar o Estado Islâmico. Foi preciso quatro meses até que eu conseguisse sair."
Mutassim se reconciliou comjogar blackjackfamília, que sempre o aconselhou a sair do país o quanto antes. Eles pagaram contrabandistas para ajudá-lo a escapar.
Raqqa e a área do entorno dela é um campojogar blackjackbatalha, com forças concorrentesjogar blackjackdiferentes pontosjogar blackjackcontrole. Os riscos são altos - como ojogar blackjackser capturado.
"Se você tentar sair, você será preso - a maioria dos que tentaram foram executados."
Na fronteira sul da Turquia, encontrei Abu Jasen, o contrabandistajogar blackjackpessoas que ajudou a tirar Mutassim da Síria. Ele diz que a rota hoje é mais difícil do que era entre 2014 e 2015. Para alcançar a fronteira, a pessoa tem que passar primeiro pelas Forças Democráticas da Síria - uma aliançajogar blackjackcurdos com árabes opositores do EI - que têm listasjogar blackjacknomesjogar blackjackrecrutas do grupo extremista e estão à procura deles.
O próximo obstáculo é passar pelo território controlado pelo Exército Livre da Síria, que faz oposição ao presidente Assad e ao EI.
Mutassim descreve parte do desespero que passou durante a missãojogar blackjackfugir do EI. "Eles atiraram sobre nossas cabeças", relata sobre quando cruzou a fronteira com a Turquia. Ainda que guardas sejam pagos para deixar os sírios passar, isso não torna o trajeto menos apavorante.
Depois o desafio foi cruzar a Grécia com um passaporte falso. Hoje, ele morajogar blackjackum hotel para refugiados na Alemanha - e foi me contando os pesadelos que viveu na Síria e que nunca vai esquecer.
As autoridades alemãs não sabem nada sobre seu passado, nem que ele conseguiu viajar do território do Estado Islâmico até a Europa por um mês sem ser pego.
E Mutassim não veio sozinho.
Outro adolescente, que serviu o califado na Síria ejogar blackjackMosul, no Iraque, conseguiu chegar até a Bélgica.
Omar tem 17 anos, mas poderia facilmente ser confundido com uma pessoa mais nova. Ele se pintajogar blackjackgaroto duro e ainda tem fortes característicasjogar blackjackquem foi enviado para lutar pelo Estado Islâmico.
O jovem está vivendo na Bélgica e foi expulsojogar blackjacktrês hostels para refugiados por ter sido indisciplinado. Demorou meses para contarjogar blackjackhistória e, apesarjogar blackjackalguns exageros, pintou um quadrojogar blackjackabusos.
À medida que vai bebendo uma cerveja, Omar começa a se abrir sobre o EI. Suas respostas são formuladas com cuidado. Seus relatos são recheadosjogar blackjackbravatas, mas logo dá para perceber que o tempo que passou no EI foi cheiojogar blackjackfracassos.
Ele também éjogar blackjackRaqqa, onde trabalhoujogar blackjackuma garagem. Juntou-se ao EI quando ainda era bem novo.
"Todos os meus amigos estavam com a organização, e decidi me juntar a eles porque, sinceramente, gostava deles. Eles tinham uma reputação boa no início, mas depois isso mudou."
Depoisjogar blackjackduas semanasjogar blackjacktreinamentojogar blackjackRaqqa, o jovem foi enviado a Mossul, no Iraque, para reforçar o EI na cidade. Lá, ele ficoujogar blackjackuma casa por uma semana.
"Não saíamosjogar blackjacklá, nos disseram para não abrir a porta para ninguém."
Mossul foi uma experiência decepcionante. Encontrou combatentes que estavam havia dois anos na cidade, sem um único dia livre. Muitos passaram o tempo todo na linhajogar blackjackfrentejogar blackjackbatalha, se alimentando apenas com iogurte, pão e tâmaras.
Omar não conseguiu se tornar o combatente que esperava.
Ele foi dispensado do Jaysh al Khilafa (o Exército do califado) por faltar nas aulas. Chegou a tentar novamente, desta vez para se juntar ao IED (responsáveis pela fabricação das bombas), mas também acabou rejeitado.
O jovem acabou trabalhando como informante, uma funçãojogar blackjacknível mais baixo, responsável por espionar curdos, fumantes (o Estado Islâmico proíbe o cigarro) e pessoas com armas não autorizadas. Ele recebiajogar blackjackdinheiro por cada informação que passava.
Mas seus dias com o califado acabaram rápido. O ponto derradeiro veio quando foi detido por um combatente argelino do EI que o acusoujogar blackjackestar fumando - já era tarde da noite, e o homem o levou para um carro, onde o estuprou.
"Eu fiquei com tanto medo, e ele tinha o controlejogar blackjacktudo, poderia me acusarjogar blackjackqualquer coisa e me levar para a polícia", disse. Foi aí que Omar decidiu sair.
Hojejogar blackjackdia, ele mantém seu passadojogar blackjacksegredo. E sobrevive graças a suas "namoradas" - mulheres mais velhas que lhe dão dinheiro.
Ele não é uma ameaça para europeus, garante. "Eles eram meus inimigos, mas agora estou vivendo entre eles, comendo e bebendo com eles. Eles me receberam e cuidaramjogar blackjackmim. Comecei a odiar meu passado todo e decidi construir uma nova vida."
Nos últimos meses, a BBC soubejogar blackjackpelo menos mais três outros ex-soldados mirins do EI vivendo na Europa. Eles não quiseram dar entrevista. A reportagem tentou conversar com as autoridades europeias sobre os casos, mas ninguém quis comentar.
Currículojogar blackjackódio
Mas o Estado Islâmico não apenas se concentroujogar blackjackrecrutar crianças para serem soldados nos camposjogar blackjackbatalha. Ele avançou fundo na sociedade, nas casas, nas salasjogar blackjackaula, e na mentejogar blackjackcrianças mais novas.
Assim que elas fazem cinco anos, são introduzidas a um vocabuláriojogar blackjackconflitos e violência, conforme os livros escolares do califado revelam. Eles são os "filhotes do Califado" e o processojogar blackjacktransformá-losjogar blackjackguerreiros sagrados começa aí.
O Ministério da Educação instruiu professores a semear o "amor pela educação", mas sugeria que isso fosse feito com menções às virtudes dos profetas e mensagensjogar blackjack"perdão, paciência, coragem, força, confiançajogar blackjackAlá e no chamado para ser jihadistajogar blackjackseu nome". Os professores eram incentivados a "injetar fervor" nas crianças ensinando versos infantis.
"Ó nação, Alá é nosso senhor, seja generoso com seu sangue. A vitória só pode ser atingida pelo sangue dos mártires", é um dos versos ensinados às crianças do Estado Islâmico.
Assim como o movimento da Juventudejogar blackjackHitler doutrinou jovens a servir os nazistas na época da Segunda Guerra Mundial, o grupo extremista islâmico desenvolveu um "aparato" para renovar seus seguidores regularmente. Quando assumiu o controlejogar blackjackRaqqa no invernojogar blackjack2014 e a transformou emjogar blackjackcapital, ela criou o Ministério da Educação, que logo emitiu seu primeiro decreto: as aulasjogar blackjackmúsica foram banidas, assim como as aulasjogar blackjackeducação cívica, história, esportes e até o currículo do governo sírio sobre educação islâmica.
Elas foram substituídas pela "doutrina jihadista" do EI e livretos sobre a sharia.
Como ainda não possuía livros para o currículo próprio, o grupo usava livros sírios existentes, só que estes eram censurados. "Exemplos que falavam sobre juros bancários, democracia, eleições ou darwinismo precisam ser apagados", dizia um decreto do ministério. Professores foram orientados a preencher as lacunas do material apagado usando exemplos que "não contradizem nem as leis islâmicas, nem a política do Estado Islâmico".
Em julhojogar blackjack2014, o califado assumiu o controle sobre a cidade iraquianajogar blackjackMossul, seis vezes maior que Raqqa, e que tinha muito mais a oferecerjogar blackjacktermosjogar blackjackrecursos humanos e infraestrutura. Com isso, o Estado Islâmico passou a ter a expertise e os recursos para fazer todo seu currículo escolar desde o início.
Na escola primária, o material religioso incluía textos que instigavam as pessoas contra não-muçulmanos, alémjogar blackjackpropagandas para jovens enxergarem o EIjogar blackjackmaneira positiva.
O currículo escolar do grupo extremista ficou pronto entre 2015 e 2016. As crianças se matriculariam aos 5 anos e se formariam aos 15, eliminando quatro anos da escola normal que existia até então. Elas seriam educadasjogar blackjack12 disciplinas diferentes, mas todasjogar blackjackacordo com a doutrina do Estado Islâmico. Ser jihadista era algo institucionalizado e o inimigo estariajogar blackjackqualquer lugar além das fronteiras do califado.
Agora, mesmo com a queda do Estado Islâmicojogar blackjackMossul, e com a capitulaçãojogar blackjackRaqqa sendo esperada nos próximos meses, o EI continua ensinando seu currículojogar blackjackódio nas escolasjogar blackjackterritórios que mantém sob seu controle na Síria.
Durante os anos no ensino primário, nas aulasjogar blackjackleiturajogar blackjackárabe, as crianças aprendem que há um fluxojogar blackjack"inimigos" tentando profanar a dignidade dos muçulmanos - os xiitas, os sunitas que não seguem a doutrina do EI, os iranianos, o Ocidente, a aliança judeu-cristã (a coalizão militar que enfrenta o EI), a ONU...desde cedo, o EI doutrina suas crianças sobre a guerra necessária contra os infiéis, que precisam ser "vencidos".
Esses livros também estão atados aos ensinamentos controversosjogar blackjackIbn Taymiyah e Ibn Al-Qayyim, estudiosos medievais cujos escritos se tornaram o alicerce do islamismo ultraconservador contemporâneo e da ideologia judaica salafista. Os textos revelam que criançasjogar blackjackseis a 11 anos estavam sendo repetidamente ensinadas sobre os conceitosjogar blackjack"amar os que amam Alá e odiar o resto".
Mas talvez as subversões mais maquiavélicas do Estado islâmico estejam nos seus ensinamentos do Alcorão. O grupo instrui seus professores a vincular versos a conceitos jihadistas não convencionaisjogar blackjacksuas aulas. "Prepare-se para ensinar este versículo ensinando aos alunos que o objetivojogar blackjackum jihadistajogar blackjacknomejogar blackjackAlá é conseguir a vitória sobre os infiéis ou morrer por Ele", diz uma das instruções.
Os efeitos desse currículo extremista nas crianças podem ser sentidos no "Treinamento dos Futuros Leões", um vídeojogar blackjackpropaganda do EI.
"Quem é seu emir (comandante)?", pergunta o narrador.
"Abu Bakr al-Baghdadi (líder do EI)", responde Abdullah, uma formosa criança do Cazaquistão, que não deve ter maisjogar blackjack10 anos.
"O que você quer ser quando crescer, inshaallah?"
"Eu serei um matador. Serei um mujahid (combatente), inshaallah".
Três meses depois, Abdullah aparecejogar blackjackoutro vídeo exibindo uma arma e executando dois supostos espiões.
Formando um jihadista
E o que ocorre quando a jornadajogar blackjackum filhote do Estado islâmico na aprendizagem primária chega ao fim? Seu futuro status talvez possa ser melhor retratado pela capajogar blackjackum livrojogar blackjackleitura para jovensjogar blackjack11 anos. Ela apresenta uma criança com um rifle pendurado sobre seu ombro, embarcandojogar blackjackuma viagem cinza e nebulosa, o que provavelmente leva à guerra, ondejogar blackjackdeterminação irá forjar ou quebrar.
O Estado Islâmico saiujogar blackjackMossul, mesmo assim ainda se ouve crianças cantando músicas enaltecendo ataques jihadistas contra o Ocidente.
"Vocês verão um conflito épico. Nós estaremosjogar blackjacksuas casas. Nossos combatentes vão aterrorizá-los. Não há escapatória, senão a morte", dizia uma das letras.
Usma e Yabcoub,jogar blackjack12 anos, por exemplo, cantam essas músicas no pátio da escola oujogar blackjackcasa.
Eles se lembramjogar blackjackvoltar andando para casa e ver cadáveres penduradosjogar blackjackpostes. E se lembram também dos vídeos das decapitações.
Usma sorri quando me conta que seu novo cortejogar blackjackcabelo, raspado nos lados e mais longojogar blackjackcima, teria lhe rendido 15 chibatadas sob o EI.
Yacoub não sorri quando passa o dedo pela própria garganta. "Eles não eram legais, eles decapitavam pessoas" ,diz.
Quando recrutava crianças, o EI apelava principalmente para suas emoções.
"O EI não se aproximava dos alunosjogar blackjackmaneira violenta", disse Yousef, um tutor. "Eles apelavam para seu lado emocional dizendo: somosjogar blackjackfamília e vamos ajudá-lo a conseguirjogar blackjackindependência e liberdade."
A primeira vez que falei com Yousef foi há dois anos, pela internet, quando ele nos passou informações sobre a ocupação do EIjogar blackjackMossul. Ele me passou todo o currículo escolar do grupo extremista.
Yousef viu a doutrina do EI tomar conta das salasjogar blackjackaula e alguns dos seus alunos desaparecerem. Seus pais morreram ou lutando pelo grupo extremista ou pela mãojogar blackjackseus combatentes.
"As crianças são um solo fértil. É mais fácil para o EI fazer uma lavagem cerebral com elas quando ainda são jovens do que quando adultos", diz Yousef.
Em alguns casos, segundo ele, famílias chegavam a ceder suas crianças ao grupo para proteger outros parentes.
Segundo a ONU, não importa a forma como as crianças acabam nos grupos armados do Estado Islâmico - sejajogar blackjackmaneira voluntária, por sequestro ou coagidas, todos os "soldados mirins" são vítimas.
Aquelas que foram retiradas muito cedojogar blackjacksuas famílias não têm lembrançasjogar blackjackuma infância normal e são as mais difíceisjogar blackjackserem "salvas" dos extremistas.
Os crimes do EI são muitos: estupro, destruição, genocídio e terror. Um dos seus legados mais prejudiciais é justamente o das crianças deixadas sem qualquer futuro, as que viveram sob seu comando e acabaram perdendo seu passado e presente para viver o caos da guerra.
É difícil ter números exatos, mas estima-se que 2 mil crianças se tornaram "Filhotesjogar blackjackLeão do Califado", crianças-soldado para a máquinajogar blackjackguerra do EI - e milharesjogar blackjackoutras delas foram aliciadas pela propaganda jihadista das salasjogar blackjackaula.
Elas são vítimas - e algumas são ameaças. Quase todas acabam às margensjogar blackjackqualquer sociedade que acabem frequentando quando adultas.
E há também o problema da reincidência. Especialistas apontam que alguns deles acabam na criminalidade, já que já desenvolveram todas as habilidades para isso.
Identificar os mais afetados por tudo isso é difícil. Tratá-los, por um fim a seus pesadelos e traumas será custoso e levará tempo. Eles perderam muito tempo longejogar blackjackuma escola apropriada, e encontrar empregos para quem cresceu dessa maneira é outro desafio. Além disso, retornar à fé real, àquela que não está poluída pela ideologia jihadista, exige perseverança.
Pode ser que seja possível trazê-losjogar blackjackvolta à sociedade e para ajudar o Iraque e a Síria a se reconstruírem. É importante também tratar aqueles que conseguiram fugir para o Ocidente, para evitar que eles se tornem criminosos.
Mas não será fácil. Talvez os especialistas do Estado Islâmico já imaginassem tudo isso quando criaram esse sistema.
Porque apesar da boa vontade, quem quer ajudar um menino que sonhavajogar blackjackser um suicida jihadista?
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