Nadapoker telegramcremação ou enterro: opção por dissolver corpo após a morte ganha adeptos:poker telegram

Legenda da foto, Jason Bradshaw é diretorpoker telegramfunerária americana que usa equipamento (ao fundo) para dissolver os tecidos do corpo

Impacto ambiental

Quando somos enterrados, usamos os recursos do planeta uma última vez - com a madeira do caixão, o algodão do forro, a pedra da lápide, alémpoker telegramoutros recursos.

A cremação também tem impacto ambiental. Para queimar um corpo, o equipamento crematório produz calor suficiente para aquecer uma casa durante uma semana no inverno congelante do Minnesota.

A funerária local é um dos 14 estabelecimentos do mundo a oferecer a opção "verde" - acredita-se que a hidrólise alcalina é ambientalmente mais correta do que a cremação tradicional.

Eles oferecem ambos os serviços pelo mesmo preço, mas dizem que o novo tipopoker telegramcremação revelou-se um sucesso inesperado. Dos clientes que optam por não enterrar seu familiar, metade do total, 80% preferem a hidrólise alcalina.

Legenda da foto, Robert Klink tinha paixão pela água, o que motivoupoker telegramesposa Judi Olmsted a escolher a hidrólise alcalina

O benefício ambiental não, porém, é o único fator a influenciar a decisão.

Ao escolher a cremação verde, Judi Olmsted pensou na paixão que Klink tinha pela água e relacionou o método aquoso ao batismo, o que achou comovente.

O processo transforma os ossospoker telegrampó, que, no casopoker telegramKlink, foi depositado próximo a flores, fotos e um patopoker telegrammadeira numa igreja luterana no subúrbiopoker telegramSt Paul,poker telegramMinnesota.

Outras motivações

A BBC perguntou à diretorapoker telegramfunerais da Bradshaw, Anne Christ, sobre outras razões as pessoas citavam para escolher a hidrólise alcalina.

"Há algumas pessoas com um interesse científico e, claro, interessadas no fator ambiental", diz. "Mas é mais uma questão emotiva. Eu diria que a maioria das pessoas toma a decisão com base numa intuiçãopoker telegramque a água é mais suave."

Mas dissolver o corpo com substâncias químicas realmente é mais suave do que queimá-lo? As pessoas se dão contapoker telegramcomo funciona a hidrólise alcalina?

"Tem coisas que eles não sabem", afirma Christ, rindo discretamente.

O equipamentopoker telegramhidrólise e as salas para acompanhar o processo foram instalados há cinco anos por um custopoker telegramUS$ 750 mil (R$ 2,4 milhões).

"Poderíamos ter gastado menos", diz Jason Bradshaw, também diretor do centro. "Mas pensamos que, como éramos os primeiros na área, e um dos primeiros no país, deveríamos investir mais. Temos grupos que visitam o lugar,poker telegraminstituições psiquiátricas a igrejas. Ou simplesmentepoker telegrampessoas que querem ver como a máquina funciona."

Ele conduz a reportagem ao subsolo, até um cômodo circular com uma cascata tilintante. Na parede corpoker telegramocre, há uma portapoker telegramvidro deslizante que leva a outro espaço.

Bradshaw desaparece, acende a luz no outro cômodo e abre a porta.

O equipamentopoker telegramhidrólise alcalina tem 1,8 mpoker telegramaltura, 1,2 mpoker telegramlargura e 3 mpoker telegramprofundidade. A aparência industrial da máquina contrasta com a intensidade sombria da salapoker telegramvisualização.

Legenda da foto, Equipamentopoker telegramcremação por hidrólisepoker telegramatividade

Não é difícil imaginar quem escolheria assistir seu parente ou amigo sendo colocado num máquina que é conhecida como "digestorpoker telegramtecidos". Em seguida, Bradshaw e seu colega, David Haroldsen, movem um corpo pela porta.

O corpo - que não me foi identificado - é colocado na máquina. Bradshaw opera o equipamento por uma telapoker telegramcomputador - depoispoker telegramtrancada, a máquina se enchepoker telegramágua.

'Processo natural'

Formadopoker telegrambiologia e química, ele explica que a máquina pesa cada corpo e calcula o quantopoker telegramágua e hidróxidopoker telegrampotássio adicionar. A solução alcalina, com um pHpoker telegram14, é aquecida a 150 °C, mas como é pressurizada, não chega a ferver.

"A hidrólise alcalina é o processo natural pelo qual o corpo passa quando é enterrado. Aqui recriamos as condições ideais para isso acontecer muito, muito mais rápido", diz Bradshaw.

Num cemitério, o processo leva décadas. No equipamento, são 90 minutos - embora o processo subsequentepoker telegramenxaguamento leve mais tempo.

Depoispoker telegramtrês a quatro horas, a porta é destrancada e o diretor funerário vê ossos molhados espalhados numa bandejapoker telegrammetal. Num compartimento longe da vista, são depositados os restos líquidos dos tecidos dissolvidos.

O cômodo onde está a máquina tem um cheiro parecido com opoker telegramum lavanderia. Mas a eliminação desses resíduos e o tratamento da água ainda preocupam as pessoas.

Bradshaw seca os ossos numa secadorapoker telegramroupa doméstica. "Funciona melhor", explica.

Legenda da foto, Secagempoker telegramossospoker telegramsecadora tradicional

Os ossos são, então, colocados numa máquina usada na cremação regular. A diferença é que o pó resultante é mais fino e mais claro, parecido com o da farinha - e produz 30% a maispoker telegramquantidade.

Até agora, o digestorpoker telegramtecidopoker telegramBradshaw processou maispoker telegram1,1 mil corpos, quase um por dia.

Espaço para mortos

Há países, como Japão e Grécia, onde há cada vez menos espaço para enterrar seus mortos. Além disso, há impacto ambiental no solo do cemitério, e o próprio enterro exige recursos naturais.

Ativistas dizem que, nos Estados Unidos, as estruturas para armazenar os caixões usam maispoker telegram1,6 milhãopoker telegramtoneladaspoker telegramconcreto e 14 mil toneladaspoker telegramaço por ano.

Na cremação, o equivalente a 320 kgpoker telegramCO2 é gerado. A menos que medidas especiais sejam tomadas, substâncias tóxicas são liberadas, como o mercúrio do preenchimento dental.

Legenda da foto, Pó resultante da cremação: mais fino e branco que o tradicional

Sendo assim, como a hidrólise alcalina se compara do pontopoker telegramvista ambiental?

Para a pesquisadora Elisabeth Keijzer, que coordena dois estudos para a Organização Holandesa para Pesquisa Aplicada, o processo é muito melhor.

Ela analisa 18 parâmetros ambientais - como destruição do ozônio, mudanças climáticas e toxicidade marinha - e conclui que a hidrólise alcalina é melhorpoker telegram17 deles comparada às outras técnicas. Além disso, emite sete vezes menos CO2 que a cremação.

Mesmo que seu trabalho não chegue a considerar o método uma "cremação verde", conclui que é ambientalmente mais correto do que o enterro e a cremação tradicional.