Como a comunista China se tornou a maior defensora da globalização após a ascensãoaposta no flamengo hojeTrump:aposta no flamengo hoje

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Legenda da foto, Apesaraposta no flamengo hojesucessoaposta no flamengo hojeescultura e produtos inspiradosaposta no flamengo hojeTrump, o presidente eleito dos EUA pode trazer problemas para o país

Prova disso foi o discurso desta terça-feira do presidente da China, Xi Jinping, na abertura do Fórum Econômico Mundial - ele foi o primeiro mandatário do país a usar o microfone no evento global realizadoaposta no flamengo hojeDavos, na Suíça.

Segundo Jinping, não há vencedores quando países entramaposta no flamengo hojeuma guerra comercial. E não há razões para culpar a globalização pelos problemas do planeta.

A fala foi interpretada como uma resposta aos comentáriosaposta no flamengo hojeTrump, que promete adotar uma política protecionistaaposta no flamengo hojeseu governo - ao culpar o gigante asiático por problemas como o desemprego nos EUA, ele prometeu sobretaxar a importaçãoaposta no flamengo hojeprodutos chineses.

Emaposta no flamengo hojedefesa do livre-comércio, o presidente chinês fez uma analogia: "Perseguir o protecionismo é como trancar a si mesmoaposta no flamengo hojeum quarto escuro. Embora o vento e a chuva sejam mantidos lá fora, também o serão a luz e o ar".

Quase um mantra

E essa defesa da globalização não começou agora. Já há alguns meses, os chineses vêm afirmando que ela é um processo sem volta, contra o qual seria um grande equívoco lutar.

"É irreversível! Lutar contra isso é um erro. O que se vê agora (uma onda protecionista) são retrocessos", disse o professor Shi Zhiqin, especialista do Centroaposta no flamengo hojePolítica Global da Carnegie-Tsinghua Center.

Na última cúpula do G20, realizadaaposta no flamengo hojeHangzhouaposta no flamengo hojesetembro do ano passado, os chineses foram os primeiros a sairaposta no flamengo hojedefesa da globalização. Ciente das críticas aos efeitos dela, Jinping afirmou na ocasião que o processo deve ser inclusivo.

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Legenda da foto, Na última cúpula do G20, a China saiuaposta no flamengo hojedefesa da globalização e criticou protecionismo

Roberto Azevedo, diretor-geral da OMC, também defendeuaposta no flamengo hojeHangzhou a globalização, dizendo que o fenômeno é responsável por apenas 20% dos empregos perdidos no mundo.

A maior causa do desemprego, segundo ele, são as inovações tecnológicas e o aumento da produtividade. Azevedo, candidato à reeleição na OMC, diz que tentar contornar o desemprego por meioaposta no flamengo hojepolíticas protecionistas - uma das bandeirasaposta no flamengo hojeTrump - é um erro.

O tema acabou entrando na declaração final do encontro por insistência da própria China, que presidiu o grupo no ano passado.

Os movimentos antiglobalização mundo afora defendem justamente que o processo aprofundou as desigualdades entre ricos e pobres.

Argumento que, segundo especialistas, teria levado os americanos a alçar Trump à Casa Banca, e os britânicos a tirar o Reino Unido da União Europeia.

Para o professor Shi Zhigin, desde que deu início ao processoaposta no flamengo hojeabertura da economia eaposta no flamengo hojereformas, a China passou a se integrar gradualmente ao mundo globalizado, tendo obtido imensos benefícios com isso - o que também teria acontecido com o resto do mundo.

O processoaposta no flamengo hojeglobalização, segundo ele, sofreu muitas interrupções ou perdaaposta no flamengo hojevelocidade desde seu começo, sobretudo por conta das duas grandes guerras mundiais e da Guerra Fria, mas nunca foi encerradoaposta no flamengo hojevez.

"Com o fim da Guerra Fria, testemunhamos uma aceleração da globalização que mudou imensamente o nosso mundo e estimulou a economia mundial. Ela agora sofre nova interrupção, o que é cíclico. Temos que admitir que a globalização tem problemas, como o aumento da distância entre ricos e pobres, mas ela não é um erro. Os problemas causados por ela devem ser corrigidos ", afirmou Zhigin.

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Legenda da foto, Na China, Trump é criticado por seu discurso protecionista

Comércio EUA-China

A disputa sobre a globalização deve ganhar ainda mais destaque com uma esperada quedaaposta no flamengo hojebraço entre Estados Unidos e China na administração Trump.

Para o economista-chefe do Centro Chinês para Intercâmbio Econômico, Zhang Yansheng, um think tank próximo do governo, a expectativaaposta no flamengo hojeaumento na inflação americana neste ano deve enfraquecer as exportações dos Estados Unidos e obrigar o país a importar mais, segundo reportagem do jornal estatal China Daily.

Isso deve agravar o imenso deficit comercial americano, e,aposta no flamengo hojeacordo com o Yansheng, "fazer da China um bode expiatório".

Os americanos têm comprado sistematicamente mais da China do que os chineses deles.

De janeiro a novembroaposta no flamengo hoje2016, o saldo negativo na balança comercial entre os dois países favorecia a Chinaaposta no flamengo hojeUS$ 319,3 bilhões. Em 1996, o deficit não passavaaposta no flamengo hojeUS$ 39,52 bilhões. Mas isso não quer dizer que os Estados Unidos saíram perdendo nestas duas últimas décadas.

A verdade é que o comércio entre os dois países cresce como nunca. Em 20 anos, as exportações americanas para a China passaramaposta no flamengo hojeUS$ 11,99 bilhõesaposta no flamengo hoje1996 para US$ 104,14 bilhõesaposta no flamengo hojejaneiro a novembroaposta no flamengo hoje2016. Ou seja, um aumentoaposta no flamengo hoje768,6%.

O percentual é superior ao aumento das exportações chinesas para os Estados Unidos, que saíramaposta no flamengo hojeUS$ 51,51 bilhõesaposta no flamengo hoje1996 para US$ 423,43 bilhões, no período, ou 707,9% a mais.

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Legenda da foto, Comércio entre EUA e China é intenso;aposta no flamengo hoje20 anos, exportações americanas para China cresceram 768%

Se Trump resolver restringir o comércio e elevar tarifas para produtos "made in China"aposta no flamengo hojeaté 45%, como anunciou durante a campanha, as medidas podem afetar o comércio chinêsaposta no flamengo hojeum primeiro momento, mas também podem ser um tiro no pé dos americanos.

"Se isso acontecer, as importações chinesas vão custar pelo menos US$ 20 bilhões a mais para os consumidores americanos. Como explicar isso para eles? Para a China pode não ser tão grave. Temos outros parceiros no mundo", afirmou Xue Rongjiu, vice-presidente do Instituto para OMC do Ministério do Comércio, e um dos maiores especialistasaposta no flamengo hojenegociações comerciais do país.

Ele disse ainda que a Europa não pode atribuir ao comércio com a China ao desemprego nos seus países.

"A UE deve refletir sobre isso. E não nos culpar. Não é justo. A China criou muitos empregos na Europa por meioaposta no flamengo hojeinvestimentos."

'Economiaaposta no flamengo hojemercado'

Durante a cúpula da APEC, a sigla da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico,aposta no flamengo hojenovembro passado, o presidente Xi Jinping foi categórico ao afirmar que "a história provou que o protecionismo não leva a lugar algum".

É assim que a China pretende continuar pensando e conduzindo aaposta no flamengo hojepolítica externa. Desde o mês passado, o país passou a ser considerado, no âmbito da Organização Mundialaposta no flamengo hojeComércio (OMC), uma "economiaaposta no flamengo hojemercado", conforme acordo assinado há 15 anos.

Embora muitos países tenham dado a entender que pretendem fazer vista grossa para este item do acordo, os chineses já avisaram que não aceitam outro tipoaposta no flamengo hojeinterpretação. Eles querem tratamento igualitário nas questões comerciais e anunciaram que estão mais preparados do nunca para se lançaraposta no flamengo hojebatalhas comerciais.

Resta saber se a guerraaposta no flamengo hojetitãs se dará dentro das regras da OMC - a China garante que sim.

"Claro que a China vai considerar as regras da OMC. Não vamos nunca contra as regras da OMC. Tudo estaria previsto dentro das regras e do quadro da OMC, mas a China não quer ver isso acontecer (o enfrentamento)", disse Ronjiu.

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Legenda da foto, Trump deu a entender que pode usar Taiwan para pressionar os chineses

Agenda futura

A agenda entre Estados Unidos e China daqui para frente é longa - há muitas arestas a aparar. E o magnata Donald Trump já deu a entender que as negociações podem ir muito além da esfera comercial.

Em entrevista à Foxnews, deixou no ar que poderia usar a questão Taiwan para pressionar os chineses, um assunto caro à China.

Uma das primeiras iniciativasaposta no flamengo hojeTrump após vencer as eleições foi ligar para a presidenteaposta no flamengo hojeTaiwan, gesto político que irritou Pequim e preocupou o resto do mundo.

"Entendo totalmente a políticaaposta no flamengo hojeuma China única, mas não sei por que temosaposta no flamengo hojeestar sujeitos a ela, a não ser que cheguemos a um acordo com a Chinaaposta no flamengo hojeoutros assuntos,aposta no flamengo hojecomércio inclusive", disse.

Questionado sobre a China ser hoje a maior defensora da globalização no mundo, Ronjiu sorriu:

"Somos um dos seus advogados. Se o maior, não tenho certeza. Mas aprovamos a globalização e somos contra qualquer retrocesso deste processo."