Reuniões globaismelhores sites de bolaoclima são 'frustrantes' porque estão longe da 'vida real', diz cientista brasileira:melhores sites de bolao

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Legenda da foto, A Conferência do Clima da ONU, a COP-22 que começa no Marrocos, discute regras para o cumprimento da metamelhores sites de bolaomanter o aumento da temperatura média do planeta bem abaixomelhores sites de bolao2 graus como prevê o Acordomelhores sites de bolaoParis,melhores sites de bolao2015

Por isso, ela explica, o estudo brasileiro analisou centenasmelhores sites de bolaodocumentos e se concentra nas cidades e responsabilidadesmelhores sites de bolaoprefeitos para consequências já perceptíveis do aquecimento global.

"Os centros urbanos são responsáveis pelo consumomelhores sites de bolao70% da energia disponível e por 40% das emissõesmelhores sites de bolaoGEE", afirma o relatório.

"As prefeituras precisam não apenasmelhores sites de bolaoinventários e propostas. Ainda estamos muito distantes da ação e isso tem que mudar", completa Kahn.

No Nordeste, por exemplo, a vazão menormelhores sites de bolaorios como o São Francisco e a migração acelerada para zonas urbanas contribuem para apagões que, pormelhores sites de bolaovez, trazem aumentomelhores sites de bolaopreços e falta d'água.

No Sul e Sudeste, o aumento do calor e das chuvas provoca enchentes e epidemias, como a explosão do vírus Zika emelhores sites de bolaodoenças respiratórias.

"Os poderes municipais, locais, precisam estarmelhores sites de bolaosintonia com os países. Não tem sentido o Brasil traçar um planomelhores sites de bolaoação sem termelhores sites de bolaoconjunto os planosmelhores sites de bolaocada município, que é onde estão as pessoas expostas aos riscos", diz a cientista.

Desafios da COP-22

A última grande decisão mundial sobre clima foi tomada no ano passado, quando 195 países e a União Europeia ratificaram o Acordomelhores sites de bolaoParis, se comprometendo a manter o aumento da temperatura média do planeta "muito abaixomelhores sites de bolaodois graus"melhores sites de bolaorelação aos níveis anteriores à industrialização.

Hoje, segundo o Observatório do Clima, corremos o riscomelhores sites de bolaochegar a 2030 com o aumento "numa trajetóriamelhores sites de bolao3ºC, algo incompatível com a civilização como a conhecemos".

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Legenda da foto, O estudo que os cientistas da UFRJ vão apresentar no Marrocos alerta para impacto das mudanças climáticas nas grandes cidades

"Está todo mundo contente, foi ratificado o Acordomelhores sites de bolaoParis e isso eleva o ânimo da tropa", afirma a pesquisadora da UFRJ. "Mas pôr issomelhores sites de bolaofuncionamento é outra história."

A principal missão da COP-22 será definir uma data-limite para que se decidam as regrasmelhores sites de bolaoaplicação do acordo. Um dos principais desafios é a obtençãomelhores sites de bolaoum consenso sobre como os compromissos firmados por um país poderão ser fiscalizados pelos demais.

"Como regular, como reportar as reduções, como fazer a contabilidade financeira do fundo. Essa COP-22 é a primeira a discutir essas regras. Ela não vai trazer nenhum resultado, não vai ter 'notícia' nenhuma. São movimentos incrementais, discussões sucessivas que vão construindo o processo."

Daí, diz Suzana Kahn, a importânciamelhores sites de bolaocompartilhar responsabilidades com prefeituras, que estão na ponta deste processo.

Entre as sugestões práticas para prefeitos estão mudanças urbanas que permitam a reduçãomelhores sites de bolaoviagens motorizadas e o deslocamentomelhores sites de bolaomercadorias (levar empregos do centro para os bairros onde as pessoas vivem, por exemplo), incentivo ao usomelhores sites de bolaobicicleta e usomelhores sites de bolaobiocombustíveis.

O relatório também destaca mudanças que podem ser estimuladas dentromelhores sites de bolaocasa.

"Desligar equipamentos quando não houver uso, manter fechados os ambientes com temperatura condicionada e dimensionar adequadamente velocidademelhores sites de bolaoventiladores e temperaturamelhores sites de bolaocondicionadoresmelhores sites de bolaoar; desligar aparelhosmelhores sites de bolaostand-by, usar "tomadas inteligentes", que possuem interruptores próprios pode facilitar essa ação, substituir lâmpadas fluorescentes por LED; construir e reformar casas, considerando uma participação maiormelhores sites de bolaoiluminação natural", entre outros.

"É preciso se aproximar do cidadão, da população. Quando se falamelhores sites de bolaometas, é difícil o engajamento da sociedade, até para cobrar."

Crise ajuda a atingir metas, diz estudo

A estimativa das Nações Unidas émelhores sites de bolaoque 91% da população brasileira vivamelhores sites de bolaoregiões urbanas nos próximos três anos - no último Censo,melhores sites de bolao2010, o índice eramelhores sites de bolao84%.

O problema é que, hoje, segundo o relatório dos pesquisadores da UFRJ, mais da metade dos municípios já precisamelhores sites de bolaonovas fontesmelhores sites de bolaoágua.

Enquanto isso, até 2030, segundo os pesquisadores, "estima-se um aumentomelhores sites de bolao9% no consumomelhores sites de bolaoeletricidade no setor residencial emelhores sites de bolao19% no setormelhores sites de bolaoserviços".

Os impactos das mudanças climáticas na saúde são os mais alarmantes. "O aumentomelhores sites de bolaoinundações e secas causará efeito devastador sobre a saúde, especialmente nas pessoas que vivemmelhores sites de bolaocomunidades mais sensíveis", diz o estudo.

"Com esse cenário, doenças como malária e dengue, mais incidentes nos paísesmelhores sites de bolaoclima tropical, são alguns dos problemasmelhores sites de bolaosaúde pública decorrentes do aquecimento global. As intensas ondasmelhores sites de bolaocalor também podem ter impacto nas doenças crônicas, como problemas cardiovasculares", prossegue o texto.

A ironia é que a crise econômica tem ajudado a desacelerar os impactos destas transformações.

"É por conta dela (da crise) que provavelmente vamos atingir nossas metas com mais facilidade. Crise reduz consumo, reduz energia... isso diminui a pressão sobre o uso dos nossos recursos naturais."

'Estado gasta muito e mal no Brasil'

Ao ratificar o acordomelhores sites de bolaoParis, o Brasil se compromete a cortar emissõesmelhores sites de bolaogasesmelhores sites de bolao37% até 2025 e se propõe a aumentar a redução para 43%melhores sites de bolao2030, tudomelhores sites de bolaocomparação com níveismelhores sites de bolao2005.

O país também se comprometeu a replantar 12 milhõesmelhores sites de bolaohectaresmelhores sites de bolaoflorestas e levar o desmatamento da Amazônia Legal (como o governo denominou uma área que abriga todo o bioma Amazônia brasileiro e partes do Cerrado e do Pantanal e engloba os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Maranhão) a zero até 2030.

Mas como investirmelhores sites de bolaotudo issomelhores sites de bolaomeio à maior crise financeira e política dos últimos tempos?

A pesquisadora explica que a maior parte das transformações não exige investimentos gigantes, como a construçãomelhores sites de bolaonovas usinas ou redesmelhores sites de bolaometrô.

"Há uma sériemelhores sites de bolaolobbies no Brasil, uma forma muito tradicionalmelhores sites de bolaofazer política sem pensar no interesse coletivo. E sempre se olha para um horizontemelhores sites de bolaomuito curto prazo. Estas são coisas que ultrapassam quatro anosmelhores sites de bolaomandato", diz.

"Se você pegar o orçamento inteiromelhores sites de bolaouma cidade, verá a quantidademelhores sites de bolaodinheiro que vai para manutenção da máquina do Estado. O Estado gasta muito e gasta mal com ele mesmo. Investirmelhores sites de bolaogestãomelhores sites de bolaorecursos naturais e resíduos não vai impactar tanto nos recursos municipais."

"A questão é muito mais política que financeira", conclui.