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'Não sou seu filho, soucasa de aposta do denilsonvítima': o reencontrocasa de aposta do denilsonjovem com pai que o infectou com HIV:casa de aposta do denilson
O filho está ali para ler uma declaração que espera ser suficiente para garantir que o pai fique atrás das grades pelo maior tempo possível.
São palavras que poucos acreditavam que ele teria chancecasa de aposta do denilsondizer quando,casa de aposta do denilson1992, foi diagnosticado com Aids e mandadocasa de aposta do denilsonvolta para casa para morrer.
Com uma única folhacasa de aposta do denilsonpapelcasa de aposta do denilsonmãos, Jackson se posiciona calmamente ao lado da mãe, a cinco cadeirascasa de aposta do denilsondistância do pai. "Tentei olhar sempre para frente. Não queria fazer contato visual com ele", diz Jackson.
Mas ele podia enxergá-lo com a visão lateral, e viu seu rosto por um breve momento.
"Reconheci pela fotocasa de aposta do denilsonquando foi preso, mas não temos nenhuma ligação. Não o reconheço como meu pai", afirma Jackson.
O conselhocasa de aposta do denilsonavaliaçãocasa de aposta do denilsonpedidoscasa de aposta do denilsonliberdade condicional chama o rapaz para que ele leiacasa de aposta do denilsondeclaraçãocasa de aposta do denilsonvoz alta. Jackson hesita.
"Naquele momento, me perguntei se estava fazendo a coisa certa, mas minha mãe sempre me ensinou a ser corajoso. Lembrei que Deus estava comigo. Qualquer que fosse o resultado da audiência, Deus é maior do que eu, do que meu pai, do que aquela sala ou mesmo o Departamentocasa de aposta do denilsonJustiça."
Ele respira fundo, olha fixamente para os membros do conselho e começa a contarcasa de aposta do denilsonhistória.
Trajetória
A trajetória começa quando seus pais se conheceramcasa de aposta do denilsonum centro militar no Missouri, onde recebiam treinamento como médicos. Eles foram morar juntos e, cinco meses depois,casa de aposta do denilsonmeadoscasa de aposta do denilson1991, a mãecasa de aposta do denilsonJackson ficou grávida.
"Quando nasci, meu pai ficou muito animado, mas tudo mudou quando ele foi mandado para a Operação Tempestade do Deserto (primeira Guerra do Golfo,casa de aposta do denilson1990-1991). Ele voltou da Arábia Saudita com uma atitude completamente diferentecasa de aposta do denilsonrelação a mim."
Stewart começou a dizer que Jackson não era seu filho. Exigiu um testecasa de aposta do denilsonDNA para provar a paternidade e passou a abusar física e verbalmente da mãecasa de aposta do denilsonJackson.
Quando ela finalmente o deixou, o casal brigou sobre a pensão alimentícia do menino, que Stewart se recusava a pagar. Ele fazia ameaças sinistras, segundo Jackson.
"Ele costumava dizer coisas como 'seu filho não viverá além dos cinco anoscasa de aposta do denilsonidade' e 'quando eu te deixar, não deixarei nenhum laço entre nós para trás'."
Enquanto isso, Stewart havia encontrado um novo emprego trabalhando com examescasa de aposta do denilsonsanguecasa de aposta do denilsonum laboratório. Também tinha começado,casa de aposta do denilsonsegredo, a coletar amostrascasa de aposta do denilsonsangue infectado e levá-las para casa, segundo investigadores do caso.
"Ele brincava com os colegas dizendo: 'Se eu quisesse infectar alguém com um destes vírus, a pessoa nunca saberia o que a atingiu'."
Quando Jackson tinha 11 mesescasa de aposta do denilsonidade, seus pais já não mantinham contato. Isso mudou quando Jackson foi hospitalizado após um ataquecasa de aposta do denilsonasma.
"Minha mãe ligou para meu pai para avisá-lo, pensando que ele iria querer saber que seu filho estava doente. Quando telefonou, colegas dele disseram a ela que meu pai não tinha filhos."
Crime
No diacasa de aposta do denilsonque Jackson receberia alta, Stewart fez uma visita inesperada a ele no hospital.
"Como não era um pai presente, todo mundo estranhou ele aparecer daquela maneira", diz Jackson. "Ele pediu que minha mãe buscasse uma bebida para ele no café para ficar sozinho comigo."
Stewart tirou do bolso uma ampola com sangue infectado com HIV e o injetou no filho. "Ele queria que eu morresse para não pagar a pensão."
Ao voltar,casa de aposta do denilsonmãe encontrou Jackson aos berros no colo do pai. "Meus sinais vitais estavam todos alterados, porque o sangue que ele injetoucasa de aposta do denilsonmim não tinha só HIV. Eracasa de aposta do denilsonum tipo incompatível com o meu."
Os médicos ficaram abismados. Sem saber do vírus mortal que corria nas veias do bebê, eles o estabilizaram e o mandaram para casa. Mas, nas semanas seguintes, a mãecasa de aposta do denilsonJackson viu a saúdecasa de aposta do denilsonseu filho se deteriorar e ficou desesperada por um diagnóstico.
"Ela me levou a vários médicos implorando para que descobrissem por que eu estava à beira da morte", diz Jackson. Por quatro anos, exames não deram pista.
Mesmo sendo uma criança, Jackson sabia quecasa de aposta do denilsonsituação preocupava. "Lembrocasa de aposta do denilsonacordar gritando 'mãe, por favor, não me deixe morrer'."
Uma noite, após ter sido examinado para todo tipo possívelcasa de aposta do denilsondoença, seu pediatra acordoucasa de aposta do denilsonum pesadelo e ligou para o hospital pedindo um testecasa de aposta do denilsonHIV.
"Fui diagnosticado com Aids e três infecções oportunistas." Os médicos chegaram à conclusão que ele não sobreviveria e decidiram que o melhor seria levar a vida mais normal possível até o fim. "Eles me deram cinco mesescasa de aposta do denilsonvida e me mandaram para casa."
No entanto, ele continuou a ser tratado com todo medicamento disponível.
Sobrevivendo
Ele diz ter vivido "um diacasa de aposta do denilsoncada vez" por toda a infância. Permanecer vivo era como andar na corda bamba. "Um dia, eu estava bem e, na hora seguinte, estava sendo levado às pressas para o hospital por mais uma infecção."
Por causa da medicação, teve a audição do ouvido esquerdo afetada. Mas enquanto outras crianças que conhecia no hospital não resistiam, ele viucasa de aposta do denilsonsaúde melhorar aos poucos, para surpresa dos médicos.
Em dado momento, foi liberado para voltar à escola e começou a ter aulascasa de aposta do denilsonmeio período, sempre acompanhado por uma mochila repletacasa de aposta do denilsonremédios.
Simpático e amigável, ele não tinha consciência do estigma socialcasa de aposta do denilsontornocasa de aposta do denilsonsua doença. "Minha escola não me queria lá. Eles tinham medo. Nos anos 1990, as pessoas pensavam que você podia contrair Aidscasa de aposta do denilsonum assentocasa de aposta do denilsonprivada. Uma vez licasa de aposta do denilsonum livro-texto que era possível se infectar por contato visual."
O medo, conta ele, não costumava partir das crianças, mas dos pais delas. Jackson não era convidado para festascasa de aposta do denilsonaniversário - na verdade, nem sequercasa de aposta do denilsonmeia-irmã era chamada. Mas, ao ficarem mais velhas, as crianças passaram a reproduzir o preconceito dos pais.
"Eles me chamavamcasa de aposta do denilson'menino Aids, menino gay'. Foi quando comecei a me sentir isolado e solitário. Parecia não haver um lugar no mundo para mim."
Aos 10 anos, ele começou juntar as peças da história do crime cometido por seu pai, mas levou alguns anos para compreender a dimensão daquele ato.
"No início fiquei bravo e amargo. Cresci assistindo filmescasa de aposta do denilsonque os pais celebravam os filhos. Não conseguia entender como meu pai tinha feito aquilo comigo", diz Jackson.
"Ele não apenas tentou me matar, ele mudou minha vida para sempre. Ele foi responsável por toda perseguição que sofri, por todos os anos no hospital. Ele é a razão pela qual preciso ter tanto cuidado com minha saúde e com tudo que faço."
Superação
Aos 13 anos, estudando a Bíblia sozinho no quarto, ele encontroucasa de aposta do denilsonfé, o que o permitiu perdoar o pai. "Perdão não é algo fácil, mas não quero me rebaixar ao nível dele."
Apesarcasa de aposta do denilsonter nascido como Bryan Stewart Jr., no ano passado, ele acrescentou um segundo "R" ao seu nome e adotou o sobrenome da mãe. "Isso ajudou a proteger minha identidade", diz Jackson.
"Também me deu a oportunidadecasa de aposta do denilsondizer que não tenho qualquer ligação com Bryan Stewart. Sou vítimacasa de aposta do denilsonseus crimes."
"Na audiência, ele continuava a me chamarcasa de aposta do denilsonfilho. Tentei levantar a mão para pedir que ele se referisse a mim comocasa de aposta do denilsonvítima. Pensei: 'Eu já fui seu filhocasa de aposta do denilsonalgum momento? Eu era seu filho quando você injetou HIVcasa de aposta do denilsonpropósitocasa de aposta do denilsonmim?'."
Mesmo nos piores momentos no hospital, Jackson mantinha o bom humor e fazia as enfermeiras rirem com imitações do personagemcasa de aposta do denilsoncinema Forrest Gump.
"Sempre fiz piadas. Gostocasa de aposta do denilsonbrincar com o que é vidacasa de aposta do denilsonalguém HIV positivo oucasa de aposta do denilsonquem não tem boa audição ou não tem pai. Se não tivesse começado a fazer palestras motivacionais, teria me tornado um comediante", diz Jackson.
"As pessoas ficam confusas. Elas pensam que meu humor é uma formacasa de aposta do denilsonlidar com a situação, mas acredito que, se você tem a capacidadecasa de aposta do denilsonrircasa de aposta do denilsonuma tragédia e das coisas ruins da vida, isso te empodera."
Em julho, Jackson recebeu uma carta do Departamentocasa de aposta do denilsonCorreições do Missouri informando que a liberdade condicionalcasa de aposta do denilsonseu pai havia sido negada pelos próximos cinco anos, com base na audiência.
"Tudo que pude fazer no tribunal foi ler minha declaração e rezar para que a Justiça fosse feita. Mas ter um veredito é algo muito poderoso", afirma.
"Houve um tempocasa de aposta do denilsonque acordavacasa de aposta do denilsonpesadelos com medocasa de aposta do denilsonque ele voltasse para terminar o trabalho. Posso tê-lo perdoado, mas, ainda assim, acho que ele tem que pagar pelo que fez."
Ainda que seu pai argumente que sofriacasa de aposta do denilsontranstornocasa de aposta do denilsonestresse pós-traumático apóscasa de aposta do denilsontemporada na Arábia Saudita, Jackson não está convencido disso - diz que o pai era da reserva da Marinha e nunca entroucasa de aposta do denilsoncombate.
Futuro
Enquanto isso, ele continua a superar expectativas médicas.
"Sou mais saudável do que um cavalo. Minha contagemcasa de aposta do denilsoncélulas T (do sistema imunológico) está acima da média. Isso faz com que praticamente não tenha chancescasa de aposta do denilsontransmitir o vírus. Tomava 23 comprimidos. Hoje só tomo um, e meu statuscasa de aposta do denilsonHIV é 'indetectável'", diz ele, com sorriso no rosto.
"Mas ainda tenho HIV. Uma vez diagnosticado, para sempre diagnosticado."
Hoje, Jackson se ocupa com a carreiracasa de aposta do denilsonpalestrante e emcasa de aposta do denilsonorganizaçãocasa de aposta do denilsoncaridade, a Hope Is Vital (Esperança É Vital,casa de aposta do denilsoninglês), que busca conscientizar o público sobre o HIV. Mas sempre encontra tempo para sonhar com a paternidade.
Cita a técnica conhecida como "lavagemcasa de aposta do denilsonesperma", que separa os espermatozoides do fluido seminal e permite que pais soropositivos tenham filhos sem infectar as parceiras. A inseminação é artificial.
"Amaria ter filhos. Ser pai é algo que está traçado no meu destino. Quero apoiar e torcer por eles, mostrar que sempre estarei ao lado deles para protegê-los. E que coisas ruins podem fazer com que coisas incríveis se tornem realidade."
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