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Qual será o destino dos soldados rasos das Farc?:telegram da blaze
O acordo que o grupo guerrilheiro alcançou com o governo da Colômbiatelegram da blaze24telegram da blazeagosto garante anistia ampla para a maioria dos membros das Farc, ainda que alguns indivíduos tenhamtelegram da blazecumprir penatelegram da blazeprisão outelegram da blazereparaçãotelegram da blazevítimas.
O trato também abre portas para um novo (e incerto) futuro tanto para os líderes das Farc quanto para seus combatentes e milicianos rasos.
A esse último grupo pertence Tatiana,telegram da blaze36 anos, grávidatelegram da blazeseu segundo filho. "Minha maior preocupação é com os paracos (grupos paramilitares que tradicionalmente combateram as Farc)", diz ela.
É um temor semelhante aotelegram da blazemuitostelegram da blazeseus colegas.
Aspirações políticas e sociais
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, calculatelegram da blaze6 mil a 7,5 mil o númerotelegram da blazecombatentes etelegram da blaze7 mil a 10 mil os milicianos que seriam parte da guerrilha.
Os soldados - sob orientaçãotelegram da blazeseus líderes - dizem que pretendem recebertelegram da blazebraços abertos o pacto com o governo, mas claramente têm suas dúvidas.
Entre os chefes das Farc, as aspirações são sobretudo políticas: o acordo prevê que, por dois mandatos consecutivos, o partido formado pela guerrilha tenha direito a cinco assentos na Câmaratelegram da blazeRepresentantes (Deputados) e a outros cinco no Senado. Também almejam vagas como prefeitos, conselheiros locais, governadores e, eventualmente, um cargo presidencial.
Enquanto isso, porém, os soldados rasos da guerrilha vivem da promessatelegram da blazeque serão alocadostelegram da blazecooperativas agrícolas, sob os cuidados da organização socialtelegram da blazeque as Farc devem se converter.
A afiliação será voluntária, mas tudo indica que esse será o caminho buscado pela maioria dos guerrilheiros ao final dos seis mesestelegram da blazeque devem fazer a transiçãotelegram da blazeabandono da luta armada.
O temor, porém, é que esses soldados se tornem engrenagens menorestelegram da blazeuma máquina política ou mãotelegram da blazeobratelegram da blazeum projeto econômico das Farc.
E a dúvida é: o quanto eles manterãotelegram da blazededicação e obediência à causa das Farc, uma vez que não estejam mais sob a miratelegram da blazearmas e o temortelegram da blazecastigos?
'Voltar ao campo'
Por enquanto, os soldados se dizem alinhados com o projeto.
O lema "voltar ao campo e trabalhar com as comunidades" é repetido pelos guerrilheiros rasos quando questionados sobre o que pretendem fazer ao deixar as armas e voltar à vida civil.
Mas alguns também admitem não estar satisfeitos com o acordotelegram da blazepaz.
Há a suspeitatelegram da blazeque alguns integrantes mais ligados aos negócios da guerrilha - sobretudo o narcotráfico - prefiram se manter à margem da lei e continuar aproveitando os lucros polpudos desse meio.
'Vai ser diferente'
A guerrilheira Tatiana está grávidatelegram da blazeseis mesestelegram da blazeseu segundo filho homem - o primeiro nasceu dois anos depois que ela entrou à guerrilha. Hoje é um jovemtelegram da blaze17 anos e mora com um tio.
"Vai ser diferente (para meu novo filho)", afirma Tatiana. "O primeiro nasceu no meio do conflito. Este vai nascer na mudança."
Mas é aí que ela expressa o temor quanto aos paramilitares. "Isso sim é algo preocupante", diz.
Um dos maiores medos das Farc uma vez que abandonem as armas é otelegram da blazeser alvotelegram da blazeesquadrões da morte da extrema direita. Ainda está presente na mente dos guerrilheiros o registro do ocorridotelegram da blaze1984, quando parte da guerrilha se uniu ao partido político União Patriótica e milharestelegram da blazemembros deste foram assassinados.
Outros temores são o possível rechaço da sociedade e a dificuldadetelegram da blazeconseguir emprego, por conta do estigmatelegram da blazeter pertencido à guerrilha.
Sonhos e realidades
Camila é um claro exemplotelegram da blazemulher nascida na pobreza que acabou se convertendo parte do maquinário da guerra.
Ela tem 30 anos. Aos 14 já não morava mais com atelegram da blazefamília e trabalhavatelegram da blazeuma casa como doméstica. Foi quando se juntou às Farc.
Hoje, ela sonhatelegram da blazevisitar a Espanha. "Sempre me chamou atenção o modo como vivem lá, suas paisagens, seu sotaque - as pessoas parecem ser muito legais", diz.
Não está claro quando será possível que mulheres como Camila realizem sonhos como esse.
Alguns metros adiante, Alfredo está sentado ao ladotelegram da blazesua mãe, Maria. Ele conta que entrou para as Farc porque passava necessidades e não tinha outras oportunidades.
Alfredo e Maria se reencontraram há dois anos, depoistelegram da blazepassar quase 12 anos sem se ver, sem ter notícias um do outro. O que Maria deseja hoje para seu filho?
"Que ele tenha saúde para trabalhar, porque eu não trabalho. Espero que meus filhos possam me ajudar. (Espero que) ele vá morar no campo, trabalhetelegram da blazeuma fazenda, tenha animais como tínhamos antestelegram da blazeele ir embora. Tínhamos galinhas, umas poucas, mas tínhamos."
Esse retornotelegram da blazeAlfredo - etelegram da blazemuitos outros - à vida camponesa dependerátelegram da blazecomo o acordotelegram da blazepaz será colocadotelegram da blazeprática. Desde que, é claro, seja aprovado pela população colombiana no referendo que será realizadotelegram da blaze2telegram da blazeoutubro.
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