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A polêmica sobre colombiana responsabilizada pelo próprio estupro e assassinato:jogos yiv
jogos yiv "Se Rosa Elvira Cely não tivesse saído à noite com seus colegasjogos yivturma, não estaríamos hoje lamentandojogos yivmorte".
Foi recorrendo a essa justificativa que a Prefeiturajogos yivBogotá, capital da Colômbia, responsabilizou a própria vítima por seu trágico destino, um crime que levou milharesjogos yivcolombianos a protestar e que, quatro anos depois, permanece vivo na memória coletiva.
Por essa interpretação, se a colombianajogos yiv35 anos não tivesse tomado tal decisãojogos yiv23jogos yivmaiojogos yiv2012, seu colegajogos yivturma Javier Velasco não a teria conduzido a uma zona escura do Parque Nacionaljogos yivBogotá, não a teria violado e torturado.
Como resultado, ela não morreria no hospital quatro dias depois, deflorada por um galhojogos yivárvore que o assassino usou para estuprá-la.
"Todos sabiam que (Javier Velasco e Mauricio Ariza, o primeiro, condenado a 48 anosjogos yivprisão pelo crime, e o segundo, considerado inocente) tinham comportamentos atípicos e eram vistos como bandidos", informa um documento firmado pela advogada Luz Stella Boada e revelado pelo jornal colombiano El Espectador.
"Apesarjogos yivtudo isso, Rosa Elvira Cely saiu com eles, foram beber juntos…"
A Prefeiturajogos yivBogotá pretendia responder com esses argumentos à acusaçãojogos yivnegligência apresentada pela família da vítima.
O recurso foi interposto pela famíliajogos yivRosajogos yiv22jogos yivagostojogos yiv2014.
Segundo a família, a polícia, a promotoria e as secretariasjogos yivGoverno e da Saúde não atuaram devidamente para evitar o homicídio.
São vários os argumentos que colocamjogos yivxeque a atuação das autoridades: a demora dos serviçosjogos yivemergência ─ a partirjogos yivum telefonema da própria Rosa, e a decisãojogos yivnão transferi-la para um hospital mais próximo, entre outros.
Mas o que terminaria por gerar uma ondajogos yivindignação entre a população é que Velasco já havia sido condenado pela mortejogos yivoutra mulher, Dismila Ochoa. O crime aconteceujogos yiv2002, dez anos antesjogos yivRosa ser assassinada.
"O crime cometido contra Elvira é o resumo dos múltiplos crimes que são cometidos nesse país contra as mulheres", disse à BBC Mundo, o serviçojogos yivespanhol da BBC, a diretora da ONG Casa da Mulher, Olga Amparo Sánchez.
No anojogos yivque Rosa morreu, quase mil mulheres foram assassinadas na Colômbia, segundo o Institutojogos yivMedicina Legal do país.
"O crime abriu no país uma discussão muito séria sobre se a sociedade colombiana está interessadajogos yivproteger a vida das mulheres", acrescentou.
Críticas
Mas foi a justificativa oficial ─jogos yivculpar a vítima pelo crime que lhe tirou a vida ─ que despertou críticasjogos yivvários setores da sociedade.
"Alémjogos yivcruéis, essas palavras mostram uma clara ignorância sobre o que significa o estado indefesojogos yivuma pessoa", disse Ángela Robledo, deputada estadualjogos yivBogotá.
A mortejogos yivRosa levou o Partido Verde a propor uma lei contra o feminicídio. Intitulada Lei Rosa Elvira Cely,jogos yivhomenagem à vítima, foi aprovadajogos yivjunho do ano passado.
Ainda assim, o jurista e defensor dos direitos humanos César Rodríguez Garavito afirmou que a argumentação da Secretaria não "tem pé nem cabeça".
"Afirmar que uma mulher que sai com homens e acaba sendo estuprada ou assassinada tem culpa pelo que ocorreu é a perspectiva mais troglodita do abuso sexual", criticou.
O próprio prefeitojogos yivBogotá, Enrique Peñalosa, também se mostrou indignado com o argumento do órgão governamental e pediu que a argumentação fosse revisada e corrigida.
"Não compartilhamos com a argumentação jurídica da Secretariajogos yivGoverno. Solidariedade com Rosa Elvira Cely e seus familiares", escreveu ele, semjogos yivconta no Twitter.
Frente à enxurradajogos yivcríticas, o secretário municipal da Casa Civiljogos yivBogotá, Miguel Uribe, pediu desculpas à família da vítima.
"Em nomejogos yivnosso distrito, pedimos desculpas pelo tipojogos yivargumento que a Secretariajogos yivGoverno usou nesse caso", disse,jogos yiventrevista a jornalistas.
"Pedimos desculpas às mulheres (...) solicitamos que esse embasamento jurídico seja descartado e que o juiz não o avalie quando julgar a defesa da administração local", explicou.
Uribe acrescentou que a diretora do escritório jurídico da Secretaria da Casa Civil, a advogada Nayibe Carrasco, renunciou ao posto.
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