Dólar 'no colchão' e prêmios: como milharesbet premierargentinos foram à Copa mesmo com paísbet premiercrise:bet premier

Donobet premier"choripanerias" — lanchonetes especializadas no sanduíche típicobet premierpão com linguiça — nos bairrosbet premierPalermo ebet premierSan Telmo, na cidadebet premierBuenos Aires, Citara contou como ele e os amigos, que não são ricos, fazem para não perder uma Copa, apesar das crises econômicas na Argentina.

"Daqui a um mês, já vamos começar a planejar,bet premierdetalhes, como viajaremos no próximo Mundial. Esse é nosso método. Compramos as passagens com muita antecedência e reservamos a hospedagem também muito antecipadamente. Na próxima Copa, já sabemos que vamos alugar um motorhome, disse Citara. A Fifa anunciou que o Mundialbet premier2026 será no Canadá, no México e nos Estados Unidos."

O comérciobet premierCitara recebe, principalmente, turistas — e especialmente brasileiros.

"Eu acho que a vitória da seleção argentina na Copa vai gerar mais turismo e vai melhorar o comércio. Não tenho dúvidas. Estou muito entusiasmado", disse ele, que mandou fotos da casa que o grupo alugoubet premierDoha e foi decorada por eles com cartazesbet premierMaradona ebet premierMessi.

Viagensbet premiercondições econômicas adversas

Para entender melhor como cercabet premier40 mil argentinos viajaram para torcer para a Argentina no Catar, a reportagem conversou com agentesbet premierviagens, empresários e economistas.

Afinal, a economia argentina deverá registrar cercabet premier90%bet premierinflação neste anobet premier2022, ficando atrás, na América do Sul, apenas da Venezuela.

O Produto Interno Bruto (PIB) estábet premierdesaceleração e o índicebet premierpobreza chega a 36,5% da populaçãobet premiercercabet premier45 milhõesbet premierhabitantes, segundo dados oficiais.

O economista brasileiro Gustavo Perego, da consultoria Abeceb,bet premierBuenos Aires, disse que para entender o contexto argentino é preciso, primeiro, compreender que a economia do país é "bimonetária".

Ou seja, funcionabet premierpesos, a moeda nacional, ebet premierdólares. Os que podem poupam a moeda americana no "colchão",bet premiercasa, ou no exterior.

E eles, que podem ser acadêmicos, empresários médios ou grandes e médicos, por exemplo, também não são considerados sempre ricos.

"As pessoas que sãobet premierfora da Argentina não entendem o conceitobet premiereconomia bimonetária. Estão acostumadas a viver com a moeda nacional, a moeda local. Na Argentina, é diferente. O Banco Central tem, no papel, US$ 40 bilhõesbet premierreservas, sendo US$ 5 bilhões,bet premiertermos líquidos. Mas os argentinos têm no exterior e no 'colchão', fora do sistema financeiro, maisbet premierUS$ 300 bilhões", disse ele.

Quando aparece uma "oportunidade", como viajar para assistir à seleção capitaneada por Messi, a poupançabet premierdólares é usada.

Um executivo argentino, que trabalha no setorbet premierconsumo, disse que, como o peso argentino está desvalorizado e "ficou muito difícil comprar bens duráveis" como um apartamento, a "melhor opção" é gastar a poupança "nos bons momentos".

Pode ser viajar para a Copa do Mundo ou pagar entradas para assistir ao show da banda britânica Coldplay, disse ele, que preferiu se manter no anonimato.

A banda britânica realizou,bet premiernovembro deste ano, dez shows lotados no estádio River Plate,bet premierBuenos Aires, apesarbet premieros preços das entradas terem variado entre 9.500 pesos a 23.000 pesos.

Na Argentina, o salário mínimo ébet premiercercabet premier57 mil pesos — o equivalente a seis entradas das mais baratas para o show .

"Somos loucos por futebol e adoramos viajar, é da nossa cultura. E se o dinheiro que temos alcança para viajar e para ver futebol, perfeito", disse o executivo.

Agentesbet premierviagens lembraram que,bet premierfunção da crise, o governo não permite que comprasbet premierpassagens internacionais e pagamentosbet premierhotéis no exterior sejam feitosbet premierparcelas, como era possível até pouco antes da pandemia do coronavírus.

Argentinos premiados por empresas e vivendo no exterior

Muitos argentinos também viajaram para a Copa no Catar porque empresas compraram pacotes para, por exemplo, premiar clientes, como contou Sebastian Christiansen, que atende o setor empresarial.

"Tivemos muitos casosbet premierempresas que compraram pacotes para premiar empregados, clientes ou distribuidoresbet premierseus negócios", disse Christiansen.

Ele lembrou que, na reta final da Copa, a companhia aérea Aerolíneas Argentinas ampliou a quantidadebet premiervoos. Empresas internacionais também ofereceram mais alternativas saindo da Argentina e com preços mais baixos do que os oferecidos no início do Mundial.

O empresário Nicolas Castro Bronstein, do ramo musical, lembra também que muitos dos 40 mil argentinos que estiveram nos estádios do Catar não necessariamente partirambet premierBuenos Aires.

"Muitos torcedores contaram, quando entrevistados, que morambet premierSydney,bet premierMiami ebet premieroutras cidades no exterior. Pra eles, deve ter sido mais barato do que sair daquibet premierBuenos Aires", diz Bronstein, que não viajou para a Copa do Catar.