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O plano do governo Biden para reaproximar EUA e Brasil — e o papel-chave dos fertilizantes nisso:bwin facebook
O produto já foi mencionado por Bolsonaro como motivobwin facebooksua visitabwin facebookfevereiro a Vladimir Putin,bwin facebookMoscou. Mesmo após o início da guerra, naviosbwin facebookbandeira russa ancoraram no Brasil carregadosbwin facebookfósforo e potássio, dois dos elementos centrais para a plantaçãobwin facebooksoja, por exemplo.
Embora fertilizantes não estejam na listabwin facebookprodutos sancionados diretamente por americanos e europeus, o fatobwin facebookque o Brasil tenha tentado manter um comércio regular com os russos no contextobwin facebookguerra causou mal-estar entre os americanos.
Há duas semanas,bwin facebookvisita a Washington D.C., o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi questionadobwin facebookum evento no think tank Centrobwin facebookEstudos Estratégicos e Internacionais sobre se o Brasil estaria facilitando para que a Rússia burlasse sanções. "Eu não colocaria nesses termos, facilitando… o Brasil é governado por um presidente que recebeu 60 milhõesbwin facebookvotos e está pensandobwin facebookfertilizantes, importados da Rússia", justificou Guedes.
Mas a percepçãobwin facebookque a segurança alimentar do mundo poderia estar ameaçada ebwin facebookque seria preciso ajudar a América Latina a construir soluções,bwin facebookvezbwin facebookcriticá-la publicamente e empurrá-la para uma relação mais estreita com China e Rússia, levou os americanos a um outro caminho.
"O tema do fertilizante esteve bem presente na nossa conversa, eles sabem que é importante pra gente e estão engajados a nos ajudar a encontrar saídas, com outros parceiros, a partirbwin facebookpremissas positivas", afirmou à BBC News Brasil o embaixador Pedro Miguel da Costa e Silva, secretário das Américas do Itamaraty.
Embora todas as opções e propostas ainda não estejam claras, o Departamentobwin facebookEstado americano confirmou à BBC News Brasil algumas delas. Em 28bwin facebookmarço, o secretáriobwin facebookAgricultura dos EUA, Tom Vilsack, conversou com a então ministra brasileira da Agricultura, Tereza Cristina, sobre o problema. Antes,bwin facebook16bwin facebookmarço, Cristina e Vilsack estiverambwin facebookuma reunião com outros países das Américas para tratar do assunto.
A partir daí, a agência internacional do Departamentobwin facebookAgricultura dos EUA fez um levantamentobwin facebooktodos os produtores americanosbwin facebookfertilizantes que poderiam servir como fontes adicionais ao Brasil.
Atualmente, os EUA já são o quinto maior vendedorbwin facebookfertilizantes ao Brasil. O governo Biden tenta aumentarbwin facebookprópria produção:bwin facebookmeadosbwin facebookmarço, anunciou investimentobwin facebookUS$ 250 milhões para empresas americanas que consigam expandir a produçãobwin facebookfertilizantes no país.
Além disso, os americanos passaram a apoiar os esforços brasileirosbwin facebookencontrar o produtobwin facebookoutros países, como o Canadá. Em meadosbwin facebookmarço, Cristina foi ao Canadá e conseguiu negociar um incrementobwin facebook10% no montantebwin facebookfertilizantes que os canadenses, nosso 4º maior vendedor, envia anualmente ao Brasil.
"Ainda é muito pouco, são 400 mil toneladasbwin facebookpotássio a mais, mas o Brasil,bwin facebook2021, usou 13 milhõesbwin facebooktoneladasbwin facebookpotássio", afirma Marcelo Mello, diretorbwin facebookfertilizantes da consultoria StoneX.
O Departamentobwin facebookEstado afirmou ainda que os americanos estudam fazer um intercâmbio técnico com os brasileirosbwin facebookbuscabwin facebookmaior eficiênciabwin facebookfertilizantes.
"Os EUA financiarão a colaboração prática entre especialistas agrícolas dos EUA e do Brasil que compartilharão as melhores práticas para melhorar a eficiência do usobwin facebookfertilizantes para os produtores agrícolas brasileiros", afirmou um porta-voz do órgão.
Para os americanos, encontrar alternativas para a comprabwin facebookfertilizantes extrapola a satisfaçãobwin facebooknecessidadesbwin facebookoutros países, atingidos pelos efeitos colaterais da guerra. Trata-sebwin facebookparte da política dos EUAbwin facebookpunir economicamente os russos pelo conflito na Europa.
"Está claro que os preços dos combustíveis e o fornecimentobwin facebookfertilizantes e outros insumos para a produçãobwin facebookalimentos estão sendo impactados pela decisão da Rússiabwin facebookinvadir a Ucrânia", afirmou o Departamentobwin facebookEstado à BBC News Brasil.
"Reconhecemos a importância disso para os brasileiros. Estamos fazendo todo o possível com nossos aliados e parceiros para mitigar os impactos econômicos das ações russasbwin facebookoutras economias, como o Brasil. Por exemplo, os Estados Unidos estão coordenando com os principais países produtoresbwin facebookpetróleo para ajudar a garantir o fornecimento globalbwin facebookenergia", diz o Departamentobwin facebookEstado, comparando o esforçobwin facebookrelação aos fertilizantes à busca por fortes alternativasbwin facebookcombustíveis para suprir a dependência dos europeus do gás russo.
Vai dar certo ou vai faltar fertilizante?
Embora demonstrem positiva surpresa com a disposição dos americanos, concorrentes do Brasil na produçãobwin facebookcommodities,bwin facebookapoiarem o paísbwin facebookbuscabwin facebooksoluções no tema dos fertilizantes, tanto fontes do mercado quanto aquelas ligadas ao agronegócio dentro do governo reagiram com ceticismo às chancesbwin facebookfuncionamento do plano.
A BBC News Brasil apurou que os produtores brasileiros já conheciam todos os potenciais exportadoresbwin facebookfertilizante indicados pelo governo americano. Além disso, países como o Canadá ou Marrocos, grandes exportadores do produto, têm contratos já firmados com seus clientes e baixa capacidadebwin facebookexpandirbwin facebookprodução.
"Não tembwin facebookonde tirar. Ninguém está deixandobwin facebookproduzir uma única toneladabwin facebookfertilizante no mundo, já que o preço está tão alto, mas toda essa produção já estava comprometida e ninguém vai deixar seus clientes na mão para satisfazer o Brasil", afirma Mello.
Dentro do próprio governo brasileiro, a urgência sobre encontrar novas fontesbwin facebookfertilizante parece ter diminuído. Sebwin facebookmeadosbwin facebookmarço, três semanas após o início da guerra, o númerobwin facebooknavios com fertilizantes da Rússia a caminho do Brasil reduziu-se a zero, agora parece estar havendo uma retomada parcial do fluxo.
Para Mello, no entanto, não será o suficiente para suprir a demanda nacional. "Os produtores terão que reduzir o uso entre 25% e 30%bwin facebookfertilizantes na lavoura. Vai faltar. Mas não será o fim do mundo", afirma o consultor, que hoje presta serviços para cercabwin facebook40% dos produtoresbwin facebooksoja do país.
Segundo Mello, como historicamente os fertilizantes são considerados produtos baratos, os fazendeiros brasileiros aplicavam mais do que o necessário ao solo, considerado pobre. Por isso mesmo, uma redução do montante usado agora não deve representar uma queda na produção da próxima safra. E também por isso, é na cooperação técnica com os americanos que Mello vê um caminho mais promissor no plano americano para driblar a faltabwin facebookfertilizantes no Brasil.
"Mas esse tipobwin facebooktroca técnica não é algo que deva funcionar já para a próxima safra, é uma questãobwin facebookmédio prazo, para dar resultadosbwin facebookalguns anos", aponta.
Biden e Bolsonaro se encontrarão finalmente?
A despeito das aparentes baixas chancesbwin facebooksucesso do plano americano para o campo brasileiro,bwin facebooktermos políticos, a proposta parece ter agradado. Um diplomata brasileiro com conhecimento das negociações entre os dois países afirmou que "ninguém tem ilusão que os americanos agem assim só porque se preocupam com o Brasil, sabemos que eles querem se fortalecer na região pra mostrar ao Putin o poderbwin facebookBiden, mas o atual termo das cooperações nos agradam".
Em junho, o governo americano sediará a 9ª Cúpula das Américas,bwin facebookLos Angeles. Em Brasília, as autoridades americanas fizeram questãobwin facebookconvidar nominalmente o presidente Jair Bolsonaro para viajar para o encontro.
"Temos a expectativa que os dois presidentes possam finalmente se encontrar pessoalmente e se falar sobre os temas da Cúpula", afirmou o embaixador Costa e Silva à BBC News Brasil. A viagembwin facebookBolsonaro ainda não está oficialmente confirmada.
Desde que tomou posse,bwin facebookjaneirobwin facebook2021, o presidente Biden tem evitado contato direto com Bolsonaro, que demonstrou apoio público ao republicano Donald Trump nas eleiçõesbwin facebook2020. Sob a condiçãobwin facebookanonimato, ministros do governo Bolsonaro reconhecem que a visita do brasileiro a Putinbwin facebookfevereiro, contrariando os interesses americanos, foi também uma formabwin facebookexpressar descontentamento com o tratamento dado a ele pelo líder dos EUA.
Entre diplomatas americanos ouvidos pela BBC News Brasil cresce a percepçãobwin facebookque, especialmente diante da guerra da Ucrânia, é preciso aproximar-se dos aliados e países amigos.
Na conversabwin facebookBrasília na semana passada, os diplomatas do Departamentobwin facebookEstado foram cautelososbwin facebooknão criticar diretamente a alta do desmatamento na Amazônia — elogiaram compromissos ambientais firmados ainda no ano passado pelo Brasil e recomendaram aumentar os esforços contra o crimebwin facebookcampo — nem mencionaram temas espinhosos, como a relação do governo com os povos indígenas ou tensões quanto ao processo eleitoral.
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