Briga por templos da Universalcbet examAngola causa conflitos com a polícia:cbet exam

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Cercacbet exam100 templos da Universalcbet examAngola foram interditados por autoridades do país devido à batalha judicial envolvendo a igreja

Cercacbet exam100 templos da Universalcbet examAngola foram interditados por autoridades do país devido à batalha judicial travada entre os dois grupos que reivindicam o controle da instituição.

A polícia angolana informou que fiéis, "em desobediência às autoridades", teriam retirado ilegalmente os seloscbet examvedaçãocbet examacesso aos templos do Maculusso e do bairro do Alvalade. Também teriam sido abertos ilegalmente templos nas localidadescbet examBenfica e Talatona.

"Os pastores têm partilhado áudios nas redes sociais, motivando os fiéis a deslocarem-se nesses templos para praticarem a violência com objetivocbet examretornar os cultos", disse o diretorcbet examComunicação Institucional da Polícia Nacionalcbet examLuanda, Nestor Goubel.

A polícia disse que religiosos reabriram os templos sem qualquer mandado que legitimasse a retomada dos imóveis apreendidos. A ala brasileira teria decidido retomar as igrejas por conta própria e, por isso, a polícia foi chamada. Aí houve o confronto.

Nas redes sociais, religiosos ligados à Reforma - grupocbet exambispos e pastores angolanos reconhecido pelo governo como responsável hoje pela Universal local -, denunciaram que um pastor ligado à ala brasileira teria convocados os fiéis, orientando-os a levarem gasolina e pneus para queimaremcbet examfrente aos templos.

Crédito, OSVALDO SILVA/AFP via Getty Images

Legenda da foto, O racha na Universalcbet examAngola começou no finalcbet exam2019 com o surgimentocbet examgrupo que se opôs abertamente à direção brasileira

De acordo com o porta-voz da polícia, medidas "severas" poderão ser tomadas contra os seguidores que insistiremcbet examter acesso aos templos religiosos, sem a prévia autorização legal das autoridades.

Na disputacbet examAngola, estão os fiéis apoiadores da "Reforma" - que têm o reconhecimento do Instituto Nacional do Diálogo Religioso (Inar), órgão do Ministério da Cultura angolano -, e do outro o "movimento dos 7000", que segue a liderançacbet examEdir Macedo e continua se considerando a legítima direção da igreja no país.

Disputa pela posse

O racha na Universalcbet examAngola começou no finalcbet exam2019 com o surgimento da Reforma, grupo liderado por cercacbet exam300 bispos e pastores angolanos, que se opôs abertamente à direção brasileira e divulgou um manifesto acusando a instituição por crimes como lavagemcbet examdinheiro, evasãocbet examdivisas, racismo e imposiçãocbet examvasectomia a pastores.

Em junhocbet exam2020, os bispos e pastores angolanos tomaram o comando da igreja, após uma assembleia-geral que destituiu os antigos dirigentes alinhados ao bispo Macedo.

De lá para cá, a disputa se acirrou. Em maio do ano passado, a TV Record África teve suas atividades suspensascbet examAngola. Maiscbet exam50 pastores e obreiros da Universal foram mandadoscbet examvolta ao Brasil.

A nova confusão se deu após o juiz Tutri Antônio, da 4ª. Seçãocbet examCrimes Comuns do Tribunalcbet examLuanda, determinar, no dia 31cbet exammarço, que os templos, o patrimônio e as contas bancárias bloqueadas da Igreja Universal deveriam ser devolvidos àcbet examlegítima direção.

Como o juiz não especificou qual seria essa legítima direção, e há uma disputa ferrenha entre duas alas, a direção brasileira da Universal passou a considerar que teriacbet examvolta os seus templos. Em uma nota, a Universal no Brasil afirmou que o tribunal determinou a "devolução dos templos e bens à Universal do país".

O juiz Tutri Antônio determinou a devolução dos templos ao fim do julgamento que condenou o bispo brasileiro Honorilton Gonçalves, ex-todo poderoso da TV Record no Brasil e depois líder espiritual da Universalcbet examAngola, a três anoscbet examprisão por imposiçãocbet examvasectomia a pastores. Sua pena foi suspensa por dois anos. Outros três réus ligados à igreja foram inocentados.

Sobre a disputa pelos templos, o magistrado afirmou que a discussão deveria ocorrer numa outra instância judicial, pois cabia a ele apenas a análisecbet examsupostos crimes apontados no processo.

"É uma questão que deve ser resolvidacbet examoutro tribunal. As pessoas que estão a disputar o controle da igreja têm advogados e sabem onde devem se dirigir para poder determinar com quem vai ficar a gestão e quem vai recebercbet examvolta os bens que o tribunal mandou restituir", disse o juiz. "Essa parte já não me compete, já não compete aos meus colegas. Por esta razão, não nos pronunciamos".

Para a ala angolana da Universal, não há dúvidascbet examque a instituição no país é comandada pelo bispo angolano Valente Bezerra Luís, pois a assembleia-geral que o elegeu,cbet exam2020, teria sido reconhecida pelo Instituto Nacionalcbet examDiálogo Religioso.

Crédito, ALAN SANTOS/PR

Legenda da foto, O bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal

Porém, uma publicaçãocbet examalterações no estatuto da igreja no Diário da República (o Diário Oficial angolano),cbet examoutubrocbet exam2021, encaminhada pela ala brasileira, reacendeu a discussão e gerou confusão. O governo angolano alega não ter recebido esse pedidocbet examalteração.

O diretor-geral adjunto do Inar, Ambrósio Micolo, disse que hoje já não existem alas na Igreja Universal, mas sim uma direção reconhecida e não teria sido ela a reabrir os templos ilegalmente. "Existe uma direção legitimada pelo governo angolano e que vai receber os templos a serem entregues pelo Inar. O Inar apenas aguarda a notificação do tribunal", informou. "Os fiéis devem manter a calma, que será reposta a legalidade".

Em um vídeo nas redes sociais, o bispo Alberto Segunda, o líder da igrejacbet examacordo com a ala brasileira, disse que seus seguidores estão sendo "injustiçados e perseguidos".

Em nota divulgada na sexta-feira (22/04), o bispo Segunda afirma ainda que a igreja não tem qualquer relação com incitaçãocbet examatoscbet examviolência, seja "direta ou indiretamente".

A nota prossegue afirmando que há uma "perseguição feroz por um grupocbet examindivíduos que buscam a qualquer custo atingir seus objetivos escusos", mas que "nunca iremos compactuar com qualquer atocbet examresistência violenta".

A BBC News Brasil entroucbet examcontato com a IURD no Brasil para mais esclarecimentos, mas não recebeu resposta até o momento da publicação desta reportagem.

Segunda já prevê a possibilidadecbet examum resultado desfavorável à ala brasileira. O bispo afirmou que, caso o Estado angolano decida "tirar" o patrimônio da igrejacbet examEdir Macedo, "nós começaremos novamente do zero". O bispo pediu que, nesse caso, o governo ao menos não retire a marca IURD (Igreja Universal do Reinocbet examDeus).

Um outro porta-voz do grupo pró-Macedo, Olívio Alberto, disse que os "dissidentes da Igreja Universal" teriam tido o apoio da Polícia Nacional Angolana. Para ele, policiais estariam ocupando as igrejas para depois "entregarem aos supostos pastores protegidos pelas autoridades angolanas". O Inar, na avaliaçãocbet examOlívio Alberto, também estaria apoiando os bispos e pastores da Reforma.

Os religiosos que se opõem a Edir Macedo,cbet examcontrapartida, apoiaram a ação policial na catedral do Maculusso. Para o bispo Valente Bezerra Luís, apontado pelo Inar como o atual presidente da igreja, a operação policial garantiu a legalidade.

"Tenhocbet examparabenizar o trabalho da polícia. Nossos irmãos invadiram os templos que estavam selados e fizeram os cultos. Foram advertidos que não eram os legítimos representantes e ignoraram o apelo da polícia por três vezes. Em áudios, pastores incentivaram a violência É muito triste", afirmou Luís.

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