A águia perdida que desviou 8 mil km da rota e foi parar nos EUA:baixar app casa de apostas

Desde o fimbaixar app casa de apostasdezembro, quando passou a aparecer com mais frequência, pesquisadores e observadoresbaixar app casa de apostaspássaros têm pegado estrada e dirigido horas a fio na esperançabaixar app casa de apostasvê-la por suas lunetas e binóculos.

Grupos na internet, alguns com maisbaixar app casa de apostasmil participantes, enviam alertas diários sobre o paradeiro da águia. A essa altura, ela já virou personagembaixar app casa de apostasquadrinho e estampabaixar app casa de apostascamiseta.

"Ninguém achava que ia ver um pássaro desses nos EUA. Tem gente dirigindo noite adentro pra vir até aqui. Esse é provavelmente o evento da década no mundo da observaçãobaixar app casa de apostasaves", diz Nicholas Lund, que trabalha na organização conservacionista Maine Audubon e é, ele também, um ávido observadorbaixar app casa de apostaspássaros, com maisbaixar app casa de apostas1,5 mil espécies diferentes no "currículo".

No último dia 20baixar app casa de apostasdezembro, ele estava com outros colegasbaixar app casa de apostasmeio a uma "contagem natalinabaixar app casa de apostaspássaros" (uma espéciebaixar app casa de apostascenso realizado por voluntários) quando soube que a águia-marinha-de-steller estava no Estado vizinho,baixar app casa de apostasMassachusetts, a duas horasbaixar app casa de apostasonde estavam.

Há maisbaixar app casa de apostasum ano Lund acompanhava fascinado a saga da águia, quebaixar app casa de apostastemposbaixar app casa de apostastempos desaparecia e reapareciabaixar app casa de apostasalgum ponto do mapa da América do Norte. Não fossem as restrições da pandemia, meses atrás ele já teria ido bater no Canadá, quando a ave fora avistadabaixar app casa de apostasNew Brunswick ebaixar app casa de apostasNova Scotia. Ao saber que ela tinha finalmente cruzado a fronteira, ele e os amigos não tiveram dúvida:

"A gente largou o que estava fazendo e pegou a estrada."

Horas depois, na região do parque estadualbaixar app casa de apostasDighton Rock, eles se virambaixar app casa de apostasmeio a uma multidãobaixar app casa de apostascercabaixar app casa de apostas200 pessoas.

"Aquela regiãobaixar app casa de apostasMassachusetts [e arredores] é bastante povoada, então observadoresbaixar app casa de apostaspássaros vindosbaixar app casa de apostastoda a regiãobaixar app casa de apostasNew England [área compreende 6 Estados no nordeste dos EUA],baixar app casa de apostasNova York,baixar app casa de apostasBoston…todo esse pessoal convergiu para esse parque. Parecia um festivalbaixar app casa de apostasmúsica. Não tinha lugar pra estacionar, as pessoas dançavam, estavam animadas, foi um evento mesmo."

Desde então, Lund acredita que milharesbaixar app casa de apostaspessoas já tenham conseguido avistar a águia-marinha-de-steller "perdida" na América do Norte.

Uma delas foi Gregory LeClair, estudantebaixar app casa de apostasecologia na Universidade do Maine, que depoisbaixar app casa de apostasduas tentativas frustradas finalmente conseguiu ver o animal no último dia 12baixar app casa de apostasjaneiro. Àquela altura, a ave já tinha "subido" para o Estado do Maine, para a regiãobaixar app casa de apostasBoothbay Harbor - onde vem sendo vista, aliás, até os últimos dias.

"Quando a gente estava estacionando já consegui ver as pessoas com os telescópios. Me aproximei, perguntei o que eles estavam vendo e me apontaram: 'A águia está bem ali, do outro lado do porto, atrás daquelas árvores'. Dessa vez foi tão fácil, chegamos e ela estava lá, dando um show pra todo mundo."

Ele dirigiu cercabaixar app casa de apostasuma hora e meia levando a filha, que tem dois anos e, apesar da pouca idade, já acompanhou os paisbaixar app casa de apostasdiversas viagens para explorar a natureza,baixar app casa de apostaspasseiosbaixar app casa de apostascaiaque a excursões para observaçãobaixar app casa de apostaspássaros.

"Sendo biólogo, alguém que valoriza a natureza… eu gostobaixar app casa de apostascompartilhar isso com minha filha", diz LeClair, que pesquisa répteis e anfíbios e trabalha com tartarugas ameaçadas.

"A gente foi tentando deixar nossa filha empolgada no caminho, ficávamos repetindo: 'Estamos indo ver a águia!'. E ela repetia: 'Águia! Águia!"

Uma semana depois, a pequena ainda reconhece a imagem da ave quando ela aparece na tela do computador e do celular. "Agora ela aprendeu a falar o nome inteiro - águia-marinha-de-steller (steller's sea eaglebaixar app casa de apostasinglês)", completa.

Por que ela voou pra tão longe?

Não é incomum que pássaros "se percam" e saiam das rotasbaixar app casa de apostasvoo habitual, como explica Brian Olsen, professorbaixar app casa de apostasornitologia da Escolabaixar app casa de apostasBiologia e Ecologia da Universidade do Maine.

O fenômeno tem nome técnico, inclusive - são as aves "vagantes". E pode acontecer por diferentes razões: desde eventos climáticos extremos, como furacões ou ventos fortes, que "jogam" as avesbaixar app casa de apostasoutras rotas e as desorientam, até disfunções no sistemabaixar app casa de apostasnavegação dos pássaros -baixar app casa de apostasoutras palavras, é como se alguns nascessem com a bússola interna avariada e,baixar app casa de apostasvezbaixar app casa de apostasvoar para as regiões para as quaisbaixar app casa de apostasespécie costuma migrar, vão na direção oposta.

Algumas aves, especialmente as mais jovens, também podem se distanciar acidentalmente do bando e ir pararbaixar app casa de apostasum lugar distante. E já aconteceu de, nesses errosbaixar app casa de apostascálculo, elas descobrirem novas possibilidadesbaixar app casa de apostashabitat para suas respectivas espécies e darem início a um processobaixar app casa de apostascolonizaçãobaixar app casa de apostasuma área nova.

"Tornar-se vagante ébaixar app casa de apostasgeral uma combinação entre o comportamento do próprio animal e fatores externos aleatórios. Então provavelmente nunca saberemos exatamente que combinação foi essa que trouxe a águia até aqui", ressalta Olsen.

"Mas uma vez fora dabaixar app casa de apostasáreabaixar app casa de apostascostume, a ave percebe. Os pássaros vagantes costumam se deslocar mais porque sabem que não se encontram exatamente onde estavam tentando chegar."

Ainda que a ocorrênciabaixar app casa de apostaspássaros raros na região seja algo que aconteça provavelmente a cada três ou cinco anos, prossegue o biólogo, o caso da águia-marinha-de-steller é especial.

"Esse caso é particularmente raro porque não é um pássaro com uma longa rotabaixar app casa de apostasmigração - quanto mais as aves se movimentam, maior a probabilidadebaixar app casa de apostaselas irem pararbaixar app casa de apostasoutro lugar. Também é grande, é um pássaro que impressiona pelo tamanho."

Olsen lembra que, alguns anos atrás,baixar app casa de apostas2018, uma outra ave também mobilizou a comunidadebaixar app casa de apostasobservadoresbaixar app casa de apostaspássaros no Maine.

Um gavião-preto, endêmico da América Central e do Sul, foi parar ali e, depoisbaixar app casa de apostasmeses vivendo no Estado, foi resgatado após se machucarbaixar app casa de apostasuma tempestadebaixar app casa de apostasneve - uma ave tropical que se viu no meio do inverno do hemisfério norte.

Muitas aves vagantes, aliás, acabam morrendo prematuramente porque estão sujeitas a uma sériebaixar app casa de apostasameaças - o clima da regiãobaixar app casa de apostasque se estabeleceram pode ser muito diferente daquele ao qual estão habituadas, por exemplo, ou elas podem ter dificuldade para encontrar alimento.

No caso da águia-marinha-de-steller, contudo, as chances têm jogado a favor. O clima da regiãobaixar app casa de apostasque está agora é relativamente semelhante aobaixar app casa de apostasseu habitat natural. Ela já foi vista se alimentandobaixar app casa de apostaspeixe diversas vezes, o que indica que está conseguindo encontrar alimento, e tem sido observada na companhiabaixar app casa de apostaságuias-de-cabeça-branca, a espéciebaixar app casa de apostaságuia mais recorrente na região.

"Nós sabemos que ela está comendo, sobreviveu esse tempo todo, quase um ano e meio, parece saudável… Ninguém sabe do futuro, mas ela pode ficar por aqui - nós estamos todos secretamente torcendo pra isso", diz Nicholas Lund, que também é dono do perfil TheBirdist no Twitter.

Ele lembra que há registrobaixar app casa de apostasacasalamento entre águias-marinhas-de-steller e águias-de-cabeça-branca no Alasca, do outro lado do país, onde a avebaixar app casa de apostasrapina asiática já foi encontrada quase duas décadas atrás. "Ela poderia encontrar um parceiro e ficar por aqui, estamos todos torcendo por isso - seria maluco."

Lund criou um mapa interativo com todas as aparições da águia "perdida". Para quem está considerando pegar estrada (ou avião) para tentar vê-la, ele recomenda o site da Maine Audubon, a organização conservacionistabaixar app casa de apostasque atua, que tem divulgado relatórios diários e alertas sobre o paradeiro do pássaro.

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