Brasileira com síndromegalera.bet é confiavelTourette viraliza no TikTok: 'Já apanhei na rua':galera.bet é confiavel

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Legenda da foto, Com conteúdo informativo e sobre seu cotidiano, maranhense 720 mil seguidoresgalera.bet é confiavelsete meses

"Eu já tinha os sintomas há muito tempo, mas descobri tudo junto", conta à BBC News Brasil.

Na época, seu psicólogo sugeriu que ela compartilhasse no Tik Tok todo o processogalera.bet é confiaveldiagnóstico. Foi então que Joyce começou a postar conteúdos informativos sobre o transtorno e também sobre seu dia a dia. Como a síndrome ainda é muito estigmatizada, ela pensou que poderia ajudar outras pessoas a seguirem com uma vida normal, já que muitos sofrem limitações.

A iniciativa deu certo, e hoje ela já tem 720 mil seguidoresgalera.bet é confiavelmenosgalera.bet é confiavelsete meses. Alguns vídeos chegam a ter quase dois milhõesgalera.bet é confiavelvisualizações e centenasgalera.bet é confiavelcompartilhamentos. Um dos conteúdos que mais viralizou foi quando ela explica para que serve o cordãogalera.bet é confiavelgirassol, peça para identificaçãogalera.bet é confiavelpessoas com deficiência. Além deste, vídeos respondendo aos seguidores também viralizamgalera.bet é confiavelpoucos dias.

Descobertagalera.bet é confiaveloutros transtornos

Quando era adolescente, por volta dos 15 anos, a maranhense foi diagnosticada com TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), depressão e ansiedade. Mesmo diante dessas doenças, ela tentava seguir com uma rotina normal.

Meses depois descobriu que sofria com transtorno do déficitgalera.bet é confiavelatenção com hiperatividade (TDAH), o que atrapalhava ainda mais seu desempenho escolar. Mesmo reportando o problema aos professores, ela não tinha apoio psicológico e ainda sofria com bullying por parte dos colegas.

"Nenhum adulto acreditavagalera.bet é confiavelmim. Eu passei o ensino médio tendo dificuldadegalera.bet é confiavelaprendizado e ninguém acreditava na minha palavra. A escola se tornou um inferno para mim", relembra.

A estudante acredita que, na época, a ansiedade foi agravada ainda mais por causa dessas situações no colégio. Já a depressão ocorreu devido à perdagalera.bet é confiavelum amigo próximo quando ela ainda estava no ensino fundamental.

"Não tinha coragemgalera.bet é confiavelpedir ajuda para ninguém. Nem para os meus pais".

Depois da descoberta, Joyce começou a fazer psicoterapia e ter ajudagalera.bet é confiavelprofissionaisgalera.bet é confiavelsaúde mental.

Ao receber o diagnóstico da síndromegalera.bet é confiavelTourette, ela acreditou que poderia ser o fim e a notícia foi bem traumática.

"No início não foi fácil e eu sempre me sentia um sergalera.bet é confiaveloutro planeta. Eu pensava: 'Meu Deus. Vou ter que conviver com isso pelo resto da vida'. Mas depoisgalera.bet é confiavelum tempo, comecei a encontrar pessoas iguais a mim", relembra. Ao longo desses anos, ela perdeu muitos amigos, que se afastaram simplesmente por não entenderem o transtorno.

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, 'Passei o ensino médio tendo dificuldadegalera.bet é confiavelaprendizado e ninguém acreditava na minha palavra. A escola se tornou um inferno para mim', diz a estudante

Estigma e pouca qualidadegalera.bet é confiavelvida

Quem sofre com a síndromegalera.bet é confiavelTourette ainda enfrenta muito preconceito no dia a dia. Muitas vezes, os tiques podem ser leves, mas também surgemgalera.bet é confiavelforma agressiva e permanecem por minutos e até horas.

Normalmente, quando isso ocorre, eles são desencadeados por situaçõesgalera.bet é confiavelestresse e fatores ambientais como luz, barulho, entre outros. Diante dessas crises, a estudante conta que já chegou a torcer o pulso, deixou a bochechagalera.bet é confiavelcarne viva e até socou a garganta. Quando Joyce estágalera.bet é confiavelcasa é mais fácilgalera.bet é confiavelcontrolar, porém,galera.bet é confiavellugares públicos ela ainda passa por situações constrangedoras.

Uma vez estava com uma amiga na praia e os tiques ficaram fortes. Ela foi até o banheirogalera.bet é confiavelum estabelecimento e se trancou para não se expor. No entanto, ela gritava muito, e a dona do local disse que iria chamar a polícia.

Por conta dos tiques, a estudante ainda dizia palavrasgalera.bet é confiavelbaixo calão. Quando saiu, foi agredida. "Eu disse palavras obscenas e veio o tiquegalera.bet é confiavelmostrar o dedo. Aí a mulher me deu um tapa na cara", relembra.

Na hora, ela egalera.bet é confiavelamiga tentaram explicar, mas a dona do estabelecimento não quis entender e ainda disse que seu marido estava armado. "Essa foi a situação mais louca que vivi", conta indignada.

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Jovem é estudantegalera.bet é confiavelpsicologia

Ajuda para outras pessoas

Graças à rede social, a maranhense acredita que pôde impactar a vidagalera.bet é confiavelmuitas pessoas que também sofrem com tiques e têm medogalera.bet é confiavelter uma vida normal.

Com crescimento orgânico na rede social chinesa, ela não esperava ter tantos seguidoresgalera.bet é confiaveltão pouco tempo e ainda conscientizar muitas pessoas, inclusive quem também sofre com a síndrome. Hoje, ela segue engajada e posta diariamente conteúdo na internet.

Desde o diagnóstico, ela também criougalera.bet é confiavelprópria lojagalera.bet é confiavelcordõesgalera.bet é confiavelgirassol, que possibilitam a identificaçãogalera.bet é confiavelpessoas com deficiência. O acessório funciona como um crachá com foto, nome, datagalera.bet é confiavelnascimento, endereço, nome do contato, telefone do contato e identificaçãogalera.bet é confiaveldoenças, deficiências e/ou transtornos que a pessoa tem.

A jovem conta que ao postar contando um pouco mais sobre essa iniciativa, muitas pessoas não sabiam o verdadeiro significado do colar e como ele pode ser útilgalera.bet é confiavelajudar quem também sofre com esse transtorno e outras condições.

Agora, ela pretende seguir com os conteúdos nas redes sociais e dar mais voz à causa. Também escolheu cursar psicologia, justamente para ajudar pacientes com a mesma síndrome. "Eu nunca penseigalera.bet é confiavelcursar psicologia. Mas escolhi depoisgalera.bet é confiavelser diagnosticada, já que é muito escasso profissionais que tratam essa síndrome e outras doenças. Como não tive essa ajuda também, segui numa escola normal e foi horrível", diz. Ela ainda tem o sonhogalera.bet é confiavelcursar medicina como ensino superior.

Joyce diz que deseja ter uma vida normal e espera poder mobilizar mais pessoas no futuro. Enquanto vai para faculdade, ela divide seu tempo no tratamento da doença, que envolve acompanhamento com psicólogos, neurologistas, psiquiatras e terapeutas ocupacionais.

O que é síndromegalera.bet é confiavelTourette?

O transtorno se manifesta por tiques que podem ser motores ou verbais. Ele ocorre devido uma desregulação do circuito mesolímbico, região do cérebro que é responsável pelos pensamentos, emoções e movimentos. A síndrome também pode ter origem genética.

"Existe uma possibilidade que uma mutação no gene SLITRK1 seja uma causagalera.bet é confiavelTourette à parte, mas acontecegalera.bet é confiavelcasos isolados", explica Marcelo Heyde, psiquiatra e professor da Escolagalera.bet é confiavelMedicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

Geralmente, se inicia na infância e é menos comum na adolescência e vida adulta. Também é mais frequentegalera.bet é confiavelmeninos do quegalera.bet é confiavelmeninas. "A evolução clássica do transtorno ocorre a partir dos oito e dez anosgalera.bet é confiavelidade. Na adolescência vai piorando e dentro do primeiro ano surgem os tiques vocálicos", destaca Marcela Ferreira Cordellini, neurologista do Hospital INC (Institutogalera.bet é confiavelNeurologiagalera.bet é confiavelCuritiba) e especialistagalera.bet é confiaveldistúrbiosgalera.bet é confiavelmovimento.

Assim como Joyce, quem sofre com a síndrome também tem maior predisposiçãogalera.bet é confiavelreceber o diagnósticogalera.bet é confiavelTDAH e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Segundo Ana Hounie, psiquiatra e colaboradora do PROTOC do Hospital das Clínicasgalera.bet é confiavelSão Paulo (HC FMUSP), estima-se que o TOC afeta 2% da população. Já a síndromegalera.bet é confiavelTourette, 1%.

Os tiques são variados e podem ser desencadeados por situações estressantes, condições ambientais e até alimentos estimulantes como o café. Podem começar com movimentos simples que são piscadagalera.bet é confiavelolhos, movimentos corporais egalera.bet é confiavelrepetição, sons com a boca e outros.

"A pessoa consegue segurar por um tempo, mas a vontade vai acumulando e tem horas que é impossível controlar. É involuntário", explica Hounie, que também é doutorandagalera.bet é confiavelciências pela Faculdadegalera.bet é confiavelMedicina da USP.

Tiques mais comuns

Existem muitos tiques, eles podem se manifestargalera.bet é confiaveldiferentes formas e ter nomenclaturas específicas. Entre o mais frequentes estão:

- Coprolalia: é o tique provocado por palavras obscenas

- Ecolalia: repetição das mesmas palavras ditas por outra pessoa

- Palilalia: repetição das mesmas palavras

- Copropraxia: gestos obscenos, principalmente "dedo do meio".

Tratamento

No caso da síndrome, não se pode falargalera.bet é confiavelcura. O mais correto é a remissão (atenuação) do transtorno.

O tratamento é feitogalera.bet é confiavelforma multidisciplinar e deve seguir com médicos especializados.

"O mais recomendado é tratar com um neurologista que trate distúrbiosgalera.bet é confiavelmovimento. Além dele, psiquiatras, já que muitos pacientes sofrem com outros transtornos", diz Cordellini.

A especialista destaca que, quanto mais cedo o paciente receber o diagnóstico, maior será a chancegalera.bet é confiavelter uma qualidadegalera.bet é confiavelvida e controle dos sintomas. Vale lembrar que o acompanhamento dura anos, podendo ser pelo resto da vida.

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