O que aconteceria com o corpo se a morte ocorresse no espaço:f12 jogo

Ao mesmo tempo, as bactériasf12 jogonosso intestino escapam e se espalham por todo o corpo. Devoram os tecidos moles - a putrefação - e os gases que liberam fazem o corpo inchar. Durante o rigor mortis, os músculos e os tecidos moles são destruídos, emitindo fortes cheiros.

Esses processosf12 jogodecomposição são os fatores intrínsecos, mas também existem fatores externos que influenciam o processof12 jogodecomposição, incluindo a temperatura, a atividadef12 jogoinsetos, a forma como o corpo foi tratado, enterrado ou processado - assim como a presençaf12 jogofogo ou água.

Sob condições secas, quentes ou frias, pode haver uma dessecação ou mumificação.

Em ambientes úmidos sem oxigênio, pode ocorrer a formaçãof12 jogoadipocere (uma substância semelhante à cera orgânica), já que a água pode causar a quebra das gorduras por meio do processof12 jogohidrólise. Este revestimento ceroso pode atuar como uma barreira na parte superior da pele para protegê-la e preservá-la.

Mas, na maioria dos casos, os tecidos moles acabam desaparecendo para revelar o esqueleto. O tecido ósseo é muito mais resistente e pode sobreviver por milharesf12 jogoanos.

Interrompendo a decomposição

Então, o que dizer da morte fora da Terra?

A gravidade diferentef12 jogooutros planetas certamente afetaria o estágio de livor mortis. E a faltaf12 jogogravidade no espaço impediria o sanguef12 jogose acumular e formar as manchas típicas do estágio.

Dentrof12 jogoum traje espacial, o rigor mortis ainda ocorreria, pois é o resultado da cessação das funções corporais. E as bactérias do intestino ainda devorariam os tecidos moles. Mas essas bactérias precisamf12 jogooxigênio para funcionar adequadamente e, portanto, o fornecimento limitadof12 jogoar retardaria significativamente o processo.

Micróbios do solo também ajudam na decomposição e, portanto, qualquer ambiente planetário que iniba a ação microbiana, como a secura extrema, aumenta as chancesf12 jogopreservação dos tecidos moles.

A decomposiçãof12 jogocondições tão diferentes do ambiente da Terra levaria fatores externos a influenciar estruturas como o esqueletof12 jogoformas bem mais complexas. Quando estamos vivos, o osso é um material vivo que contém tanto materiais orgânicos, como vasos sanguíneos e colágeno, quanto materiais inorgânicosf12 jogouma estrutura cristalina.

Normalmente, o componente orgânico se decompõe e, portanto, os esqueletos que vemos nos museus são, emf12 jogomaioria, remanescentes inorgânicos. Masf12 jogosolos muito ácidos, que podemos encontrarf12 jogooutros planetas, pode ocorrer o inverso: o componente inorgânico desaparece, deixando apenas os tecidos moles.

Na Terra, a decomposiçãof12 jogorestos mortais faz partef12 jogoum ecossistema equilibradof12 jogoque os nutrientes são reciclados por organismos vivos, como insetos, micróbios e até plantas. Ambientesf12 jogoplanetas diferentes não terão evoluído para fazer usof12 jogonossos corpos da mesma maneira eficiente. Insetos e animais necrófagos não estão presentesf12 jogooutros planetas do nosso sistema.

Mas as condições desérticas e secasf12 jogoMarte podem causar o ressecamento dos tecidos moles, e os sedimentos soprados pelo vento podem corroer e danificar o esqueleto do jeito que ocorreria na Terra.

A temperatura também é um fator chave na decomposição. Na Lua, por exemplo, as temperaturas podem variarf12 jogo120°C a -170°C. Os corpos podem, portanto, mostrar sinaisf12 jogoalteração induzidos pelo calor ou pelo congelamento.

Mas eu acho ser provável que os restos mortais ainda pareçam humanos, já que não ocorreria o processo completof12 jogodecomposição que vemos aqui na Terra. Nossos corpos seriam "alienígenas" no espaço e talvez devêssemos encontrar uma nova formaf12 jogoprática funerária, que não envolvesse o alto consumof12 jogoenergiaf12 jogouma cremação nem a escavaçãof12 jogosepulturasf12 jogoum ambiente inóspito hostil.

*Tim Thompson é reitorf12 jogoCiências da Saúde e da Vida e Professorf12 jogoAntropologia Biológica Aplicada na Teesside University.

O texto foi publicado originalmente no The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em inglês).

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