Como recuperamos a camadasite analisar escanteiosozônio - e o que isso nos ensina para o combate ao aquecimento global:site analisar escanteios

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Legenda da foto, O buraco na camadasite analisar escanteiosozônio diminuiu desde 1985

Desdesite analisar escanteiosentradasite analisar escanteiosvigor do protocolo,site analisar escanteios1ºsite analisar escanteiosjaneirosite analisar escanteios1989, as emissõessite analisar escanteiosCFC caíram para níveis mínimos.

Em 2018, a NASA anunciou que a quantidadesite analisar escanteiosprodutos químicos destruidores da camadasite analisar escanteiosozônio estavam diminuindo e que ela estava se recuperando.

Como foi possível esse sucesso? E o mais importante: é possível chegar a um acordo semelhante para conter as mudanças climáticas?

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Legenda da foto, Mario Molina (na foto comsite analisar escanteiosesposa Luisa) ganhou o prêmio Nobel por suas descobertas

"O interessante é como centenassite analisar escanteiosnações envolvidas no protocolo chegaram a realmente implementarsite analisar escanteiosum acordo conveniente para todos", diz Carlos Méndez, vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC ).

No entanto, o processo para salvar a camadasite analisar escanteiosozônio não foi fácil. Desde que os cientistas descobriram que os CFCs interagiam com o ozônio e destruíram a camada dessa substância na atmosfera,site analisar escanteios1974, houve muita relutância por parte da indústria química.

O que podemos aprender com a história do Protocolosite analisar escanteiosMontreal?

Evidências científicas

Em 1973, o químico mexicano Mario Molina juntou-se ao gruposite analisar escanteiostrabalho do professor Frank Sherwood Rowland na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

A linhasite analisar escanteiospesquisa escolhida por Molina foi o impacto dos CFCs, substâncias químicas que se acumulavam na atmosfera, mas que se acreditava não causavam efeitos significativos no meio ambiente.

A princípio, a pesquisa não parecia particularmente interessante. Molina se concentrou no que poderia destruir CFCs na atmosfera, mas nada parecia afetá-los.

Até que descobriu que os raios ultravioleta do sol podem decompor os CFCs, liberando cloro e desencadeando uma reação química que destrói o ozônio na atmosfera.

Se a camadasite analisar escanteiosozônio enfraquecesse, os raios ultravioleta atingiriam a superfície da Terra sem nenhum tiposite analisar escanteiosfiltro, multiplicando os casossite analisar escanteioscâncersite analisar escanteiospele, problemas oculares e causando danos irreversíveis ao meio ambiente.

Foi então que Molina e Sherwood perceberam a magnitude do problema. Eles publicaram suas descobertas na revista científica Naturesite analisar escanteiosjunhosite analisar escanteios1974 e compartilharam os resultados não apenas com cientistas, mas também com políticos e através da imprensa.

Como hoje, havia pessoas céticas, que questionavam as evidências científicas e previam ruína econômica. Os CFCs estavam por toda parte: eles tinham aplicações muito úteissite analisar escanteiosuma ampla variedadesite analisar escanteiosobjetos e processos do dia-a-dia.

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Legenda da foto, O enfraquecimento da camadasite analisar escanteiosozônio aumentaria os casossite analisar escanteioscâncersite analisar escanteiospele

Populares porsite analisar escanteiosbaixa toxicidade, praticidade e preço, os CFCs eram usados principalmente na indústriasite analisar escanteiosrefrigeração,site analisar escanteiosgeladeiras, freezers, sistemassite analisar escanteiosar condicionado, aerossóis e isoladoressite analisar escanteioscalor. Seu principal promotor, o químico Thomas Midgley, morreu pensando que havia feito um grande favor à humanidade.

De acordo com David Doniger, diretor estratégico do Programasite analisar escanteiosEnergia Limpa do Conselhosite analisar escanteiosDefesasite analisar escanteiosRecursos Naturais dos EUA, a forma como os fabricantessite analisar escanteiosCFC reagiram às notícias é muito parecida com a reação da indústria do petróleo e do carvão ao aquecimento global.

Eles atuaram contra mudanças que possam conter para conter a tragédia ambiental questionando a ciência, atacando cientistas e prevendo desastres econômicos.

Massite analisar escanteios1985 a evidência dos efeitos nocivos sobre a camadasite analisar escanteiosozônio era tão grande que medidas foram tomadas.

Os estudossite analisar escanteiosMolina e Sherwood foram acompanhados pelossite analisar escanteiosJoseph Farman, Brian Gardiner e Jonathan Shanklin, do British Antarctic Survey, que descobriram que havia um buraco na camadasite analisar escanteiosozônio no polo sul.

Molina e Sherwood ganharam o Prêmio Nobelsite analisar escanteiosQuímicasite analisar escanteios1995 por suas descobertas relacionadas ao assunto.

Vontade política

"Cada nova informação que aparece confirma que a camadasite analisar escanteiosozônio está sendo danificada por CFCs e outros produtos químicos, e que se não desacelerarmos e revertermos esse processo, nossa saúde e nosso modosite analisar escanteiosvida vão sofrer", disse a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher durante a Conferência da Camadasite analisar escanteiosOzônio realizadasite analisar escanteiosLondressite analisar escanteios1990, pouco maissite analisar escanteiosum ano após a entradasite analisar escanteiosvigor do Protocolosite analisar escanteiosMontreal.

"O Protocolosite analisar escanteiosMontreal foi uma conquista histórica", continuou ela. "Forneceu a primeira evidência realsite analisar escanteiosque o mundo estava disposto a cooperar para resolver os principais problemas ambientais. E foi um grande passo à frente."

Até o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, cujo governo não demonstrava interesse por questões ambientais, acabou aceitando as evidências científicas.

Os países começaram gradualmente a eliminar os CFCs e a substituí-los por outros produtos químicos menos destruidores da camadasite analisar escanteiosozônio. Não havia solução rápida e fácil.

Inclusive parte dos substitutos dos CFCs são os hidrofluorocarbonos (HFCs), que são menos nocivo à camadasite analisar escanteiosozônio, mas contribuem para o efeito estufa, que causa o aquecimento global e as mudanças climáticas.

Os gasessite analisar escanteiosefeito estufa se acumulam na atmosfera terrestre e absorvem a energia infravermelha do Sol, contribuindo para o aumento da temperatura global do planeta.

Apesar desse problema, quanto ao objetivo principal - recuperar a camadasite analisar escanteiosozônio - o esforço global foi um grande sucesso.

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Legenda da foto, A ativista Greta Thunberg acusa os líderes mundiaissite analisar escanteiosnão se comprometerem com soluções

Em 1988, as emissões totaissite analisar escanteiossubstâncias que destroem a camadasite analisar escanteiosozônio atingiram seu pico mais alto: 1,46 milhãosite analisar escanteiostoneladas. No ano seguinte, as liberações totais caíram para 1,41 milhãosite analisar escanteiostoneladas. Esite analisar escanteios2000 eles já estavamsite analisar escanteios260 mil.

Os pesquisadores estimam que até 2030 a camadasite analisar escanteiosozônio terá se recuperado totalmente nas latitudes médias esite analisar escanteios2050, no hemisfério sul. Nas regiões polares, ela deve estar totalmente recompostasite analisar escanteios2060.

"O Protocolosite analisar escanteiosMontreal é um dos acordos multilaterais mais bem-sucedidos da história por um motivo:site analisar escanteioscuidadosa combinaçãosite analisar escanteiosciência e ação colaborativa estabelecida para curar nossa camadasite analisar escanteiosozônio", disse Erik Solheim, diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente,site analisar escanteios2018 .

Ação

O Protocolosite analisar escanteiosMontreal demonstrou que as nações podem se unirsite analisar escanteiosum objetivo comum para o benefíciosite analisar escanteiostodos. Então, por que está demorando tanto para chegar a um acordo semelhante para conter as mudanças climáticas?

O planeta não conseguiu reduzir as emissõessite analisar escanteiosCO², apesarsite analisar escanteiosacordos internacionais como o Protocolosite analisar escanteiosKyoto, cujo objetivo era reduzir a emissãosite analisar escanteiosseis gasessite analisar escanteiosefeito estufa.

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Legenda da foto, É preciso mudanças sistêmicas, não apenas individuais para conter a emissãosite analisar escanteiosgases

O Protocolosite analisar escanteiosKyoto foi assinadosite analisar escanteios1997 e entrousite analisar escanteiosvigorsite analisar escanteios2005, mas seus objetivos não foram cumpridos.

Na verdade, documentos vazados na semana passada e aos quais a BBC teve acesso mostram forte lobbysite analisar escanteiosalguns países para mudar um relatório científico importante sobre como lidar com as mudanças climáticas antes da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), que será realizadasite analisar escanteiosnovembrosite analisar escanteios2021 na cidadesite analisar escanteiosGlasgow, na Escócia.

Espera-se que os países assumam compromissos significativos para conter a mudança climática na cúpula. É a única formasite analisar escanteiosmanter o aquecimento globalsite analisar escanteios1,5ºC - acima disso, as consequências são ainda mais graves.

No entanto, o vazamento revelou que o Brasil, a Arábia Saudita, o Japão, a Austrália e a Argentina estão entre os países que pediram à ONU que minimizasse a necessidadesite analisar escanteiosinterromper rapidamente o usosite analisar escanteioscombustíveis fósseis.

Para Méndez, há uma questão fundamental para entender por que tem sido tão difícil para nós chegarmos a um acordo: a economia e o modosite analisar escanteiosvida atuais do planeta derivamsite analisar escanteiosgrande parte da queimasite analisar escanteioscombustíveis fósseis.

"Vemos que, no caso das mudanças climáticas, esses gases (do efeito estufa) estão envolvidossite analisar escanteiosuma sériesite analisar escanteiosprocessos que definem o modosite analisar escanteiosvida atual no planeta", diz.

"Isso aumenta muito a complexidade, principalmente as implicações econômicas", enfatiza Méndez. Nesse sentido, o Protocolosite analisar escanteiosMontreal foi muito mais fácil. Os CFCs foram produzidos por empresas químicas muito específicas que chegaram a acordossite analisar escanteiossubstituição com governos.

Doniger explica que deve haver um períodosite analisar escanteiostransição para passar da queimasite analisar escanteioscombustíveis fósseis para uma economia mais verde, semelhante à dos CFCs para os produtos químicos que os substituíram.

"Não podemos banir da noite para o dia. Precisamos fazer uma transição", diz ele.

"Será mais difícil regular os combustíveis fósseis, mas a dinâmica é a mesma."

Nesse processosite analisar escanteiostransição, pode não haver um único consenso. Nesse períodosite analisar escanteiostransição, enfatiza, será necessário ver como cada país pode contribuir.

"Os países desenvolvidos são os que mais emitem (gasessite analisar escanteiosefeito estufa), mas estão mais preparados para o combate às mudanças climáticas do que os paísessite analisar escanteiosdesenvolvimento.", diz ele.

"Tem que haver uma transferênciasite analisar escanteiostecnologia dos países desenvolvidos para os mais pobres para que juntos lutemos contra as mudanças climáticas. Mas para isso teremos que arcar com os custos".

"Essa é talvez a coisa mais importante que aprendemos com Montreal. As nações tinham vontade políticasite analisar escanteiosarcar com os custos e proibir os CFCs. É o tiposite analisar escanteiosvontadesite analisar escanteiosque precisamos para a mudança climática."

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