O fotógrafo cego do Piauí que luta para cobrir Paralimpíadasmelhores jogos que dão dinheiroTóquio:melhores jogos que dão dinheiro

Sua história foi contada por maismelhores jogos que dão dinheiro30 veículosmelhores jogos que dão dinheiroimprensa pelo mundo e impulsionou a criação do projeto Fotografia Cega. Hoje, João se dedica não apenas a fotografar, mas também ensina técnicas da fotografia sem o uso da visão e assim "abre os olhos" da sociedade para as capacidades das pessoas com deficiência.

Depois do sucessomelhores jogos que dão dinheiro2016, o fotógrafo visa agora a cobertura das Paralimpíadasmelhores jogos que dão dinheiroTóquio, que serão realizadas entre os mesesmelhores jogos que dão dinheiroagosto e setembro, sem a presença dos torcedores por causa das restrições da pandemia.

"Quando eu estiver no Japão fotografando, alguém vai se questionar como uma pessoa cega está fazendo este trabalho. A gente precisa rever nossos valores, a questão da empatia. A pessoa com deficiência temmelhores jogos que dão dinheiroformamelhores jogos que dão dinheirover o mundo, a minha é através da minha câmera. Eu conto histórias através das minhas imagens", contou à BBC News Brasil.

Desafiomelhores jogos que dão dinheiroTóquio

A ida para Tóquio deve impulsionar o novo projetomelhores jogos que dão dinheiroJoão Maia, que consiste na produçãomelhores jogos que dão dinheiroum livro sobremelhores jogos que dão dinheirohistóriamelhores jogos que dão dinheirovida e na obtençãomelhores jogos que dão dinheiromaterial para uma nova exposição fotográfica: 4 Sentidos e Uma Visão.

"Vamos usar o materialmelhores jogos que dão dinheiroTóquio nesta exposição, que terá acessibilidade total, com áudio-descrição, alto-relevo, legendasmelhores jogos que dão dinheirobraile e letras ampliadas. Queremos ainda escrever este livro da minha trajetória, fazendo mais uma coberturamelhores jogos que dão dinheiroParalimpíada, desta vez do outro lado do mundo", comentou.

João conta com a ajuda da jornalista e escritora Luciane Tonon, que deve guiá-lomelhores jogos que dão dinheiroTóquio, descrever os ambientes e posteriormente, escrever o livro sobre a trajetória dele.

Luciane, que é criadora do portal Guia do Deficiente, conta que conheceu Joãomelhores jogos que dão dinheiroum evento teste para as Paralimpíadasmelhores jogos que dão dinheiro2016, no Estádio Olímpico Nilton Santos, o "Engenhão" no Riomelhores jogos que dão dinheiroJaneiro.

"Eu estava caminhando para a pista quando vi um cadeirante conduzindo um cego e ambos com máquinas fotográficasmelhores jogos que dão dinheiromãos. Eu parei na hora, percebi que ali tinha uma história interessante", contou.

Luciane abordou a duplamelhores jogos que dão dinheirofotógrafos e então descobriu que o cego era João Maia. Desde então, os dois iniciaram uma parceriamelhores jogos que dão dinheirotrabalho e hoje lutam para arrecadar a quantiamelhores jogos que dão dinheiroque precisam para cobrir as despesas previstasmelhores jogos que dão dinheiroTóquio.

As passagens foram financiadas, mas os gastos com alimentação e hospedagem estão pendentes, além da dívida que ficou por causa da passagem.

"Nós fizemos uma vaquinha online, mas então a pandemia começou e acabou nos intimidando na divulgação. Comecei a refletir que muitas pessoas estavam sem renda, arrecadando fundos para combater a fome e nós querendo ir para o Japão", desabafou Luciane.

Mesmo assim, o projeto seguemelhores jogos que dão dinheiropé e para João, a ida ao Japão representa um grande passo para mostrar o potencial das pessoas com deficiência, conscientizar a sociedade e trazer inspirações para quem convive com alguma limitação, física ou psicológica.

"Vou ao Japão para, mais uma vez, levantar esta bandeira. Quero empoderar e mostrar que há uma luz no fim do túnel, um caminho a ser traçado para que as pessoas com deficiência possam ter autonomia, segurança e liberdade para serem o que quiserem, para terem oportunidadesmelhores jogos que dão dinheirose tornar um profissionalmelhores jogos que dão dinheiroqualquer área que desejarem", afirmou.

Diagnóstico e superação

Foimelhores jogos que dão dinheiro2004, que a vidamelhores jogos que dão dinheiroJoão começou a mudar drasticamente. Na época, com então 29 anos, ele trabalhava como carteiromelhores jogos que dão dinheiroSão Paulo, mas começou a ter dificuldades no trabalho por causa da visão.

Na época, ele sofriamelhores jogos que dão dinheiromiopia e astigmatismo e passou a ter episódiosmelhores jogos que dão dinheirodificuldademelhores jogos que dão dinheiroenxergar, o que resultoumelhores jogos que dão dinheiroidas frequentes ao oftalmologista, trocamelhores jogos que dão dinheiroóculos e um diagnóstico erradomelhores jogos que dão dinheiroglaucoma.

"Uma vez eu desci do ônibus para ir ao trabalho e uma pessoa esbarroumelhores jogos que dão dinheiromim com tanta violência que os meus óculos caíram e eu não os encontrei. Fui ao trabalho naquele dia sem enxergar. Naquela tarde eu ganhei óculos novos, mas tive que trocar dois meses depois. Passei um ano tratando glaucoma", explicou.

A visãomelhores jogos que dão dinheiroJoão foi piorando cada vez mais, até não conseguir mais separar as cartas ou enxergar letras pequenas Um tempo depois, já não era mais capazmelhores jogos que dão dinheiroler o letreiro do ônibus ou enxergar qualquer coisa a distância.

"Teve um momento bem difícilmelhores jogos que dão dinheiroque eu fui passar por um túnel iluminado entre o metrô e o terminalmelhores jogos que dão dinheiroônibus. Eu tive que caminhar bem devagarinho para não esbarrar nas pessoas e percebi que o problema era sério. Já não conseguia trabalhar com a mesma agilidade dos outros, então fui ao médico da empresa e ele me afastou. Fui aposentado por invalidez e não voltei mais", contou.

Depois do diagnósticomelhores jogos que dão dinheirouveíte bilateral, João finalmente entendeu a condição que acometeumelhores jogos que dão dinheirosaúde ocular. Ele sofreu uma inflamaçãomelhores jogos que dão dinheiroalto grau, teve descolamento da retina e perdeu a visão por completo no olho direito. No esquerdo, sofreu uma lesão do nervo ótico e tem uma visão chamadamelhores jogos que dão dinheiro"conta dedo". Até 1,20 metromelhores jogos que dão dinheirodistância, têm percepçõesmelhores jogos que dão dinheirovultos coloridos.

Quando soube que nunca mais voltaria a enxergar, João conta que passou pelo luto e um processo difícilmelhores jogos que dão dinheiroaceitação, reabilitação e por fim a compreensãomelhores jogos que dão dinheiroque podia ir alémmelhores jogos que dão dinheirosua limitação fisíca e ter autonomia e qualidademelhores jogos que dão dinheirovida.

"Foi muito difícil. Eu tinha baixa visão, pensava que estava enxergando um pouco e não me aceitava como deficiente. Então me dei contamelhores jogos que dão dinheiroque não conseguia mais ler, não podia pegar um ônibus ou andar à noite sozinho. Eu tive que me aceitar e começar a usar bengala. Hojemelhores jogos que dão dinheirodia moro sozinho e vivo muito bem graças à tecnologia", reitera.

Vida como fotógrafo

A fotografia veio muito antes da cegueira. Aos 14 anos, o jovem piauiense começou a se interessar, ler e trocar ideias com um amigo cujo pai era fotógrafo. Depois se inspiroumelhores jogos que dão dinheiroum professor que tinha uma câmera profissional e passou a escrever para empresas do ramo da fotografia, que o presentearam com manuais.

Quando ainda estavamelhores jogos que dão dinheiroBom Jesus, João ganhou a primeira câmeramelhores jogos que dão dinheiropresentemelhores jogos que dão dinheiroum irmão e passou a fotografar como hobby. Depois foi para São Paulo atrásmelhores jogos que dão dinheirooportunidades, ainda na adolescência, seguindo algunsmelhores jogos que dão dinheiroseus irmãos que já moravam na cidade.

A fotografia esteve presente durante todos os anosmelhores jogos que dão dinheiroque ainda enxergava e quando retomou o ofício depoismelhores jogos que dão dinheirocego, teve que aprender uma nova arte: a artemelhores jogos que dão dinheirofotografar com os outros sentidos.

"Conheço cada botão do meu equipamento e me apoio nos sons da câmera. O barulho me dá certezamelhores jogos que dão dinheiroque está sendo focado. Minha fotografia é feita essencialmente com as minhas percepções", explica.

No caso das Paralimpíadas, a passagem que teve pelo esporte como atleta ajuda a entender as provas e João sempre conta com o apoiomelhores jogos que dão dinheiroalgum colega para descrever o ambiente e ajudar nas configurações.

"Quando vou fotografar uma provamelhores jogos que dão dinheiroatletismomelhores jogos que dão dinheiro100 metrosmelhores jogos que dão dinheirovelocidade, por exemplo, eu me posiciono na área restrita e peço para a pessoa do meu lado descrever o ambiente. Sei qual atleta quero fotografar e peço que me digammelhores jogos que dão dinheiroque raia ele está, então posiciono a câmera", descreve.

Depoismelhores jogos que dão dinheiro2019 ficou mais fácil para João fotografar. No Natal daquele ano, ganhou um protótipomelhores jogos que dão dinheirocâmera profissional com acessibilidademelhores jogos que dão dinheirouma campanha da Canon. O novo equipamento permitiu que trabalhasse no mesmo nívelmelhores jogos que dão dinheiroum fotógrafo sem deficiência.

"Quando vou bater uma foto na Paralimpíada, sinto a conexãomelhores jogos que dão dinheirosons, o disparo da prova, o som da batida do atleta correndo, o som da torcida. Eu transformo toda essa composiçãomelhores jogos que dão dinheirosonsmelhores jogos que dão dinheiroimagens, por isto minha fotografia é cega", conclui.

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