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O mistério do 'lago dos esqueletos' na Índia:wwwgloboesporte
Por maiswwwgloboesportemeio século cientistas estudaram os achados e se debruçaram sobre uma sériewwwgloboesporteperguntas sem resposta.
Quem eram essas pessoas? Quando elas morreram? Como? De onde vieram?
Uma antiga teoria liga as ossadas a um rei indiano,wwwgloboesporteesposa e seus empregados, que teriam morridowwwgloboesporteuma nevasca há cercawwwgloboesporte870 anos.
Outra sugere que se trata dos restos mortaiswwwgloboesportesoldados indianos que tentaram invadir o Tibetwwwgloboesporte1841 e fracassaram na empreitada. Maiswwwgloboesporte70 tiveram que tentar encontrar o caminhowwwgloboesportevolta pela cordilheira do Himalaia e teriam morrido no meio do trajeto.
Há ainda uma que presume que o local teria servido como uma espéciewwwgloboesporte"cemitério" para vítimaswwwgloboesporteepidemias. Em vilarejos próximos, uma canção popular fala sobre como a deusa Nanda Devi criou uma tempestadewwwgloboesportegranizo "tão rígido quanto ferro" que matou pessoas que passavamwwwgloboesportevolta do lago. Nanda Devi é a segunda montanha mais alta da Índia, reverenciada como uma deusa.
Até então, análises das ossadas indicavam que a maior parte das pessoas que jazem ali foram altas, com estatura maior que a média da região. A maioria erawwwgloboesporteadultos com idade entre 35 e 40 anos. Não havia bebês ou crianças. Algumas eram mulheres mais velhas — e todos gozavam aparentementewwwgloboesporteboa saúde.
Acreditava-se que todos os esqueletos pertenciam a um grupo que morreuwwwgloboesporteuma vez só,wwwgloboesportedecorrênciawwwgloboesportealgum evento catastrófico no século 9º.
Um estudo recente publicado na revista Nature, que envolveu 28 pesquisadoreswwwgloboesporte16 instituições na Índia, Estados Unidos e Alemanha, descobriu, entretanto, que isso pode não ser verdade.
Os cientistas analisaram e dataram, com a ajuda do método por radiocarbono, 38 ossadas, sendo 15wwwgloboesportemulheres, e verificaram que algumas remontam há cercawwwgloboesporte1,2 mil anos atrás.
A análise verificou ainda que o grupo era geneticamente diversificado e que alguns óbitos estão separados por um espaço temporalwwwgloboesporteaté mil anos.
"Isso inviabiliza qualquer explicação que envolva um evento catastrófico que teria causado todas as mortes ao mesmo tempo", afirma Eadaoin Harney, um dos autores e estudantewwwgloboesportedoutorado na UniversidadewwwgloboesporteHarvard, nos EUA.
"O que aconteceu no lago Roopkund ainda não está claro, mas hoje sabemos que a morte desses indivíduos não pode ser explicada exclusivamente por um evento."
O estudo do genoma encontrou um grupo bastante diversificado: parte das pessoas tinha genética similar à encontrada atualmente nos habitantes do sul da Ásia, enquanto outros genomas estavam mais próximos dos encontrados hoje na Europa, especialmente na ilha gregawwwgloboesporteCreta.
Ademais, as ossadaswwwgloboesportepessoas provenientes do sul da Ásia "não parecem pertencer às mesmas populações".
"Alguns têm ancestralidade que seria mais comum a grupos no norte do subcontinente indiano, enquanto outros têm ancestralidade mais comumente encontradawwwgloboesportegrupos provenientes do sul", diz Harney.
Então esse grupo diversowwwgloboesportepessoas foi chegando ao lago aos poucos,wwwgloboesporteum intervalowwwgloboesportealgumas centenaswwwgloboesporteanos? Alguns chegaram a morrerwwwgloboesporteum mesmo evento?
Não foram encontradas no local armas ou bens que parecessem destinados ao comércio — o lago não está localizadowwwgloboesportenenhuma rotawwwgloboesportecomércio conhecida. Análises genéticas não encontraram evidências da presençawwwgloboesportebactérias que poderiam indicar a ocorrênciawwwgloboesporteuma doença que explicasse a causa das mortes.
Uma possível explicação seria a existênciawwwgloboesporteuma rotawwwgloboesporteperegrinação que passasse pela região. Os relatos mais confiáveis sinalizam que a área se tornou caminhowwwgloboesporteperegrinos no fim do século 19, mas inscriçõeswwwgloboesportetemplos locais datadas dos séculos 8º e 10º indicam que a origem pode ser bem anterior.
Assim, cientistas acreditam que a existênciawwwgloboesporteparte dos esqueletos possa ser explicada por uma "mortewwwgloboesportemassa ocorrida durante uma peregrinação".
Mas como pessoas vindas do Mediterrâneo foram paramwwwgloboesporteuma região tão remota nas altas montanhas da Índia? É pouco provável que habitantes da Europa tenham viajado até Roopkund só para participarwwwgloboesporteuma peregrinação hindu.
Ou será que se tratawwwgloboesporteuma população geneticamente isoladawwwgloboesportepessoas com ancestralidade ligada ao Mediterrâneo e que viveu na região por muitas gerações?
"Ainda estamos buscando a resposta", diz Harney.
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