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'Depois da pandemia poderemos ter um períodoubet freebetlibertinagem sexual e gastança desenfreada':ubet freebet
Para ele, depoisubet freebetenfrentar o impacto biológico da pandemiaubet freebet2021, a humanidade teráubet freebetlidar com as consequências sociais, psicológicas e econômicas do vírus por um período bem maior antesubet freebetefetivamente entrar no que pode ser considerado uma era pós-pandemia.
"Se você olhar para o que aconteceu nos últimos 2 mil anos, quando as pandemias acabam, há uma festa. É provável que vejamos algo parecido no século 21."
Leia, a seguir, trechos da entrevista, editada para que tenha maior clareza e concisão.
ubet freebet BBC Mundo - Com o desenvolvimentoubet freebetdiferentes vacinas para frear a expansãoubet freebetcovid-19, estamos diante do princípio do fim da pandemia?
ubet freebet Nicholas Christakis - As coisas vão continuar ruins por algum tempo. Inventamos uma vacina, o que é algo milagroso, porque somos a primeira geraçãoubet freebethumanos capazesubet freebetcriar,ubet freebettempo real, uma resposta.
Isso nunca havia acontecido na história. Em apenas 10 meses conseguimos obter uma vacina. Ainda assim, ainda é preciso produzir centenasubet freebetmilhõesubet freebetdoses, distribuí-las e, mais importante, convencer as pessoas para que se vacinem.
Pelo menos metade da população deve ser imunizada (para que os efeitos benéficos da vacina sejam percebidos), e isso levará pelo menos um ano, não vai acontecer mais rápido. Enquanto isso, o vírus segue se propagando.
Então vamos viver dessa maneira esquisita como temos vivido, com máscaras e restrições pelo menos até o fimubet freebet2021.
Depois conquistaremos a imunidadeubet freebetgrupo, sejaubet freebetmaneira natural, porque o vírus infectou quantidade suficienteubet freebetpessoas para isso — com enorme custo humano —, ou porque muita gente se vacinou.
ubet freebet BBC Mundo - Essa é só a primeira parte do processo. E depois?
ubet freebet Christakis - Em seguida, temos que nos recuperar dos impactos sociais, psicológicos e econômicos.
Milhõesubet freebetpessoas estão sem emprego ou tiveramubet freebetfechar seus negócios. Muitas crianças interromperam os estudos. E muitas pessoas estarãoubet freebetluto. Superar todos esses problemas não será algo rápido.
ubet freebet BBC Mundo - Essa é uma dinâmica semelhante àubet freebetoutras pandemias?
ubet freebet Christakis - Se observarmos a história das pandemias, voltando milharesubet freebetanos, isso tomará tempo. Penso que a atual etapaubet freebetque a pandemia se encontra se estenderá pelo menos até o fimubet freebet2021,ubet freebetseguida virá um período intermediário e, por voltaubet freebet2024, entraremos no pós-pandemia.
Não creio que estejamos no início do fim desta pandemia. Creio que estamos no fim do princípio.
ubet freebet BBC Mundo - E quais lições podemos aprenderubet freebetoutras pandemias que vivemos no decorrer da história?
ubet freebet Christakis - São muitas. A primeira é reconhecer que a maneira como vivemos hoje parece antinatural, como se vivêssemosubet freebetuma época estranha, desconhecida.
Mas as pandemias não são novas para nossa espécie, são novas apenas para nós. Pensamos que é maluco, selvagem viver esses tempos. Mas não é.
O que acontece é que estamos vivosubet freebetum momentoubet freebetque há um evento que ocorre uma vez a cada 100 anos. É importante não perder a perspectiva.
Outra coisa é que, ainda que o vírus realmente seja perigoso, já que mata cercaubet freebet1% da população infectada, não é pior que outros. Poderia estar matando 10%, 30% dos infectados.
Poderíamos estar enfrentando a peste bubônicaubet freebetnível global, porque não há nenhuma razão específica para que um vírus mate apenas 1%. No filme Contágio, por exemplo, o vírus mata umaubet freebetcada três pessoas. Poderíamos estar nesse cenário, mas não estamos.
Ainda assim, estou irritado com a Casa Branca, porque eu e outros especialistas que trabalham com essas questões sabíamos que o vírus se tornaria um problema grave até o finalubet freebetjaneiro (de 2020).
E sabemos que o presidente Trump foi informado sobre isso há mais ou menos um ano e não tomou medidas. O país tinha que ter estado preparado para fazer um sacrifício compartilhadoubet freebetnome da saúde coletiva.
Tinham que nos ter dito que havia algo grave acontecendo, que nosso mundo havia mudado, que havia um novo patógeno perigoso. Isso é algo que acontece a cada certa quantidadeubet freebetséculos e temos que ser maduros para enfrentar.
Não somos crianças para fazerubet freebetconta que isso não está acontecendo. Não deveríamos ter escolhido o negacionismo, como fez o presidente. Não podemos mentir sobre o vírus, não podemos culpar os outros.
Aliás, culpar os outros é algo típico das pandemias. Na época das pestes nos tempos medievais, por exemplo, culparam os judeus; quando apareceu o HIV, os "culpados" foram os homossexuais.
Sempre houve a tentaçãoubet freebetcolocar a culpaubet freebetalguém. É algo estúpido, é só um vírus que nos afeta.
Uma das lições fundamentais das pandemias na história é que se trataubet freebetuma experiência humana essencial, que acontece raramente, mas que requer maturidade para ser enfrentada. Não podemos fantasiar com o que não está acontecendo.
ubet freebet BBC Mundo - Quais são os padrões que mais se repetem durante as pandemias,ubet freebetacordo com o que observouubet freebetsuas pesquisas?
ubet freebet Christakis - Os vírus não são apenas um fenômeno biológico, mas um fenômeno social.
Tudo a que assistimos nesta pandemia, como a morteubet freebettrabalhadores da saúde, já aconteceu antes. Durante a pesteubet freebetAtenasubet freebet430 a.C., por exemplo, eram os médicos que morriam. Durante a peste bubônicaubet freebet1347, as enfermeiras, as freiras católicas que cuidavam dos doentes morriam, como acontece agora.
Outro padrão que se repete e que já havia mencionado antes é culpar os outros pelas epidemias. Os gregos, por exemplo, achavam que a culpa era dos espartanos.
Negação, mentiras, superstições, sempre estiveram presentes. Assim como a desinformação. Todas essas ideias estúpidas que têm circulado, como injetar desinfetante (contra o coronavírus), ou que o vírus é resultadoubet freebetuma conspiração.
Outra característica das pandemias é a dor. As pessoas perdem membrosubet freebetsuas famílias, perdem o sustento, perdem o estiloubet freebetvida. Estes são temposubet freebetdor.
Também existe uma dimensão existencial. Quando há uma pandemia, as pessoas buscam sentidoubet freebetsuas vidas, pensam mais sobre o significado moralubet freebetsuas vidas.
Quando George Floyd foi assassinado, as pessoas entraramubet freebetum estadoubet freebetânimo reflexivo. Suas vidas estavamubet freebetalguma maneiraubet freebetsuspenso por causa do vírus. É como ir à igreja, te colocaubet freebetum estadoubet freebetânimo mais contemplativo.
Acho que vimos um pouco disso durante os protestos porque havia uma conexão mais profunda com nossa própria existência.
ubet freebet BBC Mundo - Olhando para o futuro, como será esse período pós-pandemia?
ubet freebet Christakis - Quando conseguirmos a imunidadeubet freebetgrupo, ainda que o vírus esteja circulando entre nós, seu poder será menor. Em seguida virá o período intermediário,ubet freebetque o impacto biológico da pandemia terá ficado para trás, masubet freebetque ainda teremosubet freebetlidar com o impacto econômico e social. Por voltaubet freebet2024 entraremosubet freebetum períodoubet freebetpós-pandemia.
Em períodosubet freebetpandemia, as pessoas tipicamente se voltam mais para a religião, poupam dinheiro, são tomadas pela aversão ao risco, têm menos interações sociais e ficam maisubet freebetcasa.
Mas na pós-pandemia, tudo isso ficará para trás, como aconteceu com os loucos anos 20 do século passado. As pessoas inexoravelmente vão buscar mais interação social. Vão a casas noturnas, restaurantes, manifestações políticas, eventos esportivos.
A religiosidade vai diminuir, haverá uma tolerância maior ao risco e as pessoas gastarão o que não puderam gastar. Depois da pandemia, pode vir uma épocaubet freebetlibertinagem sexual e gastança desenfreada.
Se você olhar para o que aconteceu nos últimos 2 mil anos, quando as pandemias acabam, há uma festa. É provável que vejamos algo parecido no século 21.
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