'Superfungo'bet777 bet bonusalerta no Brasil preocupa mas não é ameaça como covid-19, diz infectologista:bet777 bet bonus

Ainda que haja muitas semelhanças entre as duas novas doenças, Pasqualotto, que fez doutorado sobre fungos do gênero Candida, explica como devemos encarar as notícias sobre a Candida aurisbet777 bet bonusplena pandemiabet777 bet bonuscoronavírus.

"Embora ela seja muito resistente e preocupante, não sei se a Candida auris vai chegar ao pontobet777 bet bonusinfectar muita gente", explica o médico, à frente dos laboratóriosbet777 bet bonusbiologia molecular e micologia da Santa Casabet777 bet bonusMisericórdiabet777 bet bonusPorto Alegre e membro da Confederação Europeiabet777 bet bonusMicologia Médica (FECMM, na siglabet777 bet bonusinglês).

"Em termos globais, ainda são poucos os casos. Não é porque temos a suspeitabet777 bet bonusum caso no Brasil que temos que fechar as fronteiras. Mas, dada abet777 bet bonusresistência, existe sim um alerta, porque (o fungo) pode causar surtosbet777 bet bonuspequenos núcleos, como no ambiente hospitalar."

De acordo com estimativas publicadas por pesquisadores chineses na revista científica BMC Infectious Diseasesbet777 bet bonusnovembro, há ao menos 4,7 mil casosbet777 bet bonusinfecção pela Candida auris já registradosbet777 bet bonus33 países, com taxabet777 bet bonusmortalidade médiabet777 bet bonus39%.

Entre as várias armas que as doenças infecciosas podem ter, como a capacidadebet777 bet bonusse alastrar com facilidade,bet777 bet bonusmatar oubet777 bet bonusdriblar medicamentos, é esta última que mais preocupa no caso do novo fungo — embora os outros "poderes" também existam.

"O grande perigo dele ébet777 bet bonusresistência. Como outras espéciesbet777 bet bonusCandida, ele pode ser facilmente transmitido — mas a grande preocupação, especialmentebet777 bet bonusambiente hospitalar, é com o fatobet777 bet bonusser multirresistente, porque as opçõesbet777 bet bonustratamento ficam muito estreitas", explica.

Segundo o comunicado da Anvisa divulgado na segunda-feira, a Candida auris "apresenta resistência a vários medicamentos antifúngicos comumente utilizados para tratar infecções por Candida".

"Algumas cepas de C. auris são resistentes a todas as três principais classesbet777 bet bonusfármacos antifúngicos (polienos, azóis e equinocandinas)", diz o documento.

A resistência microbiana, que envolve fungos e também bactérias, é considerada uma das maiores ameaças à saúde global pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ela acontece pois os microrganismos têm evoluído e se tornado mais fortes e hábeisbet777 bet bonusdriblar medicamentos como antibióticos e antifúngicos, fazendo com que várias doenças já tenham poucas ou nenhuma opçãobet777 bet bonustratamento disponível.

"Casos como o da Candida auris são como um evento adverso do progresso da humanidade: à medida que a gente progride, produz mais antibióticos, que as pessoas são mais invadidas por procedimentos médicos e sobrevivem mais, passam a surgir novos patógenos que antes não causavam doenças. E, devido à pressão dos remédios, eles surgem resistentes", explica Pasqualotto.

"Então, a Candida auris é só a bola da vez. Assim como já foi o Staphylococcus aureus, que desenvolveu resistência à penicilina após a Segunda Guerra Mundial; depois o Enterococo resistente à vancomicina e tantos, tantos outros. Cada vez a gente tem menos antibióticos para usar e cada vez mais patógenos resistentes."

'Colonização' no hospital

O médico explica que aproximadamente 20 a 30 espécies do gênero Candida causam doençasbet777 bet bonushumanos, algumas delas conhecidas por "frequentar" o ambiente hospitalar — "colonizando" cateteres e outros dispositivos médicos.

O caso da Bahiabet777 bet bonusinvestigação começou justamente com a identificaçãobet777 bet bonustraços do fungo na pontabet777 bet bonusum cateter inserido no paciente com covid-19, internadobet777 bet bonusuma Unidadebet777 bet bonusTerapia Intensiva (UTI)bet777 bet bonusum hospital estadual.

É atravésbet777 bet bonusprocedimentos mais invasivos, como cirurgias, e também diantebet777 bet bonuspessoas com imunidade enfraquecida ou com intenso usobet777 bet bonusantibióticos que os fungos, seres "oportunistas", aproveitam para se proliferar.

Conseguindo chegar ao sangue, fungos como a Candida auris levam aos quadros mais graves, com alto riscobet777 bet bonusóbito — segundo o estudo publicado no BMC Infectious Diseases, no grupobet777 bet bonuspacientesbet777 bet bonusque a infecção chegou ao sangue, a mortalidade subiu para 45%.

Em seu alerta, a Anvisa apontou que, além da multirresistência e do riscobet777 bet bonus"ser fatal, principalmentebet777 bet bonuspacientes com comorbidades", a Candida auris apresenta ainda o obstáculobet777 bet bonus"permanecer viável por longos períodos no ambiente (semanas ou meses)" e apresentar "resistência a diversos desinfetantes" usados nos hospitais.

Possibilidadebet777 bet bonussubnotificação

Dos muitos desafios trazidos pelo novo fungo, outro é a dificuldadebet777 bet bonusidentificá-lo por meiobet777 bet bonusexames — então, "muito provavelmente" houve subnotificaçãobet777 bet bonuscasos anteriores, respondeu Pasqualotto à BBC News Brasil por telefone.

Foi com este mote que ele e colegas escreveram um editorial na revista científica Brazilian Journal of Infectious Diseases indicando que o aparecimento da Candida auris no país era uma questãobet777 bet bonustempo.

"O reconhecimento dessa espécie é difícil e requer métodos que a maioria dos hospitais não têm. Então, pode ser que ela se dissemine com facilidade porque ninguém a perceberá", diz o médico.

Após a suspeitabet777 bet bonusinfecção pelo fungo e seguindo protocolos definidos pela Anvisa, o hospital estadual da Bahia encaminhou amostras do paciente ao Laboratório Centralbet777 bet bonusSaúde Pública Profº Gonçalo Moniz (LACEN/BA), que confirmou a presença da Candida auris e remeteu o material para uma prova confirmatória no Laboratório da Faculdadebet777 bet bonusMedicina da Universidadebet777 bet bonusSão Paulo (HCFMUSP), que também sinalizou positivo e notificou a Anvisa na segunda-feira (7/12).

Agora, serão realizados novos exames — as chamadas análises fenotípicas e o sequenciamento genético do microrganismo — para confirmar a presença Candida auris nas amostras do homem internado inicialmente com covid-19.

Nos laboratórios públicos pelos quais o material passou até aqui, foi usada uma técnica sofisticada, e segundo Pasqualotto cara, chamada Maldi-Tof (Matrix-Assisted Laser Desorption Ionization Time-of-Light).

O método é necessário porque "a C. auris pode ser facilmente confundida com outras espéciesbet777 bet bonusleveduras, tais como Candida haemulonii e Saccharomyces cerevisiae", explica o documento da Anvisa divulgado na segunda-feira.

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