Por que gostamos tantojogo foguetinho betanocomida crocante? (e como o som se tornou o 'gosto esquecido'):jogo foguetinho betano

E,jogo foguetinho betanoacordo com o cientista, comer é uma experiência muito mais multissensorial do que costumamos reconhecer, principalmente no nível auditivo.

Ele não é o único que pensa assim.

"Existem várias coisas que nos deixam satisfeitos com a comida: o cheiro, o sabor e a textura, e incluímos aí o som", disse à BBC News Mundo a consultorajogo foguetinho betanoalimentos Amanda Miles-Ricketts. "E não há nada mais satisfatório do que algo crocante."

É justamente a preferência humana pela comida crocante que fascina Spence há anos.

Umajogo foguetinho betanosuas maiores conquistas foi ter criado um ruídojogo foguetinho betanobatata frita modificado eletronicamente para convencer o consumidorjogo foguetinho betanoque ela era mais crocante. Foi um experimento que surgiu da questãojogo foguetinho betanosaber se o saborjogo foguetinho betanouma batata frita seria diferente se alterássemos o quão crocante ela é. E descobriu-se que sim.

A Universidadejogo foguetinho betanoHarvard concedeu-lhe um Ig Nobel por isso, uma paródia do prestigioso prêmio "para fazer você rir e então pensar".

Mas a questãojogo foguetinho betanopor que amamos tanto comidas crocantes é um assunto mais sério do que parece.

"Quando fizemos aquele experimentojogo foguetinho betano2009, era difícil acreditar que haveria interesse no assunto, mas desde então surgiram muitos trabalhos e experimentos para combinar diferentes sons e sabores."

O que acontece conosco com comida crocante?

"Fast food tende a ser crocante, quase sempre barulhenta", diz Spence. "Ninguém gosta da ideiajogo foguetinho betanouma batata frita fofa, mesmo sabendo que ela contém todos os elementos que lhe dão aquele sabor."

Em seu laboratóriojogo foguetinho betanoOxford, ele conseguiu mostrar que diferentes frequênciasjogo foguetinho betanotrituração podem alterar a forma como percebemos seu sabor ou mesmo fazer alguns alimentos pareceremjogo foguetinho betanomelhor ou pior qualidade para nós.

"É uma reação instantâneajogo foguetinho betanonosso cérebro", diz Spence. "Ainda estamos investigando por que somos tão atraídos pela comida crocante, mas há várias teorias."

"Uma deles é que os vegetais 'mais barulhentos' tendem a ser mais frescos (e vice-versa), por isso associamos o crocante a algo saudável."

"Por outro lado (e paradoxalmente), alguns alimentos crocantes — como biscoitos, cereais ou frituras — tendem a ser ricosjogo foguetinho betanogordura ... e nosso cérebro gosta da ideiajogo foguetinho betanogordura, o que explicaria nossa preferência por esse som."

Miles-Ricketts — que temjogo foguetinho betanoprópria marcajogo foguetinho betanochás especializadosjogo foguetinho betanosaúde e bem-estar que lançou após sofrerjogo foguetinho betanoproblemasjogo foguetinho betanopele — se preocupa com isso.

"Além das maçãs, que são obviamente saudáveis, os alimentos não saudáveis e viciantes que não são naturais costumam ser crocantes. Não é mera coincidência."

"Finalmente", acrescenta Spence, "outra teoria que surgiu há alguns anos é que, quando começamos a provar algo, e se achamos saboroso, nosso cérebro se adapta, e se desconecta conforme parece menos 'interessante', mas quando você come algo barulhento que direcionajogo foguetinho betanoatenção para a boca, isso ajuda o sabor a durar mais."

Isso significaria que gostamos maisjogo foguetinho betanocomida crocante porque sentimos que seu sabor dura mais.

Mas a questão da experiência sensorial — e sonora — da comida vai além da qualidadejogo foguetinho betanoela ser crocante.

Harmonização fonética

"Pense no som quando você abre uma lata, uma garrafa, a rolha do vinho ou mesmo o somjogo foguetinho betanoum micro-ondas. Tudo afeta a nossa experiência e como percebemos o sabor", explica Spence. "Não é por acaso que as batatas fritas são vendidasjogo foguetinho betanosacos plásticos particularmente barulhentos — é puro marketing intuitivo."

E assim como o ruído afeta o sabor, a música também.

Spence ejogo foguetinho betanoequipe investigaram como os sabores doces e azedos são frequentemente associados a notasjogo foguetinho betanoalta frequência, enquanto os amargos equivalem a notasjogo foguetinho betanobaixa frequência.

"Se, por exemplo, você ouve determinada música enquanto toma uma xícarajogo foguetinho betanocafé ou come um pedaçojogo foguetinho betanochocolate, isso pode intensificarjogo foguetinho betanodoçura", explica Spence.

É o que ele chamajogo foguetinho betanocomida "temperada foneticamente".

O cientista garante que muitas marcas e músicos se interessaram por essa técnica e já colocamjogo foguetinho betanoprática formasjogo foguetinho betanocombinar sabores e sons para melhorar a experiência culinária e responder à pergunta "qual é o som do seu sabor".

Miles-Ricketts acredita que cada vez mais participantes da indústriajogo foguetinho betanoalimentos estão levandojogo foguetinho betanoconsideração a "funcionalidade e a finalidadejogo foguetinho betanoseus produtos" e o fatojogo foguetinho betanoque comer é "uma experiência multissensorial".

"Poderíamos até usar isso para comermosjogo foguetinho betanoforma mais saudável", propõe Spence. "Poderíamos comer com menos açúcar se adicionarmos um poucojogo foguetinho betano'música doce' para temperar a comida,jogo foguetinho betanovez da música altajogo foguetinho betanoalguns restaurantes que na verdade suprime nossa capacidadejogo foguetinho betanosaborear adequadamente."

"Assim como combinamos certos alimentos com certos vinhos, podemos combinar sabores com sons e formas."

"Muitos nunca teriam imaginado que a música pode alterar o sabor da comida, mas é um campo totalmente novo a ser explorado. Por que não combinar um sabor com um som?"

"Não importa a música que você ouve: há um sabor que certamente vai bem com ela."

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