Vacina contra coronavírus: por que desenvolvemos imunidade permanente para algumas doenças e para outras não?:bonus da f12 bet

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Legenda da foto, Contra alguns males, existem vacinas que nos imunizam para a vida, mas outros, como a gripe, exigem uma nova versão a cada ano

Memória

"Quando falamosbonus da f12 betimunidade, queremos dizer ser capazbonus da f12 betgerar uma resposta imunológica que nos proteja. E essa resposta pode ou não ser duradoura", diz Sheena Cruickshank , imunologista e professorabonus da f12 betciências biomédicas da Universidadebonus da f12 betManchester, no Reino Unido.

"O tipobonus da f12 betglóbulos brancos (as células que defendem nosso corpo) responsáveis por isso são os linfócitos. Eles têm a capacidadebonus da f12 betreconhecer um germebonus da f12 betuma maneira muito específica e, potencialmente, lembrar-se dele."

Os linfócitos podem reconhecer uma infecção específica antes dela se desenvolverbonus da f12 betnosso corpo.

"Alguns deles produzem anticorpos que podem permanecerbonus da f12 betnosso organismo por um longo períodobonus da f12 bettempo", diz Marc Jenkins, diretor do Centrobonus da f12 betImunologia (CBI) da Escolabonus da f12 betMedicina da Universidadebonus da f12 betMinnesota, nos Estados Unidos.

"Assim, se nos reinfectarmos ou tomarmos uma vacina, esses anticorpos podem eliminar a infecçãobonus da f12 betimediato, antesbonus da f12 betdesenvolvermos os sintomas, por isso temos imunidade", acrescenta ele.

"Isso é muito, muito importante, porque há uma fasebonus da f12 betque você tem o que é chamadobonus da f12 bet' imunidade protetora ' - esta parte da resposta imunológica pode ajudar a matar o agente invasor - e então as célulasbonus da f12 betmemória (ou células T) lembram o que aconteceu e eles sabem como combatê-lo no futuro", diz Cruickshank.

bonus da f12 bet Mas por quanto tempo eles permanecembonus da f12 betnosso corpo?

A resposta varia dependendo da doença.

Crédito, CHRISTOPH BURGSTEDT/SCIENCE PHOTO LIBRARY

Legenda da foto, Anticorpos são essenciais no combate às infecções

"Há evidênciasbonus da f12 betque, durante a epidemiabonus da f12 betgripe espanhola (1918-1920), as célulasbonus da f12 betmemóriabonus da f12 betalgumas pessoas foram capazesbonus da f12 betproduzir anticorpos até 50 ou 60 anos depois", diz o imunologista.

"No entanto, à medida que envelhecemos, a capacidade dessas célulasbonus da f12 betse lembrar desses germes também pode diminuir porque nosso sistema imunológico se torna menos eficaz."

Quando isso acontece, nosso corpo não reconhece mais o patógeno e, portanto , não sabe como combatê-lo.

'Corrida armamentista'

Mas nem tudo tem a ver com a forma como o seu sistema imunológico evolui: "As infecções também evoluem", diz Cruickshank.

"Muitas deles desenvolveram estratégias para se esconderbonus da f12 betnosso sistema imunológico e podem fazer issobonus da f12 betvárias maneiras: escondendo-se dentrobonus da f12 betnossas células; 'roubando' proteínas humanas para se assemelhar a elas; transformando-se com fragmentosbonus da f12 betnossa informação... Elas têm muitas estratégias" .

E quando elas usam essas táticas, nosso sistema imunológico tem mais dificuldade para combater a infecção que causam.

"É muito complexo, é como se fosse uma corrida armamentista constante entre nosso sistema imunológico e os agentes invasores", assinala Cruickshank.

Segundo a especialista, existem certos patógenos que, ou não descobrimos qual é a melhor formabonus da f12 betdesenvolver imunidade protetora contra eles, ou simplesmente não somos capazbonus da f12 betfazê-lo.

Ela cita como exemplo a malária, doença para a qual não desenvolvemos imunidade permanente.

"É comum uma pessoa estar bem protegida contra a malária, mas se ela for para outro lugar e voltar anos depois, pode perder aquela imunidade, ficando tão vulnerável à doença como se nunca tivesse sido exposta a ela".

Cruickshank diz que isso ocorre porque o patógeno sofreu mutação, mas também devido ao fatobonus da f12 betque essa doençabonus da f12 betparticular requer uma resposta imunológica muito complexa, com muitas fasesbonus da f12 betnosso corpo para que a luta seja eficaz.

Vírus cometem "erros"

"Os vírus têm material genético (RNA ou DNA) que se replicabonus da f12 betnosso corpo para causar infecção. Ao fazer isso, cometem erros,bonus da f12 betmaior ou menor grau. E esses erros podem alterar a estrutura do vírus", explica Jenkins.

É o que também conhecemos como mutações.

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Legenda da foto, Alguns vírus cometem muitos erros ao replicar seu genoma e isso complica nossa reação a eles porque se transformam

"Alguns vírus, como o da influeza (gripe), têm um mecanismo muito sofisticadobonus da f12 betmutação. Eles podem alterar aleatoriamente suas informações genéticas", acrescenta o imunologista.

"Isso é um problema para o nosso sistema imunológico porque se, por exemplo, no ano passado você desenvolveu uma resposta imunológica a uma determinada forma do vírus, e ela sofre mutações, essa resposta passa a não ser mais adequada para aquele tipobonus da f12 betvírus. Por isso, é necessária uma nova vacina a cada ano."

Os vírus que podem alterar facilmente seu material genético - como a gripe ou o HIV - se tornaram um desafio para o desenvolvimentobonus da f12 betvacinas no passado, lembra Jenkins.

E sobre covid-19?

"O que sabemos até agora sobre o novo coronavírus é que ele não comete muitos erros ao se replicar. Isso, sem dúvida, é positivo para nós porque, historicamente, nesse cenário temos conseguido desenvolver boas vacinas", diz Jenkins à BBC News Mundo.

"Mas ainda não podemos dizer isso com toda a certeza", acrescenta o imunologista. " Quão mutável é o coronavírus ? Com que facilidade ele pode mudar seu material genético? Isso vai ser fundamental saber."

Cruickshank concorda. Para ela, isso nos permitirá descobrir se somos ou não capazesbonus da f12 betdesenvolver uma resposta imunológicabonus da f12 betlongo prazo.

"O SARS-CoV-2 parece se comportarbonus da f12 betmaneira semelhante ao SARS, o que é bom porque há evidênciasbonus da f12 betque temos imunidade se formos expostos a esse vírus, mas ainda não sabemos ao certo."

"No entanto, isso não significa que temos imunidadebonus da f12 betlongo prazo contra covid-19", acrescenta a imunologista.

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Legenda da foto, Ainda não sabemos se nossa reação imunológica ao novo coronavírus é permanente.

"Esperamos que sim, mas ainda não sabemos. Só com mais tempo seremos capazesbonus da f12 betsaber se ainda estamos protegidos vários meses depois."

O que sabemosbonus da f12 betfato, diz Cruickshank, é que nossos corpos respondem ao novo coronavírus fabricando três tiposbonus da f12 betanticorpos - AGM (o mais genérico); AGG (melhor e mais poderoso); e AGA (o mais importante) - cujos níveis vão diminuindo gradativamente.

E não deve ser surpresa que os níveisbonus da f12 betanticorpos caiam. Na verdade, se isso não acontecesse, seria perigoso.

"Todas as respostas imunológicas 'normais' têm essa curvabonus da f12 bettendência: produzimos muitos anticorpos entre semanas e um mês após a infecção e, então, esses níveis caem após dois a três meses", explica.

"Mas essa queda não significa que deixemosbonus da f12 better anticorposbonus da f12 betnosso corpo, masbonus da f12 betum patamar estável que pode até nos dar imunidade permanente", ressalva.

"Venho estudando as respostas imunológicas há muitos anos e sei que esse declínio é inteiramente previsível."

"Essa é a parte críticabonus da f12 betnossa resposta imunológica: ela é projetada para reagir quando necessário e desativar quando necessário", explica Cruickshank.

"Não estamos interessados (nem precisamos) que o corpo continue a gerar anticorpos porque isso poderia ter um efeito inflamatório, muito prejudicial ao nosso organismo. Na verdade,bonus da f12 betalguns pacientes com covid-19 a reação imunológica é exagerada, e é por isso que eles ficam muito doentes".

Crédito, AAAS

Legenda da foto, Segundo Cruickshank, existem certos patógenos que, ou não descobrimos qual é a melhor formabonus da f12 betdesenvolver imunidade protetora contra eles, ou não podemos fazê-lo

A importância da vacina

"As vacinas replicam uma infecçãobonus da f12 betforma mais branda para dar ao sistema imunológico as informaçõesbonus da f12 betque ele precisa para construir uma imunidade protetorabonus da f12 betlongo prazo", explica Cruickshank.

"Cientistasbonus da f12 bettodo o mundo estão trabalhando muito para descobrir as estratégias do novo coronavírusbonus da f12 betnosso corpo e se podemos ter imunidade permanente contra ele. Estamos aprendendo cada vez mais sobre esse novo vírusbonus da f12 betum ritmo espetacular. Isso me dá esperançabonus da f12 betque, no final, vamos vencer a batalha", afirma a imunologista.

Crédito, Peter Dazeley/Getty Images

Legenda da foto, Vacina contra covid-19, mesmo sazonal, pode salvar muitas vidas

Os dois especialistas alertam sobre a desinformação e o riscobonus da f12 betque, uma vez encontrada uma vacina eficaz, parte da população não queira recebê-la.

"Isso significaria que nossa luta contra o coronavírus não seria tão eficaz, porque precisaremos que muitos sejam vacinados para proteger aqueles que não podem ser vacinados, ou pessoas mais velhas, para quem seu efeito poderia ser menor", diz Cruickshank.

"As vacinas são uma das drogas mais seguras que existem. Graças a elas erradicamos infecções como a varíola e praticamente também a poliomielite (poliomielite)," acrescenta Jenkins.

"Quando tivermos uma vacina eficaz contra o coronavírus, mesmo que seu efeito seja temporário, como a gripe sazonal, será necessário que o maior número possívelbonus da f12 betpessoas seja vacinada para poder combater a infecção e prevenir mais mortes e doenças graves", conclui.

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