Nós atualizamos nossa Políticaslot muertosPrivacidade e Cookies
Nós fizemos importantes modificações nos termosslot muertosnossa Políticaslot muertosPrivacidade e Cookies e gostaríamos que soubesse o que elas significam para você e para os dados pessoais que você nos forneceu.
Fake news sobre vacinas contra a covid-19 ameaçam combate à doença:slot muertos
Os posts publicados nos dois principais grupos antivacina do Facebook no Brasil estavam até há pouco tempo mais concentradosslot muertosfalar da covid-19slot muertossi eslot muertosalguns medicamentos que vêm sendo testados contra ela.
Mas os ataques às vacinas no grupo "Vacina: O maior crime da História!", que tem 8 mil membros, e o "Vacinas: O lado obscuro das vacinas", que tem 13,8 mil, estão ficando mais frequentes, diz João Henrique Rafael Junior, idealizador do União Pró-Vacina, projeto do Institutoslot muertosEstudos Avançados da Universidadeslot muertosSão Pauloslot muertosRibeirão Preto que combate a propagaçãoslot muertosinformações falsas sobre o assunto.
Um dos posts mais recentes diz, por exemplo, que um novo tiposlot muertosvacina, que estáslot muertosteste contra a covid-19, seria capazslot muertos"modificar o DNA"slot muertosseres humanos.
A origem dessa "denúncia" seria a osteopata americana Carrie Madej, que afirmouslot muertosum vídeo divulgado na internet que esta tecnologia vai criar uma "nova espécie e, talvez, destrua a nossa".
O problema é que isso não é verdade, como disseram especialistas às agências Reuters e Lupa e ao portal G1.
De fato, algumas vacinasslot muertosteste contra o novo coronavírus usam uma técnica inédita, conhecida como RNA mensageiro, para fazer com que parte do material genético do coronavírus, seja absorvido por nossas células para fazer com que elas produzam uma proteína característica desse micro-organismo, que será detectada pelo sistema imunológico.
A ideia é que o nosso corpo aprenda desta forma a nos proteger da covid-19. Mas essa tecnologia não altera o DNA das nossas células e, portanto, não cria seres humanos geneticamente modificados.
Essa formaslot muertos"denúncia" recorre a um expediente frequente nesse tiposlot muertosataque: mistura algumas informações verdadeiras com outras falsas para nos fazer acreditar que corremos algum perigo e, neste caso, gerar desconfiança sobre as vacinas contra a covid-19.
Outros rumores que circulam dizem que célulasslot muertosfetos abortados são usadas na composição das vacinas; que elas são parteslot muertosuma conspiração do bilionário Bill Gates para implantar microchipsslot muertosnós, ou que voluntários dos testes já morreram por terem se submetido às vacinasslot muertosfase experimental.
O temorslot muertosJunior, do União Pró-Vacina, é que, uma vez lançada a vacina, ela se torne o único alvo dos vários grupos que espalham mentiras na internet e isso leve à "maior campanhaslot muertosdesinformação da história".
Isso pode não só comprometer a imunização contra o coronavírus, mas aumentar a desconfiançaslot muertosrelação às vacinas contra outras doenças.
"É comoslot muertosum tsunami. O mar já começou a recuar. Em breve, vamos ser atingidos por uma onda gigantescaslot muertosdesinformação sobre as vacinas. Se não estivermos preparados, é impensável o efeito que isso pode ter", diz Junior.
A 'infodemia' é 'ameaça à saúde pública'
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou que teorias da conspiração, rumores e mentiras divulgadasslot muertostorno da pandemia vêm se espalhando tão rapidamente quanto o próprio coronavírus.
Essa "infodemia" tem contribuído para aumentar o númeroslot muertoscasos e mortes por covid-19 no mundo, segundo a organização.
Um estudo publicado no periódico American Journal of Tropical Medicine and Hygiene dá uma ideia do seu impacto.
Entre 31slot muertosdezembro e 5slot muertosabril, seus autores encontraram 2.311 publicações na internet com rumores e teorias da conspiração ou que promoviam a estigmatizaçãoslot muertosgrupos sociais,slot muertos87 países eslot muertos25 idiomas.
Eles avaliaram 2.276 e concluíram que só 9% eram verdadeiras. A maioria eram falsas (82%), enganosas (8%) ou infundadas (1%).
Os cientistas estimam que um dos mitos mais difundidos (que ingerir álcool com uma alta concentração poderia desinfetar o corpo e matar o vírus), fez 5.876 pessoas serem hospitalizadas, matou 800 e deixou 60 cegas.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disseslot muertosum comunicadoslot muertossetembro do ano passado que a "desinformação sobre vacinas é uma grande ameaça à saúde global".
Ele pediu que empresasslot muertostecnologia, como Google, Facebook e Twitter, combatam esse tiposlot muertosconteúdo.
"As principais organizações digitais têm uma responsabilidade: garantir que seus usuários possam acessar informações sobre vacinas e saúde. Queremos que os atores digitais façam mais para tornar conhecidoslot muertostodo o mundo que #VacinasFuncionam", disse Ghebreyesus.
As vacinas são seguras?
Um estudo verificou a segurança das vacinas ao analisar as mudanças feitas nas bulas das 57 que foram aprovadas ao longoslot muertos20 anos pela Food and Drug Administration (FDA), o órgão americano equivalente à Agência Nacionalslot muertosVigilância Sanitária (Anvisa).
Houve mudanças nas bulas relacionadas à segurançaslot muertos25 das vacinas, menos da metade do total. Ao todo, foram 58 alterações, entre janeiroslot muertos1996 e dezembroslot muertos2015.
A maioria (36%) foi para ampliar restriçõesslot muertosuso, como, por exemplo, indicar que grávidas e pessoas com problemas no sistema imune não devem usar vacinas feitas com vírus atenuados ("vivos", mas enfraquecidos). Nestes casos, o mais indicado são vacinas com vírus inativados ("mortos").
Alertas sobre alergias, frequentemente causadas pelo látex usado nas embalagens, levaram a 22% das mudanças, e 12 alterações foram para avisar sobre o riscoslot muertosdesmaios após a vacinação.
Só uma vacina foi tirada do mercado por motivosslot muertossegurança. A RotaShield, usada contra o rotavírus, que causa diarreiaslot muertoscrianças, parouslot muertosser vendida porque podia levar a uma obstrução intestinalslot muertosbebês, potencialmente fatal.
O imunologista Carlos Zanetti, da Universidade Federalslot muertosSanta Catarina, diz que as vacinas que temos hoje são "bastante seguras", embora causem alguns efeitos adversos.
"Eventualmente, algumas pessoas podem ter problemas, ficar doentes ou até morrer. Mas uma pessoa está sujeita a sofrer efeitos adversos com qualquer produto que injete no corpo, engula, passe na pele", diz Zanetti.
Zanetti explica que a eficácia das vacinas (o percentual das pessoas que tomam e realmente ficam protegidas contra uma doença) variaslot muertosuma para outra eslot muertosacordo com as características biológicasslot muertoscada umslot muertosnós.
Mas o imunologista afirma que, no geral, elas são "altamente eficientes". "Do pontoslot muertosvista biomédico, elas protegem muita gente", diz.
As vacinas da covid-19 terãoslot muertospassar por estudos clínicos para provar que também são seguras e eficazes antesslot muertosserem aplicadas. Também serão monitoradas uma vez que cheguem ao mercado.
Isso é importante porque, como Zanetti esclarece, os estudos podem não ser capazesslot muertosdetectar um problema.
Ou algum efeito colateral que tenha sido insignificante nas estatísticas das pesquisas pode ganhar outra dimensão quando uma vacina for usada por milhões ou mesmo bilhõesslot muertospessoas.
"Vamos passar por um grande experimento humano. Mas não tem outro jeito. Eu tomaria a vacina, porque essa decisão sempre envolve um julgamento entre risco e benefício. No caso da covid, o benefício é muito maior que o risco. A vacina nunca vai ser tão mortal quanto a doença."
O impacto das campanhas antivacina
O diretor-geral da OMS já disse que está preocupado com o alcance crescente das campanhas antivacina. Ghebreyesus alertou que elas podem reverter "décadasslot muertosprogresso no combate a doenças que podem ser prevenidas".
Um estudo feito pela FTI Consulting, uma empresaslot muertosinteligênciaslot muertosmercado presenteslot muertos11 países, dá uma ideia do potencial impacto da desinformação que circulaslot muertosredes sociais sobre as vacinas contra covid-19.
A pesquisa analisou o aumento do volumeslot muertosposts deste tipo sobre a vacina tríplice viral (para sarampo, caxumba e rubéola) no Twitter ao longoslot muertos2012 e 2018. Neste período, houve uma quedaslot muertos3% na cobertura desta vacina na Inglaterra e no Paísslot muertosGales.
Os cientistas da FTI analisaram a literatura sobre fatores comportamentais e demográficos e criaram um um modelo computacional que levouslot muertosconsideração todos estes motivos e também o aumento da desinformação no Twitter.
O objetivo foi, por meioslot muertosum sistemaslot muertosinteligência artificial, identificar o quanto da redução da cobertura vacinal foi causada exclusivamente pela desinformação.
O estudo concluiu que cada aumentoslot muertos100% no volumeslot muertosdesinformação sobre a tríplice viral no Twitter levou a uma quedaslot muertos0,2% na cobertura vacinal. Como houve no período analisado um aumentoslot muertos800% da desinformação na rede social, isso gerou uma reduçãoslot muertos1,6% na cobertura vacinal.
Ou seja, mais da metade da queda foi causada pela desinformação. "Outros estudos já haviam demonstrado uma associação entre o aumento da desinformação e a queda da cobertura vacinal. Nosso trabalho é o primeiro a provar que a desinformação causou uma queda", diz Meloria Meschi, coautora do estudo.
David Eastwood, coautor da pesquisa, diz que, diante disso, é preciso levar a desinformaçãoslot muertosconta antes mesmo das vacinas contra covid-19 serem lançadas.
"Quando a vacina estiver disponível, será importante que a imunização ocorra rapidamente. Mas, a menos que o risco da desinformação seja combatido, a adoção da vacina pode ser retardada", afirma Eastwood.
Quanto mais tempo passa, maior é o desafio
O desafio é que, quanto mais se prolonga a pandemia, maior é a chanceslot muertosuma pessoa entrarslot muertoscontato com uma desinformação capazslot muertoslevar à recusa da vacina, aponta o físico Manlio De Domenico, do Instituto Bruno Kessler, na Itália.
O pesquisador criou o projeto Observatórioslot muertosInfodemia Covid19, no qual monitora o volumeslot muertosdesinformação que circula no Twitterslot muertos84 países.
Um programaslot muertoscomputador analisa 4,7 milhõesslot muertosmensagens publicadas na rede social todos os dias para criar um índice do risco que uma pessoa correslot muertosser exposta à desinformação.
A partir deste trabalho, De Domenico identificou um padrão semelhanteslot muertosdiferentes partes do mundo.
Quando a pandemia começou na China, os usuáriosslot muertosmuitos países passaram a compartilhar conteúdoslot muertosfontes duvidosas, teorias da conspiração e notícias falsasslot muertosgeral. O riscoslot muertosexposição à desinformação era alto.
Mas, depois que o coronavírus atingiu um determinado país, esse risco caiu, porque houve um aumento significativo do compartilhamentoslot muertosinformaçõesslot muertosfontes confiáveis, como sitesslot muertosgovernos, autoridadesslot muertossaúde eslot muertosveículosslot muertosimprensa respeitados.
"Uma possível explicação para isso é que a proximidade da pandemia levou as pessoas a priorizarem as fontes confiáveis. Quando o riscoslot muertoscontágio estava longe, elas não se importavam tanto com isso", diz o cientista.
O problema é que esse mesmo monitoramento mostra que o risco da desinformação vem aumentando conforme a pandemia se prolonga.
No Brasil, por exemplo, o índice variou entre 3% e 9% nos primeiros sete diasslot muertosmarço. Na primeira semanaslot muertosagosto, ficou entre 18% e 36%.
De Domenico acredita que isso está relacionado com os efeitos sociais e econômicos da pandemia.
"Muita gente perdeu o emprego, amigos ou familiares. Depoisslot muertostanto temposlot muertosisolamento, estamos com as emoções à flor da pele. As pessoas precisam encontrar uma formaslot muertosdar vazão a isso", diz De Domenico.
Ele diz que a fase mais racional da pandemia está dando lugar a uma fase emocional,slot muertosque há uma tendência maiorslot muertosque fontes confiáveisslot muertosinformação sejam questionadas ou atacadas e da desinformação se espalhar.
Será neste contexto cada vez mais preocupanteslot muertosque as primeiras vacinas serão lançadas.
"Podemos esperar um grande aumentoslot muertosnotícias falsas e teorias da conspiração quando isso acontecer. As vacinas já são uma questão emocional, e quanto mais emocionais as pessoas ficam, mais a desinformação tende a prosperar", diz De Domenico.
"Será crucial nos prepararmos para esse momento."
slot muertos Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube slot muertos ? Inscreva-se no nosso canal!
Principais notícias
Leia mais
Mais lidas
Conteúdo não disponível