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Coronavírus: o que dizem médicos sobre a ideiabwin.it logincompartilhar respiradores entre dois pacientes:bwin.it login
O médicobwin.it loginemergência Marco Garrone tem passado por situações como essa no hospital onde atuabwin.it loginTurim, no noroeste da Itália. Diante da faltabwin.it loginventiladoresbwin.it loginseu hospital, ele decidiu tomar a medida extremabwin.it logindividir um equipamento entre dois pacientes.
Ele aprendeu sobre a técnica no blog do médico intensivista Josh Farkas, professor da Universidadebwin.it loginVermont, nos Estados Unidos.
bwin.it login Para que servem os bwin.it login respiradores bwin.it login ?
Os respiradores, também chamadosbwin.it loginventiladores pulmonares, são equipamentos que ajudam o paciente quando há algum problema no sistema respiratório.
Eles empurram ar com uma quantidade maiorbwin.it loginoxigênio para dentro dos pulmões e removem o ar com dióxidobwin.it logincarbono exalado pelo paciente.
Há vários tiposbwin.it loginventiladores. Em alguns, o tubo que transporta o ar é inserido pela boca do paciente até chegar à traqueia. Outros são não-invasivos e levam o ar por meiobwin.it loginuma máscara sobre a boca e nariz.
No caso dos pacientes com quadros gravesbwin.it logincovid-19, seus pulmões se enchembwin.it loginfluido e existe uma superfície menor dentro dos pulmões para realizar a trocabwin.it loginoxigênio. Isso significa que precisam fazer mais esforço para respirar.
Diante desse esforço incomum, os músculos responsáveis pelos movimentos da respiração ficam cansados como qualquer outro músculo do corpo. Caso não tenham a ajudabwin.it loginum ventilador, o nívelbwin.it loginoxigênio no sangue fica perigosamente baixo, o que pode levar à morte.
É por isso que o número insuficientebwin.it loginventiladores tem sido uma das maiores preocupaçõesbwin.it loginrelação à pandemia. Tratam-sebwin.it loginequipamentos bastante sofisticados e as indústrias que os produzem não têm dado conta da demanda.
No Estadobwin.it loginNova York, por exemplo, estima-se que serão necessários cercabwin.it login30 mil ventiladores para tratar os pacientes do novo coronavírus. Até agora, o Estado só conseguiu metade, segundo o governador Cuomo. Sem ventiladores, os pacientes graves podem morrer.
Um respirador para dois pacientes
Até o momento, não existe nenhum estudo clínico que tenha testado a eficácia e segurança do compartilhamentobwin.it loginum respirador por dois ou mais pacientes com problemas respiratórios, apenas estudos com simuladoresbwin.it loginpulmões e experimentosbwin.it loginanimais.
A mecânicabwin.it loginse dividir o fluxobwin.it loginar que vem da máquina entre dois ou mais pacientes é bastante simples e a estratégia pode ser feita com peçasbwin.it loginformatobwin.it login"T" e tubos plásticos facilmente disponíveis (há vários vídeosbwin.it loginmédicos explicando como fazê-lo nas redes sociais).
O problema é que, ao dividir o fluxobwin.it loginar, perde-se monitoramento preciso da situação do pulmãobwin.it logincada paciente, o que pode ser perigoso.
Por isso Garrone enfatiza que se tratabwin.it loginuma medida extrema a ser usada como última alternativa. Ele teve essa experiência com quatro duplasbwin.it loginpacientesbwin.it loginseu hospital.
"Os resultados foram razoavelmente bons. Alguns pacientes foram muito bem e melhoraram instantaneamente. Outros não se saíram tão bem", diz.
Nos casos conduzidos por Garrone, o equipamento dividido foi um respirador não invasivo (em que o ar é empurrado por uma máscara) programado para o modo CPAP (siglabwin.it logininglês que se refere a pressão positiva contínua das vias aéreas).
"Temos que terbwin.it loginmente que essa é uma estratégiabwin.it loginresgate e deve ser usada apenas como 'ponte' até cada paciente ter acesso a um ventilador individual", diz. Também é importante escolher pacientes que tenham características pulmonares semelhantes, ele complementa.
O médicobwin.it loginemergência Greg Neyman, que atuabwin.it loginum hospital comunitáriobwin.it loginToms River,bwin.it loginNova Jersey, foi um dos primeiros a estudar a possibilidadebwin.it logincompartilhar ventiladores, ao ladobwin.it loginCharlene Irvin Babcock, professora associada da Wayne State University e médicabwin.it loginemergência do Ascension St. John Hospitalbwin.it loginDetroit, Michigan.
O estudo, publicadobwin.it login2006, foi feito com simuladoresbwin.it loginpulmão (bolsas plásticas com o interior esponjoso imitando um pulmão humano) e concluiu que havia um potencial para usar um único ventiladorbwin.it loginvários pacientesbwin.it logincasosbwin.it logindesastres envolvendo muitas vítimas.
No entanto, o experimento simulou pulmões saudáveis, e não afetados por problemas respiratórios como os pacientes com covid-19. "Eu tenho enfatizado que é preciso encontrar uma maneira para que pessoas com pulmões afetados possam dividir o ventiladorbwin.it loginmaneira apropriada", diz Neyman.
Ele afirma que apenas reproduzir a técnica usada no experimento não garante a segurança dos pacientes.
Riscos
Dois pacientes com altura e peso similares podem ter seus pulmões afetadosbwin.it loginmaneira distinta. O problema do compartilhamento do equipamento respiratório é não poder personalizar a pressão e o volumebwin.it loginar que vai para cada paciente e não poder monitorá-los individualmente.
Se um deles tem uma pneumonia mais grave e seu pulmão estiver mais rígido, por exemplo, ele vai oferecer mais resistência e o ar que entra pode não ser suficiente, ao mesmo tempobwin.it loginque o paciente menos grave, com pulmão menos rígido, pode receber mais ar do que precisa, o que pode danificar seu pulmão.
"Os ventiladores também disparam alarmes quando a pressão dentro do pulmão se torna muito alta e os profissionaisbwin.it loginUTI estão acostumados com o ventilador avisando sempre que possa haver um problema", diz Neyman.
Com dois pacientes, esse sistemabwin.it loginalarme não vai funcionar da mesma forma e os médicos e enfermeiros podem não saber que os pacientes estão piorando, segundo o médico. Um desafio essencial, portanto, é desenvolver um sistemabwin.it loginmonitoramento que permita identificar imediatamente se um dos pacientes apresentar uma piora.
O médico Richard Branson, professor do Departamentobwin.it loginCirurgia da Universidadebwin.it loginCincinnati, conduziu um experimento com simuladoresbwin.it loginpulmão para avaliar a possibilidadebwin.it logindividir um respirador entre quatro pacientes com características diferentes.
O estudobwin.it loginBranson concluiu que não é possível controlar o volumebwin.it loginar administrado a cada paciente quando os pulmões têm características distintas.
"Não importa como você programe o ventilador, o problema é que o paciente que tem o pulmão mais rígido, e que está mais doente, vai receber a menor quantidadebwin.it loginar. E o que está menos doente, vai receber a maior quantidadebwin.it loginar", ele diz.
Ele compara o sistema a uma bombabwin.it loginbicicleta ligada a um circuitobwin.it loginquatro balões. Se um balão tem um livrobwin.it logincima, ele vai encher menos que o previsto, enquanto os balões sem nenhuma resistência vão encher mais que o previsto. "É uma estratégia muito fácilbwin.it loginfazer, mas muito difícilbwin.it loginfazerbwin.it loginmaneira segura e eficaz", conclui Branson.
O médico Jorge Luis Valiatti, presidente do Comitêbwin.it loginInsuficiência Respiratória e Ventilação Mecânica da Associaçãobwin.it loginMedicina Intensiva Brasileira (AMIB), afirma que a divisãobwin.it loginrespiradores não é uma alternativa viável para lidar com a faltabwin.it loginequipamentos durante a pandemia.
Ele cita a posição da Sociedade Americanabwin.it loginMedicinabwin.it loginCuidados Críticos (SCCM) que, junto a outras associações médicas, divulgou, nesta quinta-feira (26), uma declaração contrária ao usobwin.it loginum ventilador para múltiplos pacientes. O grupo afirma que a estratégia não deve ser utilizada porque não pode ser feitabwin.it loginmaneira segura com os equipamentos atuais.
Para Valiatti, é importante considerar também a questão bioéticabwin.it loginse colocar dois pacientes no mesmo ventilador, pois um paciente sem possibilidadebwin.it loginsobreviver pode tirar a chancebwin.it loginoutro que sobreviveria caso tivesse o respirador só para ele.
"Não se tratabwin.it loginescolher quem vai viver e quem vai morrer, mas decidir quem deve estar na UTI. Nem todos os pacientes se beneficiam da UTI", diz.
Recomendações para a coventilação
"A estratégia deve ser usadabwin.it loginuma situaçãobwin.it loginque ou você tenta ou deixa os pacientes morrerem;bwin.it logincircunstâncias terríveisbwin.it loginque você exauriu todos os outros meios convencionais", diz Charlene Babcock.
A médica, que alémbwin.it loginter feito o estudobwin.it login2006 postou recentemente um vídeo no YouTube ensinando como adaptar o respirador para mais pacientes, faz partebwin.it loginum grupobwin.it loginespecialistas reunidos a pedido do governo americano com agências como a FDA (órgãobwin.it logincontrolebwin.it loginalimentos e medicamentos) e a FEMA (Agência Federalbwin.it loginGerenciamentobwin.it loginEmergências) para criar um consensobwin.it loginquais seriam as melhores recomendações para o compartilhamentobwin.it loginventiladores, prática que vem sendo chamadabwin.it logincoventilação.
Um dos problemas levantados pelo grupo ébwin.it loginrelação à possibilidadebwin.it loginum paciente contaminar o outro caso apenas um dele esteja com covid-19. Por isso seria importante que os dois tenham sido testados para a doença previamente.
Ela afirma que o sistema prevê diversos filtros, portanto a possível contaminação não se daria pelo equipamentobwin.it loginsi, mas pela proximidade física.
O chefe do Departamentobwin.it loginCirurgia do Columbia University Irving Medical Center,bwin.it loginNova York, já afirmou que a instituição está fazendo experimentos embwin.it loginUTI para poder atender dois pacientesbwin.it logincada ventilador e a instituição divulgou entre médicos um documento com um protocolo para compartilhamentobwin.it loginventiladores.
Na avaliaçãobwin.it loginGarrone, é um erro contar com a possibilidadebwin.it logindividir os ventiladores pulmonares enquanto se prepara para o pico da epidemia, como Nova York está fazendo.
Nas palavras dele, seria um "assassinatobwin.it loginmassa" contar com o compartilhamento dos ventiladoresbwin.it loginvezbwin.it loginse esforçar para comprar mais máquinas.
Ele afirma que o mundo deveria aprender com o exemplo da Itália, que não estava preparada para o númerobwin.it loginpacientes no auge da epidemia.
"Na minha região, não tivemos a tragédia que houve na Lombardia, não chegamos a esse extremo. Mas a maior parte do meu hospital está dedicada a pacientes positivos para covid-19 e temos faltabwin.it loginventiladores", relata. "Agora sabemos que nunca nos preparamos o suficiente."
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