Coronavírus: os 4 pilares para manter a imunidadebetpix oficialdia:betpix oficial

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Legenda da foto, Praticar exercícios físicos regularmente, reduzir o estresse, dormir bem e ter uma alimentação balanceada são importantes para manter nosso sistemabetpix oficialdefesa funcionando.

Mas, antesbetpix oficialtudo, os especialistas alertam para outro tipobetpix oficialcombate, contra a "desinformação".

O principal mito é a suposiçãobetpix oficialque podemos "elevar nossa imunidade", dizem.

"Não existe essa históriabetpix oficialimunidade alta. Existe imunidade normal ou imunidade baixa por algum problema que a pessoa tenha, como doenças ou usobetpix oficialmedicamentos imunossupressores (que reduzem a atividade ou eficiência do sistema imunológico, usados, por exemplo, quando o paciente recebe um órgão transplantado). Imunidade alta não existe, não tem como elevar a imunidade", explica o infectologista Alberto Chebabbo, vice-presidente da Sociedade Brasileirabetpix oficialInfectologia e diretor-médico do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Riobetpix oficialJaneiro.

"Ou seja, quem tem imunidade normal, tem o riscobetpix oficialcontrair a doença e desenvolver os sintomas. Quem tem imunidade baixa, inclusive os idosos, porque seu sistema imunológico já envelheceu, tende a apresentar os sintomas mais graves da doença", acrescenta.

Ana Caetano Faria, professora titularbetpix oficialImunologia da Universidade Federalbetpix oficialMinas Gerais (UFMG) e especialista da Sociedade Brasileirabetpix oficialImunologia, concorda.

"O que ocorre é que nosso estilobetpix oficialvida faz com que nossa imunidade caia. Ou seja, existem formasbetpix oficialrestabelecer a normalidadebetpix oficialnosso sistema imunológico, mas não elevá-lo", diz.

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Legenda da foto, Covid-19 afeta os pulmões

Importância dos quatro pilares

Por que esses quatro pilares são tão importantes?

Segundo Faria, cada um deles tem um impacto diferente no funcionamento do sistema imunológico.

Mas, para isso, é preciso entender o que é o sistema imunológico e como ele funciona.

Em linhas gerais, ele é um conjunto complexobetpix oficialcélulas, tecidos, órgãos e moléculas que cumprem funções específicasbetpix oficialuma resposta coordenada para neutralizar vírus, bactérias, fungos e parasitas — antes que sejam fatais.

Diantebetpix oficialuma nova ameaça, o corpo tembetpix oficialpartir do zero e construir as defesas necessárias. Mas, no casobetpix oficialum vírus, este processo costuma ser mais demorado do que a velocidade com que este tipobetpix oficialmicrorganismo se multiplica e infecta células.

"É uma corrida,betpix oficialque o adversário avança mais rápido do que o sistema imunológico é capazbetpix oficialdesenvolver mecanismosbetpix oficialação para combatê-lo", afirma o imunologista Renato Astray, pesquisador do Instituto Butantan.

Isso não significa, no entanto, que a batalha esteja perdida. O sistema imunológico encontra com o tempo formasbetpix oficialacabar com a ameaça, como vem ocorrendo nesta epidemiabetpix oficialcoronavírus.

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Legenda da foto, Corpo tem barreiras para impedir a entradabetpix oficialpatógenos

Como funciona o sistema imunológico

O corpo tem barreiras para impedir a entradabetpix oficialpatógenos, como são chamados os microrganismos que afetam nossa saúde.

Elas podem ser mecânicas, como a pele, microbiológicas — por exemplo, a florabetpix oficialbactérias do intestino —, ou químicas, como as enzimas presentes na saliva ou o suco gástrico do estômago.

Se um corpo estranho consegue superar essas barreiras, cabe ao sistema imunológico nos proteger.

Todas as pessoas nascem com defesas naturais contra invasores. Esta é a chamada resposta imunológica inata, que é acionada automaticamente quando células detectam que foram infectadas e enviam sinais químicos para avisar que o corpo está sob ataque.

Isso faz com que outras células acionem mecanismos para se tornarem menos suscetíveis à infecção e ativem o sistema imunológico, que vai pôrbetpix oficialação células específicas para combater o invasor.

Essas células são fabricadas continuamente pela medula óssea, a partirbetpix oficialcélulas-tronco, que estãobetpix oficialum estágio inicialbetpix oficialdesenvolvimento e tem o potencialbetpix oficialse transformar,betpix oficialum processobetpix oficialdiferenciação, para cumprir funções específicas.

Desta forma, as células-tronco se tornam leucócitos — ou glóbulos brancos —, que atuambetpix oficialnosso sistema imunológico. Uma elevação na quantidadebetpix oficialleucócitos no examebetpix oficialsangue é indíciobetpix oficialuma infecção. Se estiver abaixo do normal, o sistema imunológico está enfraquecido.

Os neutrófilos são o tipobetpix oficialleucócito mais numeroso e atuam como a primeira linhabetpix oficialdefesa do organismo. Eles envolvem e eliminam o invasor por meio da fagocitose, produzindo enzimas digestivas que destroem o patógeno.

Também liberam sinais químicos que recrutam mais células para atacar a ameaça. Isso gera uma inflamação na região onde está o invasor. Esta área é irrigada com sangue, que traz consigo mais leucócitos para auxiliar no combate.

Outro tipobetpix oficialglóbulo branco, o linfócito conhecido como natural killer (assassino natural,betpix oficialinglês), age principalmente contra tumores e vírus. Ele libera grânulosbetpix oficialproteína ao redor do alvo que fazem o patógeno se autodestruir.

Um terceiro tipobetpix oficialleucócito, o macrófago, também atua neste estágio fagocitando invasores, mas cumpre outra função importante no próximo estágio da resposta imune.

A resposta imune adquirida

Quando um invasor é agressivo, resistente ou está presentebetpix oficialmaior quantidade, isso exige outro tipobetpix oficialreação do organismo.

A resposta imune adquirida é desenvolvida pelo corpo após entrarbetpix oficialcontato com um patógeno. Ela envolve a ação dos linfócitos, células especializadas capazesbetpix oficialcombater microrganismos ebetpix oficialnos proteger da mesma ameaça por mais tempo.

Os linfócitos ficam armazenadosbetpix oficialórgãos como os linfonodos e o baço, à esperabetpix oficialsinaisbetpix oficialque devem entrarbetpix oficialação.

Um dos principais alertas é dado pelos macrófagos, que capturam um microrganismo ou parte dele e o transportam até os linfócitos, dando início à resposta imune adquirida. "Os macrófagos atuam como uma ponte entre as duas respostas imunes", explica Astray.

Os linfócitos começam então a produzir milhõesbetpix oficialcópiasbetpix oficialsi mesmos e reforçam o sistema imunológico ao gerar anticorpos, proteínas capazesbetpix oficialneutralizar um patógeno. Os anticorpos têm a capacidadebetpix oficialreconhecer e se unir ao invasor, impedindo que ele infecte novas células e se reproduza.

Os linfócitos também marcam alvos para neutrófilos, macrófagos e natural killers. "Os linfócitos são como maestros do sistema imunológico, ao fazer com que as células imunes se aglutinembetpix oficialtornobetpix oficialuma ameaça", diz Portela.

Ao final deste processo, a maioria dos linfócitos é destruída, mas alguns se diferenciam e permanecembetpix oficialnosso corpo por vários anos, formando uma memória imunológica que tornará mais ágil o combate ao patógeno se ele nos infectar novamente.

As células imunes se multiplicam mais rapidamente ao detectar a mesma ameaça, o que acaba com aquela desvantagem do sistema imunológico na corrida inicial contra um invasor após a infecção. "Isso nos impedebetpix oficialficar doentes ou faz com que os sintomas sejam mais leves", afirma Astray.

Por este motivo, não contraímos maisbetpix oficialuma vez algumas doenças, como catapora, caxumba, rubéola ou sarampo. Mas isso não impede que tenhamos novas gripes, por exemplo, porque o vírus que a causa, o influenza, sofre mutações facilmente, o que torna a memória imunológica inútil contra suas novas versões.

Como nossa imunidade é afetada

Sendo assim, Faria, da UFMG, diz que, quando dormimos pouco ou nos alimentamos mal, isso afeta o funcionamentobetpix oficialnosso sistema imunológicobetpix oficialdiferentes maneiras. O mesmo ocorre quando deixamosbetpix oficialpraticar atividades físicas ou sofremos estresse.

"Todos esses pilares são importantes, mas destaco a necessidadebetpix oficialdormimos bem. É durante o sono que temos maior produçãobetpix oficialcélulasbetpix oficialdefesa pela medula óssea. Estudos mostram que dormir menosbetpix oficialcinco horas por noite aumentabetpix oficialquatro vezes a chancebetpix oficialdesenvolver infecções respiratórias, como gripes e resfriados", diz.

"Portanto, se você não está dormindo suficientemente, não está dando ao corpo a chancebetpix oficialse recuperar."

Já ao praticarmos atividade físicabetpix oficialintensidade moderada, liberamos hormônios que ajudam a regular nosso sistema imunológico. Por outro lado, quando não nos estressamos, nosso corpo deixabetpix oficialproduzir substâncias que o prejudicam. Por fim, ao seguirmos uma dieta balanceada, ajudamos a fornecer energia para o bom funcionamentobetpix oficialnossas célulasbetpix oficialdefesa, resume Faria.

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Legenda da foto, Segundo nutricionista Julia Granje, monte pratos coloridos

Mas o que é uma dieta balanceada?

A BBC News Brasil ouviu a nutricionista Julia Granje. Ela alerta "que não existe nenhum alimento ou vitamina que combata o novo coronavírus. Mas, obviamente, quando o sistema imune está ativo e saudável, vai ajudar a lutar a combatê-lo". Confira as dicas dela:

betpix oficial Monte um "prato colorido"

Granje recomenda comer dez porçõesbetpix oficial80 gramas por dia, setebetpix oficiallegumes e verduras e trêsbetpix oficialfrutas,betpix oficialcores diferentes. "Cada cor dos alimentos reflete o tipobetpix oficialmicronutrientes que têm neles". "Desafio meus pacientes a colocar pelo menos cinco cores no prato".

Em relação aos micronutrientes, ela destaca o zinco e o selênio.

"O zinco é encontrado nas carnes vermelhas e no fígadobetpix oficialfrango. Também nas ostras, que são muito ricasbetpix oficialzinco."

Ela acrescenta que o zinco também está presente nos vegetais, "masbetpix oficialmenor quantidade", como no feijão.

"A quantidadebetpix oficialzinco que encontramos no feijão é a metade dabetpix oficialuma carne vermelha. Isso é um alerta importante para quem é vegetariano", assinala.

Já o selênio é encontrado na castanha do Pará. "Duas castanhas por dia já são suficientes. A farinhabetpix oficialtrigo também é fontebetpix oficialselênio".

Granje também recomenda comer menos carboidratos simples, como massas, arroz branco, pães e bolos. Prefira os carboidratos "complexos", ou seja, aqueles integrais, recomenda.

"Não gostobetpix oficialvilanizar os carboidratos. O problema é que o brasileiro come muito pouca fibra. E sabemos que carboidratos simples, quando ingeridosbetpix oficialexcesso, tendem a induzir uma resposta inflamatória do nosso corpo, o que pode ser prejudicial se você já está combatendo uma infecção", acrescenta.

betpix oficial Não esqueça das "vitaminas antioxidantes"

Segundo Granje, vitaminas A, C, D e E são muito importantes. Ela ressalva, contudo, que muitos brasileiros vêm se "superssuplementando"betpix oficialvitamina D.

"Não adianta tomar vitamina D sem ter a exposição ao sol. Porque o que ativa a vitamina D é essa exposição ao sol. Como se tratabetpix oficialuma vitamina lipossolúvel, se você tomabetpix oficialexcesso, nosso corpo não a excreta. É diferente da vitamina C, que as pessoas também tomambetpix oficialexcesso, mas isso é excretado pela urina", explica.

betpix oficial Cuidebetpix oficialseu intestino

Granje destaca que pesquisas mostram a influência da nossa microbiota intestinalbetpix oficialnossa imunidade — nossos intestinos são habitados por 100 trilhõesbetpix oficialbactériasbetpix oficialdiferentes espécies. Neste sentido, ela reforça a importância do consumobetpix oficialfibras.

"Infelizmente, não prestamos muita atenção a isso."

Um imenso estudo conduzido nos Estados Unidos, o Estudo Americano do Intestino, sugere que aqueles cujas dietas incluem mais alimentos à basebetpix oficialplantas têm um microbioma mais diversificado, diz Daniel McDonald, diretor-científico do projeto.

betpix oficial Baixo consumobetpix oficialálcool e sódio

O álcool e o salbetpix oficialexcesso podem ser prejudiciais para o sistema imunológico. Seu consumo deve ser feito com moderação.

Segundo pesquisa da Escola Médica da Universidadebetpix oficialMassachusetts (EUA), o consumo exageradobetpix oficialálcool prejudica a capacidade do organismobetpix oficialcombater infecções virais, especialmente do sistema respiratório, inibindo o funcionamentobetpix oficialproteínas responsáveis pela regulação do sistema imune.

*Colaborou Rafael Barifouse

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