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Facebook: ‘Mark Zuckerberg não sabe o que é amizade’, diz ex-colega do dono da rede socialHarvard:
Em nota, o Facebook, que tem cerca2,1 bilhõesusuários, negou a acusação com veemência: "É inequivocamente falso e irresponsável".
Mas Greenspan reiteira o relatório e afirma que seu ex-colegauniversidade o traiu.
De amigos a rivais
"Mark e eu nos tornamos amigos enquanto estudávamosHarvard. Ele era uma das poucas pessoas do campus que se interessavam por tecnologia e negócios, algo bastante atípicoHarvard naquela época", relata Greenspan à BBC News Mundo, serviçoespanhol da BBC.
"Nos conhecemosum jantar8janeiro2004", lembra. "Ele parecia um pouco estranho para mim, mas nos demos bem, ficamoscontato por um tempo, então ele me disse que ele me considerava seu amigo."
Mas o motivo que o separouZuckerberg foi o mesmo que os uniu: criar uma rede social.
"Que ironia. Mark, que definiu a amizade para praticamente uma geração inteira, nem sequer sabe o que significa essa palavra", afirma Greenspan.
O outro Facebook
"Eu criei meu próprio Facebook, 'The Facebook',2003. Mark copiou diversas coisas e as colocouseu Facebook (que também se chamava 'The Facebook'). Por um breve períodotempo,fevereiro2004 a maio ou junho2005, havia dois 'facebooks' gerenciados por estudantesHarvard", afirma o engenheirocomputação.
OGreenspan se tratavaum sistema, originalmente chamado houseSYSTEM, para entrar com outros estudantes universitários e transformar a vida social universitáriadigital.
"A ideiacriar um portalestudantes integrado que tivesse biografia, calendárioeventos, álbumfotos, grupos... Foi minha", diz Greenspan, que afirma ter enviado um email aos estudantesHarvard anunciandoplataforma quatro meses antesZuckerberg lançar a sua.
Para Greenspan, o ex-colega o traiu e o usoubenefício próprio.
"Subestimeicapacidadeatuarmaneira tão interesseira. Mas eu pensava que Mark era meu amigo, porque assim ele me disse. Eu estava chateado com elenível pessoal, mas não fui capazentender realmente o que ele fez e o porquê", afirma.
"Muitos anos se passaram desde então. E não tenho nenhuma ilusãoque Mark continue sendo meu amigo. E agora o vejo da mesma maneira que muita gente: como uma pessoa que eu não conheço bem, como alguém que tem um impacto enorme na vidamuita gente. E eu diria que esse impacto,grande parte, é negativo."
Greenspan fechou um acordo confidencial com Zuckerberg2009, quando o CEO da rede social registrou a palavra "facebook" como marca.
Mas a disputa não terminou aí.
As supostas contas falsas
Em seu relatório publicado24janeiro deste ano, Greenspan afirma que o Facebook é "o maior golpe da história" e que metade das contas são falsas.
Segundo o CEO da Think Computer, a rede social nunca quis reconhecer o alcance do problemacontas falsas que veio à tona com o escândalo da Cambridge Analytica e as eleições presidenciais americanas2016. Para Greenspan, esse problema,tese, não tem solução.
"O Facebook é tão grande eequipe, proporcionalmente, é tão pequena, que não sabem o que está acontecendo", afirma à BBC News Mundo.
"Criaram uma estrutura que,uma perspectiva computacional, não é possível fazer o que dizem que pode ser feito, como distinguir uma conta realuma falsa. Em alguns casos sim, é possível. Mas se alguém diz que seu nome é José Pérez, como saber quem realmente ele é?"
Greenspan cita o TesteTuring, desenvolvido pelo matemático Alan Turing, que estabelece, basicamente, que para um computador ser considerado inteligente precisa ser capazinteragir com um humano e não ser identificado como máquina.
"O assunto se complica porque haveriam que determinar se essa entidade é um humano e, mais ainda, dizerque humano se trata. Não acredito que o Facebook seja capazfazer isso. E não acredito jamais vá ser capazfazê-lo."
Segundo Greenspan, Zuckerberg mentiu ao Congresso americano ao afirmar que essa questão seria resolvida com inteligência artificial.
"Não é verdade. E ele sabe que não é verdade", afirma, aos risos. Greenspan afirma ter alertado Zuckerberg sobre isso2005.
"Mark sabe desse problema há anos. E eu disse a ele por escrito e tivemos uma conversa porque um amigoum amigo tinha um problema ligado a essa questão. Mark negou e disse que estávamos exagerando as coisas. Ele sabia exatamente o que poderia acontecer. Mas nunca admitiu."
Para Greenspan, Zuckerberg não apenas deveria se demitir como também ser processado pelos danos causados porrede social.
"Muita gente subestima até onde Zuckerberg pode chegar para conquistar mais poder. Eu também fiz isso, foi o meu erro. Mas acredito que ele sempre foi assim. Não tem empatia pelos outros. É capazquebrar leis e promessas e arruinar relações para seguir adiante", afirma.
DefensoresZuckergberg afirmam na internet que os ataquesGreenspan são feitos por ressentimento e oportunismo, já que o criador do Facebook estáum momento delicado.
"O contextominha relação com Mark é importante e entendo por que me questionam. Muitos dizem que estou amargurado, que tenho inveja, ciúmes e outras coisas. Mas venho dizendo a mesma coisa há 15 anos. Mas antes me ignoravam e pensavam que eu estava louco. Agora, a situação é diferente."
"De qualquer maneira, isso vai além da minha história pessoal com Zuckerberg e além do Facebook, é um sintoma do que acontece quando as pessoas não são responsabilizadas pelas coisas." Se Mark tivesse sido responsabilizado na faculdade, nós não teríamos chegado aqui."
A BBC News Mundo entroucontato com o Facebook, mas não obteve resposta da rede social até a publicação da reportagem.
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