Como a inteligência artificial está ajudando pesquisadores a aumentar a expectativazebet in tanzaniavida dos brasileiros:zebet in tanzania

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Legenda da foto, O estudo afirma que mais vale a atenção voltada à saúde da família do que a focadazebet in tanzaniaespecialistas e aparelhoszebet in tanzaniaúltima geração.

"Nossa ideia era treinar o algoritmo a pontozebet in tanzaniaele afirmar que um município com determinada renda, escolaridade e acesso à tecnologia deveria ter uma população vivendo, por exemplo, até os 73,2 anos", afirma. A equipe, então, compararia essa informação com os números oficiais.

A inteligência artificial, também conhecida pela sigla IA (ou AI,zebet in tanzaniainglês), processou bem o enorme volumezebet in tanzaniadados - tanto que foi precisa na maioria dos casos, checados um a um. Mas a equipe identificou algumas cidades outliers, "fora da reta",zebet in tanzaniaque a conta não bateu.

"Há municípiozebet in tanzaniaque, segundo o algoritmo, a expectativa deveria serzebet in tanzania74,7 anos, e ela foizebet in tanzania75,5 anos", assinala Chiavegatto Filho.

Ele lembra que, ainda assim, o erro é baixo, considerando a amplitudezebet in tanzaniavalores. No Brasil, entre o melhor e o pior colocados no quesito "expectativazebet in tanzaniavida da população", a diferença ézebet in tanzania13 anos. Quem morazebet in tanzaniaBrusque (SC) tende a viver até os 78,6 anos. Jázebet in tanzaniaJoaquim Nabuco (PE), a média,zebet in tanzaniaacordo com o censo, ézebet in tanzania65,5.

Segunda etapa

A esperançazebet in tanzaniavida é oficialmente calculada no âmbito do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, a partir do número médiozebet in tanzaniaanos que as pessoaszebet in tanzaniaum determinado lugar vivem a partir do nascimento.

Nas cidadeszebet in tanzaniaque o número predito não bateu com o dado oficial da realidade, os pesquisadores passaram à segunda etapa do trabalho, adicionando variáveis específicaszebet in tanzaniaadministração na saúde. "Acrescentamos à análise a proporçãozebet in tanzaniacesarianas, as estratégiaszebet in tanzaniasaúde da família, os leitos hospitalares per capita, os pesos das crianças ao nascerem, a quantidadezebet in tanzaniamamografias, os equipamentoszebet in tanzaniasuporte à vida como desfibriladores, as incubadoras e os monitoreszebet in tanzaniaeletrocardiograma", elenca Chiavegatto Filho.

Aqueles municípios que, nas informações divulgadas, apresentaram expectativazebet in tanzaniavida maior que a calculada oficialmente foram chamados no artigozebet in tanzaniaoverachievers. Os que mostraram a população morrendo antes do previsto seriam os underachievers.

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Legenda da foto, Calcula-se que a atenção básica pode resolverzebet in tanzania80% a 90% das necessidadeszebet in tanzaniasaúdezebet in tanzaniaum indivíduo

O resultado foi que, entre os overachievers, prevaleceu o programazebet in tanzaniasaúde primária, com mais vacinação infantil, programaszebet in tanzaniasaúde bucal, combate ao tabaco, estímulo à atividade física. Nos que se classificaram abaixo da expectativa, a ênfase era na atenção secundária, normalmente oferecida por especialistas. Os underachievers também fazem mais mamografias, cesáreas, têm mais equipamentoszebet in tanzaniaraio X.

De acordo com a pesquisa, Joaquim Nabuco, município pernambucano com 16 mil habitantes, apresenta cercazebet in tanzaniaquatro anos a menos do que se estimava. Considerando as variáveis socioeconômicas, a população nabuquense deveria viver até os 69,7 anos, mas chega,zebet in tanzaniamédia, aos já citados 65,5 anos. Na extremidade oposta, Alto Alegre,zebet in tanzaniaRoraima, também rondando os 16 mil habitantes, tem uma expectativa calculadazebet in tanzania70. Os alto-alegrenses costumam aniversariar até os 73,7 anos,zebet in tanzaniamédia.

"Há que se ter cautela com esses números porque municípios menores têm uma variabilidade anual grande", enfatiza o economista. "Não significa, por exemplo, que estamos lidando com a melhor situaçãozebet in tanzaniasaúde do país, e sim com aquela que se apresenta melhor que o esperado pelo algoritmo."

Chiavegatto Filho prefere destacar o desempenhozebet in tanzaniacidades grandes, como as capitais. Brasília encabeça os overachievers (77,3 no real; 75,8 no predito), seguidazebet in tanzaniaSão Paulo (76,3 contra 75,4). Maceió mostrou a maior diferença entre os underachievers (72,9 no real; 74,3 no predito), acompanhadazebet in tanzaniaRio Branco (72,8 contra 73,9).

Atenção básica

Para o italiano Davide Rasella, professor convidado do Institutozebet in tanzaniaSaúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA), existe um número expressivozebet in tanzaniaartigos acadêmicos evidenciando o papel da Estratégia Saúde da Família (ESF) na redução da mortalidadezebet in tanzaniacrianças e adultos brasileiros nos últimos anos. "Os resultados desse estudo sobre a expectativazebet in tanzaniavida são uma confirmação a mais desse efeito."

A ESF é um programa ligado à Unidade Básicazebet in tanzaniaSaúde (UBS) local. Sua proposta, segundo o Ministério da Saúde, é aproximar a equipe do usuário, permitindo que se conheça não apenas o próprio paciente mas também a família e os vizinhos. "Os médicos da ESF têm uma relação mais próxima com os problemas da comunidade onde atuam graças ao trabalho dos agentes comunitários e às visitas domiciliares que eles mesmos fazem", afirma Rasella.

Os agentes ajudariam a identificar possíveis causas das doenças mais frequentes, como a faltazebet in tanzaniasaneamento básico e os grandes criadouros do Aedes aegypti, alémzebet in tanzaniapermitir, por exemplo, o acompanhamento das famíliaszebet in tanzaniamulheres grávidas ezebet in tanzaniadoentes crônicos.

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Legenda da foto, Lugares com mais atenção à saúde básica têm melhores espectativaszebet in tanzaniavida

"Calcula-se que a atenção básica pode resolverzebet in tanzania80% a 90% das necessidadeszebet in tanzaniasaúdezebet in tanzaniaum indivíduo", diz Rasella. Ele lembra que a atenção especializada, fundamentalzebet in tanzaniaalguns casos, tende a ser mais cara ezebet in tanzaniamais difícil acesso à populaçãozebet in tanzaniageral.

Mário Scheffer, professor da Faculdadezebet in tanzaniaMedicina da USP, também enfatiza que o levantamento sistematizado pela inteligência artificial reforça "referências robustas" sobre a importância da atenção primária, tanto no exterior quanto no Brasil. Não à toa, os candidatos presidenciais, emzebet in tanzaniamaioria, destacam esse serviço nos seus programaszebet in tanzaniagoverno, "mesmo sem especificar como farão isso e com que recursos", fato que ele comprovouzebet in tanzaniarecente trabalho feito com Ligia Bahia, professora da UFRJ, e Ilaê Braga, da Fiocruz.

Mas ele destaca que a atenção primária no país ainda apresenta muitos problemas: "Ela não é integral nem resolutivazebet in tanzaniatodas as regiões". Quer dizer, primeiro, que nem todos os municípios podem contar com ela. Segundo, que certas Unidades Básicaszebet in tanzaniaSaúde ficam à espera das pessoas ou focadaszebet in tanzaniaproblemas agudos,zebet in tanzaniavezzebet in tanzaniapromover as visitas domiciliares e se voltar à comunidade. Também faltam médicos. "Daí que alguns cidadãos não sentem confiançazebet in tanzaniaque seu problemazebet in tanzaniasaúde será resolvido e procuram outra portazebet in tanzaniaentrada para o sistema, como a atenção secundária, que também tem seus gargalos", afirma.

Antagonizar a atenção primária à secundária é outra proposta que não ajuda, segundo Scheffer. Na secundária estariam as condições previsíveis, que permitem agendamento prévio com especialistas, e também as emergências, os Caps, os ambulatórios especializados, os serviçoszebet in tanzaniaradioterapia, quimioterapia e hemodiálise.

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Legenda da foto, O britânico Sir David Attenborough,zebet in tanzania92 anos – expectativazebet in tanzaniavida tende a ser maiorzebet in tanzanialugares mais desenvolvidos

Hospitais e Enem

Tanto Scheffer quanto Rasella entendem a inteligência artificial com um recurso valioso para levantar hipóteses e oferecer elementos que ajudem na tomadazebet in tanzaniadecisões. "Como os problemaszebet in tanzaniasaúde são geralmente muito complexos, e a qualidade e a quantidadezebet in tanzaniadados nem sempre compreensíveis, uma abordagem via algoritmos deve ser sempre avaliada por pesquisadores experientes", acrescenta o italiano.

Chiavegatto Filho, que dá aulazebet in tanzaniaestatísticazebet in tanzaniasaúde e ministra curso via YouTube sobre aplicações da inteligência artificial, se entusiasma com a possibilidadezebet in tanzaniausar esse recurso para identificar overachievers. Na área da saúde, ele pensazebet in tanzaniautilizar a IA para avaliar qual hospital teria o melhor pós-operatório do Brasil. "Pacienteszebet in tanzaniamaior renda tendem a responder melhor a uma cirurgia, já que costumam ter acesso a todos os medicamentos, podem contratar alguém que os acompanhezebet in tanzaniacasa, não precisam trabalhar no dia seguinte", diz ele. "Então não necessariamente o hospital que o atendeu estaria agregando valor; ele poderia ser sensacional, e agora só é muito bom."

O mesmo valeria para os rankings do Enem, afirma ele, com canetazebet in tanzaniapunho traçando uma reta ascendente. Dadas as características dos alunoszebet in tanzaniauma escola - boa alimentação, apoio dos pais, tutoreszebet in tanzaniacasa -, quais escolas estariam somando algo? O que significariam,zebet in tanzaniafato, aquelas altas notas no Enem? "É para isso que serve a inteligência artificial: entender essas interações complexas e encontrar padrões nos dados que nos ajudem a predizer alguma coisa."