Crianças tomam contacartão astropay onde aceitaterrenos baldios e os transformamcartão astropay onde aceitajardins, hortas e áreascartão astropay onde aceitaleitura:cartão astropay onde aceita

Crédito, Desyree Valdiviezo Palacios/Divulgação

Legenda da foto, Área abandonada e cheiacartão astropay onde aceitalixo na periferiacartão astropay onde aceitaLima foi transformada pelas criançascartão astropay onde aceitaum bosque, como parte do projeto Tierracartão astropay onde aceitaNiños

Desde que a criação da organização, há 23 anos, o projeto envolveu diretamente ao menos 20 mil criançascartão astropay onde aceitapaíses como Peru, Equador, Canadá, Chile, Costa Rica e El Salvador, com a transformaçãocartão astropay onde aceita2 milhõescartão astropay onde aceitametros quadradoscartão astropay onde aceitaterracartão astropay onde aceitadez países, alémcartão astropay onde aceitaimpactar alunoscartão astropay onde aceitaquase 6 mil escolas peruanas - o TiNi foi institucionalizadocartão astropay onde aceita2015 pelo Ministério da Educação do país.

Seu criador, o ambientalista Joaquín Leguía, estarácartão astropay onde aceitaSão Paulo entre 6 e 7cartão astropay onde aceitajunho para o Seminário Latino-Americano Criança e Natureza, que vai discutir as relações entre a infância e o meio ambiente nos espaços urbanos.

"A meta é empoderar as crianças para transformar seu entorno e reconhecer o papel delas no desenvolvimento sustentável", diz Leguía à BBC Brasil.

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Legenda da foto, Com a tutela das terras, as crianças ficam encarregadascartão astropay onde aceitafazer intervenções com materiais simples e feitos à mão

Capacidade e responsabilidade

O TiNi consistecartão astropay onde aceitaceder às crianças, formalmente, pequenas áreascartão astropay onde aceitaterra, a partircartão astropay onde aceitameio metro quadrado - pode ser o terreno coletivo da escola, a pracinha abandonada no bairro ou mesmo a pequena varandacartão astropay onde aceitacasa.

"Entregamos a terra com um contrato, que as crianças assinam. Aquela área passa a ser protegida por elas, e elas têm ali a liberdadecartão astropay onde aceitaempreender suas iniciativas. Assim, damos valor acartão astropay onde aceitacapacidadecartão astropay onde aceitamelhorar o mundo", diz Leguía.

Aos adultos, cabe assegurar que a área seja segura e ajudar as crianças a levar suas iniciativas a cabo. E assim, aos poucos, as áreas "infantis" ganham mudascartão astropay onde aceitaárvores frutíferas, flores coloridas e plaquinhas desenhadas à mão.

Não há grandes recursos envolvidos. As crianças conseguem se apropriar da terra com a ajudacartão astropay onde aceitaplantas doadas por vizinhos, materiais recicláveis e pequenas coisas feitas por elas próprias, diz Leguía.

"Usamos coisas que não exijam tecnologia, que não sejam caras. Uma menina, por exemplo, fez uma pequena horta com orégano paracartão astropay onde aceitapizza, erva medicinal paracartão astropay onde aceitaavó e flores polinizadoras porque queria ver beija-flores."

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Legenda da foto, Rogelio Ramos Huamán começou com um pequeno jardimcartão astropay onde aceitaComas; projeto se espalhou pelo bairro

Em alguns casos, como ocartão astropay onde aceitaComas, as iniciativas crescem e acabam tendo um efeito transformadorcartão astropay onde aceitatoda a comunidade. "Um terreno abandonadocartão astropay onde aceitaum bairro perigoso virou um espaço lúdico e colorido para muitas crianças", diz ele.

É, também, uma formacartão astropay onde aceitaensinar responsabilidade e empatia a criançascartão astropay onde aceitauma fase crucial, prossegue.

"No casocartão astropay onde aceitaáreas comunitárias, os participantes têmcartão astropay onde aceitadecidircartão astropay onde aceitaconjunto o que vai ser feito ali, com base na realidade local. Que árvores podem ser plantadas ali? Haverá espaço para animais? Podemos ou não colocar bancoscartão astropay onde aceitaleitura? Eles fazem essa pesquisa", conta Leguía.

"Em geral, conseguimos envolver nos projetos crianças a partir dos três anos até por volta dos 12. Depois disso, elas viram adolescentes e se distraem. Mas é justamente nesse período que se desenvolvem os seus valores, acartão astropay onde aceitaempatia. E a natureza ensina empatia. Então, plantamos essa semente."

Como competir com a tecnologia?

Para Leguía, é particularmente importante encontrar formascartão astropay onde aceitaconectar a infância com a natureza por conta dos impactos que o isolamento dentrocartão astropay onde aceitacasas e apartamentos tem tido na saúde física e mental das crianças urbanas.

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Legenda da foto, Crianças assinam um contrato para cuidar do jardim e, com poucos recursos, o transformamcartão astropay onde aceitaáreas lúdicas

Em 2005, o autor americano Richard Louv cunhou o termo "distúrbiocartão astropay onde aceitadeficitcartão astropay onde aceitanatureza" para descrever os impactos da urbanização extrema nas crianças - desde o aumento da obesidade pela faltacartão astropay onde aceitaatividades ao ar livre até o excessocartão astropay onde aceitatempo passado diantecartão astropay onde aceitaaparelhos eletrônicos e redes sociais virtuais, que porcartão astropay onde aceitavez aumentam as chancescartão astropay onde aceitadepressão, problemas cognitivos e transtornocartão astropay onde aceitadeficitcartão astropay onde aceitaatenção e hiperatividade (TDAH).

"É cada vez mais difícil tirar as criançascartão astropay onde aceitacasa", lamenta Leguía. "A geraçãocartão astropay onde aceitanativos digitais é indoor (vive dentro dos ambientes). E muitas escolas são inteiramentecartão astropay onde aceitacimento."

Para ele, criar espaços acessíveis aos jovens é o primeiro passo.

"Não adiantam os espaços paisagísticos, intocáveis, onde não se pode sequer pisar na grama. Temcartão astropay onde aceitahaver espaços para usar, brincar, correr. E permitir às crianças brincarcartão astropay onde aceitaum modo não estruturado - elas têmcartão astropay onde aceitater tempo para ficar entediadas para que o tédio estimulecartão astropay onde aceitacriatividade."

O TiNi chegou a ter uma breve experiência no Brasil, no Estado do Acre, no início dos anos 2000, capacitando crianças para ajudarem no reflorestamento. Mas, segundo Leguía, trocas da equipecartão astropay onde aceitagoverno fizeram com que o projeto não fosse adiante.

Para evitar que iniciativas se percam por mudanças políticas, "temos tentado ao máximo institucionalizá-las, atrelando-as a práticas pedagógicas", diz o gestor.

As escolas peruanas que são parte do projeto têmcartão astropay onde aceitadestinar áreas ao ar livre aos cuidados e ao aprendizado infantis, sem poder construir nada nesse espaço - que idealmente se convertecartão astropay onde aceitaum "laboratório vivo" para os estudoscartão astropay onde aceitaciências e matemática, por exemplo.

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Legenda da foto, Espaços abandonados no Peru que se transformaramcartão astropay onde aceitabosques com a intervenção infantil

No Equador, o projeto ganhou amparo da Unesco (braço da ONU para a cultura) e também tem sido implementado institucionalmentecartão astropay onde aceitaescolas públicas.

O projeto começou há maiscartão astropay onde aceita20 anos, quando Leguía trabalhavacartão astropay onde aceitauma ONG na Amazônia peruana e notou que fazer as crianças participarem dos cuidados com as terras lhes dava uma "sensaçãocartão astropay onde aceitapertencimento" à região.

Mas a semente da ideia veio muito antes, quando o gestor ambiental ainda era, ele próprio, uma criança.

"Quando meus pais se separaram, eu e meu irmão tínhamos como refúgio um jardim lindo pertocartão astropay onde aceitacasa. Era uma fontecartão astropay onde aceitavínculo afetivo, que compensou o que me faltava emocionalmente", conta. "A tecnologia nunca vai substituir a sensaçãocartão astropay onde aceitacorrer na grama oucartão astropay onde aceitasubircartão astropay onde aceitauma árvore."