Oscar 2018: Guillermo del Toro, o mexicano fãblaze pelo celularmonstros consagrado com a estatuetablaze pelo celularmelhor diretor:blaze pelo celular

Crédito, AFP

Legenda da foto, O último filme do diretor mexicano foi indicado ao Oscarblaze pelo celular13 categorias

O longa levou os troféusblaze pelo celularmelhor filme e melhor direção, para Del Toro, alémblaze pelo celulardireçãoblaze pelo celulararte e trilha sonora.

Legenda da foto, Guillermo del Toro (às esq.) sempre foi fascinado por histórias fantásticas | Foto: Imcine

Mas a torcida para que o filme ficasse com todas as 13 estatuetas era grande – principalmente no México.

Para Del Toro, no entanto, isso não parecia importar tanto. Há alguns anos,blaze pelo celularentrevista à BBC, o diretor nascidoblaze pelo celularGuadalajara disse que a fama não é algo que o motive.

"Nunca fiz um filme parar ganhar Oscar, ser nomeado ou emplacar um blockbuster", disse ele. "Sempre faço os filme que quero, pelos motivos que quero."

O início

Del Toro sempre teve essa liberdade.

Seu pai, Federico del Toro, conta que, quando o filho era adolescente, ele o convidou para ajudar a tocar os negócios da família – uma redeblaze pelo celularlojasblaze pelo celularcarros.

"Mas ele não estava interessado. Ele me pediu para deixá-lo fazer o que gostava. Então eu não insisti", afirma.

Legenda da foto, Quando pequeno, Guillermo del Toro gostavablaze pelo celularse vestirblaze pelo celularmonstro para assustarblaze pelo celularirmã mais nova | Foto: Rodolfo Guzmán/Divulgação

E o que o jovem Del Toro queria era desenhar, criar monstros com massablaze pelo celularmodelar e gravar vídeos. Aos 13, ele fez seu primeiro filme do colégio onde estudava, o Institutoblaze pelo celularCiênciasblaze pelo celularGuadalajara.

Seu professor, Daniel Varela Acosta, emprestou a primeira câmera que o diretor usou na vida.

"Era um plano sequência", conta ele. "Aparecia uma mão cheiablaze pelo celularum líquido viscoso verde saindo do banheiro."

A mão era do próprio Del Toro, que segurava a câmara com a outra.

Legenda da foto, Guillermo del Toro (centro) com seu amigo e também diretor Rodolfo Guzmán (à direita) | Foto: Arquivo Pessoal

A filmagem durava 8 minutos e se chamava Pesadilla 1 (Pesadelo 1). Apresentada no festivalblaze pelo celulartalentos da escola, o curta foi muito elogiado – o colégio inclusive guardou uma cópia do original, gravadoblaze pelo celularuma câmerablaze pelo celular8 milímetros.

"Carrillero" número um

Foi assim que Del Toro começou no cinema. Em seguida, ele fez um curta metragem chamado Matilde e estrelado porblaze pelo celularmãe, Guadalupe.

Ela foi também a atriz principalblaze pelo celularoutro filme, Dona Lupe, sobre uma mulher que alugava uma casa velha para uma duplablaze pelo celularhomens supostamente criminosos.

Segundo seu professorblaze pelo celularginásio Varela Acosta, os pais foram fundamentais para a carreira do cineasta.

"Ele teve muito apoio dos pais, que o deixaram seguirblaze pelo celularvocação. Sua mãe é uma mulher muito criativa. Foi dela que veio seu lado artístico", afirma.

Legenda da foto, Seres fantásticos marcam a obrablaze pelo celularGuillermo del Toro desde o início | Foto: Imcine

Também o influencioublaze pelo celularpaixão por quadrinhos, filmesblaze pelo celularterror e animações.

Além disso, contribuíram seu bom humor eblaze pelo celularavidez por conhecimento. "Ele queria aprender tudo o que estava nablaze pelo celularfrente", recorda o professor.

Seus ex-colegasblaze pelo celularclasse se lembramblaze pelo celularum menino divertido e travesso.

"Tudo era uma piada. Ele costumava fazer piadas pesadas e dar apelidos. Ninguém escapava", disse um colega ao jornal Reforma.

No anuário da turmablaze pelo celularque Del Toro se formou no colégio, há uma curta descrição do cineasta: "Guillermo del Toro Gómez, 'Toro', 'Torito' ou 'Memo' – um ator inato e com talento natural para comédia: o melhor escultor da escola e um entusiasta que promoveu o cinema entre seus colegasblaze pelo celularclasse."

blaze pelo celular Humor negro

Sua vida na escola deixou uma marca notávelblaze pelo celularseus filmes: o humor negro que caracteriza seus personagens.

No ensino médio, ele o colocavablaze pelo celularprática frequentemente com umblaze pelo celularseus melhores amigos, Rigoberto Mora – que foi também seu sócio na primeira empresa que Del Toro criou, a Necropsia, especializadablaze pelo celularefeitos especiais.

Legenda da foto, Rigoberto Mora (à esquerda) foi sócioblaze pelo celularDel Toro (à direita) emblaze pelo celularprimeira empresa, Necropsia. | Foto: Arquivo Pessoal

"Compartilhavam um humor negro, obscuro", conta Rodolfo Guzmán, amigo e colaborador do cineasta.

"Esse humor negro é visívelblaze pelo celularseus filmes. Quando trabalhávamos juntos, às vezes tínhamos que pararblaze pelo celulartrabalharblaze pelo celulartanto que ríamos com algum comentário que ele fazia", diz Guzmán.

Na Necropsia, criada no fim dos anos 1980, a especialidade eram efeitos especiais para programasblaze pelo celularTV e filmes. Alguns dos trabalhos eram feitos com máscarasblaze pelo celularlátex – demoravam e eram monótonos.

Legenda da foto, A empresa fazia efeitos especias para o cinema e a TV | Foto: Arquivo Pessoal

Para não ficarem entediados, os amigos cantavam paródiasblaze pelo celularmúsicas antigas.

Quando explicava aos amigos o que era o cinema, Del Toro descrevia como um sanduícheblaze pelo celularesterco.

"Dependendo do caso há mais ou menos pão para morder, mas você sempre chega na merda", lembra Guzmán.

A piada era uma maneirablaze pelo celularo diretor mexicano explicar a perseverança que é necessária para sobreviver na indústria do cinema – coisa que ele conheceublaze pelo celularperto.

"Aconteceu até mesmo com A Forma da Água, porque o orçamento era pequeno e havia muito trabalho a ser feito."

Os verdadeiros monstros

Eblaze pelo celularonde veio a paixão do cineasta por monstros e histórias fantásticas?

Segundo Daniel Varela, é uma influência do cinema mexicano dos anos 1960, quando havia muitos filmesblaze pelo celularlutadoresblaze pelo celularluta livre que enfrentavam invasores alienígenas, vampiros e lobisomens.

Um dos atores dessa época era El Santo, o luchador mais famoso do México. Alémblaze pelo celularderrotar os monstros, ele resgatava donzelasblaze pelo celularperigo que usavam biquínis, minissaias e vestidinhos.

Legenda da foto, O filme Cronos foi a estreiablaze pelo celularDel Toro no cinema profissional | Foto: Imcine

Mas a paixão do cineasta por monstros também foi resultadoblaze pelo celulardois hobbies: ele lia muitos quadrinhos e livrosblaze pelo celularStephen King e assistia a sériesblaze pelo celulartelevisão japonesas cheiasblaze pelo celularmonstros gigantes.

Um dos programas mais populares entre os adolescentes da cidade do diretor nos anos 1970 e 1980 era a série Vingadores do Espaço,blaze pelo celularque o herói lutava contra um alienígena que queria dominar a Terra.

Na entrevista que deu à BBC, Guillermo del Toro contou que, quando era muito novo, costumava sonhar que estava acordado. "E nesses momentos eu sempre via monstros."

Em um desses sonhos, ele fez um pacto: concordou que sempre escreveria sobre os monstros, com uma condição. "Pedi permissão para ir ao banheiro, porque estava muito assustado e não queria fazer xixi na cama", contou ele.

Funcionou. Os seres pararamblaze pelo celularassustá-lo e se tornaram aliados – como o vampiroblaze pelo celularseu filmeblaze pelo celularestreia, Cronos, o filho do diabo que salva o mundoblaze pelo celularHellboy ou o semideus anfíbioblaze pelo celularA Forma da Água, que é aterrorizado com o tratamento cruel que recebe ao ser preso por humanos.

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Legenda da foto, Del Toro ganhou o Oscarblaze pelo celularmelhor diretor, Sally Hawkins concorreu aoblaze pelo celularmelhor atriz e Richard Jenkins aoblaze pelo celularmelhor ator coadjuvante

O verdadeiro conceito do que é o horror para o mexicano fica bem claroblaze pelo celularseus filmes: os monstros são personagens estranhos, feios e bizarros, mas quase sempre inofensivos, que vivem para defender seu mundo.

Mas os homens e mulheres que os encontram cometem barbaridades, injustiças, tortura e humilhações – ou seja, para o cineasta mexicano apaixonado pelo mundo fantástico, os verdadeiros monstros muitas vezes são os seres humanos.