A rotina dos vendedorescomo sacar o bonus da realsbetmate nas praias do Rio, sob calorcomo sacar o bonus da realsbet40º e com 50 kg nas costas:como sacar o bonus da realsbet

Morandocomo sacar o bonus da realsbetGuadalupe, um bairro a 40kmcomo sacar o bonus da realsbetIpanema, Souza vive com o filhocomo sacar o bonus da realsbet14 anoscomo sacar o bonus da realsbetuma casa humildecomo sacar o bonus da realsbetdois quartos - ele tem mais um filhocomo sacar o bonus da realsbet10 que fica com a ex-mulher. A preparação do mate é feita emcomo sacar o bonus da realsbetcozinha ainda na madrugada e, quando tudo está pronto, ele pega um mototáxi, um ônibus e o metrôcomo sacar o bonus da realsbet1h30como sacar o bonus da realsbettrajeto até chegar ao localcomo sacar o bonus da realsbettrabalho. Tudo isso com quase 50kg nas costas.

"As pessoas costumam perguntar: 'Nossa, isso é pesado? Como você aguenta?'. Eu digo: 'Minha querida, quando eu lembro do Nescau, das contas para pagar, rapidinho o peso diminui. Vai ficando leve, vira um isopor. É só lembrar das contas'", brinca.

O primeiro teste para Souza é sempre quando ele sai do estacionamento onde deixa guardado o restocomo sacar o bonus da realsbetseu materialcomo sacar o bonus da realsbetvendas - como o biscoito Globo, os coposcomo sacar o bonus da realsbetplástico e o açúcar - e pisa no asfalto descalço no caminho para a praia. Assim que encosta os pés na rua, ele já começa a andar mais rápido sentindo a sola queimar. O termômetro marca 33ºC e são apenas 10h30 do horáriocomo sacar o bonus da realsbetverão.

Ao longocomo sacar o bonus da realsbetum dia quente, bem comum no verão carioca, Souza anda cercacomo sacar o bonus da realsbet16 km com os dois galões nas costas, sobre uma toalha que alivia a dor do contato direto da alça com os ombros. Seu localcomo sacar o bonus da realsbettrabalho é entre os postos 9 e 10como sacar o bonus da realsbetIpanema (a distância entre um e outro écomo sacar o bonus da realsbetcercacomo sacar o bonus da realsbet1km), uma das regiões mais movimentadas da praia. As paradas ao longo do caminho são inevitáveis - para tomar fôlego, para tomar um mate e se refrescar ou para aliviar o calor umedecendo a toalha dos ombros no chuveiro.

"No início, quando comecei a trabalhar, achei maneiro, pensei: 'vou tomar banhocomo sacar o bonus da realsbetmar todo dia'. Aí deixava o galão e ia refrescar no mar. No terceiro dia, não aguentei, as costas ficaram ardendo,como sacar o bonus da realsbetcarne viva. Aí descobri que água salgada no sol não combina com o galão. Agora fico só no chuveirinho, molhando a toalha. É a melhor coisa."

Início

Com 22 anos, ele trabalhavacomo sacar o bonus da realsbetum prédio próximo à praiacomo sacar o bonus da realsbetIpanema e,como sacar o bonus da realsbetseu horáriocomo sacar o bonus da realsbetalmoço, gostavacomo sacar o bonus da realsbetpassear pelo calçadão, onde assistia, curioso, aos vendedorescomo sacar o bonus da realsbetmate e seus galões.

"Aí fui mandado embora, peguei o dinheiro da rescisão e comprei um galão. Isso foicomo sacar o bonus da realsbet2003. Trabalhei no primeiro verão, gostei, mas aí quando chegou o inverno, achei que não valia a pena", contou.

Logo no início, Souza aprendeu que esse era outro dos grandes desafioscomo sacar o bonus da realsbetse trabalhar na praia. O verão empolgava com a bonança, enquanto o inverno era o banhocomo sacar o bonus da realsbetágua fria nos negócios. A organização financeira foi um dos primeiros aprendizados que o mate lhe trouxe.

"Aprendi com o tempo, passei muita necessidade no início. Ficava 2 meses fazendo bico, fazendo obra. Mas agora a mente já é outra."

"Vivercomo sacar o bonus da realsbetmate é juntar o dinheiro e deixar guardado para quando chegar a vaca magra você ter um dinheiro lá. Se você gastar tudo, vai passar necessidade. Porque é difícil, tem vezes que a gente fica um mês sem praia", explicou.

Segundo Souza,como sacar o bonus da realsbetum dia ruimcomo sacar o bonus da realsbetpraia, ele chega a voltar para casa com apenas R$ 15 - o que não paga sequer o transporte que ele gastacomo sacar o bonus da realsbetcasa até Ipanema (R$ 21,40 contando a ida e a volta com mototaxi, ônibus e metrô). Jácomo sacar o bonus da realsbetum dia bomcomo sacar o bonus da realsbetvendas, ele consegue voltar com cercacomo sacar o bonus da realsbetR$ 200 ou R$ 250.

Aluguelcomo sacar o bonus da realsbetgalões

Entre idas e vindas, Fabiano chegou a se desfazercomo sacar o bonus da realsbetseu parcomo sacar o bonus da realsbetgalões algumas vezes, desistindo do sacrifício daquele trabalho pesado com o qual não conseguia se sustentar.

O galão usado pelos vendedorescomo sacar o bonus da realsbetmate na praia écomo sacar o bonus da realsbetum material bastante resistente e pode ser comprado direto na metalúrgica. Segundo Fabiano, o preçocomo sacar o bonus da realsbetum par giracomo sacar o bonus da realsbettornocomo sacar o bonus da realsbetR$ 2,5 mil e R$ 3 mil - o que revela outro ramocomo sacar o bonus da realsbetnegócio existente nesse meio: o do aluguelcomo sacar o bonus da realsbetgalões.

"Não é todo mundo que tem dinheiro para comprar o par. Aí tem pessoas que compram quatro ou cinco parescomo sacar o bonus da realsbetgalão e colocam pessoas para trabalhar para eles na praia. Eles mesmos não trabalham. Dão o material, o galão, e aí o que o cara fizer no dia, eles racham", explicou.

Proibição

Em 2009, a prefeitura do Riocomo sacar o bonus da realsbetJaneiro chegou a proibir a venda do matecomo sacar o bonus da realsbetgalão nas praias por "problemas sanitários". Isso gerou revoltacomo sacar o bonus da realsbetfrequentadores da praia, que chegaram a fazer abaixo-assinado pela volta da tradição da cidade.

"Nessa época, viramos fora da lei. Era um corre para lá e para cá. A gente ficavacomo sacar o bonus da realsbetrabinhocomo sacar o bonus da realsbetolho para ver quando vinham os guardas municipais. Muitos amigos perderam galão nessa época, eles confiscavam. O pessoal nos ajudava, mandava a gente se esconder e colocava a cangacomo sacar o bonus da realsbetcima. Se voltamos a trabalhar, foi por causa da população, que protestou", conta Souza.

A reivindicação popular fez com que o mate das praias do Rio fosse declarado oficialmente Patrimônio Cultural e Imaterial da cidadecomo sacar o bonus da realsbet2012.

Desde então, o sucesso do matecomo sacar o bonus da realsbetgalão fez os vendedores se multiplicarem pelas areias cariocas. Pelas informações oficiais da Prefeitura do Rio, há um totalcomo sacar o bonus da realsbet1.272 vendedores ambulantes atuantes nas praias - mas os cadastros não separam as categorias deles pelo produto que comercializam. A atividade dos vendedorescomo sacar o bonus da realsbetmate ainda é desregularizada e ainda não há controle sanitário rígido sobre o que é comercializado na praia.

Uniforme e gritos: a alma do negócio

A concorrência na areia é grande, então é essencial ter algo que te diferencie dos outros. Souza aprendeu isso ao longo dos anos - no início, era vencido pela timidez.

"Eu era todo tímido, não conseguia gritar. Falava 'limonada, matchê' (fala sussurando). Agora não, eu faço questãocomo sacar o bonus da realsbetgritar: LIMONADA, MACTHÊ, GELADÃO, É O FREEZER HEIN!", diz, soltando a voz.

"Quem trabalha na praia e não é extrovertido, não ganha", concluiu.

Mas Souza não tenta apenas ganhar no grito. Ele tem estratégiascomo sacar o bonus da realsbetabordagem divertidas para atingir clientes novos, que ainda não o conhecem - e que não costumam consumir o mate. Às vezes dá certo, outras não, mas o mínimo que acontece é ele ganhar a simpatiacomo sacar o bonus da realsbetpossíveis clientes futuros.

A tática é simples. Ao se aproximarcomo sacar o bonus da realsbetum grupocomo sacar o bonus da realsbetamigos conversando na praia, ele começa: "Oi pessoal, desculpa o atraso, fiquei preso no engarrafamento. Foram vocês que pediram o disque-mate? Não? Mas o GPS está mostrando esse endereço, têm certeza?", brinca, arrancando risadas das jovens.

A outra chave para o sucesso do negócio, segundo Fabiano, é manter o uniforme laranja na linha. "A maresia acaba com elecomo sacar o bonus da realsbetno máximo dois verões. E você percebe que quando o uniforme está laranjinha, novinho, o pessoal confia mais. Sem o uniforme, a gente não é nada."

Todos os vendedorescomo sacar o bonus da realsbetmatecomo sacar o bonus da realsbetgalão na praia usam o logo da Matte Leão na roupa laranja que caracteriza a marca. No entanto, não há vínculo qualquer deles com a marca, que hoje pertence à Coca-Cola.

"Antes, a gente comprava três caixinhascomo sacar o bonus da realsbetcopinho e ganhava um uniforme da Matte. Mas depois que a Coca-Cola comprou a Matte Leão, ela já não fornece o uniforme pra gente. A gente tem que se virar. Tem gente que manda fazer, e agora como expandiu muito (o negócio), tem gente que faz o uniforme pra vender."

Segundo a Coca-Cola, "os vendedores ambulantescomo sacar o bonus da realsbetmate exercem suas atividadescomo sacar o bonus da realsbetmaneira totalmente independente. Eles trabalhamcomo sacar o bonus da realsbetforma autônoma, sem qualquer vínculo com a marca Leão. Não temos conhecimento sobre qual a procedência do produto (o matecomo sacar o bonus da realsbetgalão) ou a maneira como é preparado".

Há 14 anos na profissão, Fabiano não sabe por quanto tempo mais irá conseguir viver disso e toma remédio todos os dias para amenizar as dores musculares do peso carregado na praia. "Vou nisso até quando Deus me der forças". Ele diz que, apesar do sacrifício, do cansaço e do sol queimando a pele, pretende seguir na carreira e ter encontrado nelacomo sacar o bonus da realsbetvocação.

"Já penseicomo sacar o bonus da realsbetpararcomo sacar o bonus da realsbetvender mate quando chega aquela época ruim. Minha mãe é uma das que torce para que eu pare, porque é um trabalho cansativo. As pessoas falam que é cansativo e realmente é. Eu não vou ficar jovem pra toda vida. Uma hora cansa, meu galão é pesado. Mas nesse momento que eu estou, vou investir, para lá na frente ter retorno", afirmou.

"Nesses 14 anos, a minha vida mudou muito. Antes, eu trabalhava por trabalhar. Hoje eu amo a profissão que tenho. O mate me trouxe muitas coisas. Uma delas foi ficar mais responsável. Eu não tenho muitas coisas, mas o que tenho veio pelo trabalho do mate. É a minha vida."