O que explica nosso fascínio com Frankenstein, 200 anos apóscasino jogo de cartascriação?:casino jogo de cartas

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'Um livro para adolescentes por excelência'

Os filmescasino jogo de cartasterror estabeleceram a ideiacasino jogo de cartasFrankenstein como a históriacasino jogo de cartasum monstro assassino e irracional criado pelo homem. Mas a criaçãocasino jogo de cartasShelley era bem diferente.

"Shelley lida com os mesmos temas tratados pelos gregos", diz Patricia MacCormack, professoracasino jogo de cartasFilosofia da Universidade Anglia Ruskin, no Reino Unido, e autoracasino jogo de cartasestudos sobre obrascasino jogo de cartasterror.

"As boas versões cinematográficas trazem a mesma visão crítica sobre a vida, a nossa busca por propósito e os papéis que desempenhamos. O monstro não escolheu existir e questionacasino jogo de cartasprópria existência: 'Como me torno uma boa pessoa?'"

Na obra original, o cientista Victor Frankenstein dá vida a uma criatura com nuances, sensível e curiosa. MacCormack diz que o monstro lida com as mais fundamentais questões humanas: "É a ideiacasino jogo de cartasperguntar ao seu criador qual é seu propósito. Por que estamos aqui? O que podemos fazer?".

O diretorcasino jogo de cartascinema Guillermo del Toro, responsável por filmes como O Labirinto do Fauno (2016) e A Forma da Água (2017), descreve Frankenstein como um "livro para adolescentes por excelência" e diz que planeja um dia filmar uma versão do clássico.

"Você não se encaixa", disse ele ao site Den of Geek, ao falar sobre o monstro. "Você foi trazido a esse mundo por pessoas que não se importam com você, e é jogadocasino jogo de cartasum mundocasino jogo de cartasdor e sofrimento, lágrimas e fome. É um livro incrível escrito por uma adolescente. É impressionante."

O romancecasino jogo de cartasShelley contém elementos fantásticos ecasino jogo de cartashorror, e é a combinação deles que tornam a história um sucesso.

"Ele nos fascina porque fala da relação entre vida e morte", diz Sorcha Ni Fhlainn, palestrantecasino jogo de cartasEstudoscasino jogo de cartasCinema da Universidade Metropolitanacasino jogo de cartasManchester, no Reino Unido, e integrante do Centrocasino jogo de cartasEstudos Góticoscasino jogo de cartasManchester.

"A morte é absoluta. Então, a ideiacasino jogo de cartasque você pode reanimar a carne é ao mesmo tempo chocante e arrebatadora."

Confira algumas as principais encenações da obracasino jogo de cartasMary Shelley - ou inspiradas nela.

Frankenstein, 1910

Um curtacasino jogo de cartas16 minutos produzido para a Thomas Edison Film Company feito nos primórdios do cinema, com Frankenstein como tema.

Lançadocasino jogo de cartas1910, quase 20 antes do som chegar aos filmes, mostra o cientista Victor Frankenstein às voltas com a preparaçãocasino jogo de cartasseu casamento.

"É um dos primeiros filmes e tem uma sériecasino jogo de cartasmaquiagens e perucas bizarras", diz Ni Fhlainn, que ainda assim o descreve como "absolutamente brilhante".

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Legenda da foto, Obra já recebeu homenagens ao redor do mundo, como esse monumento da Suíça

Frankenstein, 1931

"Está vivo! Está vivo!" Foi assim que o Universal Studios trouxe ao mundo a imagem mais famosa do monstro, interpretado pelo britânico Boris Karloff (1887-1969). "É a mais icônica. A representação por Karloff o consolidou na cultura popular", diz Ni Fhlainn.

"Os raios mostramcasino jogo de cartasartificialidade e particularidade. E vemos as mesmas imagens, por exemplo,casino jogo de cartasOs Monstros, A Família Addams ecasino jogo de cartasdesenhos como Scooby-Doo."

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Christopher Frayling, autorcasino jogo de cartasFrankenstein: The First Two Hundred Years (Frankenstein: Os Primeiros Duzentos Anos,casino jogo de cartastradução livre), diz que esse filme "criou a imagem definitiva do cientista louco e seu monstro".

"E, com isso, levou a milharescasino jogo de cartasimitações: todas as adaptações cinematográficas seguintes do romancecasino jogo de cartasShelley tiveramcasino jogo de cartaslevarcasino jogo de cartasconta como seu enredo, caracterização e maquiagem se comparam aos do Universal Studios."

É aqui que surge a versãocasino jogo de cartasum monstro grande, desajeitado e murmurante, diz MacCormack. "Há uma brutalidade, mas também uma vulnerabilidade. Há pouquíssimas versões que o mostramcasino jogo de cartasforma diferente", afirma.

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Legenda da foto, Muitos consideram que a interpretação definitiva do monstro coube ao britânico Karloff

"O monstro reage como faria uma criança ou um animal quando são ameaçados ou estão com medo. É irônico que, nestas versões, o monstro seja visto como algo menos que humano, mas tenha força sobre-humana."

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Legenda da foto, Atriz britânica foi alçada à fama como a noiva do monstrocasino jogo de cartasFrankenstein

No entanto,casino jogo de cartassequênciacasino jogo de cartas1935 é que, para muitos, representa o verdadeiro hit. "A Noivacasino jogo de cartasFrankenstein é mais fiel ao romance. Introduz temas como pena e autodepreciação ao colocar o monstrocasino jogo de cartasmeio a esses relacionamentos. E mostra o complexocasino jogo de cartasDeuscasino jogo de cartasVictor Frankenstein", diz MacCormack.

"As performances no filme são hipnotizantes, e, esteticamente, é o que as pessoas imaginam quando pensamcasino jogo de cartasFrankenstein."

A Maldiçãocasino jogo de cartasFrankenstein, 1957

A produtora britânica Hammer Films trouxe Christopher Lee no papel do monstro no que foi o "primeiro filmecasino jogo de cartashorror sanguinolento, exibindo sangue e entranhascasino jogo de cartascores", segundo MacCormack.

O monstro tinha uma estética diferente, coberto por cicatrizes e tecidos transplantados,casino jogo de cartasparte porque a maquiagem da era Karloff havia sido patenteada, diz Frayling.

Mas é essa "colchacasino jogo de cartasretalhos humana" que é tida como a mais próxima do monstro do livro.

"A ideia do arremedocasino jogo de cartashumanidade está no centro da históriacasino jogo de cartasShelley", afirma MacCormack.

Legenda da foto, Versãocasino jogo de cartasprodutora britânica mudou a estética da criatura | Foto: Hulton Archive

Ni Fhlainn diz que o filme traz a mesma forte mensagem do romance: "Cuidado com a ambição, ele parece dizer. É sobre homens contornando o papel da mulher ecasino jogo de cartasDeus e as consequências disso."

A Hammer Films lançou mais seis filmes da franquia,casino jogo de cartasqualidade variada e cada vez mais distantes do material original. "É frustrante se você ama o romance. Não era a intençãocasino jogo de cartasShelley criar algo que sai por aí matando sem pensar, mas entendo como isso pode útilcasino jogo de cartasfilmes", diz Ni Fhlainn.

"Quando o monstro não é visto como humano, é muito fácil matá-lo. Quando ele é mais humano, isso fica mais difícil."

Os Monstros, 1964-66

O gênero foi levadocasino jogo de cartasuma direção diferente com o seriado dos anos 1960, que tinha seu próprio monstro inspirado nocasino jogo de cartasKarloff. Hermann Monstro é o chefecasino jogo de cartasuma famíliacasino jogo de cartasmonstros, vampiros, lobisomens no programa, que teve maiscasino jogo de cartas70 episódios.

A série A Família Addams (1964-1966) também pegou emprestada a estéticacasino jogo de cartasKarloff para umcasino jogo de cartasseus personagens, Tropeço. Esta e outras produções contribuíram para a ideiacasino jogo de cartasum monstro como uma criatura monossilábica, como uma espéciecasino jogo de cartaszumbi.

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Legenda da foto, Seriado fez uma paródia do monstrocasino jogo de cartasFrankenstein

Frankensteincasino jogo de cartasMary Shelley, 1994

O diretor Kenneth Branagh promoveu um retorno ao texto original com seu filme multimilionário.

"É uma versão sanguinolenta, especialmente a criação do monstro", diz Ni Fhlainn.

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Legenda da foto, Branagh respeitou o texto original, mas confundiu críticos

"A cena com o monstro (Robertcasino jogo de cartasNiro) e Victor Frankenstein (Kenneth Branagh)casino jogo de cartasmeio a uma massacasino jogo de cartasfluido amniótico é bem homoerótica. De Niro está bem interessante, quase um recém-nascido, como quando está aprendendo a falar. Acho que foi muito bem feito. Seu rosto costurado também é reminiscente da descrição feita por Shelley da pele da criatura, a pontocasino jogo de cartasrompercasino jogo de cartastão esticada."

Apesar das boas intençõescasino jogo de cartasBranagh, Ni Fhlainn considera o filme "pretensiosocasino jogo de cartassuas emoções". Frayling diz que a obra sofrecasino jogo de cartasum "prestígio exagerado".

"Parece ter confundido os críticos e o público, pois não se adequou às convenções tradicionais dos filmescasino jogo de cartasFrankenstein."

Frankenstein, 2011

Uma adaptação para o teatro do Royal National Theatre, no Reino Unido, escrita por Nick Dear e dirigida por Danny Boyle,casino jogo de cartasfilmes como Trainspotting (1996) e Quem Quer Ser um Milionário? (2008), trazia Benedict Cumberbatch e Jonny Lee Miller se alternando nos papéiscasino jogo de cartasVictor Frankenstein e do monstro.

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Legenda da foto, Atores se revezaramcasino jogo de cartaspapéiscasino jogo de cartasadaptação para o teatro

Foi o retorno às nuances retratadas no romancecasino jogo de cartasShelley, diz Ni Fhlainn. "A interpretaçãocasino jogo de cartasCumberbatch é muito intelectual. Você o vê lendo Milton e se identificando com Adam. Ele questiona tudo. A performancecasino jogo de cartasJonny Lee Miller é mais pelo lado físico, da força. É mais infantil."

Ni Fhlainn considera essa uma versão única do gênero Frankenstein: "É muito bem feita, porque é inteiramente a partir da perspectiva da criatura."

Outras históriascasino jogo de cartasFrankenstein...

O gênero não se limita às adaptações do clássicocasino jogo de cartasShelley. De acordo com Ni Fhlainn, os filmes Blade Runner, o Caçadorcasino jogo de cartasAndróides (1982), O Exterminador do Futuro (1985), Edward Mãoscasino jogo de cartasTesoura (1991), A.I. - Inteligência Artificial (2001) e Prometheus (2012) podem ser considerados "histórias Frankenstein".

"O Exterminador do Futuro é apenas o passo seguinte. É sobre o que significa estar vivo", diz a especialista. "O ator Rutger Hauer dizcasino jogo de cartasBlade Runner: 'Quero mais vida'. Ele fala sobre ver as coisas e senti-las - e é essa compreensão da vida que o torna mais humano para aqueles que tentam matá-lo. Mas a ideiacasino jogo de cartasque ele é rejeitado é que se mostra umacasino jogo de cartasnossas grandes tragédias."

Shelley colocou uma questão que é hoje mais relevante do que nunca, diz Ni Fhlainn. "O que é um ser consciente? Se você pode travar uma conversa com (as assistentes virtuais) Siri e Alexa, onde a vida começa e termina?"

MacCormack afirma que, nos anos 1980, "a ideiacasino jogo de cartasum homem feito pelo próprio homem torna-se menos terror e mais ficção científica". "Agora, são ciborgues, robôs. Seria interessante ver se conseguiriam tirar a tecnologia da história e criar uma nova forma modernacasino jogo de cartascontá-la", diz.

"Hoje, temos (a franquia) Crepúsculo, com vampiros brilhantes e sensuais, ninguém quer se meter com Frankenstein", afirma.

Em maiocasino jogo de cartas2017, o Universal anunciou que refilmará A Noivacasino jogo de cartasFrankenstein com Bill Condon, diretorcasino jogo de cartasA Bela e A Fera (2017), no comando. Então, talvez tenha finalmente chegado o momentocasino jogo de cartasrevisitar a história do cientista louco e seu monstro.