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O planocasa da dona bet 365fugacasa da dona bet 365comunidade indígenacasa da dona bet 365ilha ameaçadacasa da dona bet 365desaparecer sob o mar:casa da dona bet 365
As 360 ilhas - quase uma para cada dia do ano - formam a região autônomacasa da dona bet 365Guna Yala, juntamente com uma faixacasa da dona bet 365território continental.
A maior parte das comunidades guna vive há séculos no arquipélago, após ter sido expulsa da costa por doenças e cobras venenosas. Mas, agora, voltar ao continente parece ser, para muitos, a única forma viávelcasa da dona bet 365garantir seu futuro.
A populaçãocasa da dona bet 365Gardi Sugdub, na Isla Cangrejo, está liderando o projetocasa da dona bet 365realocação. Eles reservaram 17 hectares, localizados a um quilômetro ao sul do portocasa da dona bet 365Cartí, para criar uma nova cidade: La Barriada.
Em comparação a outras comunidades ameaçadas pelos efeitos da mudança climática, os gunas apresentam uma grande vantagem: já são donos do terreno para onde querem se mudar.
Victoria Navarro é uma das moradorascasa da dona bet 365Gardi Sugdub que já vislumbra uma nova vida com mais espaço -casa da dona bet 365um terreno seco e mais elevado.
"Imagino nossa comunidade aquicasa da dona bet 365La Barriada", diz Navarro, olhando para a regiãocasa da dona bet 365vegetação tropical, com direito a riacho e uma pequena colina.
"Meus netos querem jogar futebol e vôlei, mas não há lugar para isso na ilha. Aqui eles podem ser livres como pássaros", completa.
Em 2010, Navarro e seus vizinhos começaram a limpar o terrenocasa da dona bet 365questão, pertocasa da dona bet 365uma áreacasa da dona bet 365cultivo, para preparar a construçãocasa da dona bet 365um novo povoado.
"Todo mundo veio e participou. Foi muito bonito", lembra.
Ao mesmo tempo, com financiamento do Banco Interamericanocasa da dona bet 365Desenvolvimento, o governo do Panamá começou a construir uma escola nova pertocasa da dona bet 365La Barriada. O complexocasa da dona bet 365US$ 9 milhões, projetado para criançascasa da dona bet 365todo arquipélago, está quase pronto. Um pouco mais abaixo da colina, US$ 11 milhões foram investidoscasa da dona bet 365um novo centrocasa da dona bet 365saúde.
O projeto foicasa da dona bet 365frente especialmente depois que o governo se comprometeu,casa da dona bet 3652015, a construir 300 habitaçõescasa da dona bet 365La Barriada. Os gunas são donos da terra, mas não dispõemcasa da dona bet 365recursos financeiros para construir tantas casas.
No entanto, as obras na escola e no centrocasa da dona bet 365saúde se encontram paralisadas atualmentecasa da dona bet 365consequênciacasa da dona bet 365uma sériecasa da dona bet 365dificuldades contratuais e, principalmente, devido ao fracasso na horacasa da dona bet 365planejar o fornecimento adequadocasa da dona bet 365água e eletricidade. A construção das 300 casas sequer começou.
Os gunas estão desapontados, mas não desistem. Eles continuam pressionando e arrecadando fundos.
Navarro é otimista. Ela ainda vai com frequência a La Barriada para ajudar a limpar os 17 hectares. Mesmo assim, o pedaçocasa da dona bet 365terra já está sendo invadido novamente pela selva, da mesma forma que o mar do Caribe engole devagar a casacasa da dona bet 365Navarro.
A ilha onde ela vive tem apenas 400 metroscasa da dona bet 365comprimento e 150 metroscasa da dona bet 365largura, mas é habitada por cercacasa da dona bet 3652 mil pessoas. Cada centímetro da ilha conta com construções, a não ser os caminhoscasa da dona bet 365areia.
Navarro moracasa da dona bet 365um conjuntocasa da dona bet 365casas comcasa da dona bet 365família. São 50 pessoas, sendo que 17 compartilhamcasa da dona bet 365simples moradiacasa da dona bet 365bambu.
A faltacasa da dona bet 365espaço para uma população que está crescendo parece um problema maior do que o aumento do nível do mar, que subiu entre 2,3 e 2,5 mm por ano.
Mas os esforços para expandir a ilha podem tornar seus habitantes ainda mais vulneráveis aos efeitos da mudança climática.
Delfino Davies, que trabalha como guia turístico, vive comcasa da dona bet 365extensa famíliacasa da dona bet 365seis casascasa da dona bet 365bambu construídas lado a lado, desde o centro da ilha até a costa. Para seus antepassados, fazia sentido ampliar a costa.
"Quando meu avô, Charlie Davies, chegou, essa ilha era pequena. Ele trouxe pedras e ampliou a terra", conta.
Isso aconteceucasa da dona bet 365todo o arquipélagocasa da dona bet 365Guna Yala. A população encheu as bordas das ilhas com pedras, lixo - e o mais polêmico - corais.
"Os recifescasa da dona bet 365coral barram a ação das ondas. Então, quando você os elimina - mesmo com até 3 metroscasa da dona bet 365profundidade - você fica sem proteção. Isso gerou o caos para a população", diz Hector Guzman, pesquisador do Instituto Tropical Smithsonian, da Cidade do Panamá.
"Na regiãocasa da dona bet 365Cartí foi onde encontramos os dados mais dramáticos da destruiçãocasa da dona bet 365recifescasa da dona bet 365coral, quando comparamos fotografias aéreas dos anos 60 ecasa da dona bet 3652003."
Isso significa que os moradores da ilha estão particularmente vulneráveis aos efeitos das ondas durante as tempestades. Quando a chuva e o vento chegam, Victoria Navarro costuma ficar com os tornozelos submersos dentrocasa da dona bet 365sua própria casa.
"Nunca durmo bem. Estamos alertas 24 horas por dia", diz.
Em 2008, uma forte tempestade atingiu a ilha por duas semanas. Embora já tivesse sido discutida a mudança para o continente, foi após a destruição causada por essa tempestade que a populaçãocasa da dona bet 365Gardi Sugdub começou a montar um planocasa da dona bet 365fuga.
Os gunas estão muito bem organizados. Líderes espirituais e civis tomam decisões baseadas nas sugestões da comunidadecasa da dona bet 365reuniões realizadas quase diariamente. E um comitê específico se dedica a desenvolver o planocasa da dona bet 365realocação e a manter contato com as agências governamentais.
"Este projeto será um modelo para o resto do povo Guna", diz Blas López, sociólogo e ativista comunitário.
"Mas algumas comunidadescasa da dona bet 365outras ilhas acreditam que isso nunca vai acontecer. Eles creem que não temos o apoio do governo, então estão esperando para ver se é verdade ou não. Se realizarmos nosso sonho, outras comunidades vão voltar para o continente também".
Na ilhacasa da dona bet 365Gardi Muladup, ainda menor, a faltacasa da dona bet 365espaço faz com que os porcos sejam alimentadoscasa da dona bet 365currais construídos no oceano. Aos 102 anos, Carlos Pérez, um dos líderes nesta comunidadecasa da dona bet 365500 pessoas, está preocupado.
"Não podemos controlar a água. Em janeiro e fevereiro, tiveram ventos muito fortes e ondas enormes", conta.
Esta ilha tem ainda menos proteção do que Gardi Sugdub.
"Somos uma ilha solitária. Não existem outras ilhas na nossa frente, por isso somos muito mais vulneráveis a inundações".
Carlos Perez diz que seu povo também quer voltar ao continente. Eles são donoscasa da dona bet 365uma áreacasa da dona bet 365terra chamada Montanha Vermelha e esperam seguir os passos dos habitantescasa da dona bet 365Gardi Sugdub.
Mas nem todo mundo está disposto a começar uma vida nova longecasa da dona bet 365sua ilha natal.
Emboracasa da dona bet 365casa inunde, Antoneta Reurter diz que não tem pretensãocasa da dona bet 365deixar Gardi Sugdub. Na verdade, essa mãecasa da dona bet 365seis filhos crê que terá mais espaço paracasa da dona bet 365família se seus vizinhos se mudarem para La Barriada.
Ela não acredita nas previsõescasa da dona bet 365que algumas ilhas do arquipélago estarão debaixo d'águacasa da dona bet 365uma década.
"Não acredito nos cientistas, não acho que as ilhas vão desaparecer, só Deus pode decidir isso", declarou.
"Se as pessoas estão corrompidas e se comportando mal, Deus pode enviar um furacão ou um terremoto e talvez as ilhas possam desaparecer", pondera.
A crençacasa da dona bet 365que outros fenômenos podem punir os gunas por seu mau comportamento não é compartilhada por todos.
"Somos cada vez mais afetados pela mudança climática", diz Francisco Gonzales, diretorcasa da dona bet 365Educaçãocasa da dona bet 365Gardi Sugdub.
"E o que estamos vendo ultimamente não é o mesmo que vimos antes: o clima pode estar bom, mas mudacasa da dona bet 365repente. O mar está subindo, há inundações nas ruas e os ventos fortes danificam o telhado da escola. Quando isso acontece, temos que enviar as crianças para casa para mantê-las seguras", acrescenta.
Há cercacasa da dona bet 365500 alunos estudando nas salascasa da dona bet 365aula da ilha por turno.
A escola que está sendo construída ao ladocasa da dona bet 365La Barriada deveria ter sido aberta há três anos. Quando neste ano - mais uma vez - as aulas não começaram, os gunas protestaram bloqueando a estrada principal que parte do portocasa da dona bet 365Cartí para exigir o fimcasa da dona bet 365falsas promessas.
Agora, parece que o governo do presidente Juan Carlos Varela está ouvindo as reivindicações.
"Esperamos poder retomar as obras na escola e finalizá-las no primeiro trimestrecasa da dona bet 3652018", disse à BBC Jorge González, ministro que assumiu a liderança do projetocasa da dona bet 365realocação.
"Vamos tentar encontrar os recursos econômicos e obter eletricidade para a escola e o centrocasa da dona bet 365saúde", acrescentou.
E a construção das 300 casas prometidas para 2015?
"Está no orçamento para este ano e o próximo. O Ministério da Habitação está no processocasa da dona bet 365contrataçãocasa da dona bet 365uma empresa para construí-las. Esperamos que sejam entreguescasa da dona bet 3652018", respondeu.
Há indícioscasa da dona bet 365que o compromisso do governo é genuíno, como a visitacasa da dona bet 365representantes do Executivo a La Barriada para inspecionar os terrenos.
Talvez, no fimcasa da dona bet 365tudo, os gunas consigam colocarcasa da dona bet 365prática seu planocasa da dona bet 365fuga e seus esforços possam servircasa da dona bet 365modelo para outras comunidades ameaçadas pelos efeitos da mudança climática na região.
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