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Como a Inteligência Artificial já está mudando salasaposta no pixbetaula no Brasil e no mundo:aposta no pixbet
Na outra ponta, os professores do Sesi 415 medem o aprendizadoaposta no pixbetcada aluno e cada turma, passam aulas complementares e fazem a correção automática dos exercícios.
A experiência da escola paulistana é um exemploaposta no pixbetcomo a Inteligência Artificial pode ser aplicada na educação - uma tendência mundial ainda repletaaposta no pixbetdesafios e oportunidades.
"Conforme os alunos usam a ferramenta, assistem às aulas e respondem as questões, recebemos os dados e os comparamos a modelos, para entender o que eles aprenderam e quais suas dificuldades", explica à BBC Brasil Leonardo Carvalho, cofundador da Geekie, empresa que é a provedora da plataforma usada pelo Sesi.
Em uma aulaaposta no pixbetHistória do Brasil, por exemplo, o professor pode selecionar online as questões que quer desenvolveraposta no pixbetclasse; pede aos alunos que assistam aos vídeos para se prepararem para a aula e, depois dela, completem os exercícios também via internet.
O professor e seus coordenadores recebem, depois, gráficos indicando o nívelaposta no pixbetentendimento da turma: qual porcentagem completou os exercícios corretamente e quais foram as principais falhas.
"A Inteligência Artificial no fundo é um conjuntoaposta no pixbetferramentas estatísticas que cria mais conhecimento quanto mais os alunos (a utilizarem)", prossegue Carvalho.
"Em uma sala com 50 alunos, o professor não consegue ver (a dúvida exata)aposta no pixbetcada um. O programa faz issoaposta no pixbetmodo escalonado."
O Geekie fornece o sistema atualmente para 600 escolas privadas brasileiras, além da rede Sesi e para algumas escolas públicas, via patrocínioaposta no pixbetempresas. A empresa também ofereceu, na rede pública, um gameaposta no pixbetsimulado do Enem, para ajudar os alunos a identificar suas lacunasaposta no pixbetaprendizado para o exame vestibular.
"Para essa nova geração, que não tem a cultura da paciência, é útil ver seus resultados rapidamente e saber o que precisa corrigir (no aprendizado)", explica Ana Maria Machado Tonon, diretora do Sesi 415.
"E para nós (professores) é um termômetro sobre o que precisa ser aprimorado ou corrigido no conteúdo, sobre quais alunos fizeram ou não os exercícios. Antes, a gente gastava muito tempo tentando identificar o que estava indo errado."
Experimentos globais
Ao redor do mundo, diferentes projetos estão aplicando a tecnologia e a Inteligência Artificialaposta no pixbetbuscaaposta no pixbetavanços no processoaposta no pixbetaprendizado.
Na Califórnia, a AltSchool também usa uma plataforma adaptadaaposta no pixbetensino para cada aluno, que temaposta no pixbet"playlist"aposta no pixbetvídeos, textos e exames elaborada conforme suas preferências e suas deficiênciasaposta no pixbetensino.
Na Índia, o programa Mindspark criou um bancoaposta no pixbetdados ao longoaposta no pixbetdez anos, a partiraposta no pixbetmilhõesaposta no pixbetavaliações educacionais, para ajudar professores a identificar com precisão -aposta no pixbetvezaposta no pixbetpela intuição - quais são as necessidades dos alunos.
E, no Reino Unido, a empresa Third Space Learning,aposta no pixbetparceria com a Universidade College London, tenta melhorar o aprendizado da matemática com uma tutoria virtual adaptada para cada criança, com base na análiseaposta no pixbetmilharesaposta no pixbethorasaposta no pixbetaulas prévias.
De softwares inovadores a tablets, muito se tentouaposta no pixbettermosaposta no pixbettecnologiaaposta no pixbetsalaaposta no pixbetaula, nem sempre com impactos significativos no aprendizado. Agora, com o avanço da Inteligência Artificial, é possível motivar alunos - sobretudo os que têm mais dificuldades - desde que as ferramentas não sirvamaposta no pixbetmuleta (ou seja, ensinem a criança a andar com as próprias pernas) e desde que não sejam usadasaposta no pixbetmodo aleatório, diz à BBC Brasil a professora Rose Luckin, que pesquisa o tema na College London e acompanha o Third Space Learning.
"O mais importante é identificar bem qual o problema que a escola está tentando resolver com a tecnologia, e daí usar a Inteligência Artificial no que ela é útil e manter o (ensino) humano no que ele é útil", explica ela.
Computadores, explica ela, são eficazesaposta no pixbetanalisar dados e identificar padrões - por exemplo,aposta no pixbeterros e acertos dos alunos. "Mas não são bons, por exemplo,aposta no pixbetentender emoções ou replicar o intelecto e o instintoaposta no pixbetum bom professor."
Essa acaba sendo uma questão crucial: segundo Luckin, o ideal é que a tecnologia não substitua o professor, mas sim ajude-o a aperfeiçoar e otimizar suas aulas.
"Pode ser que no futuro haja pressão comercial para substituí-los, mas acho que esse caminho seria equivocado. O ideal é combinar interação humana à tecnológica (na salaaposta no pixbetaula)."
No Brasil, o Geekie explica que um dos desafios iniciais foi justamente convencer os professoresaposta no pixbetque a plataforma não tem a intençãoaposta no pixbettomar o lugar do docente.
"É para ajudar o professor e ser um facilitador do aprendizado, que é impossívelaposta no pixbetser mecanizado", diz Leonardo Carvalho. "A ideia é dar mais ferramentas para auxiliar a parte que só o professor consegue fazer."
Desafio: capacitar professores
Reside aí, então, o primeiro grande desafio da Inteligência Artificial na educação: a formaçãoaposta no pixbetbons professores, capazesaposta no pixbetutilizar a tecnologia a seu favor para melhorar a salaaposta no pixbetaula.
"A tecnologia não dispensa o professor, mas ele deixaaposta no pixbetser o dono do saber e se torna um mediador", opina Aníbal dos Santos Peça, coordenador pedagógico do Sesi 415. "Seu papel passa a ser ensinar o aluno a ser um bom pesquisador."
Esse pode ser um entrave significativo no Brasil, onde a formaçãoaposta no pixbetprofessores é tida por especialistas como excessivamente teórica e deficitária.
E,aposta no pixbetsegundo lugar, existe o obstáculo da infraestrutura. O Sesi 415 só conseguiu usar plenamente as ferramentasaposta no pixbetInteligência Artificial no início do ano, quando a regiãoaposta no pixbetArtur Alvim, afastada do centro da cidade, finalmente recebeu redeaposta no pixbetfibra ótica para internet rápida.
"Há até pouco tempo, algumasaposta no pixbetnossas escolas só tinham internet discada", diz Karinaaposta no pixbetPaula Vezzaro, analista técnico-educacional do Sesiaposta no pixbetSão Paulo. "Isso impacta muito. A internet no Brasil é cara e ruim."
Segundo dados do Censo Educacional 2016 do Ministério da Educação tabulados pela plataforma QEdu, 68% das 183,3 mil escolas básicas do Brasil têm internet. A banda larga está disponívelaposta no pixbet56% delas.
"A má qualidade da internet móvel ainda é gritante. Mas pouco a pouco a tendência é que esses gargalos sejam superados", opina Ricardo Azambuja Silveira, professor associado do Departamentoaposta no pixbetInformática e Estatística da Universidade Federalaposta no pixbetSanta Catarina e estudioso da Inteligência Artificial.
Para ele, a tendência éaposta no pixbetque a tecnologia ajude a democratizar o ensino, mesmo que seu uso seja mais sutil do que imaginemos.
"Às vezes, são tecnologias um pouco invisíveis para usuários finais e que vão sendo incorporadas na rotina (da educação)", diz à BBC Brasil. "Há desde o ensino adaptativo (moldado para cada estudante) até sistemas capazesaposta no pixbetrecomendar sites confiáveis para estudantesaposta no pixbetdeterminadas áreas. Os moocs (cursos abertos e gratuitos online) também começam a incorporar a análise dos dadosaposta no pixbetseus usuários (...) para identificar as deficiências dos alunos."
Desafio da democratização
Para Luckin, da Universidade College London, a democratização - ou não - do ensino com a tecnologia é a "perguntaaposta no pixbetum milhãoaposta no pixbetdólares".
"Acho que isso vai depender das escolhas feitas pelos humanos", diz ela. "Temos um deficit mundialaposta no pixbet69 milhõesaposta no pixbetprofessores, e a Inteligência Artificial pode ajudar nisso - não substituindo-os, mas provendo tutores e melhorando os professores existentes. Mas ainda temo que os (alunos) mais ricos consigam adquirir essa tecnologia antes e que isso aumente a distância (delesaposta no pixbetrelação aos mais pobres)."
Para Carvalho, do Geekie, um dos potenciais da tecnologia é permitir ao aluno não depender tanto da disponibilidade física do professor. "(O sistema) não é equivalente a ter um professor particular, mas emula esse professor a um custo mais baixo."
É preciso levaraposta no pixbetconta, também, os limites da tecnologia - a qual, pelo menos por enquanto, é pouco eficienteaposta no pixbetavaliar nuances, como a inteligência emocional dos alunos ouaposta no pixbetcapacidadeaposta no pixbetescrever uma redação.
Tanto que, no Geekie, as redações dos simulados do Enem foram corrigidas manualmente por professores.
"A parteaposta no pixbetcompetências emocionais ainda é uma área inexplorada", explica Carvalho, que também almeja, no futuro, desenvolver sistemas capazesaposta no pixbetintegrar os diferentes camposaposta no pixbetconhecimento do currículo escolar,aposta no pixbetvezaposta no pixbetapenas analisar os alunosaposta no pixbetmodo compartimentalizado -aposta no pixbetmatemática, português, física e assim por diante.
À medida que crescem as possibilidades, será necessário aumentar, também, o discernimentoaposta no pixbetprofessores e agentes políticos, opina Rose Luckin.
"A salaaposta no pixbetaula mudará drasticamente, e todos precisarão aprender a lidar com isso", diz ela. "Professores terão que ser treinados para decidir quais produtos serão mais eficientes para suas necessidades, e políticos sem informação suficiente podem comprar tecnologias achando que elas resolverão determinados problemas, e talvez elas não resolvam."
De volta ao Sesi 415, na zona lesteaposta no pixbetSão Paulo, a tecnologia tem sido encarada como uma ferramenta para dar mais subsídios aos professores e mais protagonismo aos alunos.
"Não é um remédio (para os problemas do ensino)", diz o coordenador Aníbal Peça. "Ela não soluciona tudo, mas dá velocidade às soluções."
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