Em busca do ser vivo mais velho do mundo:bot million cassino

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O pinheirobot million cassinobristlecone, da Grande Bacia, foi descoberto no oeste dos Estados Unidos

O problema óbvio é que contar os anéis geralmente envolve cortar a árvore. Arboricultores contornam esse problema usando um tipobot million cassinofuradeira que permite remover parte do núcleo para contar os anéis sem levar a árvore à morte.

É uma arte delicada; Tony conta um caso ocorrido nos anos 60, quando a brocabot million cassinoum cientista quebrou dentrobot million cassinoum pinheiro do tipo bristlecone do qual queria retirar uma amostra.

O equipamento é caro, e para ajudá-lo a recuperar o instrumento perdido, um guarda-florestal cortou a árvore. Uma vez derrubada, a árvore pôde ser facilmente analisada: tinha 5 mil anos.

Crédito, J.Zapell

Legenda da foto, 'Pando' está localizado na Floresta Nacionalbot million cassinoFishlake,bot million cassinoUtah, nos EUA

"Foi terrível, mas muitos achados científicos foram possíveis graças àquela oportunidade, e desde então, encontramos árvores que são tão velhas quanto, se não mais velhas", admite Tony.

Uma equipebot million cassinopesquisadores americanos mantém uma lista, chamada Lista Velha,bot million cassinoárvores antigas oficialmente datadas. Entre elas, está uma figueira sagrada no Sri Lanka que tem pelo menos 2.222 anos, e um cipreste-da-patagônia, no Chile, com 3.627 anos - é tão velho quanto os monumentos pré-históricosbot million cassinoStonehenge, na Inglaterra.

Um pinheiro bristlecone batizadobot million cassinoMatusalém, encontrado nas montanhas da Grande Bacia, na Califórnia, nos EUA, tem 4.850 anos. Mas a árvore mais velha da lista, um pinheiro da mesma espécie na mesma localidade, ainda não batizado, tem um núcleo sugerindo uma idadebot million cassino5.067 anos.

A árvore, desgastada pelo tempo, viveu a ascensão e a queda do Império Romano. Já estava lá quando os egípcios antigos começaram a construção das pirâmides.

Mas será este pinheirobot million cassinomaisbot million cassino5 mil anos o organismo individual mais velho do planeta? Isto depende da definiçãobot million cassino"organismo individual".

No Parque Nacionalbot million cassinoFishlake,bot million cassinoUtah, nos EUA, vivem álamos-trêmulos que muitos teriam dificuldadebot million cassinoenxergar como uma única árvore. Trata-sebot million cassinouma colônia clonal, ou seja, um grupobot million cassinoárvores geneticamente idênticas.

É tão grande que parece uma floresta. Mas mesmo sendo do tamanho do Vaticano, a colônia, conhecida como "Pando", latim para "eu me espalho", começoubot million cassinouma única semente, e, ao longo dos anos, se estendeu por 50 mil troncosbot million cassinoárvores.

É difícil estimarbot million cassinoidade exata, diz a geneticistabot million cassinopopulação Karen Mock, da Universidade do Estadobot million cassinoUtah, que trabalha no local. "Houve várias estimativas, mas o problema é que a árvore original muito provavelmente não está mais lá", contou ela à BBC.

As árvores clonais crescembot million cassinotodas as direções e se regeneram ao longo do tempo. Isto significa que tirar o núcleobot million cassinoum trono não dará a idade da colônia.

Cientistas tentam contornar o problema equiparando tamanho com idade. É um processo impreciso, por isso a estimativa da idadebot million cassinoPando vaibot million cassinopoucos milharesbot million cassinoanos a 80 mil anos.

A professora Mock espera que uma nova técnica,bot million cassinoinvestigar quantas mutaçõesbot million cassinoDNA são acumuladas ao longo do tempo, traga uma alternativa para definir a idade dessa árvore memorável.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Abutre-rei, pinheiro bristlecone e tartaruga gigante: outras espécies longevas

Se uma árvore pode viver 80 mil anos, por que parar aí? Há algum organismo imortal na Terra? Não,bot million cassinoacordo com o especialistabot million cassinoenvelhecimento João Pedrobot million cassinoMagalhães, da Universidadebot million cassinoLiverpool.

"Todos os organismos podem morrer, então não há uma espécie imortal per se", diz.

"Mas você tem espécies vertebradas complexas que parecem não envelhecer, como as tartarugas das Ilhasbot million cassinoGalápagos (Equador) ou uma salamandra das cavernas chamada Olm. Eu digo 'parecem não envelhecer'; não estudamos nenhuma dessas espécies por 500 anos. Já é difícil conseguir financiamento para cinco anosbot million cassinoprojeto", brinca.

O quanto você vive depende,bot million cassinoparte, do seu lugar no mundo; seu nicho ecológico. Os organismos no topo da cadeia alimentar têm poucos predadores, então têm mais chancesbot million cassinoviver mais e passar essa característica para outras gerações.

Crédito, AWI/Tomas Lundalv

Legenda da foto, Esponjas-de-vidro têm uma existência tranquila nas águas geladas que cercam a Antártida

O clima frio também tem importância: as esponjas-de-vidro da Antártida, por exemplo, são consideradas os "animais vivos mais velhos" da Terra, com uma longevidade estimadabot million cassinocercabot million cassino15 mil anos.

"Não temos certeza disso", diz Magalhães, "porque, obviamente, ninguém estava lá para checá-las há 15 mil anos".

As estimativas são passíveis a erro, masbot million cassinoacordo com Magalhães, as esponjas da Antártida crescem lentamente por causa do frio, e se encaixam no modelobot million cassinocriaturasbot million cassinocrescimento lento com períodosbot million cassinovida mais longos.

No entanto, o organismo vivo mais velho - segundo medições mais precisas - continua sendo o pinheiro bristlecone da Grande Bacia, na Califórnia, o Pinus longaeva. O Pando e as esponjas-de-vidro da Antártida podem ser mais velhos, mas suas idades foram estabelecidas por medições indiretas.

Para os especialistas, entretanto, há muito a ser descoberto nessa área, e é provável que o organismo mais velho do planeta sequer foi encontrado.