O polêmico canal do YouTubetelegram apostas betanoque apresentadores usam drogas para informar sobre efeitos e danos:telegram apostas betano

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Legenda da foto, Criador do Drugslab diz que a meta do canal é informar e reduzir danos gerados pelas drogas

Em seu relatório mais recente sobre o tema, divulgado no ano passado, a Organização das Nações Unidas aponta que 250 milhõestelegram apostas betanopessoas - cercatelegram apostas betano5% da população mundial entre 15 e 64 anos - usaram drogas ao menos uma veztelegram apostas betano2014.

Ao mesmo tempo, 29 milhõestelegram apostas betanopessoas sofriam com problemas relacionados a drogas, o primeiro aumento registrado nos últimos seis anos - eram 27 milhõestelegram apostas betano2013. O consumo abusivo levou 207 mil pessoas à morte no mundo naquele ano.

A ONU diz que, "de forma geral, o impacto do usotelegram apostas betanodrogas para a saúde continua a ser devastador".

Klumpenaar afirma que o Drugslab busca prestar um serviço e reduzir os danos gerados pelo uso dessas substâncias,telegram apostas betanosintonia com uma mudança na forma como jovens consomem informação.

"Educar jovens sobre drogas é uma boa formatelegram apostas betanoevitar acidentes. E eles preferem pessoas reais contando histórias reaistelegram apostas betanoveztelegram apostas betanoapresentadores lendo roteiros", diz o produtor.

"Há quem ache nosso conteúdo controverso, e respeitamos isso. Falar sobre o tema ainda é um grande tabutelegram apostas betanomuitos países. Queremos quebrar esse tabu."

Efeitos e perigos

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Legenda da foto, No ar há quatro meses, canal já tem quase 300 mil assinantes

À frente do canal estão o cantor Rens Polman,telegram apostas betano25 anos, o estudante universitário Bastiaan Rosman,telegram apostas betano23, e a atriz Nellie Benner,telegram apostas betano30.

No episódiotelegram apostas betanoestreia, cabe à Rens testar ecstasy, uma pílula muito populartelegram apostas betanofestastelegram apostas betanomúsica eletrônica cujo princípio ativo é conhecido como MDMA.

Logo no início, o rapaz se vira para a câmera e destaca a importânciatelegram apostas betanotestar o comprimido para sabertelegram apostas betanocomposição - um serviço oferecido desde 1992 por laboratórios autorizados pelo Ministério da Saúde holandês.

"Sempre faça o teste, porque às vezes as pílulas parecem iguais (àstelegram apostas betanoecstasy), mas são imitações", diz Rens antestelegram apostas betanoengolir um comprimido rosa.

Depoistelegram apostas betanoalguma espera, ele começa a relatar as sensações geradas pela droga - ele sente calor,telegram apostas betanoboca resseca, suas mãos ficam frias e suadas,telegram apostas betanosensibilidade se aguça.

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Legenda da foto, Programa traz alertas sobre os principais problemas associados a cada droga

Sóbria ao seu lado, Nellie questiona Rens sobre o que ele sente enquanto monitora seus batimentos cardíacos e temperatura e faz uma sérietelegram apostas betanotestes para avaliar como as habilidades cognitivas, motoras e o comportamento do colega são afetados.

Na tela, surgem alertas como: "Os acidentes mais comuns envolvendo o usotelegram apostas betanoecstasy são superaquecimento (do corpo) e intoxicação por água".

Cada programa,telegram apostas betanodez minutos, é acompanhado por um clipe curto que resume o que é a droga testada e traz recomendações do que fazer e evitar ao consumi-la.

Entre alguns dos conselhos dados aos espectadores, estão: avisar amigos da dose usada; evitar beber álcool com drogas que afetam o sistema nervoso; e tertelegram apostas betanomente que drogas feitas a partirtelegram apostas betanoingredientes naturais não são uma opção mais saudável do que as sintéticas.

Informação

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Legenda da foto, Em cada programa, quem testa a droga é submetido a uma sérietelegram apostas betanoatividades para contar sobre os seus efeitos

O criador do canal rejeita a ideiatelegram apostas betanoque, ao mostrar jovens experimentando drogas, estejatelegram apostas betanoalguma forma incentivando outros jovens a fazer o mesmo ou glorificando seu uso.

"Adolescentes e jovens experimentam drogas, é normal. Se eles não obtêm essas informações com nosso programa, vão buscar por isso na internet", afirma Klupenaar.

"Não é nosso papel dizer que isso é errado. Mostramos os efeitos e oferecemos as informações para minimizar os possíveis perigos."

O produtor destaca ainda que os vídeos do canal só podem ser vistos por usuários do YouTube cadastrados como maiorestelegram apostas betano18 anos.

"Checamos as regras do site com cuidado e mostramos a ideia para a equipe do YouTube na Holanda. Eles adoraram."

O YouTube respondeu a um pedidotelegram apostas betanoentrevista da BBC Brasil dizendo que "não comenta casos específicos", mas que, se o Drugslab está no ar, é porque "estátelegram apostas betanoacordo" com suas diretrizes.

O psiquiatra Dartiu Xavier, que coordena há 28 anos o Programatelegram apostas betanoOrientação e Atendimento a Dependentes da Universidade Federaltelegram apostas betanoSão Paulo (Unifesp) diz que o Drugaslab "é algo novo e importante".

"Um canal assim presta um serviçotelegram apostas betanoutilidade pública. Diversos estudos mostram que a forma como combatemos o usotelegram apostas betanodrogas desde os anos 1970 não está funcionando", afirma Xavier. Ele explica que, desde os anos 1990, uma nova estratégia baseada na reduçãotelegram apostas betanodanos vem ganhando força.

"Há iniciativas bem sucedidas na Europa e outros países, como, por exemplo, oferecer teste da composiçãotelegram apostas betanodrogastelegram apostas betanoboates. A pessoa vai usartelegram apostas betanoqualquer maneira. É mais seguro que saiba o que está usando. Mas, no Brasil, ainda existe muita resistência a essa abordagem, e vários técnicos da área acreditam que isso incentiva o consumo."

Mesmo na Holanda, o Drugslab não é aprovado por todos. Ferry Goossens, que lidera o programa para álcool e drogas do Trimbos Instituut, referência no país para tratamento e prevençãotelegram apostas betanodoenças mentais e vícios, avalia que o canal "não é uma boa ideia".

Ele argumenta que, ao usar uma abordagem como a reduçãotelegram apostas betanodanos, a mensagem deve ser dirigida a quem já usa drogas.

"O Drugslab pode ser visto por qualquer um e mostra como usá-las (as substâncias). A maioria das pessoas - e dos jovens - não usa drogas. E quem não consome pode ficar interessadotelegram apostas betanotestar ou quem usa um tipo pode querer experimentar outros", diz Goossens.

"A maioria das pessoas não tem problemas ao usar drogas, mas há muitas que têm e vão parar no hospital depoistelegram apostas betanouma única dose. O efeito é imprevisível, e fazer isso uma única vez pode ser perigoso ou até mesmo fatal."

Testes

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Legenda da foto, Abordagem do programa não é um consenso entre especialistas

Desde a estreia,telegram apostas betanosetembro, os apresentadores do Drugslab já experimentaram algumas das drogas mais comuns, como cocaína, LSD, cogumelos e bolo com maconha, outras menos conhecidas - o composto sintético 2C-B e ecstasy feito com ervas, por exemplo - e algumas que muitos não considerariam uma droga, como cafeína concentrada, álcool e óxido nítrico (o gás hilariante).

A ideia é que os espectadores sugiram quais devem ser testadas. O canal, no entanto, ainda não se aventurou a atender a pedidos por drogas como heroína, a que mais mata no mundo, segundo a ONU.

Qual foi a mais difíciltelegram apostas betanotestar até agora? "Álcool", diz Klumpenaar. "Bastiaan ficou tão tonto que foi difícil para ele responder às perguntastelegram apostas betanoRens."

Portelegram apostas betanovez, Rens diz ter ficado surpreso com o ecstasytelegram apostas betanoervas. "Nunca pensei que funcionaria, mas senti coisas que nunca experimentei com esctasy comum. Por isso, não acredito que seja feito só com ervas. Mas aí é que está: você nunca sabe exatamente o que temtelegram apostas betanouma droga."

Ele conta que, ao ser convidado para apresentar o programa, não sabia a princípio se aceitaria, porque as pessoas não só saberiam que ele estava usando drogas, mas o veriam fazendo isso.

"No fim das contas, aceitei porque achei bom poder falar desse tema e educar as pessoas. Muitas nos agradecem por isso."

Segurança

A Holanda permite há quatro décadas o consumo,telegram apostas betanocafés especializados,telegram apostas betanomaconha e outras substâncias consideradas "leves" emtelegram apostas betanopolítica nacionaltelegram apostas betanodrogas, como trufas e cogumelos alucinógenos. As classificadas como "pesadas", como cocaína ou morfina, são proibidas.

Questionada sobre a origemtelegram apostas betanodrogas ilegais testadas no programa, a produção do canal diz que "prefere não revelar suas fontes".

Segundo o Centro Europeutelegram apostas betanoMonitoramento para Drogas e Vício, a taxatelegram apostas betanomortes relacionadas a drogas entre pessoas com 15 a 64 anos na Holanda foitelegram apostas betano10,8 por 1 milhãotelegram apostas betano2014, quase 50% abaixo da média europeia,telegram apostas betano19,2 por 1 milhão.

"Apesartelegram apostas betanohaver alguma variação anual, esse índice se mantém relativamente baixo, o que pode ser explicado pelo número reduzidotelegram apostas betanousuáriostelegram apostas betanoalto risco que são marginalizados socialmente, a ampla disponibilidadetelegram apostas betanomedidastelegram apostas betanotratamento e prevenção e o baixo usotelegram apostas betanodrogas injetáveis", diz o centrotelegram apostas betanoseu site.

Klumpenaar explica que fazer um programa sobre drogas não é algo novo para a rede holandesa, que integra uma associaçãotelegram apostas betanoemissoras públicas do país regulada por uma fundação financiada por meiotelegram apostas betanoimpostos.

A BNN já produz o Spuiten en Slikken (Injete e Engula,telegram apostas betanoholandês), que trata das histórias por trástelegram apostas betanouma droga e seus usuários.

O Drugslab, portelegram apostas betanovez, se concentra nos efeitostelegram apostas betanocurto prazotelegram apostas betanouma droga. No entanto, ressalta o produtor, o canal não é feito com recursos repassados pelo governo.

Klumpenaar diz que um dos principais desafios da produção é garantir a segurança dos apresentadores, já que a reaçãotelegram apostas betanouma pessoa a uma droga "é imprevisível" e "há sempre riscos envolvidos". Por isso, um médico acompanha as filmagens.

O produtor conta que ele etelegram apostas betanoequipe esperavam receber reações negativas por se tratartelegram apostas betanoum tema polêmico, mas afirma que isso não se concretizou. "As mensagens que recebemos são muito positivas. Não poderíamos ter desejado um começo melhor", diz.

"Mas é bom ter cuidado, porque é cedo para falar. Nossos vídeos não foram vistos nem por 1% do público do YouTube... ainda."