Olimpíada não traz legado para saúdecasino eurocidade-sede, diz especialista:casino euro

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Legenda da foto, Segundo Pedro Hallal, Jogos não trazem benefícioscasino eurolongo prazo para níveiscasino euroatividade física da população da cidade-sede.

Hallal foi um dos autorescasino eurouma sériecasino euroartigos analisando o progresso na atividade física da população mundial no último ciclo olímpico ─ períodocasino euroquatro anos entre os Jogos. O estudo, que contou com especialistascasino eurotodo o mundo, foi publicadocasino eurouma das mais prestigiadas revistas científicas do mundo, a Lancet.

Uma das principais conclusões écasino euroque o sedentarismo custou à economia mundial entre US$ 67,5 bilhões a US$ 145,2 bilhões (R$ 215,8 bilhões a R$ 464,1 bilhões) sócasino euro2013. No Brasil, o custo foicasino euroUS$ 2 bilhões (R$ 6,4 bilhões).

Na pesquisa, Hallal e outros especialistas citam um levantamento realizado pelo australiano Adrian Bauman, da Escolacasino euroSaúde Pública da Universidadecasino euroSydney.

Bauman analisou os Jogos Olímpicoscasino euroVerão ecasino euroInverno a partir da Olimpíadacasino euroSydney,casino euro2000, e descobriu que não houve "efeitos significativos" nos níveiscasino euroatividade física das populações das cidades-sede.

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Legenda da foto, Sedentarismo custou à economia mundial até US$ 145,2 bilhõescasino euro2013, diz estudo

Razões

Na Inglaterra, palco da Olimpíada anterior, o legadocasino euroLondres 2012 para a práticacasino euroesportes ainda é temacasino eurodebate local: o mais recente levantamento da organização Sport England,casino eurojunho, mostra aumento no númerocasino europessoas com 16 anos ou mais que praticam esporte ao menos uma vez por semana.

Mas esse número teve altas e baixas desde 2012, a ponto de, no ano passado, o governo prometer revercasino europolíticacasino euroestímulos ao esporte, segundo o jornal The Guardian. Uma das maiores preocupações era com uma tendênciacasino euroqueda da prática esportiva entre as classes econômicas mais desfavorecidas.

Como a Olimpíada do Rio acabou recentemente, ainda não houve tempo para verificar se o impacto será semelhante aos observados nas demais Olimpíadas. Mas Hallal acredita que a tendência deve se manter ─ e explica as razões.

"Durante a Olimpíada, as pessoas com certeza se sentem motivadas e estimuladas a experimentar um esporte. O meu filhocasino eurosete anos, por exemplo, ficou impressionado com o desempenho do Usain Bolt (velocista jamaicano) e me pediu para levá-lo a uma pistacasino euroatletismo e cronometrar seu tempo", diz ele.

"O problema é que o nívelcasino euroatividade física das pessoas no seu cotidiano é determinado por uma sériecasino eurofatores que são muito mais complexos do que a simples vontadecasino europraticar um esporte", acrescenta.

"Transformar as instalações olímpicascasino euroespaços públicos não garante o uso. É preciso um investimento contínuocasino europromoção da saúde e do esporte", defende.

Segundo reportagem do jornal Folhacasino euroS. Paulo, a adaptação completa do Parque Olímpico como legado deve durar "dois anos".

De acordo com a Prefeitura do Rio, o Complexo Esportivocasino euroDeodoro, onde foram realizadas algumas competições ─ como canoagem, hipismo e hóquei ─ terá uma utilização mista. O Parque Radical, por exemplo, vai se tornar uma área públicacasino eurolazer.

Além disso, o Estádio Aquático se transformarácasino eurodois ginásios, que serão instaladoscasino euroáreas onde não há opção para práticascasino euroesporte atualmente.

Conscientização geral

Entre as medidas sugeridas por Hallal para estimular a prática esportiva estão, por exemplo, fechamentocasino euroruas nos finscasino eurosemana, espaçamentocasino europontoscasino euroônibus, construçãocasino euroacademias populares e qualificação das aulascasino euroeducação física nas escolas.

"O Canadá, por exemplo, é um casocasino eurosucesso no combate ao sedentarismo infantil ao diversificar as aulascasino euroeducação física. Já Bogotá, na Colômbia, ganhou destaque com o fechamentocasino euroruas durante os finscasino eurosemana. Por fim, a 'Academia da cidade' (academias gratuitas com supervisãocasino europrofissionais),casino euroRecife (PE), é outro exemplo que merece elogios", enumera.

Para Hallal, não basta "conscientizar a população" sobre os benefícios da prática esportiva.

"Não podemos nos limitar a motivar as pessoas a fazer exercícios físicos, mas sim criar oportunidades", defende.

"Todo mundo sabe que fazer exercício físico é bom para a saúde. É preciso mais do que isso. É necessário que todos os entes se conscientizem, desde o empresário, instalando chuveiros para funcionários que queiram ir trabalharcasino eurobicicleta, por exemplo, aos gestores públicos, que sabem que se não investirem na área, a população vai ficar mais doente e sobrecarregar o sistemacasino eurosaúde".

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Legenda da foto, "Legado não se faz só com edificação da estrutura esportiva, mas com investimento contínuocasino europromoçãocasino eurosaúde e esporte", diz Pedro Hallal

Brasil

Sobre o Brasil, Hallal diz que o país sofreu um "revés" nos últimos anos, apesarcasino eurocontinuar sendo referência mundial na captaçãocasino eurodados ecasino europesquisa sobre saúde populacional, além da elaboraçãocasino europolíticas, como a Política Nacionalcasino euroPromoção da Saúde e o Planocasino euroAções Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).

"No mundo real, o Brasil não tem conseguido lidar bem com a promoção da saúde no âmbito populacional", destaca.

"Legado não se faz só com edificação da estrutura esportiva, mas com investimento contínuocasino europromoçãocasino eurosaúde e esporte. E nisso a gente está muito mal", opina.

Segundo dados oficiais, praticamente a metade dos brasileiros (46%) não pratica nenhuma atividade física. A OMS (Organização Mundial da Sáude) recomenda um mínimocasino euro150 minutoscasino euroatividadecasino eurointensidade moderada por semana.