‘A escrava que virou rainha’: documentário e livros revivem história da brasileira que rompeu padrões do século 18:apostar em league of legends

"Ainda não sabemos como ela morreu, mas já descobrimos que tinha por volta dos 60 anos e que sofriaapostarapostar em league of legendsleague of legendsreumatismo", adianta a roteirista Rosi Young. O projeto prevê, ainda, a construçãoapostarapostar em league of legendsleague of legendsuma esculturaapostar em league of legendsDiamantina (MG) e a criaçãoapostarapostar em league of legendsleague of legendsum hologramaapostar em league of legendstamanho real. "Se tudo der certo, a imagemapostarapostar em league of legendsleague of legendsChica será projetada durante o desfileapostarapostar em league of legendsleague of legendsuma escolaapostarapostar em league of legendsleague of legendssambaapostar em league of legends2018", diz Rosi.

Uma Chica, muitas versões

O documentário A Rainha das Américas, que tem previsãoapostarapostar em league of legendsleague of legendslançamento para 2017, é apenas um dos projetos que prometem recontar o mito da escrava que virou "rainha". Os outros são o romance Chica da Silva - Romanceapostarapostar em league of legendsleague of legendsUma Vida, da jornalista Joyce Ribeiro, que já chegou às livrarias, e a biografia Xica da Silva - Cinderela Negra, da escritora Ana Miranda, que será lançada no segundo semestre.

"Chica tinha tudo para desistir, mas lutou até o fim pelos seus sonhos. Viveu um relacionamento inter-racial, zelou pela educação dos filhos e, depois da ida do marido para Portugal, administrou, sozinha, os negócios da família. É moderna até para os diasapostarapostar em league of legendsleague of legendshoje", opina Ribeiro.

O primeiro relatoapostarapostar em league of legendsleague of legendsChicaapostarapostar em league of legendsleague of legendsque se tem notícia está no livro Memórias do Distrito Diamantino,apostarapostar em league of legendsleague of legends1868. Foi seu autor, o advogado Joaquim Felício dos Santos, quem imortalizou a personagem como donaapostarapostar em league of legendsleague of legendsum apetite sexual insaciável.

"Não possuía graça, não possuía beleza, não possuía espírito; enfim, não possuía atrativo algum que pudesse justificar uma forte paixão", descreveu o autor. Detalhe: ele jamais conheceu Chica ou se baseouapostar em league of legendsqualquer fonte histórica.

Quase um século depois, o médico Agripa Vasconcelos lançou Chica que Manda,apostar em league of legends1966. Se Joaquim Felício retratou Chica como lasciva e sedutora, Agripa reforçou o estereótipo da mulher sádica e cruel. Num trecho do livro, conta que Chica mandou cortar a bocaapostarapostar em league of legendsleague of legendsuma suposta amante do contratador.

Autorapostarapostar em league of legendsleague of legendsEles Formaram o Brasil, o historiador Fábio Pestana Ramos explica que a ex-cativa viveu segundo os rígidos padrões moraisapostarapostar em league of legendsleague of legendssua época. Prova disso é o fatoapostarapostar em league of legendsleague of legendster sido sepultada no cemitério da Igrejaapostarapostar em league of legendsleague of legendsSão Franciscoapostarapostar em league of legendsleague of legendsAssis - um privilégio concedido à elite branca.

"Houve muitas iguais a ela, que ascenderam socialmente graças ao concubinato, mas nenhuma outra teve união estável com figura tão poderosa nem deixou herdeiros que tiveram tanta importância na formação da elite brasileira. Por essas e outras razões, sempre foi alvoapostarapostar em league of legendsleague of legendspreconceito", explica Fábio.

Fonteapostarapostar em league of legendsleague of legendsinspiração

Ainda hoje, não se sabe ao certo quando nasceu Chica da Silva. Estima-se que tenha sido entre 1731 e 1735, no povoadoapostarapostar em league of legendsleague of legendsMilho Verde, perto do arraial do Tejuco, atual Diamantina. Filhaapostarapostar em league of legendsleague of legendsum português, Antônio Caetanoapostarapostar em league of legendsleague of legendsSá, com uma africana, Maria da Costa, tornou-se escrava, ainda adolescente, do médico Manuel Pires Sardinha, com quem teve um filho, Simão,apostar em league of legends1751.

Comprada por João Fernandes no Natalapostarapostar em league of legendsleague of legends1753, conquistouapostarapostar em league of legendsleague of legendsalforria pouco depois. Entre 1755 e 1770, teve 13 filhos - nove mulheres e quatro homens - todos com o contratador. João Fernandes morreuapostar em league of legends1779 e, 17 anos depois, Chica, mais exatamente no dia 16apostarapostar em league of legendsleague of legendsfevereiroapostarapostar em league of legendsleague of legends1796.

Desde então, já inspirou poesia, filme, canção, novela e até enredoapostarapostar em league of legendsleague of legendsescolaapostarapostar em league of legendsleague of legendssamba. Foi assistindo ao desfile do Salgueiro,apostar em league of legends1963, que Cacá Diegues teve a ideiaapostarapostar em league of legendsleague of legendslevar a históriaapostarapostar em league of legendsleague of legendsChica para o cinema.

"Construí meu filme como uma fábula política. O conde português simbolizava o imperialismo, o contratador, a burguesia; os moradores da cidade, a classe média; o inconfidente, os revolucionários, e a Xica, a alegoria vitoriosa e solar do povo", detalha o cineasta.

Muito antesapostarapostar em league of legendsleague of legendsCacá Diegues, Cecília Meirelles já prestava tributo à escrava-rainha no livro Romanceiro da Inconfidência,apostarapostar em league of legendsleague of legends1953. "Ainda vai chegar o diaapostarapostar em league of legendsleague of legendsnos virem perguntar: quem foi Chica da Silva que viveu neste lugar?", eternizou a poetisa. Anos depois, o escritor Walcyr Carrasco convidou a então estreante Taís Araújo para dar vida à protagonista da telenovela Xica da Silva, exibida entre 1996 e 1997 pela extinta TV Manchete.

Agora, chegou a vezapostarapostar em league of legendsleague of legendsAna Miranda darapostarapostar em league of legendsleague of legendsversão para a história. Para ser o mais fiel possível à realidade, tomou como referência Chica da Silva e o Contratador dos Diamantes - O Outro Lado do Mito, da historiadora Júnia Ferreira Furtado, da UFMG.

Publicadaapostar em league of legends2003, a mais completa biografia já escrita sobre Chica descreve a personagem como uma mãeapostarapostar em league of legendsleague of legendsfamília dedicada, leal e religiosa.

"Nunca chegaremos a um consenso sobre figura tão complexa, misteriosa e inquietante. A imagemapostarapostar em league of legendsleague of legendsChica foi sendo interpretada à luz dos tempos e a minha Chica é a somaapostarapostar em league of legendsleague of legendstodas essas interpretações. É um quebra-cabeçaapostarapostar em league of legendsleague of legendsmedos, ânsias e sonhos", define a escritora.