Nós atualizamos nossa Políticaroleta freePrivacidade e Cookies
Nós fizemos importantes modificações nos termosroleta freenossa Políticaroleta freePrivacidade e Cookies e gostaríamos que soubesse o que elas significam para você e para os dados pessoais que você nos forneceu.
Caso Beatriz:roleta freePetrolina, 42 facadas, falhas técnicas e a espera pelo júri popular:roleta free
A Secretariaroleta freeDefesa Socialroleta freePernambuco só conseguiu chegar ao autor do crime porque ele teve o DNA identificado e comparado com 125 perfis genéticos do banco do Institutoroleta freeGenética Forense Eduardo Campos. Ao ser confrontado, Marcelo da Silva confessou o assassinato.
A respeito das mudançasroleta freedelegados e outras dúvidas geradas pelo inquérito, a Polícia Cívil falou poucas vezes, por meioroleta freenotas, que se empenha com uma força tarefa e mantém o sigilo comumroleta freeseu protocolo: "Com relação à investigação propriamente dita, o trâmite segue sob o manto do segredoroleta freejustiça que não autoriza quaisquer divulgações. Apesar dos desafios, a PCPE tem plena confiança que o caso será elucidado, trazendo justiça para os familiares e a sociedade", disseroleta freeum dos comunicados.
A Associaçãoroleta freePolícia Científica (Apoc-PE), entidade que representa os Peritos Criminaisroleta freePernambuco, também emitiu uma nota oficial: "O trabalho realizado pela Polícia Científica contribui para a produção da prova técnica, auxiliando,roleta freemodo relevante, a investigação policial. A atuação dos Peritos Criminais é sempre pautada pela ciência, doutrina criminalística e nos princípios da legalidade, moralidade e eficiência. A Apoc-PE agindo com seriedade e imparcialidade, seguirá na defesa incansável dos interesses dos Peritos Criminais que estejam sendo vítimasroleta freedecisões administrativas desarrazoadas e desproporcionais".
O julgamento
O caso Beatriz foi concluídoroleta freejulhoroleta free2022, com Marcelo da Silva preso e indiciado por homicídio qualificado. Em conversa com a BBC, Lucinha Mota diz que nunca duvidou da identidade. "Eu vi tantas vezes o rosto dele nos vídeos e, ao longo dos últimos sete anos, eu revi as poucas imagens que conseguimos recuperar incansavelmente, que cheguei a decorar aquele rosto", conta a mãe da menina.
Nos dias 22 e 23roleta freenovembro passado foram ouvidas oito testemunhas na audiênciaroleta freeinstrução e julgamentoroleta freeMarcelo da Silva. Na última sessão,roleta free15roleta freedezembro, o acusado se manteveroleta freesilêncio durante toda a audiência. Lucinha, que esteve a poucos metrosroleta freedistância deleroleta freeuma dessas ocasiões, diz que a sensação é uma das mais difíceis: "A primeira coisa que senti foi muito ódio, mas sou uma pessoa que não dá corda ao ódio, que prefere o amor do que o ódio, até porque foi o amor pela minha filha que me trouxe e me sustentouroleta freepé até aqui".
No entanto, Lucinha admite que, nos últimos sete anos, um momento inesquecível se deu quando foi provado que estavam,roleta freefato, com o assassinoroleta freeBeatriz preso. "Eu achava que nunca ia sentir coisas boas como eu sentia antesroleta freetudo isso acontecer. Mas quando foi comprovado, aquela misturaroleta freefé, esperança,roleta freesensoroleta freejustiça, até meu corpo reagiu, foi algo inexplicável o queroleta freebom aconteceu naquele momento", desabafa a estudanteroleta freeDireito.
Implacável e incansável
"Abri mãoroleta freetudo, do meu trabalho, vivo 24 horasroleta freefunção caso Beatriz", diz Lucinha na entrevista para a BBC. Antes funcionáriaroleta freeuma empresaroleta freelicitações, ela estava prestes a ser promovida, quando tudo aconteceu. Após a morte da filha, seu maior desafio no primeiro ano foi, literalmente, continuar viva. Perdeu maisroleta free30 quilos, entrouroleta freedepressão profunda e encarou as piores dores do luto.
Quando se deu contaroleta freeque precisava, junto ao marido Sandro, pressionar a justiça e monitorar cada detalhe das investigações, Lucinha entrou numa jornada que ela chamaroleta free"caminhar com a dor, mas não pararroleta freecaminhar". Uma rotina que os quase 300 mil seguidores que seguem os perfis dela e do Caso Beatriz descrevem como implacável e incansável.
Mobilizando a população, a família Mota protestouroleta freetodas as formas possíveis e imagináveis. Nos tribunais e Ministérios Públicosroleta freePernambuco, se envolvendoroleta freeoutros casosroleta freemortesroleta freecrianças no Nordeste, fazendo lives nas redes sociais, conseguindo o apoioroleta freeinstituições internacionaisroleta freeDireitos Humanos, entre tantas outras iniciativas. Durante as últimas audiênciasroleta freeinstruçãoroleta freeMarcelo da Silvaroleta freePetrolina, eles marcaram presençaroleta freefrente ao Fórum com fotos do acusado, sob gritosroleta free"assassino" e o pedido que a juíza responsável determinasse logo que ele fosse designado para júri popular. A próxima audiência, que vai definir isso, foi marcada para a primeira semanaroleta freejaneiro.
Em dezembroroleta free2021, Lucinha, Sandro e vários outros militantes do caso Beatriz caminharamroleta freePetrolina a Recife, durante 23 dias e maisroleta free700 quilômetros, como formaroleta freeprotesto. A exigência era que o então governadorroleta freePernambuco, Paulo Câmara, aceitasse a cooperaçãoroleta freeuma empresa norte-americana na investigação do caso e na federalização do inquérito. Após o protesto, Paulo Câmara assinou um documento declarando que o governo é favorável à federalização e demitiu o perito criminal Diego Costa, que prestou consultoria ao colégio.
No inícioroleta free2022, outra polêmica: Lucinha e um gruporoleta freedeputados estaduais se articularam para criar uma CPI que apurasse possíveis falhas durante as investigações. Para conseguir as 17 assinaturas (entre os 49 deputados), a família da vítima iniciava outra campanha que deixou os ânimos exaltados, inclusive entre colegasroleta freepartidoroleta freeLucinha, que era filiada ao Psol. Muitos dos que se recusaram a assinar alegavam que a CPI era uma tentativaroleta freeconstruir palanque políticoroleta freecima do caso Beatriz.
Aliás, a acusaçãoroleta freeenvolver a história pessoal com sonhos políticos continuou durante todo o ano seguinte, quando Lucinha se candidatou a deputada estadual pelo PSDB, deixando o Psol onde alcançou a suplênciaroleta freeeleições passadas. Os comentários, segundo ela, não a atingem: "Quem pensa que me afeta falando esse tiporoleta freecoisa, não me conhece. Eu já perdi o que mais amava, que era minha filha, e segui com coragem durante todos esses sete anos. Não tenho medo desses comentários maldosos nemroleta freequaisquer tentativasroleta freeme intimidar. Nada mais me afeta", diz a ativista, que não se elegeu, apesar do resultado expressivoroleta freemaisroleta free25 mil votos. "Eu entrei na política não para buscar justiça pela minha filha, porque nada vai trazer Beatrizroleta freevolta, mas para ter alcance e projeção para lutar por outras vítimas, outras mães, para evitar que mais casos como oroleta freeBeatriz aconteçam".
Com o objetivoroleta freemente, a mãe da menina e o Grupo Somos Todos Beatriz criaram o Instituto BIA - Brasil pela Infância e Adolescência. "Através desse instituto ajudaremos famílias que sofrem diariamente por causa da criminalidade, proporcionando às nossas crianças e adolescentes uma vida digna e com seus devidos direitos, longeroleta freequalquer violência e com a possibilidaderoleta freecrescerroleta freebuscaroleta freeseus sonhos. Com o nascimento do nosso instituto, nasce também uma esperançaroleta freefuturo para as nossas crianças. Estamos abertos a ideias. Nosso instituto contará com auxílio psicológico, apoio jurídico, espaçoroleta freeacolhimento às vítimasroleta freeviolências e assistênciaroleta freevários âmbitos da segurança com a colaboração da CIT GROUP (Criminal Investigations Training GROUP)".
Defesa questiona falhas técnicas
Em documentos a que a reportagem teve acesso, um pedidoroleta freehabeas corpus emitido pelo advogado Rafael Nunes, que faz a defesaroleta freeMarcelo da Silva, fala das "proporções internacionais e repercussão na região onde o delito ocorreu" e pede que "sejam sanadas as questõesroleta freeordem que prejudicam o direito do indivíduo face aos direitos e garantias constitucionais".
Uma petição também emitida pela defesa, ao listar uma sérieroleta freedados no inquérito que considera contraditórias, pediu que "sejam considerados nulos, os reconhecimentosroleta freepessoa realizados, dianteroleta freeterem sido perpetradosroleta freeforma inobservante com o requisito legal, sendo assim, devem ser desentranhados do processo".
Ao ser procurado pela BBC, o advogado Rafael Nunes disse que "a expectativa da defesa é boa. Temos muitas questõesroleta freenatureza técnica que estamos trabalhando pelo tribunal. Iremos ao STJ com toda certeza e bateremos nas portas dos tribunais superiores para levar todas essas questões".
O habeas corpus e a petição somam quase 60 páginas que listam,roleta freefato, várias partes questionáveis do processo. Enquanto a identidaderoleta freeMarcelo da Silva foi comprovada por exameroleta freeDNA e a própria mãe da menina disse acreditar que era ele o autor do crime, as inconstâncias e instabilidades do caso nos últimos sete anos deixaram muitas interrogações. A própria Lucinha Mota declarou, várias vezes, que havia mais dúvidas do que certezas durante o processo. Vários dos seus seguidores nas redes sociais - boa parte do público que se manteve fiel nos pedidosroleta freejustiça - continuam questionando o quanto podem. Muitas perguntas nunca foram respondidas, a respeito das diversas trocasroleta freedelegados e equipes técnicas. O caso Beatriz, cujo inquérito foi encerradoroleta freejulho, provavelmente acabará com o acusado condenadoroleta freejúri popular, a partir do julgamento marcado para janeiro. Já as dúvidas e pontas soltas, parecem não ter fim.
- Este texto foi publicadoroleta freehttp://vesser.net/brasil-64097009
Principais notícias
Leia mais
Mais lidas
Conteúdo não disponível