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Morre Pelé: a 'carreira artística' do jogador no cinema, música e quadrinhos:bet will bonus
Os Trapalhões e o Rei do Futebol estreou no dia 26bet will bonusjunhobet will bonus1986, a três dias da final da Copa do Mundo do México, e foi assistido por 3,6 milhõesbet will bonusespectadores.
No filme, Pelé interpretou um repórter esportivo chamado Nascimento que, aos 35 minutos do segundo tempo, aceita jogar como goleiro para ajudar o fictício time do Independência Futebol Clube. Bombet will bonusbola, o repórter ainda marca um golaço ao cobrar o tirobet will bonusmeta. Placar final: Independência 5 x 4 Gavião.
"Guardo duas recordações do setbet will bonusfilmagens. Na ocasião, os Trapalhões alugaram um trailerbet will bonusprimeira para oferecer todo o conforto possível ao Pelé. Quando soube que teria um trailer só para ele, agradeceu, mas dispensou. Queria ficar junto com todo mundo.
Nas cenasbet will bonusbriga, Pelé ficava preocupadobet will bonusnão machucar os figurantes", relata o humorista Dedé Santana que, por dispensar dublê, quebrou os dois pés logo no início das filmagens ao pularbet will bonusuma árvore e teve que fazer o restante do filme com uma botabet will bonusgesso pintadabet will bonuspreto no filme com o rei do futebol, que morreu nesta quinta-feira (29/12) aos 82 anos.
Talento imodesto
Aquela não foi a primeira vezbet will bonusque Pelé atuoubet will bonusum longa-metragem. A primeira participação dele na tela grande foi no filme O Rei Pelé,bet will bonus1962, com direçãobet will bonusCarlos Hugo Christensen (1914-1999).
O longa conta a trajetóriabet will bonusvida do menino nascidobet will bonusTrês Corações, passando por Bauru e Santos até conquistar o mundo como rei do futebol. Pelé foi dublado por um menino durante a infância e por um rapaz para ilustrar a adolescência do rei. Tarefa difícil pois ambos não só tinham que guardar semelhança física com o rei, mas também serem bonsbet will bonusbola.
Mas a tabelinha do garoto que cresceu assistindo aos filmes da dupla Oscarito (1906-1970) e Grande Otelo (1915-1993) com o cinema não parou aí. Em 1971, fez uma participação especial no filme O Barão Otelo no Barato dos Bilhões.
Logo, vieram outros, como Os Trombadinhas (1979),bet will bonusAnselmo Duarte; Fuga para Vitória (1981),bet will bonusJohn Huston, e Pedro Mico (1985),bet will bonusIpojuca Pontes.
Na ocasião, a primeira opção do cineasta para o personagem-título, um típico malandro dos morros cariocas, foi o americano Sidney Poitier (1927-2022).
Às voltas combet will bonuscandidatura para a Academiabet will bonusHollywood, o astrobet will bonusAo Mestre, Com Carinho (1967) declinou do convite.
Como precisavabet will bonusum nome forte para projetar o filme internacionalmente, Pontes convidou Pelé depoisbet will bonusconversar com o veterano John Huston (1906-1987)bet will bonusNova Iorque.
"Pelé deu algum trabalho, porque nunca foi um ator profissional. Mas era sensível, sincero e malandro para se sair bem. Trabalhamos para que ele não 'interpretasse', mas, sim, agisse naturalmentebet will bonuscena. Ele foi correto, e a coisa funcionou", avalia o diretor.
Além dos filmes, Pelé participou tambémbet will bonusdocumentários, como Isto É Pelé (1974),bet will bonusEduardo Escorel e Luiz Carlos Barreto, Pelé Eterno (2004),bet will bonusAníbal Massaini Neto, e Cine Pelé (2011),bet will bonusEvaldo Mocarzel.
"Dos filmesbet will bonusque atuei, o que me deu mais prazer e reconhecimento foi, sem dúvida, Fuga para a Vitória", elegeu Pelé,bet will bonusentrevista à BBC News Brasilbet will bonus2020.
"Na época, jogava no Cosmosbet will bonusNova York e tive a chancebet will bonuscontracenar com Sylvester Stallone e Michael Caine. Se tivesse que me dar uma nota como ator, bem, acho que daria dez."
Reza a lenda que, segundo o roteiro original, quem marcaria o golbet will bonusbicicleta na sequência finalbet will bonusFuga para a Vitória seria Stallone. Mas, diante da dificuldade do astrobet will bonusRocky, Um Lutador (1976)bet will bonuscompletar a jogada, ele teve que se contentar com o papelbet will bonusgoleiro.
Contatos imediatos
Alémbet will bonusse enveredar pela telona, Pelé aceitou um convite da novelista Ivani Ribeiro (1922-1995), autorabet will bonus"remakes"bet will bonussucesso, como A Gata Comeu (1985), Mulheresbet will bonusAreia (1993) e A Viagem (1994), da TV Globo, para protagonizar uma produçãobet will bonussua autoria, Os Estranhos (1969), na extinta TV Excelsior.
Na trama, o jogador dá vida a Plínio Pompeu, um escritorbet will bonussucesso que mora numa ilha distante e, certo dia, conhece e faz amizade com seres extraterrestres do planeta Gama Y-12. Na ocasião, Pelé conciliava as gravações da novela com os jogos do Santos.
Para não fazer feiobet will bonusfrente às câmeras, a direção da novela escalou o ator Stênio Garcia para "bater o texto" com o jogador. No jargão artístico, ensaiar as cenas antes da gravação.
"Pelé era muito gentil e esforçado. Estava aprendendo, né?", recorda a atriz Rosamaria Murtinho, que interpretou uma das alienígenas da novela, Dioneia. "Mas, a novela não fez sucesso, não. Tanto que pedi para sair."
De lá para cá, Pelé gravou outras participações: na sitcom Família Trapo (1967), da Record, onde aprendeu a jogar bola com Ronald Golias (1929-2005); no humorístico A Praça É Nossa (1991), do SBT, onde ouviu poucas e boas da fofoqueira Dona Vamércia, vivida por Maria Teresa Fróes (1936-1999); e na novela O Clone (2002), da TV Globo, onde visitou o bar da Dona Jura, interpretada por Solange Couto.
Na gravação, Pelé aproveitou a deixa para exercitar outra faceta artística: abet will bonuscantor. Ele soltou o vozeirão na música Em Busca do Penta,bet will bonussua própria autoria.
Pé quente, o jogador deu sorte à seleção comandada por Luís Felipe Scolari. Três meses depois, o Brasil venceu a Alemanha por 2 a 0 e conquistou a Copa do Mundobet will bonus2002, na Coreia do Sul e no Japão.
Do gramado para o estúdio
Sim, alémbet will bonusaspirante a ator, Pelé também gostavabet will bonuscompor e cantar. Autorbet will bonusmaisbet will bonuscem músicas, como Meu Mundo É Uma Bola, Cidade Grande e ABC do Bicho Papão, gravou um compacto ao ladobet will bonusElis Regina (1945-1982), participoubet will bonusespecialbet will bonusNatal do Roberto Carlos e lançou um álbum produzido por Sérgio Mendes.
Umbet will bonusseus álbuns, Peléginga (2006), gravado com coro, banda e orquestra, foi lançado apenas no mercado internacional. Com 12 músicas selecionadas entre as maisbet will bonuscem que compôs, vendeu 100 mil cópias.
"Algumasbet will bonussuas canções são boas. Outras nem tanto. Uma das minhas favoritas é Acredita no Véio. Ele compôs para o paibet will bonussanto que os jogadores consultavam antes dos jogos. Quando o time ganhava, estava tudo bem. Quando perdia, o paibet will bonussanto arranjava um montebet will bonusdesculpa", diverte-se o maestro, produtor e arranjador Ruriá Duprat.
No estúdio, Duprat conta que Pelé costumava dar trabalho, sim. Mas afirma que o jogador nunca se recusou a regravar uma música quantas vezes fossem necessárias: "Quando algo não está legal, sou franco, e ele procurava fazer melhor. Nessas horas, o Pelé não saía do estúdio enquanto não ficava satisfeito com o resultado", diz.
Em 2009, Pelé e Duprat cogitaram a hipótesebet will bonuslançar um novo álbum. Na ocasião, o ex-jogador chegou a convidar Bono para dividir os vocaisbet will bonusuma das faixas, mas o vocalista do U2 não pôde participar do projeto por causa da turnê 360º.
"Nunca pensei que, um dia, pudesse viver da música ou do cinema. O dom que Deus me deu foi jogar bola. A música e o cinema simplesmente aconteceram. Entre cantar e atuar, acho que me saio melhor atuando", arriscou Pelé.
A Turma do Pelezinho
Foram muitos os convites que Pelé recebeu ao longo dos anos. Para fazer filmes, gravar novela, lançar discos. O mais inusitadobet will bonustodos aconteceu a bordobet will bonusum avião, entre Roma e São Paulo. O convite partiu do desenhista Mauríciobet will bonusSousa, o "pai" da Turma da Mônica,bet will bonus1976.
Sua ideia era transformar o atleta do séculobet will bonuspersonagembet will bonushistóriabet will bonusquadrinhos. Pelé topou na hora. Passado algum tempo, Maurício agendou uma reuniãobet will bonusNova Iorque e levou uns esboços para Pelé aprovar.
Com os desenhosbet will bonusmão, o jogador franziu a testa. "Não gostou?", perguntou Maurício. "O desenho está bonitinho, mas eu pensava que devia ser diferente", gaguejou o jogador. "Diferente como?", quis saber o desenhista. "Devia ser um atleta. Vitorioso, campeão...", tenta explicar. "Pelé, a ideia não é essa. Criança gostabet will bonusbrincar com criança", argumentou. "Ah, não sei...", coçou a cabeça,bet will bonusdúvida.
Diante da indecisão do jogador, Maurício propôs um trato: levar os esboços para casa, mostrá-los aos filhos, Kelly Cristina e Edinho, e perguntar o que eles acharam. "Eu sabia qual seria a resposta e não deu outra. Os filhos do Pelé adoraram a versão infantil do pai e, assim, nasceu o Pelezinho", orgulha-se Maurício que, para criar Cana Brava, Frangão e a turma do Pelezinho, colecionou histórias e mais histórias da infânciabet will bonusPelé.
A revista do Pelezinho foi publicadabet will bonusagostobet will bonus1977 a dezembrobet will bonus1986. Desde então, só seria publicadabet will bonusocasiões especiais, comobet will bonus1990, por ocasião do aniversáriobet will bonus50 anos do Pelé, ebet will bonus2012, às vésperas da Copa das Confederações do Brasil,bet will bonus2013.
- Este texto foi publicado emhttp://vesser.net/brasil-63880472
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